sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: minha filha

Crônicas de um pai: minha filha

Eis a nossa menina. Ao longo do dia, mostrei a imagem a pessoas próximas, algumas nada conseguiram ver, outras, acompanharam as minhas descrições do ultrassom. Pais de primeira viagem, nada familiarizados com o exame podem acreditar que veem de tudo um pouco. Chega a ser engraçado, se a médica lhe disser que do canto superior direito está a porta da Kombi, por que não? Sim, posso ver a linha e o batente da porta.
Não, relevem a brincadeira, eis a minha filha, a pequena Maria Luíza! Beijo! Beijo! pãozinho de leite!

Crônicas de um pai: limpar o quarto do bebê e instalar os nichos na parede

Crônicas de um pai: limpar o quarto do bebê e instalar os nichos na parede

Mudanças de móveis e vassouras, furadeiras e limpeza a vapor, o final de tarde e o começo da noite foi entre afazeres. O quarto está bonito, simpático, bem diferente do que era. Ainda que os móveis sejam os mesmos, a nova disposição criou um novo espaço. O berço americano completamente branco confere nova atmosfera. As paredes pintadas com novas cores - palha e rosa - criam paisagem agradável. Esperamos que ela goste. Acabamos de instalar o conjunto de três nichos na parede junto ao berço. Vany, desde o início, imaginava decoração com nichos. Maria Luíza, no final, ganhou da avó materna a decoração de parede, agora, estão instalados e aguardando o trio de ursos - de tamanhos diferentes - que serão ali guardados.
O pai desconhece os caminhos e as visões da decoração que vão na cabeça da esposa, este pai aqui, diverte-se e agradece, de forma silenciosa, a bênção de uma filha.
Amém!

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: caras e bocas de Maria Luíza

Crônicas de um pai: caras e bocas de Maria Luíza

Não me lembrava mais, ontem, depois do ultrassom, Vany falou sobre a maneira de Maria Luíza escorar o rosto com um das mãos. Falou, também, de como exame anterior revelou uma peculiar maneira de esticar e recolher as pernas. Vany ficou a lembrar das duas situações para dizer que Maria Luíza puxaria ao pai, a maneira de apoiar o rosto ou das pernas seriam, de acordo com Vany, marcas minhas, sinais próprios. Correto ou não, por ora, só sei que as bochechas de nossa menina são generosas e ofertam sorrisos.

Crônicas de um pai: centopeia ou um varal cheio de meias e sapatinhos

 Crônicas de um pai: centopeia ou um varal cheio de meias e de sapatinhos

Assim mesmo, recolhi o varal do dia. Era infindável e o vento gelado da noite tornava o ofício ainda mais longo. Havia meias de lã e sapatinhos dos mais diversos tipos e cores. A impressão que tive ao olhar o varal foi a de que teremos mais de um filho, talvez três, ou quatro.
Nada lhe faltará e haveremos de saber ajudar outros bebês que precisam de ajuda.
Nossa Maria Luíza compartilhará os seus regalos.

Crônicas de um pai: as dores da mãe

Crônicas de um pai: as dores da mãe

Elas se tornam mais e mais frequentes. Tentamos distinguir entre as dores próprias da gestação, das mudanças do corpo da mãe que se prepara para trazer à luz uma menina e, as outras, próprias do nascimento, do parto. Sinto vontade de carregar Vany no colo para minimizar o seu desconforto e embalá-la. A gestação transcorreu, graças a Deus, de forma tranquila, apenas agora na reta final as dificuldades e desconfortos aumentaram. Descobrir a posição, por exemplo, para dormir é um desafio. Deitar e virar na cama são, agora, operações complicadas e delicadas.
Aguardar e zelar pelo saúde das duas mulheres da casa é o meu papel.

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: com a minha mão sobre a barriga de Vany

Crônicas de um pai: com a minha mão sobre a barriga de Vany

Eu a ouço, sinto-a esticando pernas e braços, ela é forte. Os seus pulmões, vimos hoje, trabalham bem. A mãe a leva para todos os lugares, já diz sentir saudades de quando se separarem. Eu as ouço e fico a pensar, fico a sonhar.
Não sei de quantas maneiras posso agradecer a incomensurável bênção que recebemos.

