quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: dar colo

Crônicas de um  pai: dar colo

Entre as minhas paizices conto a de adorar dar colo à minha filha. Carrinho e berço pouco me interessam, eu a deixo desmaiar sobre o meu peito e fico ali durante horas aninhando a minha pequena. Dirão que ela se acostumará mal, pensam no berçário que, logo mais, a receberá. Francamente, não oferecerei menos do que tenho vontade com o propósito de atender às expectativas dos outros.

Crônicas de um pai: ao mamar

Crônicas de um pai: ao mamar

O que Maria Luíza busca ver nos olhos da mãe ao mamar? A arte de sugar e a busca pelos olhos da mãe são traduzidas em uma expressão singular; o que a embala em hora tão mãe e filha? (O pai aprende de longe)

Crônicas de um pai: Tahar Ben Jelloun

Crônicas de um pai: Tahar Ben Jelloun

Conheci a sua literatura nos anos 80, encantou-me com a sua arte de contar histórias entre continentes -Europa, Ásia e África -, desde então procuro pelos seus títulos. Anos atrás adquiri o seu 'O racismo explicado à minha filha'. Confesso que não o li, acreditava-o necessário, no entanto, não tive coragem de abrir o livro, algo assemelhado ao que sinto, hoje, pelo 'Nada de novo no front' de Remarque. Tão grande e tão revelador da barbárie de nossa sociedade que não sei como abrir as suas páginas.
Hora de ter coragem e viver uma conversa com o senhor Tahar sobre os crimes nossos de cada dia.

Beijo, Maria Luíza!

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: Cary Grant e Debora Kerr

Crônicas de um pai: Cary Grant e Debora Kerr

Filmes rodados décadas atrás, atores e atrizes para muitos desconhecidos e eu aqui querendo apresentá-los à minha filha. Levá-la a descobrir alguns dos melhores momentos da arte cinematográfica, por que não? O repertório do pai, com certeza, é diferente daquele que será o de Maria Luíza, mas, se me cabe falar e contar algo, desejo falar de alguns pares românticos. Que tal Cary Grant e Debora Kerr?

"Quem são eles, meu pai?!"
"Depois, vamos assistir Frozen?!"

Crônicas de um pai: o almoço do dia 25

Crônicas de um pai: o almoço do dia 25

Pela primeira vez, às vésperas dos seus 9 + 2 meses, Maria Luíza fez-se anfitriã. Recebeu em sua casa e à sua mãe familiares maternos. Vestida de azul sentou-se à cabeceira e ensaiou as suas primeiras palavras, falou do presépio que ganhou e de sua vontade de que todos ali fossem verdadeiramente felizes.
Feliz Natal!

Crônicas de um pai: a vigília da mãe

Crônicas de um pai: a vigília da mãe

Noite longa, a mãe ficou plantada ao lado da filha. Zelando pelo sono e pelos possíveis efeitos da série de quatro vacinas de ontem. Vinte e quatro horas depois, Maria Luíza reage bem, resmunga de dores nos locais da aplicação, mas, no mais, sorri feliz. A mãe, acusa no rosto e no corpo a noite mal dormida. Agora, ambas dormem e é a minha vez de ficar em vigília.
Bom descanso!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: Dia de Natal

Crônicas de um pai: Dia de Natal

Nunca mais e para sempre são duas expressões que desde o nascimento de Maria Luíza passaram a povoar o nosso mundo. Eu e Vany vivemos a nos dizer e a nos divertir falando sobre o que mudou em nossas vidas. O Natal de 2016 foi o primeiro de nossa filha, o primeiro da família que estamos a aprender a ser, do nosso jeito e da nossa cara.
No dia 24 visitamos queridos amigos: Dona Elisabeth, Sr. Humberto e Gian. Família querida e estimada que nos recebeu com enorme carinho e afeto. Maria Luíza conheceu o seu primeiro presépio de grandes proporções, presépio de tradição italiana, que, guarda peças centenárias trazidas décadas atrás pelo Patriarca da família. Presépio que reúne o imaginário italiano ao brasileiro, tudo isso sob um imenso céu estrelado. Os olhos dos pais e da filha brilharam.
Obrigado pelo carinho!
Abraços cordiais!

Crônicas de um pai: dia de vacinação

Crônicas de um pai: dia de vacinação

Eis um daqueles dias desafiadores: enfrentar a precariedade do sistema de saúde. Em geral, é necessário visitar mais de um posto para tomar as vacinas agendadas. Os horários dos postos, o pouco número de funcionários e tudo mais revela a nossa miséria. Peregrinação em busca de vacinas para, no final das contas, levar Maria Luíza às lágrimas. O jeito agora é trazê-la junto ao meu peito e dizer-lhe baixinho que estou ali para ajudá-la e ampará-la.

Crônicas de um pai: 9 + 2 = 11 meses

Crônicas de um pai: 9 + 2 = 11 meses

Hoje, dia 26 de Dezembro, Maria Luíza chega aos dois meses ou, de acordo com as contas da Vany, aos 11 meses. Para nós, verdadeiramente, o nosso bebê é real desde os primeiros exames, desde a confirmação de que esperávamos por alguém. A disputa que assistimos nos dias de hoje a respeito da concepção e da formação do sistema nervoso para justificar ou não a vida, francamente, não nos interessou. Nossa filha era real tanto quanto a nossa satisfação e a nossa franqueza. Parabéns pelo seu aniversário de 9 + 2.
Beijo!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: altos papos com o meu bebê

Crônicas de um pai: altos papos com o meu bebê

Conversamos longamente, a cada dia por mais tempo e um número maior de vezes. Maria Luíza deixou para trás a vida de apenas mamar e dormir, ela interage com o seu pequeno mundo. Nossas conversas são sinal dessas mudanças. Falta-lhe firmeza, o corpo ainda não está pronto para o seu peso, os movimentos são algo desgovernados, todavia, há instantes nos quais ela esbanja controle e esperteza. Braços e mãos, hoje, servem para que ela aproxime e afaste objetos. Horas atrás acreditei que ela estava interessada em seu pé direito, pela maneira como ela o fitava e o movimentava. Ela cresce de forma rápida e como me disseram, devemos aproveitar, o tempo é ligeiro ligeiro.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: banho de chuveiro

Crônicas de um pai: banho de chuveiro

Banheira de bebê ficou no dia de ontem, agora, tomo banho apenas de chuveiro. Há fartura de água quente e eu me divirto muito mais, finalmente meus pais entenderam que eu quero sorrir...

Crônicas de um pai: ninguém me entende

Crônicas de um pai: ninguém me entende

Meus pais são esforçados, mas nada entendem do que eu quero. Quando sinto fome, creem que sofro de cólicas, quando tenho sono, me oferecem uma mamadeira, quando quero ficar sentada, mandam-me para o berço. A minha lista é longa, muito longa. Faço, como não poderia ser diferente o que qualquer um faria no meu lugar: reclamo em voz alta, bem alta!
Tenho esperança, um dia aprenderão a me dar ouvidos!
(Maria Luiza, já para a cama!)
Entendem o que eu quero dizer?!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: meu primeiro móbile

 Crônicas de um pai: meu primeiro móbile

Demorei, mas providenciei móbiles para o berço e para o carrinho de Maria Luíza. O mundo ganha cor, nada mais justo e apropriado do que pendurar bichos coloridos ao alcance de seus pequenos olhos. Ela olha com a atenção de quem quer saber, ainda não estou certo se gostará ou não.

(Beijo, filha!)

Crônicas de um pai: para-raios

 Crônicas de um pai: para-raios

O nascimento de uma criança coloca em relevo uma família. Ninguém é indiferente ao nascimento de uma família, ao nascimento dos pais e de um bebê. As pessoas ao nosso redor, se as conhecemos ou não, nos distribuem sorrisos. Quinta última fomos visitados por Dona Elisabeth e seu sorriso. Toda afeto para conosco trouxe regalos para a nossa pequena. Generosidade e carinho são virtudes que se expandem e, no caso de nossa família, Maria Luíza atrai o que há de melhor.
(Grato, filha! Abraço, Dona Elisabeth!)


Crônicas de um pai: entre um Fusca 1300 L e um Galaxie LTD

Crônicas de um pai: entre um Fusca 1300 L e um Galaxie LTD



Dia de sábado, dia de sol. Ontem, recebemos a visita de amigos queridos: Gian e o Sr. Humberto. Pessoas estimadas que, entre outros brilhos, são colecionadores de carros. Vieram nos visitar conduzindo um Ford  Galaxie LTD marrom saveiro. Maria Luíza fez pose para a foto em frente ao capô do veículo. Ao lado, outro veículo, um Fusca 1300 L bege alabastro olhava tudo com cara de ciúmes, afinal, ninguém cuidava dele desde que Maria Luíza havia nascido, não trocaram o seu pneu e, agora, o tesouro da casa posava para fotos em frente a outro carro que não ele. Percebi o ciúmes e, antes de entrarmos, Maria Luíza posou para fotos em frente fusca, prometi-lhe ainda que nas férias de janeiro cuidarei melhor dele para que possa, em breve, levar minha filha para um passeio pelo bairro.

Crônicas de um pai: tenho uma filha

Crônicas dei um pai: tenho uma filha

Vivo a dizer para mim mesmo: Eu sou pai, tenho uma filha. A frase está entre a oração e o êxtase místico de um dervixe. Eu sou pai, tenho uma filha é a senha para destrancar salas e câmaras perdidas ou ainda por descobrir. Eu sou pai, tenho uma filha é, agora, o meu nome.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: dançar entre vaga-lumes

Crônicas de um pai: dançar entre vaga-lumes

O sono de nossa pequena segue irregular, a noite e a madrugada costumam ser longas, muito longas. É difícil derrubá-la, é difícil levá-la a um sono profundo. Na madrugada passada, eu e Maria Luíza dançamos entre a cozinha, a sala e o quarto para chamar o sono. As luzes coloridas da árvore de Natal a convidavam a ficar de olhos abertos, mas tanto fiz, tanto palmilhamos entre os cômodos, tanto balançamos que ela foi vencida e cedeu ao sono. Eu, de igual maneira, estava esgotado.
Beijo!

Crônicas de um pai: 50 dias

Crônicas de um pai: 50 dias

Ontem, fomos ao pediatra. O quadro geral é bom, há uma radiografia para avaliar a clavícula direita, no mais seguimos bem com os nossos 57 centímetros e mais de 5 quilos. Pais de primeira viagem redobram as suas atenções e ficam a se perguntar o que é melhor para o bebê: o que fazemos agora?
Sair do consultório satisfeito é um alento. Parabéns, Maria Luíza!!
Beijo!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: mente em movimento

Crônicas de um pai: mente em movimento

À medida que os dias correm, mais e mais, Maria Luíza fica sozinha consigo mesma procurando ler o mundo. Ela agora vai além do dormir e mamar, ela pode ficar longos instantes observando as pessoas e as coisas ao seu redor. O cérebro e a percepção trabalham em ritmo febril, afinal, é preciso descobrir e inventar sentido para tudo que a envolve. Fico ali lhe oferecendo palavras e afagos crendo que podem ser de alguma valia para a cartilha que cria para ler a sua casa.

Crônicas de um pai: refeições em família, novos tempos

Crônicas de um pai: refeições em família, novos tempos

O ritmo da casa é medido não mais por relógios e vontades, mas sim, pelas mamadas de nossa pequena. O choro e o riso são nossos metrônomos agora. As refeições em família, entre outras situações, foram redefinidas. Muitas vezes, Vany dá de mamar à filha enquanto o pai lhe oferece o jantar. Maluco, mas funciona, precisa funcionar.

Crônicas de um pai: o último Natal de Dona Nassima

Crônicas de um pai: o último Natal de Dona Nassima

Minha mãe vivia o Natal, fez dele o seu momento maior. A casa, antes mesmo das semanas do Advento, entrava noutro ritmo. Ela era preparada para a chegada de seu morador. Cortinas eram trocadas, móveis recebiam atenção apurada e as orações ganhavam o ardor de quem sabe da chegada iminente. A casa ganhava contornos de expectativa e serena alegria. As comidas eram apenas parte, o mais importante era  o andamento, o ritmo de espera e de alento. Espero  ter a sabedoria de minha mãe e conseguir com os meus dedos e os de Vany criar os natais de Dona Nassima, sinceros e verdadeiros. 
Feliz Natal, mãe !!
(Maria Luíza e Vany mandam beijos)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: aperte aqui para um sorriso

 Crônicas de um pai: aperte aqui para um sorriso


Instantes atrás eu a reconfortei durante uma crise de cólicas, agora, ela está no colo da mãe enquanto escrevo e, para minha alegria, procura saber o que estou fazendo. O seu corpo ganhou firmeza e ela se estica para buscar pelo movimento da casa. Ao me aproximar de Maria Luíza atendendo aos seus olhares curiosos brinco com o seu queixo e ganho de presente sorrisos lindos. 

