terça-feira, 27 de setembro de 2016

Notas de leitura: romances históricos de Naguib Mahfouz

Notas de leitura: romances históricos de Naguib Mahfouz

Sou leitor apaixonado de romances históricos, criei mesmo uma estante (imaginária) para reuni-los. Divididos por período histórico e por autor, os livros contarão muito a respeito de meu próprio percurso como leitor. Alexandre Dumas, Walter Scott, Eça de Queirós e Naguib Mahfouz estão entre os meus favoritos. Este último, Mahfouz merece agora a minha atenção. Eu o conheci, infelizmente, apenas nos anos 80 quando ganhou o Nobel de Literatura. Naqueles dias, em virtude da premiação internacional, editoras brasileiras lhe deram algum espaço nas prateleiras. Foi tristemente passageiro, hoje, a belíssima trilogia do Cairo - romances que acompanham a história de uma família ao longo de gerações - é encontrada apenas em sebos. Escritor habilidoso, em condições de manusear gêneros literários com maestria, Mahfouz dedicou-se, inclusive ao romance histórico. Visto que o gênero romance histórico tinha pouca presença em nossas livrarias, estes romances de Mahfouz ficaram distantes de nós entre os anos 80 e 90. Levei anos até conseguir, durante uma viagem, reunir algumas de seus trabalhos. Algo curioso: encontrava-me feliz em uma sala de espera de aeroporto na Europa tendo nas mãos uma de suas obras quando soube que, naquele dia, no Egito, ele faleceu. Melancólica situação, no momento em que eu o ganhava, eu o perdia e justamente em um aeroporto, lugar de passagem e de espera, de expectativa e de sonho. Sim, aeroportos são para mim espaços oníricos.

(continua)

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