Crônicas de um pai: o ultrassom perfeito da 36a. semana

Crônicas de um pai: o ultrassom perfeito da 36a. semana

Dia de exame, dia de ultrassom. A primeira impressão da sala de exames era a de que a temperatura estava adequada para a Antártida, a senhora pinguim, com certeza, estaria serena e satisfeita com o clima para fazer picolés. Comentei com a Vany a respeito da temperatura e ouvi que era agradável, sentia-se bem. De alguma forma o corpo feminino, durante a gestação, passa a preferir salada de cubos de gelo à salada de tomates.
Quando o exame começou esqueci-me que tiritava de frio e fui me encontrar com a nossa filha. Conseguimos ver o rosto e as bochechas, ela chupava o dedo...
Todos os sinais, fluxo de artérias, batimento cardíaco, pulmões, rins, dimensões, tudo, tudo, dentro do esperado; nossa menina tem 3 quilos e mede aproximadamente 47 centímetros.
Maria Luíza tem cabelo, espetado, mas tem. Tenho agora em meus olhos a imagem âmbar do exame a mostrar a nossa pequena a proteger o rosto. Linda, a nossa filha.
Nossa menina está bem, a mãe está bem, ainda que a chorar pela filha e o pai esqueceu-se do frio que fazia na sala de exames.

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: a morte do pai

Crônicas de um pai: a morte do pai

Ao longo das semanas as preces de um pai mudam. As primeiras orações rogam por uma gestação saudável para a mãe e para o bebê. (Preocupação alargada com as ondas de zika e de dengue que tanto nos castigaram). À medida dos dias, passei a pedir para ter o privilégio de ter a minha filha em meus braços. Rogo para que tenha tempo para vê-la crescer e ser feliz, crescer e partir, crescer e me ensinar a sorrir de uma forma nova e única: sorrir por ela. Um pai tem medo de deixar os seus, medo de partir, medo de se ausentar, medo de não abrir os olhos, medo.
Rogo a Deus que me dê a chance de ver os meus juntos e felizes!

Notas de leitura: romances históricos de Naguib Mahfouz

Notas de leitura: romances históricos de Naguib Mahfouz

Sou leitor apaixonado de romances históricos, criei mesmo uma estante (imaginária) para reuni-los. Divididos por período histórico e por autor, os livros contarão muito a respeito de meu próprio percurso como leitor. Alexandre Dumas, Walter Scott, Eça de Queirós e Naguib Mahfouz estão entre os meus favoritos. Este último, Mahfouz merece agora a minha atenção. Eu o conheci, infelizmente, apenas nos anos 80 quando ganhou o Nobel de Literatura. Naqueles dias, em virtude da premiação internacional, editoras brasileiras lhe deram algum espaço nas prateleiras. Foi tristemente passageiro, hoje, a belíssima trilogia do Cairo - romances que acompanham a história de uma família ao longo de gerações - é encontrada apenas em sebos. Escritor habilidoso, em condições de manusear gêneros literários com maestria, Mahfouz dedicou-se, inclusive ao romance histórico. Visto que o gênero romance histórico tinha pouca presença em nossas livrarias, estes romances de Mahfouz ficaram distantes de nós entre os anos 80 e 90. Levei anos até conseguir, durante uma viagem, reunir algumas de seus trabalhos. Algo curioso: encontrava-me feliz em uma sala de espera de aeroporto na Europa tendo nas mãos uma de suas obras quando soube que, naquele dia, no Egito, ele faleceu. Melancólica situação, no momento em que eu o ganhava, eu o perdia e justamente em um aeroporto, lugar de passagem e de espera, de expectativa e de sonho. Sim, aeroportos são para mim espaços oníricos.