Crônicas de um pai: A história da princesa que foi ao brejo caçar sapos

Crônicas de um pai: A história da princesa que foi ao brejo caçar sapos

Às vésperas da chegada de Maria Luíza, Vany inventariou, lavou e organizou peças e peças de roupas, planejou o uso das roupas de nossa filha para os primeiros meses. As gavetas da cômoda do quarto reuniam e acomodavam por tamanho e cor tudo aquilo que Maria Luíza vestiria. Passadas algumas semanas, as gavetas entraram em colapso, o número de peças perdidas é grande. Hoje ela veste, enquanto escrevo, um macacão cujas pernas terminam na canela. Os braços ainda servem, mas as pernas estão na altura certa para que Maria Luiza se aventure no brejo para caçar sapos, ou como diz a mãe, correr atrás das galinhas no terreiro.

(Graças a Deus ela goza de ótima saúde, nosso regalo, nosso dom!)

domingo, 11 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: fã de niki lauda

Crônicas de um pai: fã de niki lauda

Aproveitei que Maria Luíza gosta de ficar sentada e na semana que passou assistimos filme que retratava corridas de Fórmula 1. A mãe torceu o nariz e me perguntou se eu já não havia visto aquilo antes, respondi-lhe que isso não importava e que a menina estava gostando, Vany fez cara de incrédula entre sorrisos.
Assistir ao lado de Maria Luíza é modo de falar, ela pede atenção e há sempre algo para providenciar. Ficamos lá, pai e filha, e para desespero maior da mãe no momento exato em que niki lauda ultrapassava james hunt houve um explosão de contentamento de pai e filha. Maria Luíza respondeu à torcida do pai com a vibração dos seus pequenos braços, a mãe jura que eu sonhei, mas tenho certeza, ela é fã de automobilismo.
Dá-lhe Maria Luíza!

Crônicas de um pai: o que pensa um bebê?

Crônicas de um pai: o que pensa um bebê?

Vivo a me perguntar o que se passa naquela cabecinha ou a imaginar o que o expressivo par de olhos busca ao seu redor. A verdade é que eu não sei, explico de uma forma ou de outra, mas ignoro, ignoro mais do que entendo, no entanto, apesar da distância criamos à nossa maneira um território no qual acreditamos inventar uma linguagem que nos facilita algum nível de conversa.
(o afeto é mais do que a nossa solidão)

Crônicas de um pai: o silêncio da casa

Crônicas de um pai: o silêncio da casa

A casa mergulhou em sono pesado, mãe e filha dormem, descansam. Apesar de exausto tardo a me deitar, quero aproveitar por instantes o meu mundo e sonhar o sono da minha família, sonhar que de uma maneira ou de outro encontraremos as soluções de que precisamos - ou que nos aguardam - e sorrir, sorrir satisfeito e crente de que minha família está feliz.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: momentos engraçados que não deixam o sono - dela e nosso - chegar

Crônicas de um pai: momentos engraçados que não deixam o sono - dela e nosso - chegar

Todos cansados, semana longa e, amanhã, muito a fazer. Apesar disso, Maria Luíza que cambaleia de sono, mais e mais, quer descobrir o seu mundo. Se conversamos com ela, pedindo que feche os olhos e permita que o sono a embale, ela nos responde com um sorriso lindo, sim, ela aprendeu a responder aos estímulos e declarações de amor do mundo em que vive.
(eu te amo, mas, por favor, vamos dormir, já é sábado...!!)

Crônicas de um pai: a ovelhinha

Crônicas de um pai: a ovelhinha

Entre as situações que dão nomes inusitados e engraçados à nossa pequena está a hora do banho; aqui ela é chamada de ovelha, em virtude da quantidade de lãs que ficam presas ao seu pequeno corpo, claro estou a exagerar, não é tanto assim e não é apenas a lã, mas qualquer resíduo de tecido. O pequeno corpo retém pedaços diminutos que ficam por todo o corpo, de forma particular, nas dobrinhas.
(as bobagens de um pai e uma mãe são feliz oportunidade para corrigir o mundo de suas tragédias!)

Crônicas de um pai: o presépio e a sagrada família

Crônicas de um pai: o presépio e a sagrada família

Horas atrás, antes de tomar o banho da noite, Maria Luíza conheceu o seu primeiro presépio. Expectativa de uma jornada repleta de sentido e de significado, que, acredito, poderá lhe trazer alento em meio às pedras do caminho.

Crônicas de um pai: eu sei que estou errado

Crônicas de um pai: eu sei que estou errado

O tempo voa ligeiro, muito muito ligeiro, outro dia, ela nascia, agora, chega aos 45 dias. Passo parte do dia longe de casa e ao retornar quero, de todas as formas, aproveitar o que tenho, o que posso ter. O meu horário de chegada coincide com o início das cólicas. A maneira que encontrei para aliviá-la em momento tão choroso é deixá-la junto ao meu peito e com o calor do meu corpo diminuir o seu desconforto. Quando ela adormece eu a deixo ficar junto ao meu peito, evito o berço, quero aproveitar os poucos instantes que eu tenho, afinal, logo crescerá e não desejará mais o meu colo. Sei que estou errado, mas desejo que se farte com o meu colo enquanto posso oferecê-lo.
Beijo!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: a Copa do Brasil

Crônicas de um pai: a Copa do Brasil

Não há como não rir de tudo. Ela estava preparada para dormir, roupas e fraldas limpas, sentada para a mamada da noite e lá se vai a programação. Sentada, mamadeira encaixada e ela resolve, aproveitando-se do instante de relaxamento, livrar-se do que a incomodava. A programação foi revista e adiada, alguém sabe o placar da final da Copa do Brasil?
(agora, limpa e serena, ela mama!)

Crônicas de um pai: Maria Luíza quer se sentar

Crônicas de um pai: Maria Luíza quer se sentar

Os movimentos revelam maior e melhor coordenação, ela tem agora 42 dias. Nada a estranhar, era esperado, todavia, algumas situações surpreendem e divertem. Ela quer se sentar, sim, ela quer se sentar. Estômago cheio, arroto em dia, ela prefere ficar sentada observando a movimentação da casa. Distribui os seus sorrisos, faz as suas bolhinhas de saliva e fica ali esbanjando o seu charme.
Beijo!

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: o guarda-roupa e a feiticeira

Crônicas de um pai: o guarda-roupa e a feiticeira

Não estou certo de como aconteceu, os indícios são poucos, a feiticeira não deixou rastros apenas um guarda-roupa repleto de sinais de travessuras e de artimanhas fantásticas. Quando nos demos conta as roupas não serviam mais, o macacão de três dias atrás, de forma inconcebível, tornou-se menor. As meias tão cheias na semana passada, agora, mal chegam ao calcanhar. O mijão ficou pelo meio do caminho e a touquinha procura novo dono. Assim mesmo, não mais do que de repente, tudo ficou pequeno e a menina cresceu e cresceu como aquela Alice que perseguia um coelho.

Crônicas de um pai: o dom da vida

Crônicas de um pai: o dom da vida

A pedra do dia é nada, a falta de educação no ônibus é nada, o vandalismo de palavras lançadas de forma intempestiva é nada, a má-vontade alheia é nada. O dom da vida transcende e separa o joio do trigo, o que é perene do que é nada.
O dom da vida nos redime!

Crônicas de um pai: a força da mãe

Crônicas de um pai: a força da mãe

Sim, falei a respeito, o nascimento da mãe acompanha a gestação de seu filho e, depois de dar à luz, nossa mamãe segue como a pupa da história em sua jornada de transformação. Surpreendo-me com Vany, vejo o seu cansaço estampado em seus olhos e, apesar disso, ela se levanta para cuidar. Leva nos braços a sua filha durante as madrugadas longas e amargadas pela cólica, incansável e paciente. Vany, hoje, é uma mãe em um sentido largo, todos os dias, ela oferece o seu corpo à sua filha: a mãe nasce diariamente.

Crônicas de um pai: em meus braços

Crônicas de pai: em meus braços

Ora, serena, ora, agitada. Quando acredito que ela está preparada para dormir, quando percebo que a respiração ficou pesada, os olhos, de súbito, ficam arregalados e passam a ler o que está ao seu redor. A cada dia Maria Luíza interage mais e melhor com o seu mundo. Busca tudo com os olhos, tudo lhe interessa. Acompanhar o seu crescer é uma chuva que refresca o dia, coloca todos os senões e contradições nas quais tropeço em segundo plano. Ela cria nova escala de valores.
(sou pai)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Crônicas de um pai: imagem no espelho

Crônicas de um pai: imagem no espelho

Entre as travessuras de mãe e filha, no dia de hoje, vi fotos que ambas tiraram; voltadas para um espelho deixaram-se fotografar, a mãe sorria, a filha brigava contra o sono. É uma daquelas situações nas quais a memória de minha família pulsa, lembrei-me de minha mãe junto àquele mesmo espelho mirando-se e fiquei a me perguntar se em algum ponto da película de prata não permanece algo de quem se deixou capturar. (Saudades)

Crônicas de um pai: o controle remoto e a mamadeira

Crônicas de um pai: o controle remoto e a mamadeira

Os livros aguardam, não há como ler, alguém me solicita. Sou todo ouvidos e braços para quem me chama e que está a chorar como se ninguém lhe desse atenção alguma. O tempo, o andamento da casa é de outra ordem desde outubro último. As rotinas são quebradas, o jogo de basquete assistido no final da noite, agora, disputa espaço com a última mamada da noite. Seja bem-vinda, minha filha! Vamos ler um livro?

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: sonhar o Natal

Crônicas de um pai: sonhar o Natal

A expectativa e a esperança estão próximas, a memória de Natais passados é presente na hora de sonhar e de cuidar do Natal que bate à porta. Será o primeiro de minha família, agora, abençoada com o dom da vida.
Lembro-me de montar árvores e presépios com minha mãe, lembro-me, emocionado, de sonhar e de caminhar cheio de expectativas, o mundo entrava noutro andamento. Rememorar, renovar e acreditar. O mundo de verdade mora além do dia a dia, embora, para chegar lá - no mundo de verdade - há que se atravessar o quotidiano.

Crônicas de um pai: quero dormir, meu pai!

Crônicas de um pai: quero dormir, meu pai!

Não, não terminei de mamar; sinto dores, não sei o que são dores, mas eu as sinto, aliás, desconheço a diferença entre dores e cócegas, carícias e tapinhas nas costas...tudo é confuso. Quero saber, quero entender, quero falar...

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: dormir sobre o peito (o tatu-bola do meu jardim)

Crônicas de um pai: dormir sobre o peito (o tatu-bola do meu jardim)

Dar-se conta de que sua filha aninha-se sobre o seu peito tal como um tatu-bola e descansa é um alento nos dias que seguem. Chegar cansado depois de uma jornada de trabalho e perceber que uma pequena pede o calor do seu corpo dolorido muda o dia, definitivamente.
Beijo, filha!

Crônicas de um pai: explicar o nome

Crônicas de um pai: explicar o nome

Entre uma mamada e outra encontrei jeito de ler para a minha filha a origem do nome que seu pai leva: Josias. Rei de Israel, personagem presente no A. Testamento foi escolha de minha mãe, Dona Nacima Abdalla. Ler para a pequena Maria Luíza foi a maneira de lhe apresentar a Bíblia nova que abre o nosso Natal de 2016!
Beijo!

Crônicas de um pai: Maria Luíza cresce

Crônicas de um pai: Maria Luíza cresce

Banho tomado, hora de se vestir...mas, o macacão não serve...como assim? acho que ficou preso sob as costas dela...não, não está preso...o macacão está pequeno...pequeno? qual a numeração do macacão...talvez seja isso, a modelagem da fábrica é pequena, deve estar fora do padrão...sim, deve estar...creio que não, ela cresceu, sim, claro que ela cresceu, mas, espere...ela usou o macacão dias atrás, como pode não servir mais: Maria Luíza cresce...
Deus lhe abençoe!

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: sirene desligada

Crônicas de um pai: sirene desligada

A casa adormeceu, Vany e Maria Luíza tombaram esgotadas. O choro ficou na memória e na letra. Cobri mãe e filha, mosquiteiro aberto e beijo de boa noite!

Crônicas de um pai: teste do pezinho

Crônicas de um pai: teste do pezinho

Ficaram prontos os exames realizados, pai curioso busquei entender o que dizia. Assemelha-se aos exames de sangue ao oferecer coluna com valores de referência com os valores esperados - acima e abaixo - e, desta forma, concluí que tudo está bem.
A pediatra C* conhecerá os resultados apenas em nossa consulta de dezembro, hoje, pai e mãe, já deram o seu parecer: respiraram fundo e agradeceram...

Crônicas de um pai: sirenes abertas

Crônicas de um pai: sirenes abertas

Como entender? Como saber do que ela precisa? A linguagem do choro, ao longo dos dias, revelas as diferenças entre o choro da fome e dos demais. Alguns sinais combinados facilitam a comunicação, todavia, muitas vezes, os sinais são atropelados e o que lhe parecia uma revelação, agora, é um engano. As sirenes soam alto e a pequena grande Maria Luíza revela a sua força. É preciso recomeçar e, depois, recomeçar, recomeçar e recomeçar.

domingo, 27 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: Domingo do Advento

Crônicas de um pai: Domingo do Advento


A Festa de Natividade de 2016 lembrará a graça da chegada de minha filha. É o primeiro Natal de nossa família, peço que seja o primeiro de muitos. 

