sexta-feira, 23 de setembro de 2016

(IV) Notas de um restaurador de carros: as cores

(O colaborador Caram Dabuz Abdalla continua a série sobre pinturas automotivas)

(IV) Notas de um restaurador de carros: as cores

Na postagem anterior consideramos dois casos: o de uma Blazer GM 2000, prata escuna, e o do Opala 1980, amarelo candeias. Se o primeiro era facilmente resolvido com a ajuda de tabelas de fabricante, o segundo, mostrava as limitações das tais tabelas. Elas são um ponto de partida, mas não trazem todas as soluções para o trabalho de restauração.
Resolvido o problema da cor, ou melhor, do nome da cor, agora precisamos fazer a tinta. Nosso desafio ainda não está resolvido. A tecnologia de pintura automotiva muda regularmente o que dizer de carros fabricados décadas atrás. Se sei o nome da cor, saberei qual o código da cor e os pigmentos utilizados pelo fabricante de tintas.
Bacana, não?! Sim, avançamos um bocado, conhecemos o nome da cor, o código e, portanto, os pigmentos utilizados na fabricação.
Detalhe importante: as cores envelhecem, ou melhor, a pintura envelhece e, desta forma, a cor é alterada. Vivi situações nas quais a pintura de um carro foi refeita, os responsáveis pesquisaram, descobriram nome e fabricaram a tinta seguindo o código. Pintado o carro, ficaram descontentes quando perceberam que a pintura do cofre do motor, original do veículo, era diferente da nova pintura. Acreditaram que o pintor havia se equivocado e errado na elaboração da tinta. No caso, a tinta estava certa, os proprietários não se deram conta de que o carro antigo que tinham em sua coleção exibia uma tinta que envelhecerá. A nova pintura aos seus olhos não correspondia à cor original, de fato, a nova pintura está mais próxima da cor original do que a do cofre do motor.

(Por Caram Dabuz Abdalla)

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