(continua)

A Beleza da Física: inteligência artificial

(A colaboradora Vânia Scott nos desafia a pensar em robôs)

A Beleza da Física: inteligência artificial

Quem nunca sonhou em ter robôs que realizassem nossas piores tarefas diárias?
Os pesquisadores das grandes indústrias pesquisam o aprimoramento da inteligência dos robôs, desejam torná-los cada vez mais acessíveis ao público, principalmente para o uso doméstico.
Visitando uma conhecida fábrica de refrigerantes no mês passado, achei muito interessante não ver nenhum trabalhador em meio à produção. Galpões imensos apenas com máquinas.
Se pensarmos bem, uma esteira elétrica para exercícios físicos, não passava de um desenho animado anos atrás. O que dizer do micro-ondas, aquecendo a comida diretamente no prato,  um verdadeiro sonho de minhas avós. Essas máquinas fazem o que foram programadas para fazer. E, assim, esperamos que seja com os robôs.
Entretanto, um grupo de pesquisadores busca dar autonomia e inteligência às máquinas, ou seja, capacidade para aprender e discernir. O mais interessante, ou assustador, quando se procura dar autonomia aos computadores, ou inteligência, é imaginar que as máquinas podem acreditar que o homem é um ser que incompleto, cujas ações não são totalmente planejadas e orientadas pela razão.

O desafio está conosco. E você? Vai querer um robô?

(Por Vânia Scott)

Crônicas de um pai: dormir

Crônicas de um pai: dormir

Os dias são cada vez mais longos, há sempre trabalho em casa. Eu sou o nosso pintor e os dias terminam invariavelmente tarde, hoje, ao retornar cedo, julguei preciso fechar os olhos durante alguns minutos antes de começar a pintar a nossa sala; resultado, dormi durante mais de três horas, aliás, eu e Vany, nós apagamos. Rimos e ao mesmo tempo nos preocupamos, um dia a menos para aprontar tudo.
Nos lembramos de todos ao nosso redor que profetizaram: durmam agora, depois, isso não lhes pertencerá mais!!
Estou certo que encontraremos um caminho, de mãos dadas daremos um jeito, daremos boas risadas e nos abraçaremos.





segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: adormeça em meu colo

Crônicas de um pai: adormeça em meu colo

Venha, me abrace e adormeça silenciosa em meu colo. Você mal consegue manter os olhos abertos, resiste o mais que pode, quer descobrir o mundo do seu quarto e mal se mantém desperta para tanto. Vou lhe contar uma história das mil e uma noites, há viajantes e aventuras, tragédias e esperanças, alegrias e um cheiro de aniz. Adormeça, velarei pelo seu descanso, manterei os monstros e as tristezas longe.

Diário de Proprietário: Ford Galaxie, manutenção e reparos (Canal You Tube)


Diário de Proprietário: Ford Galaxie, manutenção e reparos (Canal You Tube)
(O colaborador Caram Dabuz Abdalla noticia o Canal de Gian Chiarelli, Diário de Proprietário: Ford Galaxie, manutenção e reparos - You Tube)

Há novo material na rede para os que gostam do modelo Ford Galaxie e desejam cuidar de suas máquinas, o colecionador Gian Chiarelli, criou canal no You Tube e começou a postar vídeos sobre os possantes da Ford do Brasil.

https://www.youtube.com/channel/UCuwdPdFQRrqqCoH4S-vH7Wg?app=desktop

domingo, 25 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: a Turma da Mônica


Crônicas de um pai: a Turma da Mônica


Sim, desde ontem, Maria Luíza ganhou dos pais um boneco da Mônica. Ele leva uma fita vermelha na cabeça e outra no vestido. É fato que ela ainda não brincará com ela, em virtude do tamanho do brinquedo, no entanto, era preciso povoar o quarto. Dar à pequena uma outra menina para brincar.
O quarto ficará lindo, espero - esperamos - que ela goste, que seja feliz, sinceramente feliz.