Crônicas de um pai: Cheiro de abacaxi

Crônicas de um pai: Cheiro de abacaxi


Os sentidos do mundo ganham forma e contorno para a nossa pequena. Os sons e os sinais luminosos misturados aos objetos que os emitem chamam a sua atenção e ela fica ali a tentar entendê-los. Ela cresce, cresce de forma rápida. Dentro em breve que vai querer morar sozinha e estudar Arte em uma escola italiana...

Crônicas de um pai: ela dorme, ufa!

Crônicas de um pai: ela dorme, ufa!


Maria Luíza custa a dormir, a casa entrava, antes de sua chegada, em um ritmo sonolento no final da tarde. Eu e Vany saíamos cedo para trabalhar, agora, as noites são longas e invadem as madrugadas. Por que custa tanto a dormir? Fraldas limpas, banho tomado e alimentada não bastam para a nossa pequena. Acreditamos que o grande vilão é a cólica, a pequena se contorce tentando se livrar do que lhe incomoda tanto. Pronto, passou! Bons sonhos, minha filha! 

Crônicas de um pai: Fraldas RN durante a Black Friday

Crônicas de um pai: Fraldas RN durante a Black Friday


Avesso aos rogos para comprar durante a b.f. fui obrigado a correr lojas em busca de fraldas RN, eu que desejava ficar longe da loucura me vi carregado por aquela enxurrada de pessoas indecisas e sedentas, que, em virtude das circunstâncias, comportavam-se de forma mais do que mal-educada. Por fim, descobri a prateleira de fraldas. Jamais vi uma prateleira tão mal arrumada, certamente, as centenas de mãos que passaram por ali transformaram o local em um monte desordenado. Respirei fundo e enfrentei o monstro apesar da minha dor de cabeça. Salvei das profundezas dois pacotes, que, nos hão de nos ajudar a atravessar as próximas semanas. No caminho para o caixa, uma feliz surpresa, barras de chocolate. B.f, nunca mais, até o próximo apuro!

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: olhos antigos de tanto ver

Crônicas de um pai: olhos antigos de tanto ver

Eu a tenho agora em meus braços, desperta, olhos vivos e braços ao ar. Sinto o seu cheiro de bebê, afago a sua barriguinha e lhe conto um segredo. Agradeço a graça de ouvir a sua linguagem de recém-nascido, digo-lhe o que sinto.
Beijo, Maria Luíza!

Crônicas de um pai: 30 dias

Crônicas de um pai: 30 dias

Amanhã, dia 25 de Novembro, a pequena grande Maria Luíza chegará aos 30 dias. Cresce rapidamente, vasculha o mundo ao seu redor e aprende a conhecer o próprio corpo. A sua coordenação motora, a movimentação de braços e pernas nos surpreende. Ela já sabe recusar o que não lhe agrada usando a mão, fez isso no dia de hoje mais de uma vez. Acompanhar o crescimento de uma criança e regalo sem tamanho, felizes dos pais que disseram sim à paternidade e criaram as suas famílias.

Crônicas de um pai: pai de primeira viagem e o sr. sísifo

Crônicas de um pai: pai de primeira viagem e o sr. sísifo

Não tem fim, simples assim. Aos poucos descobre-se que há elenco de possibilidades: fome, fralda suja, cólica e outros ainda não inventariados. Você confere cada um deles e, depois, torna a conferir e depois e depois. O sossego não chega, a pedra insiste em voltar ao ponto inicial....
Ai, meu Deus!
Beijo, filha!
(rsrsrsrsrs)

quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: dar ouvidos

Crônicas de um pai: dar ouvidos

Fico fora de casa boa parte do dia, fico longe de minha filha. Sinto saudades de suas queixas e de seus pedidos, daquele par de olhos expressivos que levantam cortinas e afastam nuvens de chuva. Quero voltar, voltar a viver em minha Pasárgada e levar os dias a ver Maria Luíza crescer.

Crônicas de um pai: ruídos com a língua

Crônicas de um pai: ruídos com a língua

Maria Luíza os adora, fã de muxoxos, fica a buscá-los com os olhos dentro de minha boca. Onde estão? Quero ouvir mais e mais? Curiosa, vive a olhar em todas as direções. Os olhos de um recém-nascido, dizem os pediatras, ainda não tem percepção do mundo que os rodeia, de forma lenta, ao longo das semanas completarão a sua formação. Em compensação, a audição, desde os primeiros dias, garantirá ao bebê a capacidade de descobrir o mundo. Seja como for, creio que ela já sabe onde estão os muxoxos do pai. Beijo!

terça-feira, 22 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: a cara de brava do pai

Crônicas de um pai: a cara de brava do pai

Dizem, não sei quem, que Maria Luíza herdou a cara de brava do pai; calúnia, calúnia e calúnia, é apenas uma carinha séria que ela tem, não é uma menina brava, apenas séria. Ela não suporta chateação e, além disso, fica incomodada com aquelas flores na cabeça, sente-se uma couve-flor fora da horta.
Reitero, não é brava, apenas, séria!!

Crônicas de um pai: visita médica

Crônicas de um pai: visita médica

Ir ao médico sempre dá um frio na barriga, ir ao médico para acompanhar esposa e filha congela a barriga. Fico a me perguntar se está tudo bem, se fizemos tudo certo, se a recuperação da mãe está dentro do esperado e tudo mais. Aos poucos, de forma lenta, quando me dou conta de que tudo vai bem começo a relaxar. A visita de hoje foi com a médica que fez o nosso pré-natal, para nossa felicidade Vany e Maria Luíza estão bem..

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: o presente da avó Dalva

Crônicas de um pai: o presente da avó Dalva

Há presentes inseparáveis, presentes que se tornam práticos, úteis e necessários. Dalva confeccionou almofada apropriada à amamentação. Simples e eficiente, o presente da avó Dalva faz sucesso em nossa casa. O bebê sente-se mais confortável e com isso o ato de amamentar ganha qualidade e equilíbrio.
Muito, muito obrigado, avó Dalva!!

Crônicas de um pai: oferecer o próprio peito para a sua filha adormecer

Crônicas de um pai: oferecer o próprio peito para a sua filha adormecer

Temos tomado um baile de Maria Luíza, as noites e madrugadas estão baralhadas, os horários de cabeça para baixo. Acalmá-la e aliviar as dores provocadas pela cólica são tarefas das mais difíceis. Deitá-la sobre o meu peito tem sido estratégia que alivia as dores, o calor do meu corpo combinado à atenção recebida a acalma. Ela gosta de recolher as pernas e ficar em posição fetal, segura os pelos do meu peito e adormece.
(não sei quem fica mais relaxado)

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: expectativa de noite tranquila

Crônicas de um pai: expectativa de noite tranquila

Nos últimos dias, as noites e madrugadas foram intermináveis. Choro e olhos abertos e despertos foram nossos companheiros inseparáveis. A noite de hoje carrega expectativa diferente. Ela adormeceu cedo, ainda no meu colo e, por enquanto, dá sinais de que deseja compensar as noites mal dormidas dos últimos dias. Merecido e necessário repouso de nossa família.

Crônicas de um pai: a força da mãe

Crônicas de um pai: a força da mãe

Vany disse sim à maternidade. Dedica-se e desdobra-se para atender de todas as formas a nossa pequena Maria Luíza. As suas refeições e os seus horários de repouso foram remarcados segundo o novo horário da casa. Não há resmungos, não há dúvidas.
A mãe segue linda e atenta.

Crônicas de um pai: dia de pediatra

Crônicas de um pai: dia de pediatra

Ansiedade talvez seja a primeira sensação do dia do pediatra. Pais de primeira viagem estão a aprender sobre tudo, assim, as dúvidas enchem a nossa cabeça. A ansiedade, durante a consulta, dá lugar ao relaxamento quando nos damos conta de que tudo segue dentro do esperado. Aliás, acima do esperado, o ganho de peso foi de quase 50% além do pretendido para o período, ela cresceu um centímetro e os sintomas e a vontade de trocar o dia pela noite, para a idade dela, são normais, nos disse a pediatra C*. A consulta, aos poucos, parecia tirar peso enorme de nossas costas.

(são 9 horas e tudo vai bem!)

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: pescoço de coruja

Crônicas de um pai: pescoço de coruja

O passar dos dias fortalece o corpo de nossa pequena e, agora, ela parece ter um pescoço de coruja. À medida que a visão Maria Luíza se desenvolve o mundo ao seu redor ganha importância e merece a sua atenção. Olhar, espiar, buscar são alguns dos seus verbos favoritos. De tanto procurar com os olhos o seu pescoço parece feito de borracha. (O mundo está crescendo ao seu redor)

Crônicas de um pai: dormir sentado

Crônicas de um pai: dormir sentado

Os dias ficam mais longos e as noites mais curtas, deitar e dormir é direito perdido, agora, quando possível cochilar ainda que sentado é a solução. Maria Luíza desenvolve curioso comportamento, não deseja ficar sozinha. Eu e mãe nos desdobramos para ampará-la, estamos a lhe dizer o tempo todo que estamos por perto, todavia, as sirenes tocam quando pai e mãe estão além da distância de um corpo.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: rosca de padaria

Crônicas de um pai: rosca de padaria

Não creio que ainda possam ser encontradas nas padarias, fui menino nos anos 70 e as padarias daqueles dias tinham poucas opções de pães e guloseimas. A vedete que ocupava o centro da vitrine era a rosca de padaria. Grande e vistosa, coberta de creme e colorida. Hoje, quando me lembro, dou-me conta de que não era tão saborosa, mas ela enchia os olhos pela combinação exagerada que a recobria. Por que me lembro da rosca de padaria aqui? A combinação empregada nas roupas de meninas lembra muito uma rosca de padaria...
Exagerada e, sobretudo, nada prática. A quantidade de botões para abrir e fechar são um crime contra a ordem pública, já estou a mandar moção de protesto contra os responsáveis. Tentem trocar um bebê com aquela corrente de botões inúteis...


(Dona Vany não quer assinar a moção, ela disse que são lindas as roupas)

Crônicas de um pai: a visita da avó Dalvinha

Crônicas de um pai: a visita da avó Dalvinha

Há pessoas de ouro, pessoas que são devoção e carinho, não medem esforços para levar ao rosto do outro um sorriso, desdobram-se sem medo e sem egoísmo, são pessoas virtuosas. Dalvinha é dessas, hoje, veio visitar Maria Luíza, veio demonstrar a sua natureza de mãe de Vany e de avó de Maria Luíza.

(Vany e Dalvinha trabalharam juntas, uma adotou a outra, cuidavam-se mutuamente de forma terna e fraterna. A vida vale pelas joias que descobrimos. Obrigado, Dalvinha!)

Crônicas de um pai: Nossa Senhora das Graças

Crônicas de um pai: Nossa Senhora das Graças

Entre as aparições de Nossa Senhora, três estão em fortemente presentes em nossa tradição familiar: do Líbano, de Aparecida e das Graças. Esta última tem chamado a atenção de Maria Luíza, de fato, ela gosta de segurar o escapulário que comecei a usar nos últimos dias e este traz de um lado o Sagrado Coração e, do outro, Nossa Senhora das Graças. Tenho de contê-la, Maria Luíza é forte e o segura com força, com muita força.

Rogo que minha pequena chame a atenção da mãe de nossas mães!

Crônicas de um pai: aulas de direção de Maria Luíza

Crônicas de um pai: aulas de direção de Maria Luíza

Maria Luíza, ainda que pequena, tem os seus brinquedos. São poucos, mas estão lá, povoando a paisagem de seu quarto. Entre os brinquedos está uma pequena Kombi. Ela usa a combinação de pinturas conhecida como saia e blusa, metade superior usando a cor branca e, a parte inferior, azul. Onde já se viu uma Kombi no quarto de um recém-nascido? Coisas de um pai que amou brincar de carrinhos. Aliás, garanto que ainda ontem, em meio a uma crise de choro, o motor a fricção da Kombi, fez a minha pequena parar de chorar.

Nos próximos dias, Maria Luíza terá as suas primeiras aulas de direção, afinal, se ela já segura uma mamadeira, tomar conta do volante será brincadeira de criança...

Crônicas de um pai: agradecer e agradecer

Crônicas de um pai: agradecer e agradecer


Minhas preces levam o sorriso estampado em meu rosto, levam a certeza de que recebi uma Graça que não me julgava merecedor, levam a certeza de que a cada dia preciso me esforçar mais e mais para estar à altura, para ser, verdadeiramente, digno. O esforço, no final, traz mais e mais contentamento e o sorriso só faz crescer.

Crônicas de um pai: o nascimento do pai (pupa)

Crônicas de um pai: o nascimento do pai (pupa)


As forças redobram, fazemos mais e mais e estamos prontos para ir além. O nascimento da filha abre portas lacradas e esquecidas pelo pai tempos atrás: ele, agora, lembra-se de sonhos e crê que pode, por fim, pilotar um foguete rumo à Lua. O nascimento do pai ocorre sob a forma de uma metamorfose, jamais fomos tão fortes, nunca tão responsáveis.

