domingo, 2 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: sentir medo

Crônicas de um pai: sentir medo

Entre os medos que me assustam, receio não estar por perto quando chegar a hora de irmos para a maternidade. Isso tem me apertado um bocado, tanto que na noite passada sonhei, ou melhor, tive um pesadelo.
Sonhei que fomos ao Santuário de Aparecida do Norte e, em meio à multidão, perdi a esposa, isso mesmo, perdi a Vany. Não a encontrava e não conseguia chamá-la ao telefone. A aflição crescia, não sabia onde estavam e como estavam. Passei a crer que ela se sentirá mal e a levaram ao Pronto-Socorro, mas onde? como saber? Sonho, pesadelo assustador.
Lembrei-me da última visita de minha mãe ao Santuário, ela tinha mais de 90 e enfrentava dificuldades grandes para caminhar. Ela desejava ver a imagem de Nossa Senhora de perto e, para tanto, era necessário subir uma rampa. De fato, uma cachoeira de pessoas subindo e descendo rampas para chegar perto do nicho no qual a imagem repousava. Infelizmente, pegamos a rampa do lado errado, ou seja, subíamos a rampa quando as pessoas a desciam, quando dei-me conta de que estávamos do lado errado, tentei dizer-lhe que era preciso dar a volta. Ela não me deu ouvidos, fácil entender a posição dela, para alguém com tantas dificuldades, dar a volta para pegar a rampa metros à frente era exercício interminável. Permanecemos ali e prosseguimos, éramos dois peixes contra um cardume.
Que Nossa Senhora nos abençoe tal como naquele dia ajudou a minha mãe a se aproximar, que hoje ela me faça não perder de vista a esposa no momento que ela mais precisar do meu braço.


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