sábado, 17 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: revelações do Pateta

Crônicas de um pai: revelações do Pateta

A paternidade não deixa ninguém ao meu redor indiferente ao que vivo, todos têm algo a me dizer, algo a compartilhar. Duas situações: na semana que passou, Fabrício, amigo do trabalho, compartilhou experiências que me fizeram sorrir e agradecer. Mostrou-me algo que os dias ligeiros dão pouca chance.
No mesmo dia, mais tarde, caminhava pela rua carregando uma banheira de bebê, uma cadeirinha e uma sacola, estava, fácil entender, em uma daquelas situações que me lembravam do grande Pateta (Goofy Goof) de Walt Disney, o desastre andava próximo. Divertido e assustador imaginar que poderia tropeçar e arremessar minha banheira contra carros e provocar uma confusão de grandes proporções.
Alguém sobrecarregado, ou melhor, pateticamente carregado, chama, com certeza a atenção, mas a atenção aqui, acredito, tinha aos meus olhos apelo de cumplicidade. Juro que mais de uma pessoa cumprimentou-me, pessoas desconhecidas todas elas, ao perceberem que ali caminhava um pai carregado ofereceram a sua simpatia. Havia um íntimo e silencioso 'eu sei o que é isso'. Ninguém fica indiferente ao nascimento, ou quem sabe, talvez eu esteja errado e uma das consequências da paternidade seja o feroz desenvolvimento da lado pateta e, no final, ninguém me cumprimentou, mas estavam rindo da minha condição de carregador sem braços suficientes.

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