Crônicas de um pai: operação roupa suja

Crônicas de um pai: operação roupa suja

Em um tempo no qual nossa classe política cambaleia sob o peso de seus crimes ao ouvir o nome ‘operação’, aqui em casa, distante quilômetros de Brasília, também temos a nossa operação, no caso, operação roupa suja; mais modesta e, acima de tudo, literal, isso mesmo, tanque e máquina de lavar já estão a trabalhar para regularizar os desfalques das últimas horas sofridos pelas gavetas. Não que Maria Luíza provoque grandes estragos, no entanto, há combinações trágicas e engraçadas. A pior é aquela não qual você acaba de limpá-la e já começou a colocar a roupa limpa, tudo parece em ordem, afinal, o pior já passou, você já começa a divisar o momento no qual a pegará no colo e a levará de volta ao berço, mas, de repente, como se fosse chuva de verão, as comportas tornam a se abrir e o que era paz transforma-se em uma barragem sem controle...Ai, meu Deus!!

(beijo, filha!)

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: não é preciso chorar Maria Luíza, eu e sua mãe sempre estaremos aqui

Crônicas de um pai: não é preciso chorar Maria Luíza, eu e sua mãe sempre estaremos aqui

A prece de um pai para oferecer tranquilidade à sua filha roga que ela se acalme e que creia que os pais estarão ao seu lado sempre. (chovendo ou não!)

Crônicas de um pai: a geração de 2016 e os livros digitais

Crônicas de um pai: a geração de 2016 e os livros digitais

A cada ano publicações digitais ganham espaço e a pergunta sobre o que acontecerá com o impresso é renovada. O quarto de Maria Luíza tem a sua coleção de impressos, ela crescerá em uma casa no qual um dos cômodos é uma biblioteca. Ao menos com esta representante da geração de crianças nascida em 2016 o impresso está assegurado como registro, arte e conhecimento.


Crônicas de um pai: visita de domingo

 Crônicas de um pai: visita de domingo

Sr. Humberto e família, pessoas muito queridas, sem ser familiares de sangue, tornaram-se ainda mais queridos. Visita que faz bem à alma, que traz gosto de memórias felizes. Sincero agradecimento aos estimados amigos. Maria Luíza está a mobilizar as pessoas e elas ofertam o melhor de si mesmas. Crianças são taumaturgos.


Crônicas de um pai: a noite sem fim de uma menina que não sabe o que sente e dos pais que não sabem o que ela tem

Crônicas de um pai: a noite sem fim de uma menina que não sabe o que sente e dos pais que não sabem o que ela tem

A linguagem a ser estabelecida entre pais e filhos não é aprendida em lugar algum, passa pela intuição e devoção amorosa e é completada no consultório de uma pediatra. Entre um e outro, os incontáveis conselhos que todos estão a oferecer ao nosso redor e visitas a páginas na rede nas quais pais compartilham as suas alegrias e agonias. Como entendê-los, como atendê-los de forma adequada, somos, a bem da verdade, aprendizes: nós e o bebê.
Tão aprendizes que as noites são mais longas, colocá-la para dormir é tarefa exigente e hercúlea, acho que mesmo que deve estar entre as tarefas mais difíceis dadas à humanidade em sua torta jornada.


Crônicas de um pai: nada disso. você não entende nada

Crônicas de um pai: nada disso, você não entende nada

Voltamos à linguagem. Acredito que entendo o que ela deseja, mas, verdadeiramente, acredito entender; Maria Luíza, por sua vez, deve estar a se perguntar o que, afinal de contas, ele está a dizer, por que não fala com clareza?
(Somos solitários e é a partir de nossa solidão que buscamos)


Crônicas de um pai: descobrir o mundo

 Crônicas de um pai: descobrir o mundo

A cada dia os olhos são mais vivos, a cada dia Maria Luíza revela maior capacidade de fixar o olhar sobre o mundo que a cerca. Ela parece enxergar melhor. A pediatra C* nos dissera que bebês já nos primeiros dias têm boa audição, mas a visão pediria tempo maior para a sua formação. Eles ouvem melhor do que enxergam. Creio que estamos em momento de mudanças aqui em casa, Maria Luíza parece desejar ver tudo, interessa-se pelo lugar no qual vive. Ontem, por exemplo, ela descobriu o nosso relógio cuco. O pêndulo indo e voltando parecia realizar malabarismos em frente aos seus olhos.


Crônicas de um pai: uma couve-flor na cabeça

Crônicas de um pai: uma couve-flor na cabeça


Meninas adoram flores na cabeça, ou melhor, mães adoram laços e flores na cabeça de seus bebês. Depois do primeiro banho de nossa filha, ainda no berçário da maternidade, levei as roupas que ela deveria usar para encontrar a mãe depois do parto. A mim coube apenas, de fato, levar as roupas tudo estava separado em embalagens apropriadas e marcadas: primeiro dia, segundo dia e assim por diante. Vany diz que a filha fica bem com o arranjo na cabeça, confesso que, por vezes, acho estranho, muito estranho; importa mesmo é a diversão e, no final das contas, divirto-me com tudo isso.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: 14 dias

Crônicas de um pai: 14 dias

Maria Luíza completa, hoje, 14 dias. Tempo no qual os pais e a filha aprenderam muito, aprenderam que o dom da vida paira acima de tudo, flutua noutra dimensão e encanta tudo. As dificuldades são, de forma regular renovadas, não compreendemos, simplesmente, ignoramos tudo. Apesar disso, somos capazes de atender aos rogos de nossa pequena. Atendemos não porque lemos o manual imaginário, mas sim porque estamos sinceramente dispostos. Somos de forma silenciosa conduzidos por caminhos novos e incertos, ficamos contentes e satisfeitos quando nos damos conta de nossos acertos. No final das contas, todos estamos a fazer aniversário: de filha e de pais.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: com o que sonham os bebês?

Crônicas de um pai: com o que sonham os bebês?

O sono de minha filha é recheado de caretas e sorrisos, fico maravilhado admirando e imaginando o que passa pela cabeça dela. Às vezes parece estar mamando, outras vezes batendo asas e ensaiando passos de dançarina. De uma forma ou de outra é um sono aparentemente tranquilo, recheado de aventuras com final feliz: um sorriso grande que movimenta os músculos da face e coloca à mostra uma boca banguela.
Beijo!

Crônicas de um pai: o medo de sentir medo

Crônicas de um pai: o medo de sentir medo

Às vezes é por demais desconfortável. O corpo grita de dor e as articulações parecem quebradas. A estrada dos 51 anos é larga e me deixa atônito.
Ao lembrar de minha jornada dou-me conta que sempre há uma solução à espera, tudo, de uma forma ou de outra, encontra a sua solução, no entanto, por que o medo de sentir medo é recorrente?

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: roupas e mamadeiras

Crônicas de um pai: roupas e mamadeiras

Maria Luíza nasceu com pouco mais de 51 cm, uma menina e tanto. Saudável e com um garganta para lá de profissional em canto e choros. No final de semana, começamos a separar as roupas que a nossa menina de apenas 11 dias não usa mais. Mal posso acreditar, há peças de roupas que não lhe servem, estão pequenas. Uauuuu!! Para sustentar tudo isso, leite, muito leite. Mamar no peito, tomar mamadeiras e mais e mais. Ela sorve leite sem fim. Eu e a mãe, perplexos...

domingo, 6 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: lembrar-se do próprio pai

Crônicas de um pai: lembrar-se do próprio pai

Meu pai partiu em 2010, hoje, a sua memória foi reavivada, afinal, eu sou, agora, pai. Lembrar-se do pai que tive é algo constante, fico a tentar montar quebra-cabeça de peças incompletas. Casas e acontecimentos, alegrias e tragédias. O sabor que fico a sentir depois de tudo de que me lembro (ou acredito lembrar), e, ao mesmo tempo a expectativa que vivo ao olhar para minha filha é companheira de minha jornada; não, não é mais o mesmo tempo, não são mais os mesmos homens, não, não são mais os mesmos, então, por que a insistência em trazer à tona? (A memória do pai do pai é passado, estou aqui).

Crônicas de um pai: a família

Crônicas de um pai: a família

A casa e as suas paisagens, os seus cômodos e os seus móveis, os seus objetos e as suas imagens; tudo isso encantado por um espírito fraterno e amoroso que sonha, sonha acordado, brinca e sorri, galhofa e chora. Território de manifestação de dons, silêncio de fé e agradecimento sincero.
(enquanto a pequena mama o pai ora pela sua família)

Crônicas de um pai: a saúde da mãe

Crônicas de um pai: a saúde da mãe

Dona Vany está bem, voltamos hoje ao médico para avaliar a cicatrização da cesariana. Foi tão bom vê-la saindo do consultório com um sorriso nos lábios, sorriso de alívio e de felicidade. Eu e Maria Luíza ficamos do lado de fora a esperar pela mãe e pela esposa. Ambas saíram juntas. Há instantes em nossas vidas que condensam o tempo, duram mais do que os segundos do relógio e reverberam de forma indefinida pela vida.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: Natividade

Crônicas de um pai: Natividade

Fico a pensar na maneira como celebraremos o nosso Natal, agora, somos três. A bênção da vida e o dom da paternidade estão por toda a casa. O Natal, em minha casa, sempre foi celebrado com grande empenho e esperança. O que eu aprendi, o presépio que ajudei a montar e junto ao qual rezei, servirá à educação de minha filha.

Crônicas de um pai: da careta ao sorriso

Crônicas de um pai: da careta ao sorriso

A cada dia, as expressões faciais tornam-se mais e mais evidentes. Maria Luíza vai da careta ao sorriso em poucos instantes. Hoje, depois de mamar, ela ficou em meu colo. Ela tombava de sono, mas resistia, não queria dormir.Mostrou-me algumas de suas caretas e sorrisos.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: caras e sinais

Crônicas de um pai: caras e sinais

Fico a olhar, fico a buscar os traços, a entender os jeitos e o charme que mostra ao usar a mão para repousar o rosto. Lembro-me de alguém, não, sim. O afeto e a saudade confundem-se e criam uma linha ininterrupta. Minha filha, minha família.

Crônicas de um pai: Maria Luíza e a Nascar

Crônicas de um pai: Maria Luíza e a Nascar

Nossa filha, já disse o médico que a trouxe, é menina de muita personalidade, tão grande é a força de nossa menina que ela ralhou com a mãe pelo direito de assistir junto ao pai uma corrida da Nascar. Para a felicidade da casa, a corrida foi vencida pelo nosso herói, piloto do Chevrolet número 48, já que o nosso time de futebol não vai lá nada bem, temos com o que nos consolar...
Dá-lhe Maria Luíza!!

Crônicas de um pai: a primeira consulta pediátrica

Crônicas de um pai: a primeira consulta pediátrica

Maria Luíza teve a sua primeira consulta com a Dra. C*. Quem diria, nossa pequena tem uma ficha. Foi uma boa conversa, a Dra. C* mostrou-se, apesar da pouca idade, experiente; isso nos deu segurança e acima de tudo livrou-nos de receios acumulados nos últimos dias. Sincera e direta, alheia aos modismos e consumismos procura o que interessa. Maria Luíza e Vany estão bem, medicadas e dispostas. Ao longo de minha vida, frequentei de forma regular clínicas e laboratórios para atender as necessidades de meus pais. Hoje, voltei a um hospital para celebrar uma vida tão pequena que sequer usa onomatopeias...

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: conversar longamente

Crônicas de um pai: conversar longamente

Caminhar pela casa com minha filha nos braços, durante a madrugada, é algo constante, aproveito para lhe apresentar a casa na qual vive e para conversar sobre a vida. Nos entendemos bem, falamos de mamadeiras e sobre livros. Fico a lhe perguntar o significado das caretas que faz enquanto dorme, não estou certo se bebês sonham, Maria Luíza, por vezes, faz cara de contentamento e de brava, de tudo um pouco. A mais divertida é a do bico que faz ao dormir.

Crônicas de um pai: não é preciso ligar a sirene, minha filha!

Crônicas de um pai: não é preciso ligar a sirene, minha filha!

A frase foi dita pela mãe, o sentido, bem, o sentido diz respeito ao potente grito de Maria Luíza para dizer que está com fome. Nossa filha é uma pequena muito tranquila, de quando em quando, a cada refeição, ela reclama em alto e bom som que deseja se alimentar. Vany entende os sinais das mãos e o movimento dos braços e antecipa o acionamento da sirene rogando que a filha não abra os pulmões...
Entender e  inventariar choro de fome, choro de fralda suja e choro de cólica não é ciência que se aprenda em curso universitário: a vida é maior!