Crônicas de um pai: ensinar a rezar

Crônicas de um pai: ensinar a rezar

Ensinar a acreditar que o mundo é mais do aparenta ser, desvendar o sentido, encantá-lo com a transcendência e saber que, tempos atrás, uma senhora de nome Fadua Dabuz - a bisavó - sentava-se à oriental e reunia os seus filhos ao seu redor e ficava a ler sua Bíblia em língua árabe.
Caberá a mim falar à pequena Maria Luíza sobre a sua bisavó e, da maneira como ela levou a sua família a ser devota de Nossa Senhora Aparecida a quem amou, tanto quanto o seu primeiro amor, Nossa Senhora do Líbano.

Crônicas de um pai: limpeza e retoques

Crônicas de um pai: limpeza e retoques

As poucas horas disponíveis durante a semana não bastam, assim, os finais de semana são dedicados aos preparativos. O quarto está quase pronto, ainda pintarei janela e porta, depois disso, retoques, colocar as cortinas e limpar tudo. O quarto mudou muito, aproveitamos os móveis que tínhamos, de novo, apenas um berço americano e as cores novas das paredes. Aliás, duas cores diferentes: palha e rosa, sim, isso mesmo, três paredes palha - eu o chamaria de amarelo - e uma parede rosa. Aos pais de primeira viagem que vão se dedicar à pintura do quarto, declaro que fica ótimo, no entanto, dá um trabalho daqueles. Usar duas cores pede retoques e retoques para ficar bonito, no entanto, o resultado vale a pena.
No momento Vany guarda peças lavadas e passadas nos últimos dias, está a namorar as gavetas, ainda há pouco estava ao seu lado, cuidando de quem estamos a esperar.

(divergências: entre os meus gostos está o da Paleontologia, isso me levou a ter uma pequena coleção de bonecos de animais pré-históricos, estou a pensar em levar um ou outro para passear no quarto da pequena Maria Luíza, a mãe rejeita a ideia, ela crê que a cor da pele do monstro não combina com as paredes...)

sábado, 24 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: a eleição do amor

Crônicas de um pai: a eleição do amor

Aceitamos felizes a oportunidade e o presente, mudamos e mudamos muito. Levamos o dia de sábado entre afazeres dos mais diversos, de exames a pintura de paredes, agora, enquanto escrevo, Vany dedica-se a passar peças de roupas de Maria Luíza. Nos desdobramos mais e mais, felizes e satisfeitos, não há tempo ruim, fazemos o que é preciso e sorrimos. A vida é grande. Ao tempo em que estudava latim, lia sobre o amor que cura o mal de amor, o amor que cura tristezas. Os cuidados da casa com os quais estamos envolvidos, após tantas dores, recompõem os nossos corpos. Cada ação, cada fragmento de memória nos ajuda a  perseverar.
A eleição, no final das contas vale um 'Ad astra per ultra' - Aos astros e além.

Crônicas de um pai: sábado de exames

Crônicas de um pai: sábado de exames

Nossos sábados começam cedo, em geral, em jejum, os sábados são dias de exames. A proximidade aumenta o número de exames, agora, são semanais. É pena tirar Vany tão cedo da cama, a gravidez exige do corpo, torna-o templo da vida e isso pede esforços que não desconfiamos. De tanto trabalhar, de tanto criar a vida, o corpo pede repouso, desejo e necessidade de fechar os olhos. Despertá-la quando tudo ao meu redor diz o contrário, mas é sábado e, afinal, é dia de exames.
Depois de uma semana de trabalho, há que se por a caminho para realizar exames.
Beijo!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

(IV) Notas de um restaurador de carros: as cores

(O colaborador Caram Dabuz Abdalla continua a série sobre pinturas automotivas)

