sábado, 17 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: O peregrino do amor de Washington Irving

Crônicas de um pai: O peregrino do amor de Washington Irving

As notas escritas recentemente sobre o escritor Washington Irving explicam-se pela lembrança, nos últimos dias, do livro 'Narrativas do Alhambra'. Esta será uma das obras que colocarei na estante de minha filha.   Quero lhe apresentar a literatura de Washington Irving.
Se por um lado desejo lhe falar sobre o escritor, por outro, um dos contos, de forma particular, vem à memória com insistência: Ahmed, o peregrino do amor.
Escrito a partir de oitivas de contadores de histórias espanhóis, o peregrino do amor ressurge em minha memória como história que deve me dizer algo sobre a educação de filhos. Criamos filhos para o mundo, nos lhes oferecemos o andamento e a música nas quais cremos e que nos trouxe até aqui e, a partir disso, eles hão de saber o que criar.
O conto de Irving reitera isso, Ahmed, jovem príncipe, é isolado do mundo. Os pais de Ahmed construíram para o filho um palácio dentro do palácio no qual viviam. Isolado do mundo, isolado do contato com outras pessoas, Ahmed leva os dias apenas com os pais e um sábio que lhe ensinava as ciências. Os pais desejavam proteger o filho, temiam que conhecesse pessoas que lhe fizessem mal, temiam pelo seu sofrimento. Versado e erudito, o jovem Ahmed, sabe tudo e, ao mesmo tempo, nada a respeito do mundo.
Certa vez, Ahmed observou que o sábio que o acompanhava era capaz de conversar com as aves. Inquieto e curioso, o jovem tanto insistiu com o sábio que este aceitou lhe ensinar o segredo da linguagem dos pássaros. A partir de agora, os dias são vividos pelo jovem entre os pais, o sábio e os amigos pássaros. Aos últimos não interessa os cuidados do isolamento de Ahmed e educam-no em uma arte, que, até então, não lhe fora ensinada pelo sábio: o amor.
Descobriu o amor a partir das revelações dos pássaros e, outrossim, a história de uma jovem, que, tal como ele estava isolada do mundo. A história da jovem lhe bastou para elegê-la como a sua amada. O palácio no qual vivia transformou-se em prisão, urgia fugir e viver o amor. A sua fuga contou com a ajuda e a cumplicidade de seus amigos pássaros.
Peripécias, aventuras, angústias foram vividas em uma peregrinação longa e exaustiva, o amor exigia empenho e devoção. Todavia, como uma boa história romântica, temos um final feliz, os jovens que viveram isolados encontram-se e elegem-se o amor um do outro.
(educamos filhos para o mundo)

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