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Crônicas de um pai: sala de cirurgia

Crônicas de um pai: sala de cirurgia

Assisti ao parto de nossa pequena, vesti-me de verde e aguardei longos instantes. De tudo quanto vi e vivi quero lembrar da primeira vez que eu a tive em meus braços. Maria Luíza era um pacote vestido de azul marinho. Tinha medo de machucá-la, ao mesmo tempo, desejava ter em meus braços a minha pequena. Cenho franzido, rosto aflito de quem está perdida, afinal de contas, instantes antes, fora retirada do ventre de sua mãe, Maria Luíza chorava. Eu a tinha em meus braços e voltei-a para o meu próprio rosto. Passo seguinte, comecei a aproximar nossa pequena de Vany. A mãe rasgada e com olhos molhados beijou a filha. Lembrarei sempre da mudança da expressão de nossa filha.
(O céu se abriu)

Crônicas de um pai: os olhos de Maria Luíza

Crônicas de um pai: os olhos de Maria Luíza

Os pediatras dizem que a percepção visual de um bebê, nas primeiras semanas, não é completa. O bebê, afirmam, nada enxergaria. Maria Luíza corre os olhos por tudo e, aqui e ali, fixa-se em algum ponto. Os olhos de Maria Luíza respondem aos meus, buscam os meus olhos quando estamos conversando, sim, conversamos longamente sobre tudo. Os olhos de Maria Luíza em nada lembram alguém que pouco vê diante de si, eles revelam uma criança curiosa.
Lembro-me de saudação árabe que sempre me cativou: 'meus olhos'. Maria Luíza, meus olhos!

Crônicas de um pai: sete dias

Crônicas de um pai: sete dias

Lá se vão sete dias, sete dias de vida, sete dias de pai e mãe. O manual não acompanhou a embalagem e, com dificuldade e constância, resolvemos o que aparece. Aprendemos rápido, aprendemos de forma devotada e sem medir esforços. Vany, a nossa heroína, exibe as marcas do cansaço e, ao mesmo tempo, sorriso de felicidade sem igual. Estamos esgotados pelas longas horas acordados, todavia, felizes e prontos para o que for preciso.
(Sete dias pintando o sete)

domingo, 30 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: expressões de um rosto

Crônicas de um pai: expressões de um rosto

Maria Luíza é um bebê, hoje, completa 4 dias. Vivo a contemplar as suas expressões e busco, à minha maneira, entendê-la. Aos poucos o sorriso começa a se desenhar, pai e mãe, têm a certeza de que nas últimas horas Maria Luíza passou a expressar contentamento por meio de sorrisos. Ao mesmo tempo, quando ela franze o cenho, a boca de choro ronda as nossas vidas.

Crônicas de um pai: o nascimento da mãe

Crônicas de um pai: o nascimento da mãe

Há mulheres que parem e, outras, que nascem; a primeira é o tipo mais comum, todos a conhecem e elas andam por aí fazendo estragos, a segunda, são as especiais, são aquelas que se desdobram em cuidados e respeitos, atenções e amores. (De nada adianta ter uma dessas virtudes e desconhecer a outra).
Vany nasceu. As facilidades que, hoje, vivemos ao cuidar de nossa pequena tem a ver com o longo aprendizado durante a gestação. Planejado e detalhado criamos o espaço para receber nossa filha. Tudo foi possível porque intimamente ela aceitou - e amou aceitar - o dom da maternidade.
(sou ou não sou afortunadamente abençoado?!)


Crônicas de um pai: cólicas

Crônicas de um pai: cólicas

De acordo com o dicionário paterno, cólica é uma melancia que, pesquisadores desconhecem como, passa a viver no lugar em que cabe apenas uma noz, o resultado são dores lancinantes que deixam qualquer um de péssimo humor e que levam a crises de choro espetaculares. Sim, isso mesmo, conheci - conhecemos - aos primeiros sofrimentos de Maria Luíza. Pai e mãe entreolham-se temerosos e incertos do que acontece: fome, presentes, dor no braço..?
Intuição, atenção carinhosa e a certeza de que um caminho em meio às trevas da cólica são a melhor receita, fato, também, que uma bolsa de água levemente aquecida ajuda.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: Vany, a heroína

Crônicas de um pai: Vany, a heroína

Foram dias longos, difíceis, permanecemos juntos, aliados ternos e decididos. Hoje, olhamos para o nosso tesouro, nossa menina, absurdamente calma, serena. Ela sofreu fratura de clavícula durante o parto, todavia, não é dada ao choro. Ela berra mesmo para dizer que sente frio, fome ou que está suja, no mais, dorme, dorme longos períodos, serena e cheia de poses. Vany cresceu nos últimos dias, enfrentou e sofreu com as dores do corpo e da alma, agora, dorme o sono de quem deu tudo de si e pode chorar de felicidade.
Obrigado, Dona Vany!

Crônicas de um pai: o elefante Antônio

Crônicas de um pai: o elefante Antônio

Inventar e encantar o mundo ajuda a vivê-lo. Lá estava eu, depois de três noites mal dormidas, a conversar e a convencer minha filha a mamar. Safei-me da dificuldade dizendo à pequena que ela viajaria em um elefante de pelúcia que lhe dei de presente. Sonado e crente de que era preciso e necessário encantar o mundo para que começasse a mamar, busquei na memória o quarto de Maria Luíza e encantei um elefante para que este lhe oferecesse o dorso para uma viagem ao redor do quarto. É claro que ela nada entendia, minhas palavras não faziam sentido, todavia, deu certo, ela me deu ouvidos e começou a mamar. Grato pela ajuda, Sr. Antônio, o elefante cinza.

Crônicas de um pai: pensar um pensamento

Crônicas de um pai: pensar um pensamento

As últimas horas andei a descobrir quem é Maria Luíza, os seus jeitos e gestos, o seu humor e o seu choro. Entre os jeitos e gestos há um que nomeei de pensar um pensamento. Acostumei-me, desde criança, a dormir com a mão próxima ao rosto, as memórias das células estão ali, Maria Luíza também se delicia e se reconforta com essa maneira de levar a mão para perto do rosto; ela movimenta o pulso como se desejasse colocar o cérebro para funcionar e começa pensar o seu pensamento de menina de dois dias de idade.

Crônicas de um pai: dia 26 de outubro, ela chegou

Crônicas de um pai: dia 26 de outubro, ela chegou

As últimas semanas foram repletas de expectativas. O número de vezes que visitamos clínicas, consultórios, farmácias e hospitais bateu marcas e marcas. Agora, eu e Vany retornamos para a nossa casa, estamos exauridos, mas felizes, Maria Luíza está conosco.
Beijo!

sábado, 22 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: abençoado

Crônicas de um pai: abençoado

Agradeço pela bênção, agradeço por viver para ver Vany, senhora de vida, ao meu lado, agradeço pela responsabilidade, agradeço pela chance de acariciar uma barriga cheia de graça. A vida é uma bênção!

Crônicas de um pai: amanhã, para sempre

Crônicas de um pai: amanhã, para sempre

Cada canto de meu mundo, cada pedaço, cada movimento segue o andamento - o metrônomo - de quem sabe que dentro de umas poucas horas, o dom da vida, da bênção da paternidade fará parte de mim. Nunca mais e para sempre. Todos os homens que eu já fui, todos os sonhos - os quebrados e os ainda vivos - cruzam na minha frente, estou a fazer contínuo balanço. Deus do céu! Quantas memórias que julgava perdidas caem como chuva sobre a minha cabeça! O tempo de espera, o tempo de Sísifo, o tempo da esperança, o tempo do amor sem fim, ganha novo diapasão.
Amanhã, para sempre.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: exames e exames

Crônicas de um pai: exames e exames

Estamos bem, os novos exames indicam que mãe e filha passam bem, por que não se lembram e aproveitam o tempo dispensado no hospital para submeter o pai a uma bateria de exames? Afinal se a mãe precisa de sua saúde em ordem, o que se pode dizer a respeito do pai? Esgotamento pode ser mensurado, fadiga mental pode ser medida em um cardiotoco? Ninguém se lembra da saúde do pai...
Seja bem-vinda minha filha!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: a espera do amor

Crônicas de um pai: a espera do amor

Não conhecemos a hora do nascimento, sabemos que está próxima, contamos as horas e esperamos. Alterno momentos de serenidade verdadeira com sóbria ansiedade. Lembro-me de mim, de minha jornada, das janelas que abri, dos corredores escuros e percebo que tudo, absolutamente tudo, me conduziu até o degrau do qual falo. A espera do amor não surgiu de súbito, ela foi escolhida e cultivada ao longo de uma vida inteira.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: nunca mais e para sempre

Crônicas de um pai: nunca mais e para sempre

Tão próximo ao nascimento dou-me conta de um mundo que deixo para trás e outro que recebo. Nunca mais certas situações, nunca mais o passeio solitário acompanhado de sorvete, por outro, a partir de agora, o para sempre pai é a minha nova senha. Alegro-me, verdadeiramente. Nunca mais, para sempre minha família.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: compartilhar propósito

Crônicas de um pai: compartilhar propósito

Pai e mãe transformam-se, precisam se reinventar de forma contínua. Quem se era precisa dar lugar a outro, projetos pessoais dão lugar e espaço a projetos familiares...o carro pequeno dá lugar a outro com porta-malas. A família cristaliza a eleição e escolha de um caminho, não há lugar para móveis e malas antigas, maneiras e jeitos conhecidos. Reinventar-se para que o jardim - família possa crescer e florescer. Caminhos conhecidos são deixados de lado, a família pede que se mude. A dor de ontem deve transformar-se em sorriso, ainda que leve, mas um sorriso.

Crônicas de um pai: dores nas costas

Crônicas de um pai: dores nas costas

Ontem voltamos à Maternidade para exames, por ora, não há dilatação e Maria Luíza segue fazendo acrobacias. Vany sofreu muito com dores fortes nas costas e ficou no soro por algum tempo. A avó de Maria Luíza, mãe de Vany, nos acompanhou. Dia de trabalho longo em casa, lavar roupas e cômodos e, depois, finalizaram o dia na Maternidade. Haja coração!
Hoje, Vany e Maria Luíza passam bem, algumas cabeçadas, mas nada comparado ao que sofremos no dia de ontem. Amanhã retornaremos à Maternidade para nova avaliação.

domingo, 16 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: on the road

Crônicas de um pai: on the road

Despertar para o novo dia, a certeza íntima de que há um caminho, a esperança de que saberemos o que fazer, a fé tocada pela lembrança de quem lhe ensinou a rezar, a ciência de planetas e estrelas a dançar lá longe enquanto instante a instante uma nova vida nasce.

Crônicas de um pai: o avião de Maria Luíza

Crônicas de um pai: o avião de Maria Luíza

Dia de trabalho, dia de retoques, dia de colocar a luminária que compramos para o quarto de Maria Luíza. Ela reproduz a abóboda celeste e leva um avião vermelho suspenso. Deu um bocado de trabalho para instalar, no final, ficou ótimo. Ela ganhou o seu par de asas e, de quebra, uma prateleira para os seus primeiros livros. Livros ilustrados e, também, aqueles que eu e Vany leremos para ela. Passamos boa parte do dia de hoje às voltas com tais operações. A sala também recebeu a nossa atenção, está quase pronta. Muito trabalho, muito empenho para tornar o pequeno e pessoal mundo mais aprazível.
(Maria Luíza ganhou as suas asas)

sábado, 15 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: jamais os mesmos

Crônicas de um pai: jamais os mesmos

Se, por um lado, a paternidade abre uma série de portas da memória, se, de forma regular, reencontro todos os tempos de minha vida, ao mesmo tempo - o outrora agora de que falava o poeta - vejo-me em situação única, nada existiu, tudo é pela primeira vez. E é assim que, eu e Vany estamos a dançar. O dia já vai amanhecer.

Crônicas de um pai: vendo estrelas

Crônicas de um pai: vendo estrelas

O ultrassom realizado hoje diz que nossa menina chegou aos 3 quilos e 500 gramas. Maria Luíza mudou de posição, felizmente, segue em situação adequada para um parto natural. Vany e nossa filha estão bem, os exames indicam que seguimos com saúde. Graças a Deus!
As dores são maiores e causam, cada vez mais, desconforto maior. Estamos sempre a cronometrar a o ritmo das contrações, tudo segue bem. Estamos aprendendo a ouvir e a esperar. Conversamos com nossa filha o tempo todo, nossas primeiras estrelas, as de dor e as do céu de sábado.

Crônicas de um pai: as contrações

Crônicas de um pai: as contrações

Elas ficam mais e mais frequentes, indicam, assim, que estamos às vésperas da chegada. As expressões de dor e de susto de Vany me fazem sentir vontade de abraçá-la. Vontade de aliviar a sua dor, é preciso aguardar. Ouvir o tempo e não se perder na ansiedade. Terminamos, instantes atrás, os trabalhos do dia. O quarto é aconchegante e a sala ficou bonita. Não sou pintor, mas fiz o melhor possível. Eu e Vany ficamos em silêncio durante instante para aproveitarmos da melhor maneira o quarto de Maria Luíza. O cansaço é grande, mas a disposição para fazer o que é preciso é infinita.
(amanhã, ou melhor, hoje, voltaremos à maternidade para novos exames)

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: pássaros voam

Crônicas de um pai: pássaros voam

Os dias de trabalho se sucedem, alegria sem tamanho quando encontramos rapazes e moças que nos ajudam a caminhar. Presto sincera homenagem a uma turma de pássaros que, hoje, vai longe.
Fui ajudado e encorajado, estou aqui! São parte do que vivo em 'crônicas de um pai'.
Abraços!

Crônicas de um pai: tá quente, tá frio

Crônicas de um pai: tá quente, tá frio

Se o tempo não ajuda, se as diferenças entre a temperatura máxima e mínima são grandes ao longo de um mesmo dia, aguarde para conhecer a escala de temperaturas de uma mamãe grávida, não há nada parecido. É divertido e aflitivo, o tá quente e o tá frio são prolongados, mas atenção, não ria, porque a ira de uma mamãe grávida desconfortável com a temperatura pode abalar as estruturas da casa...
Brincadeira, Vany é tranquila....
beijo!
(oops, há uma tigela voadora vindo na minha direção, depois escrevo...)

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: Nossa Senhora Aparecida

Crônicas de um pai: Nossa Senhora Aparecida

Peço, de forma humilde, as suas bênçãos para a minha casa, para a minha família. Mãe nossa, olhai por nós.

Crônicas de um pai: mesmo que eu esteja longe levarei o seu sorriso e serei feliz

Crônicas de um pai: mesmo que eu esteja longe levarei o seu sorriso e serei feliz

Os exames de hoje não foram demorados, aguardar pela enfermeira para instalar equipamentos e, depois, de retirá-los é que leva tempo. Trocando em miúdos, 20 minutos de monitoração da mãe e do bebê, e mais 20 minutos para esperar a chegada da enfermeira para a nossa liberação. Eu, Vany e Maria Luíza aproveitamos para conversar. A expressão de felicidade - e moderada ansiedade - da mamãe são ternas. Fiquei a agradecer o privilegio de nossa filha ao ter mãe tão dedicada e devotada à filha. Fiquei a imaginar o dia quando Maria Luíza, intimamente, dirá para si mesma, que, mesmo que esteja longe levará o sorriso da mãe e será feliz.

Crônicas de um pai: à maternidade para exames

Crônicas de um pai: à maternidade para exames

A partir de agora iremos dia sim, dia não à maternidade para a realização de exames. O parto natural pede que, de forma regular, batimento cardíaco do bebê e o ritmo das contrações sejam acompanhados. A variação de um ou outro indicará a chegada do parto ou a necessidade de uma cesariana.  Nosso exame foi realizado um sala de pré-parto. Havia ali daquelas macas que mais parecem engenhocas futuristas - fios e telas coloridas - de todo tipo. Estamos próximos, a espera nos fortalece em nosso papel, somos treinados e preparados: pai e mãe.


Crônicas de um pai: os meus cabelos brancos

Crônicas de um pai: os meus cabelos brancos

Tenho medo do peso de minha idade, meus cabelos brancos tiram o meu fôlego e as minhas forças. A diferença de idade pode levar esposa e filha a sofrerem com as minhas limitações e dificuldades. Não sou mais um jovem, sei bem o tipo de aventuras que terão pela frente. Tenho medo de não conseguir ampará-las, tenho medo de não conseguir sentar no tapete para brincar com minha filha. Meus ossos doem, meu joelho operado não é mais o mesmo. É fato que um sorriso de minha família tem força e poder para dissipar receios, todavia, o relógio silencioso dos dias é inexorável, ele corre ligeiro e os cabelos brancos são multiplicados.

Crônicas de um pai: a beleza de uma mulher grávida

Crônicas de um pai: a beleza de uma mulher grávida

A gravidez transforma a alma e o corpo. O sorriso de uma gestante não se compara a nada, o sorriso de uma gestante parece dizer que ela conhece o sentido íntimo e último da vida. Fez-se mãe para gerar, para trazer à luz, dar a vida. A beleza que transborda recria os movimentos do seu corpo, tornam-se mais e mais meigos e alegres, elas choram por tudo e mais alguma coisa, afinal, agora, elas são mães.

Crônicas de um pai: conversar com a filha

Crônicas de um pai: conversar com a filha

Gosto de conversar com Maria Luíza, gosto de acreditar que ela me ouve. Fico a me perguntar sobre o que ela apreende do mundo ao seu redor. A mãe, o pai, os objetos, as plantas. Fico a imaginar a expressão de quem deseja descobrir o mundo, descobrir a casa, descobrir os moradores, descobrir. A barriguinha de Vany está linda.
Beijo, minha filha!

Crônicas de um pai: ai, meu coração!

Crônicas de um pai: ai, meu coração!

Hoje, quase dei à luz...sim, quase. Ao sair do trabalho, costumo ligar para casa e avisar que estou a caminho. Ligo para saber se estão bem e para, assim, começar a saborear o caminho de volta. Liguei e Vany não atendeu, esperei alguns minutos e voltei a ligar, nada. Fiz a viagem de volta apreensivo, ao chegar em casa, Vany não estava. Peguei o carro e comecei a fazer caminhos entre nossa casa, o mercado e o  banco; minutos depois decidi ir à maternidade, ela dista apenas dois quarteirões de casa. Quando verificava se ela havia dado entrada, meu telefone tocou, era Vany, estava bem, fora ao banco e deixara o telefone no modo silencioso.
Alívio. A gentil atendente que verificava se Vany havia dado entrado na maternidade me ajudou a rir e a relaxar. Alívio, sair da maternidade e ir ao banco encontrar Vany. Hoje, quase dei à luz. A sensação vivida era ambígua, parte de mim estava serena e confiante, tudo caminharia bem, a outra parte, indagava, sim, ela está bem, mas onde elas estão?
Final feliz! Estamos em casa (e a pintura da sala foi concluída).
Amém!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: as dores da mãe, como ajudá-la?

Crônicas de um pai: as dores da mãe, como ajudá-la?

Falta de posição para dormir, dores nas costas, fisgadas e um bebê que, agora, não dispõe mais do mesmo espaço de semanas atrás para se movimentar. Vejo a expressão de dor e de desconforto de Vany e procuro, dentro de minhas forças, ampará-la. Estamos cientes de que faltam poucos dias.Os olhos da mãe ficam cheios de água quando ela se dá conta de que o relógio está próximo. Agora, ela conseguiu adormecer, dobrada pelo cansaço. Estou aqui ao seu lado.

domingo, 9 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: Maria Luíza conheceu a esquadrilha da fumaça

Crônicas de um pai: Maria Luíza conheceu a esquadrilha da fumaça

Domingo aéreo. Os moradores de Santana conhecem a festa da Semana da Asa. O Campo de Marte é aberto para uma festa de aviões, hoje, de maneira especial, Maria Luíza viveu a sua primeira Semana da Asa. Ao chegarmos ao Campo, a esquadrilha da fumaça levantava voo para a sua apresentação. Registro aqui a minha homenagem ao grupo, eu os acompanho há anos. Quando pequeno desejei ser piloto, fácil entender, tenho um tio materno - tio Fauze - que foi comandante de 747. Cresci com os olhos cheios de asas, de pássaros aos aviões. Meu tio foi para mim mais do que um herói, ele me apresentou um caminho, não me fiz piloto, não tirei brevê, mas levo comigo aquele par de asas que ele me deu.
Minha filha conheceu hoje a esquadrilha da fumaça e aprendeu, assim espero, a sonhar com asas!!

Crônicas de um pai: a conjugação do verbo degustar

Crônicas de um pai: a conjugação do verbo degustar

Degustar é um lindo verbo, carrega o sentido de apreciar com atenção, o sentido, o sabor, o aroma. Vale para diversas situações, aqui, eu o uso para falar da conjugação do verbo por uma senhora grávida, no caso, Dona Vany. Quando ela diz que irá degustar algo, o sentido, a acepção do termo equivale: comerei tudo, nada sobrará, alimento-me por duas! Tudo isso, é claro, acompanhado de um lindo sorriso cúmplice de menina que fez uma travessura. A gravidez não lhe trouxe nenhuma vontade estranha, felizmente, não padecemos com isso, todavia, melancias passaram a ser a sua fruta predileta. Vany comeu tanta melancia, mas tanta, que, estou certo que quando ensinarmos Maria Luíza a falar, a primeira palavra que ela balbuciará será: melancia..!
ps: prato predileto da Vany, ultimamente, é o maior e o mais fundo que tivermos..

Crônicas de um pai: galinha pê é para os fracos

Crônicas de um pai: galinha pê é para os fracos

Nossa família tem um garotinho de dois anos - Arthur -, que, como tantas outras crianças dessa faixa etária elegeram a galinha pê como um ícone. Surpreendi Vany, em mais de uma ocasião, tentando se livrar da canção título, os versos ficam em nossa cabeça e não saem, parecem refrão político. Em nossa casa, estamos a enfrentar a famigerada galinácea com o papai pê, ele exibe tantas pintas - no meu caso, de tinta - quanto aquela ave. Hoje foi dia de trabalho de pintura na sala, tenho um uniforme de pintor que, agora, tem manchas que lembram mais uma galinha d'angola. E, desta maneira, estamos a enfrentar o cacarejo daquela chata, se é para rir, ria de seu pai...

sábado, 8 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: jantar árabe

Crônicas de um pai: jantar árabe

Hora de caminhar e sair de casa durante algumas horas, às vésperas de comemorarmos aniversário de casamento jantaremos fora. Seremos três à mesa, ainda que Maria Luíza não nos mostre os seus olhos. Hora de pensar em tudo que está nos acontecendo e rir. Lembrar dos antepassados e acalentar o futuro. Hora de passear, hora de jantar.
Boa noite!

Crônicas de um pai: as pessoas queridas

Crônicas de um pai: as pessoas queridas

Sábado quente e agradável, vivido entre pessoas queridas. Pela manhã fomos ao lançamento do livro 'Maria poderia ter dito não?' de Valdeci Toledo. Padre Marcos Aurélio, Padre Pedro e Irmão Antônio estão, com segurança, entre pessoas queridas que, nos últimos anos me ajudaram de diversas maneiras. (Ainda ouço as palavras do Padre Marcos no velório de minha mãe)
Sábado quente e agradável, vivido entre pessoas queridas. Valdeci e Maria Beatriz são pais de uma menina linda de nome Maria Luiza. Conhecê-la, encontrá-la feliz a brincar, ouvi-la dizendo que nascerá uma nova Maria Luíza são momentos que enchem os nossos dias.
Se o dia, tantas vezes, revela e traz tragédias, tivemos o privilégio de viver momentos alentadores. Valdeci, em seu belo livro, nos fala de dores, mas nos lembra que se 'Maria compartilhou do sofrimento da humanidade, não permitiu que o mal entrasse em seu Imaculado Coração'.
Grato pelo sábado quente e agradável!

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: o chá de fraldas

Crônicas de um pai: o chá de fraldas

Eu estava saindo de um prédio para me dirigir a outro, de um trabalho ao outro, passos ligeiros para não me atrasar, passos ligeiros para não perder o ponto e o relógio. Antes de sair, fui surpreendido pelos amigos com os quais trabalho e a pressa perdeu de pronto o sentido. Ofereciam um inesperado chá de fraldas. Perdi as palavras, não sabia o que dizer. Havia uma pirâmide de pacotes de fraldas. Tamanhos vários, bexigas e bonecas, e um simpático cartão de votos de saúde para a nossa filha. Agradecer aos amigos, deixo o meu sincero muito obrigado!

(No último ano, muita coisa mudou. O eixo do meu mundo, os sabores e as cores)

ps. Nossa menina ganhou, também, um lindo vestido azul acompanhado de sapatilhas. Azuis, muitos azuis!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: 37 semanas e 4 dias

Crônicas de um pai: 37 semanas e 4 dias

Hoje, no consultório de nossa médica, experimentei a sensação do coração na boca. Buscava intimamente situação semelhante e nada encontrava, as paredes se aproximavam e ao mesmo tempo elas se abriam para algo mais. É como se centenas de bolhas de sabão explodissem ao mesmo tempo, e eu ali tentando processar tudo o que acontecia. Ouvimos o coração de nossa filha, avaliamos se havia ou não dilatação. E eu a pensar que nos próximos dias eu a terei em meus braços, minha filha, minha pequena Maria Luíza. Ai, meu Deus! O relógio segue e nossa pequena não tarda! Serei pai, serei pai. Alguém para cuidar, para amar, para ver crescer. Serei pai dentro de um par de dias!
Obrigado, Vany!

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: esconder a dor

Crônicas de um pai: esconder a dor

A jornada de uma vida guarda dias chuvosos, dias nos quais gostaríamos de não sair de casa, dias que pesam e doem. Encontrar esperança e sentido em meio pesar é caminho que pede reclusão. No meu caso, isso tornou os meus olhos mais pesados. Acredito mesmo que o meu sorriso não basta para esconder ou dissipar a minha dor. Quero aprender a deixar as minhas dores pelo caminho, quero aprender, preciso aprender. Não posso permitir que minhas tragédias, de forma alguma, aflorem em um momento fugidio. Não posso permitir que uma tristeza perdida e fora do lugar volte aos meus olhos. Não, não quero esconder algo de minha filha, quero aprender a ofertar flores e não dores.
Beijo!

Crônicas de um pai: a mãe e os ensaios de contração

Crônicas de um pai: a mãe e os ensaios de contração

Fico estático cada vez que noto a expressão de dor e de desconforto de Vany. São segundos longos nos quais fico a buscar nos gestos e sinais da mãe o que acontece. São os tais dos ensaios de contração ou é chegada a hora de irmos para a maternidade. A duração e a apreensão parece, durante os segundos  que dura, colocar um ponto de interrogação em nossas vidas. Expectativa e ansiedade, a roda da vida vai girar e nada será como antes, seremos três. É preciso ouvir o tempo, acompanhar o lento e ininterrupto impulso da vida. Somos feitos para o sorriso.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: a ginástica noturna do bebê

Crônicas de um pai: a ginástica noturna do bebê

Hora de dormir, hora de repousar. Maria Luíza, no entanto, está em meio à sua ginástica noturna. A cada dia, os movimentos são mais e mais perceptivos. A mãe, atenta, fica a se perguntar o que se passa, será que chegou a hora?
Ela faz yôga e pilates ao mesmo tempo, tudo isso, bem na hora de dormir. Não, não, minha filha, é hora de fechar os olhos, fazer a prece de boa noite e dormir. Não, não, Maria Luíza não é hora de descobrir que você tem duas mãos e que pode abrir os abraços para agarrar o pescoço da mamãe para mamar. Vamos dormir, minha filha. Não, não Maria Luíza não é hora de andar de bicicleta.
Vamos dormir, que a Cuca vem pegar!

Crônicas de um pai: entre Maria e Marta

Crônicas de um pai: entre Maria e Marta

É bem como eu me sinto, muitas vezes. Ora, sou Marta, aquela que se desdobra em mil afazeres, procurando carregar 58 malas e sustentando 35 bolas no ar, depois, sou Maria, aquela que deixa a irmã Marta perdida em suas atividades para dar ouvidos ao Mestre.
Quero dizer que, muitas vezes, ao retornar para casa fico entre Marta e Maria. O tempo é curto e há muito a fazer, ora quero ficar junto a Vany, ora quero aprontar a casa. O que quero mesmo é conversar e afagar a barriguinha, Maria Luíza quer brincar e eu, também.

Crônicas de um pai: família gripada (casal atchim)

Crônicas de um pai: família gripada (casal atchim)

Apesar de todos os cuidados, estamos gripados. Vany foi medicada, fez inalação e agora está ao meu lado. Eu estou tentando me recompor, para tanto, comecei a pintar a sala. Gostaria que a casa ficasse bonita, com cara de  nova para receber a nossa moradora.
O corpo dói, fico a pensar no nascimento. O quarto está pronto e o berço montado, hoje, ao chegar fiquei durante algum tempo povoando o quarto com a minha imaginação. Ela não tarda a chegar. Falta pouco. A expectativa é grande. Expectativa acompanhada de preocupação. A mãe e a filha estão bem, todavia, o nascimento em si é um tempo de delicadezas e pede cuidado maior. Mães e crianças podem se machucar na hora do nascimento, na hora do parto, fico a pedir para que tudo corra bem.
(saúde para quem espirrar! a noite promete ser longa...)

domingo, 2 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: a primeira eleição

Crônicas de um pai: a primeira eleição

Maria Luíza, ainda sem título eleitoral, ciente do que é cidadania, ainda que pela idade prefira que todos a tratem como o centro do mundo, votou pela primeira vez.
O voto é secreto, não importa, assim, em quem ela votou, basta saber que nossa filha mandar dizer que deseja um mundo no qual crianças não sejam abandonadas e que pais e as autoridades públicas façam o que é melhor, sempre, não apenas às vésperas de uma eleição; deseja, também, que as guerras cessem, que os homens de guerra ganhem pirulitos e voltem para as suas mães. Ela, sim, mandou dizer, agora, dorme, serena.

Crônicas de um pai: sentir medo

Crônicas de um pai: sentir medo

Entre os medos que me assustam, receio não estar por perto quando chegar a hora de irmos para a maternidade. Isso tem me apertado um bocado, tanto que na noite passada sonhei, ou melhor, tive um pesadelo.
Sonhei que fomos ao Santuário de Aparecida do Norte e, em meio à multidão, perdi a esposa, isso mesmo, perdi a Vany. Não a encontrava e não conseguia chamá-la ao telefone. A aflição crescia, não sabia onde estavam e como estavam. Passei a crer que ela se sentirá mal e a levaram ao Pronto-Socorro, mas onde? como saber? Sonho, pesadelo assustador.
Lembrei-me da última visita de minha mãe ao Santuário, ela tinha mais de 90 e enfrentava dificuldades grandes para caminhar. Ela desejava ver a imagem de Nossa Senhora de perto e, para tanto, era necessário subir uma rampa. De fato, uma cachoeira de pessoas subindo e descendo rampas para chegar perto do nicho no qual a imagem repousava. Infelizmente, pegamos a rampa do lado errado, ou seja, subíamos a rampa quando as pessoas a desciam, quando dei-me conta de que estávamos do lado errado, tentei dizer-lhe que era preciso dar a volta. Ela não me deu ouvidos, fácil entender a posição dela, para alguém com tantas dificuldades, dar a volta para pegar a rampa metros à frente era exercício interminável. Permanecemos ali e prosseguimos, éramos dois peixes contra um cardume.
Que Nossa Senhora nos abençoe tal como naquele dia ajudou a minha mãe a se aproximar, que hoje ela me faça não perder de vista a esposa no momento que ela mais precisar do meu braço.


sábado, 1 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: o sabor de melancia está de volta

Crônicas de um pai: o sabor de melancia está de volta

Voltamos do mercado com uma melancia, a mãe está ao meu lado a cobrar que ela seja aberta e fatiada para degustação. Durante a gestação, Vany não teve as chamadas 'vontades' que, em geral, ouvimos. A exceção talvez seja a melancia. Fruta saborosa que aos olhos de Vany tornou-se uma fiel companheira de aventuras. Em parte, creio que tem a ver com as mudanças vividas pelo corpo durante a gestação. Ora, ela sente frio, ora calor, em questão de instantes. Para se ter uma ideia, hoje, ao sairmos de carro, aliás, para ir ao mercado, ela abriu e fechou a janela duas vezes e, por fim, ligou o ar, tudo isso em apenas dois quarteirões...(espero que ela não leia isso, ou terei problemas). A melancia, agora, está sobre a mesa aguardando. Fruta refrescante que, acredito, ajuda a mãe a atravessar os dias de calor e de frio. Estou certo que uma vez aberta a nossa querida melancia não chegará até segunda, Vany, como dizer, cuidará de forma carinhosa da melancia, o a sabor está de volta.

Crônicas de um pai: sábado, dia de cinema....ou, não

Crônicas de um pai: sábado, dia de cinema...ou, não

Depois de um semana de trabalho nada como dias de merecido descanso, acordar sem o despertador, fazer tudo de forma despreocupada, sem a pressão do tempo que escoa.
Sábado, dia nacional do cineminha, gorou. Preparar, lavar, pintar, montar são operações que não tem fim, sobretudo, quando estamos em meio a mudanças tão profundas.
Estamos bem, apesar de passarmos o sábado em casa, estamos maravilhosamente bem, felizes. Ainda há pouco, nos demos conta que somos capazes de rir, estamos dispostos, estamos prontos para recebê-la. Não há cinema ou visita a amigos, votamos o dia a recriar o nosso mundo/casa. Os pais nascem tal como uma criança, estamos aqui, prontos e tranquilos.
Bom sábado!!

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: minha filha

Crônicas de um pai: minha filha

Eis a nossa menina. Ao longo do dia, mostrei a imagem a pessoas próximas, algumas nada conseguiram ver, outras, acompanharam as minhas descrições do ultrassom. Pais de primeira viagem, nada familiarizados com o exame podem acreditar que veem de tudo um pouco. Chega a ser engraçado, se a médica lhe disser que do canto superior direito está a porta da Kombi, por que não? Sim, posso ver a linha e o batente da porta.
Não, relevem a brincadeira, eis a minha filha, a pequena Maria Luíza! Beijo! Beijo! pãozinho de leite!

Crônicas de um pai: limpar o quarto do bebê e instalar os nichos na parede

Crônicas de um pai: limpar o quarto do bebê e instalar os nichos na parede

Mudanças de móveis e vassouras, furadeiras e limpeza a vapor, o final de tarde e o começo da noite foi entre afazeres. O quarto está bonito, simpático, bem diferente do que era. Ainda que os móveis sejam os mesmos, a nova disposição criou um novo espaço. O berço americano completamente branco confere nova atmosfera. As paredes pintadas com novas cores - palha e rosa - criam paisagem agradável. Esperamos que ela goste. Acabamos de instalar o conjunto de três nichos na parede junto ao berço. Vany, desde o início, imaginava decoração com nichos. Maria Luíza, no final, ganhou da avó materna a decoração de parede, agora, estão instalados e aguardando o trio de ursos - de tamanhos diferentes - que serão ali guardados.
O pai desconhece os caminhos e as visões da decoração que vão na cabeça da esposa, este pai aqui, diverte-se e agradece, de forma silenciosa, a bênção de uma filha.
Amém!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: caras e bocas de Maria Luíza

Crônicas de um pai: caras e bocas de Maria Luíza

Não me lembrava mais, ontem, depois do ultrassom, Vany falou sobre a maneira de Maria Luíza escorar o rosto com um das mãos. Falou, também, de como exame anterior revelou uma peculiar maneira de esticar e recolher as pernas. Vany ficou a lembrar das duas situações para dizer que Maria Luíza puxaria ao pai, a maneira de apoiar o rosto ou das pernas seriam, de acordo com Vany, marcas minhas, sinais próprios. Correto ou não, por ora, só sei que as bochechas de nossa menina são generosas e ofertam sorrisos.

Crônicas de um pai: centopeia ou um varal cheio de meias e sapatinhos

 Crônicas de um pai: centopeia ou um varal cheio de meias e de sapatinhos

Assim mesmo, recolhi o varal do dia. Era infindável e o vento gelado da noite tornava o ofício ainda mais longo. Havia meias de lã e sapatinhos dos mais diversos tipos e cores. A impressão que tive ao olhar o varal foi a de que teremos mais de um filho, talvez três, ou quatro.
Nada lhe faltará e haveremos de saber ajudar outros bebês que precisam de ajuda.
Nossa Maria Luíza compartilhará os seus regalos.

Crônicas de um pai: as dores da mãe

Crônicas de um pai: as dores da mãe

Elas se tornam mais e mais frequentes. Tentamos distinguir entre as dores próprias da gestação, das mudanças do corpo da mãe que se prepara para trazer à luz uma menina e, as outras, próprias do nascimento, do parto. Sinto vontade de carregar Vany no colo para minimizar o seu desconforto e embalá-la. A gestação transcorreu, graças a Deus, de forma tranquila, apenas agora na reta final as dificuldades e desconfortos aumentaram. Descobrir a posição, por exemplo, para dormir é um desafio. Deitar e virar na cama são, agora, operações complicadas e delicadas.
Aguardar e zelar pelo saúde das duas mulheres da casa é o meu papel.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: com a minha mão sobre a barriga de Vany

Crônicas de um pai: com a minha mão sobre a barriga de Vany

Eu a ouço, sinto-a esticando pernas e braços, ela é forte. Os seus pulmões, vimos hoje, trabalham bem. A mãe a leva para todos os lugares, já diz sentir saudades de quando se separarem. Eu as ouço e fico a pensar, fico a sonhar.
Não sei de quantas maneiras posso agradecer a incomensurável bênção que recebemos.

Crônicas de um pai: o ultrassom perfeito da 36a. semana

Crônicas de um pai: o ultrassom perfeito da 36a. semana

Dia de exame, dia de ultrassom. A primeira impressão da sala de exames era a de que a temperatura estava adequada para a Antártida, a senhora pinguim, com certeza, estaria serena e satisfeita com o clima para fazer picolés. Comentei com a Vany a respeito da temperatura e ouvi que era agradável, sentia-se bem. De alguma forma o corpo feminino, durante a gestação, passa a preferir salada de cubos de gelo à salada de tomates.
Quando o exame começou esqueci-me que tiritava de frio e fui me encontrar com a nossa filha. Conseguimos ver o rosto e as bochechas, ela chupava o dedo...
Todos os sinais, fluxo de artérias, batimento cardíaco, pulmões, rins, dimensões, tudo, tudo, dentro do esperado; nossa menina tem 3 quilos e mede aproximadamente 47 centímetros.
Maria Luíza tem cabelo, espetado, mas tem. Tenho agora em meus olhos a imagem âmbar do exame a mostrar a nossa pequena a proteger o rosto. Linda, a nossa filha.
Nossa menina está bem, a mãe está bem, ainda que a chorar pela filha e o pai esqueceu-se do frio que fazia na sala de exames.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: a morte do pai

Crônicas de um pai: a morte do pai

Ao longo das semanas as preces de um pai mudam. As primeiras orações rogam por uma gestação saudável para a mãe e para o bebê. (Preocupação alargada com as ondas de zika e de dengue que tanto nos castigaram). À medida dos dias, passei a pedir para ter o privilégio de ter a minha filha em meus braços. Rogo para que tenha tempo para vê-la crescer e ser feliz, crescer e partir, crescer e me ensinar a sorrir de uma forma nova e única: sorrir por ela. Um pai tem medo de deixar os seus, medo de partir, medo de se ausentar, medo de não abrir os olhos, medo.
Rogo a Deus que me dê a chance de ver os meus juntos e felizes!

Notas de leitura: romances históricos de Naguib Mahfouz

Notas de leitura: romances históricos de Naguib Mahfouz

Sou leitor apaixonado de romances históricos, criei mesmo uma estante (imaginária) para reuni-los. Divididos por período histórico e por autor, os livros contarão muito a respeito de meu próprio percurso como leitor. Alexandre Dumas, Walter Scott, Eça de Queirós e Naguib Mahfouz estão entre os meus favoritos. Este último, Mahfouz merece agora a minha atenção. Eu o conheci, infelizmente, apenas nos anos 80 quando ganhou o Nobel de Literatura. Naqueles dias, em virtude da premiação internacional, editoras brasileiras lhe deram algum espaço nas prateleiras. Foi tristemente passageiro, hoje, a belíssima trilogia do Cairo - romances que acompanham a história de uma família ao longo de gerações - é encontrada apenas em sebos. Escritor habilidoso, em condições de manusear gêneros literários com maestria, Mahfouz dedicou-se, inclusive ao romance histórico. Visto que o gênero romance histórico tinha pouca presença em nossas livrarias, estes romances de Mahfouz ficaram distantes de nós entre os anos 80 e 90. Levei anos até conseguir, durante uma viagem, reunir algumas de seus trabalhos. Algo curioso: encontrava-me feliz em uma sala de espera de aeroporto na Europa tendo nas mãos uma de suas obras quando soube que, naquele dia, no Egito, ele faleceu. Melancólica situação, no momento em que eu o ganhava, eu o perdia e justamente em um aeroporto, lugar de passagem e de espera, de expectativa e de sonho. Sim, aeroportos são para mim espaços oníricos.

(continua)

A Beleza da Física: inteligência artificial

(A colaboradora Vânia Scott nos desafia a pensar em robôs)

A Beleza da Física: inteligência artificial

Quem nunca sonhou em ter robôs que realizassem nossas piores tarefas diárias?
Os pesquisadores das grandes indústrias pesquisam o aprimoramento da inteligência dos robôs, desejam torná-los cada vez mais acessíveis ao público, principalmente para o uso doméstico.
Visitando uma conhecida fábrica de refrigerantes no mês passado, achei muito interessante não ver nenhum trabalhador em meio à produção. Galpões imensos apenas com máquinas.
Se pensarmos bem, uma esteira elétrica para exercícios físicos, não passava de um desenho animado anos atrás. O que dizer do micro-ondas, aquecendo a comida diretamente no prato,  um verdadeiro sonho de minhas avós. Essas máquinas fazem o que foram programadas para fazer. E, assim, esperamos que seja com os robôs.
Entretanto, um grupo de pesquisadores busca dar autonomia e inteligência às máquinas, ou seja, capacidade para aprender e discernir. O mais interessante, ou assustador, quando se procura dar autonomia aos computadores, ou inteligência, é imaginar que as máquinas podem acreditar que o homem é um ser que incompleto, cujas ações não são totalmente planejadas e orientadas pela razão.

O desafio está conosco. E você? Vai querer um robô?

(Por Vânia Scott)

Crônicas de um pai: dormir

Crônicas de um pai: dormir

Os dias são cada vez mais longos, há sempre trabalho em casa. Eu sou o nosso pintor e os dias terminam invariavelmente tarde, hoje, ao retornar cedo, julguei preciso fechar os olhos durante alguns minutos antes de começar a pintar a nossa sala; resultado, dormi durante mais de três horas, aliás, eu e Vany, nós apagamos. Rimos e ao mesmo tempo nos preocupamos, um dia a menos para aprontar tudo.
Nos lembramos de todos ao nosso redor que profetizaram: durmam agora, depois, isso não lhes pertencerá mais!!
Estou certo que encontraremos um caminho, de mãos dadas daremos um jeito, daremos boas risadas e nos abraçaremos.





segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: adormeça em meu colo

Crônicas de um pai: adormeça em meu colo

Venha, me abrace e adormeça silenciosa em meu colo. Você mal consegue manter os olhos abertos, resiste o mais que pode, quer descobrir o mundo do seu quarto e mal se mantém desperta para tanto. Vou lhe contar uma história das mil e uma noites, há viajantes e aventuras, tragédias e esperanças, alegrias e um cheiro de aniz. Adormeça, velarei pelo seu descanso, manterei os monstros e as tristezas longe.

Diário de Proprietário: Ford Galaxie, manutenção e reparos (Canal You Tube)


Diário de Proprietário: Ford Galaxie, manutenção e reparos (Canal You Tube)
(O colaborador Caram Dabuz Abdalla noticia o Canal de Gian Chiarelli, Diário de Proprietário: Ford Galaxie, manutenção e reparos - You Tube)

Há novo material na rede para os que gostam do modelo Ford Galaxie e desejam cuidar de suas máquinas, o colecionador Gian Chiarelli, criou canal no You Tube e começou a postar vídeos sobre os possantes da Ford do Brasil.

https://www.youtube.com/channel/UCuwdPdFQRrqqCoH4S-vH7Wg?app=desktop

domingo, 25 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: a Turma da Mônica


Crônicas de um pai: a Turma da Mônica


Sim, desde ontem, Maria Luíza ganhou dos pais um boneco da Mônica. Ele leva uma fita vermelha na cabeça e outra no vestido. É fato que ela ainda não brincará com ela, em virtude do tamanho do brinquedo, no entanto, era preciso povoar o quarto. Dar à pequena uma outra menina para brincar.
O quarto ficará lindo, espero - esperamos - que ela goste, que seja feliz, sinceramente feliz.

Crônicas de um pai: ensinar a rezar

Crônicas de um pai: ensinar a rezar

Ensinar a acreditar que o mundo é mais do aparenta ser, desvendar o sentido, encantá-lo com a transcendência e saber que, tempos atrás, uma senhora de nome Fadua Dabuz - a bisavó - sentava-se à oriental e reunia os seus filhos ao seu redor e ficava a ler sua Bíblia em língua árabe.
Caberá a mim falar à pequena Maria Luíza sobre a sua bisavó e, da maneira como ela levou a sua família a ser devota de Nossa Senhora Aparecida a quem amou, tanto quanto o seu primeiro amor, Nossa Senhora do Líbano.

Crônicas de um pai: limpeza e retoques

Crônicas de um pai: limpeza e retoques

As poucas horas disponíveis durante a semana não bastam, assim, os finais de semana são dedicados aos preparativos. O quarto está quase pronto, ainda pintarei janela e porta, depois disso, retoques, colocar as cortinas e limpar tudo. O quarto mudou muito, aproveitamos os móveis que tínhamos, de novo, apenas um berço americano e as cores novas das paredes. Aliás, duas cores diferentes: palha e rosa, sim, isso mesmo, três paredes palha - eu o chamaria de amarelo - e uma parede rosa. Aos pais de primeira viagem que vão se dedicar à pintura do quarto, declaro que fica ótimo, no entanto, dá um trabalho daqueles. Usar duas cores pede retoques e retoques para ficar bonito, no entanto, o resultado vale a pena.
No momento Vany guarda peças lavadas e passadas nos últimos dias, está a namorar as gavetas, ainda há pouco estava ao seu lado, cuidando de quem estamos a esperar.

(divergências: entre os meus gostos está o da Paleontologia, isso me levou a ter uma pequena coleção de bonecos de animais pré-históricos, estou a pensar em levar um ou outro para passear no quarto da pequena Maria Luíza, a mãe rejeita a ideia, ela crê que a cor da pele do monstro não combina com as paredes...)

sábado, 24 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: a eleição do amor

Crônicas de um pai: a eleição do amor

Aceitamos felizes a oportunidade e o presente, mudamos e mudamos muito. Levamos o dia de sábado entre afazeres dos mais diversos, de exames a pintura de paredes, agora, enquanto escrevo, Vany dedica-se a passar peças de roupas de Maria Luíza. Nos desdobramos mais e mais, felizes e satisfeitos, não há tempo ruim, fazemos o que é preciso e sorrimos. A vida é grande. Ao tempo em que estudava latim, lia sobre o amor que cura o mal de amor, o amor que cura tristezas. Os cuidados da casa com os quais estamos envolvidos, após tantas dores, recompõem os nossos corpos. Cada ação, cada fragmento de memória nos ajuda a  perseverar.
A eleição, no final das contas vale um 'Ad astra per ultra' - Aos astros e além.

Crônicas de um pai: sábado de exames

Crônicas de um pai: sábado de exames

Nossos sábados começam cedo, em geral, em jejum, os sábados são dias de exames. A proximidade aumenta o número de exames, agora, são semanais. É pena tirar Vany tão cedo da cama, a gravidez exige do corpo, torna-o templo da vida e isso pede esforços que não desconfiamos. De tanto trabalhar, de tanto criar a vida, o corpo pede repouso, desejo e necessidade de fechar os olhos. Despertá-la quando tudo ao meu redor diz o contrário, mas é sábado e, afinal, é dia de exames.
Depois de uma semana de trabalho, há que se por a caminho para realizar exames.
Beijo!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

(IV) Notas de um restaurador de carros: as cores

(O colaborador Caram Dabuz Abdalla continua a série sobre pinturas automotivas)

(IV) Notas de um restaurador de carros: as cores

Na postagem anterior consideramos dois casos: o de uma Blazer GM 2000, prata escuna, e o do Opala 1980, amarelo candeias. Se o primeiro era facilmente resolvido com a ajuda de tabelas de fabricante, o segundo, mostrava as limitações das tais tabelas. Elas são um ponto de partida, mas não trazem todas as soluções para o trabalho de restauração.
Resolvido o problema da cor, ou melhor, do nome da cor, agora precisamos fazer a tinta. Nosso desafio ainda não está resolvido. A tecnologia de pintura automotiva muda regularmente o que dizer de carros fabricados décadas atrás. Se sei o nome da cor, saberei qual o código da cor e os pigmentos utilizados pelo fabricante de tintas.
Bacana, não?! Sim, avançamos um bocado, conhecemos o nome da cor, o código e, portanto, os pigmentos utilizados na fabricação.
Detalhe importante: as cores envelhecem, ou melhor, a pintura envelhece e, desta forma, a cor é alterada. Vivi situações nas quais a pintura de um carro foi refeita, os responsáveis pesquisaram, descobriram nome e fabricaram a tinta seguindo o código. Pintado o carro, ficaram descontentes quando perceberam que a pintura do cofre do motor, original do veículo, era diferente da nova pintura. Acreditaram que o pintor havia se equivocado e errado na elaboração da tinta. No caso, a tinta estava certa, os proprietários não se deram conta de que o carro antigo que tinham em sua coleção exibia uma tinta que envelhecerá. A nova pintura aos seus olhos não correspondia à cor original, de fato, a nova pintura está mais próxima da cor original do que a do cofre do motor.

(Por Caram Dabuz Abdalla)

Crônicas de um pai: onde estão os travesseiros?

Crônicas de um pai: onde estão os travesseiros?

Acostumei-me a dormir com mais de um travesseiro, nas últimas semanas, eu os perdi, no início achei que era algo passageiro, talvez estivessem passeando por outro cômodo da casa ou, quem sabe, foram à lavanderia tomar um ar. Quando notei que desapareceram registrei boletins e mais boletins de ocorrência para saber o que se passou. Até o momento nada foi esclarecido, ainda estão desaparecidos os travesseiros da casa, minha esposa disse que acha tudo estranho, ela é solidária em minha busca pelos travesseiros perdidos.

Crônicas de um pai: o dia seguinte ao hospital

Crônicas de um pai: o dia seguinte ao hospital

Os passos ficam sensivelmente mais leves, as horas tensas deram lugar ao alívio. Deixamos, ontem, o hospital leves. Os dias que chegam pedirão mais e mais de nós. Estamos bem e a cada dia nos aproximamos do nascimento.
Ao mesmo tempo, a cada notícia que ouvimos a respeito do abandono de crianças, nos sentimos tristes. Não planejamos a nossa gravidez, no entanto, nos transformamos em pais, o receio inicial deu lugar a esforço e dedicação. Ficamos a nos perguntar o que acontece com homens e mulheres que, apesar de receberem o dom de uma vida, são negligentes e deixam para trás os seus filhos. Os pais não estão ali, eles não nasceram, não encontraram dentro de si mesmos o afeto, não foram tocados pela graça.
Às vésperas do nascimento de nossa família, ficamos a pensar como podemos ajudar pais e crianças, queremos ajudá-los.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: passar a tarde no hospital

Crônicas de um pai: passar a tarde no hospital

Voltei mais cedo do serviço para irmos ao médico, Vany sentia dores fortes. A partir de agora, nossa filha pode chegar a qualquer instante. A gravidez provoca grandes alterações e dilatações do corpo, que, de forma inevitável, resultam em dores e desconfortos. Todavia, não há como saber se é uma dor própria das mudanças da gestação ou se é a dilatação do parto. Fomos ao Pronto Socorro da Maternidade na qual nossa filha nascerá, fizemos exames e soubemos que tudo está bem, as dores, infelizmente, são próprias da gestação, precisaremos ter paciência. Enquanto aguardávamos fiquei a pensar que, em breve, caminharei pelos corredores do Hospital levando nos braços um filho. Um pai é lentamente gestado no embalo de um bebê.