(IV) Notas de um restaurador de carros: as cores

Na postagem anterior consideramos dois casos: o de uma Blazer GM 2000, prata escuna, e o do Opala 1980, amarelo candeias. Se o primeiro era facilmente resolvido com a ajuda de tabelas de fabricante, o segundo, mostrava as limitações das tais tabelas. Elas são um ponto de partida, mas não trazem todas as soluções para o trabalho de restauração.
Resolvido o problema da cor, ou melhor, do nome da cor, agora precisamos fazer a tinta. Nosso desafio ainda não está resolvido. A tecnologia de pintura automotiva muda regularmente o que dizer de carros fabricados décadas atrás. Se sei o nome da cor, saberei qual o código da cor e os pigmentos utilizados pelo fabricante de tintas.
Bacana, não?! Sim, avançamos um bocado, conhecemos o nome da cor, o código e, portanto, os pigmentos utilizados na fabricação.
Detalhe importante: as cores envelhecem, ou melhor, a pintura envelhece e, desta forma, a cor é alterada. Vivi situações nas quais a pintura de um carro foi refeita, os responsáveis pesquisaram, descobriram nome e fabricaram a tinta seguindo o código. Pintado o carro, ficaram descontentes quando perceberam que a pintura do cofre do motor, original do veículo, era diferente da nova pintura. Acreditaram que o pintor havia se equivocado e errado na elaboração da tinta. No caso, a tinta estava certa, os proprietários não se deram conta de que o carro antigo que tinham em sua coleção exibia uma tinta que envelhecerá. A nova pintura aos seus olhos não correspondia à cor original, de fato, a nova pintura está mais próxima da cor original do que a do cofre do motor.

(Por Caram Dabuz Abdalla)

Crônicas de um pai: onde estão os travesseiros?

Crônicas de um pai: onde estão os travesseiros?

Acostumei-me a dormir com mais de um travesseiro, nas últimas semanas, eu os perdi, no início achei que era algo passageiro, talvez estivessem passeando por outro cômodo da casa ou, quem sabe, foram à lavanderia tomar um ar. Quando notei que desapareceram registrei boletins e mais boletins de ocorrência para saber o que se passou. Até o momento nada foi esclarecido, ainda estão desaparecidos os travesseiros da casa, minha esposa disse que acha tudo estranho, ela é solidária em minha busca pelos travesseiros perdidos.

Crônicas de um pai: o dia seguinte ao hospital

Crônicas de um pai: o dia seguinte ao hospital

Os passos ficam sensivelmente mais leves, as horas tensas deram lugar ao alívio. Deixamos, ontem, o hospital leves. Os dias que chegam pedirão mais e mais de nós. Estamos bem e a cada dia nos aproximamos do nascimento.
Ao mesmo tempo, a cada notícia que ouvimos a respeito do abandono de crianças, nos sentimos tristes. Não planejamos a nossa gravidez, no entanto, nos transformamos em pais, o receio inicial deu lugar a esforço e dedicação. Ficamos a nos perguntar o que acontece com homens e mulheres que, apesar de receberem o dom de uma vida, são negligentes e deixam para trás os seus filhos. Os pais não estão ali, eles não nasceram, não encontraram dentro de si mesmos o afeto, não foram tocados pela graça.
Às vésperas do nascimento de nossa família, ficamos a pensar como podemos ajudar pais e crianças, queremos ajudá-los.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: passar a tarde no hospital

Crônicas de um pai: passar a tarde no hospital

Voltei mais cedo do serviço para irmos ao médico, Vany sentia dores fortes. A partir de agora, nossa filha pode chegar a qualquer instante. A gravidez provoca grandes alterações e dilatações do corpo, que, de forma inevitável, resultam em dores e desconfortos. Todavia, não há como saber se é uma dor própria das mudanças da gestação ou se é a dilatação do parto. Fomos ao Pronto Socorro da Maternidade na qual nossa filha nascerá, fizemos exames e soubemos que tudo está bem, as dores, infelizmente, são próprias da gestação, precisaremos ter paciência. Enquanto aguardávamos fiquei a pensar que, em breve, caminharei pelos corredores do Hospital levando nos braços um filho. Um pai é lentamente gestado no embalo de um bebê.

Relatos de um professor: Quando os sonhos se mostram em sala

(O colaborador Kauê Vinícius traz reflexões sobre sala de aula)

Relatos de um professor:  Quando os sonhos se mostram em sala

Buscando relacionar história social e cultural com produção de artes visuais, tentei junto aos meus alunos algo inusitado. Diante do breve século XX, que deixou rastros da lógica imperialista em guerras cuja monstruosidade está presente ainda hoje, apresentei a eles as bases teóricas do movimento surrealista para que a criatividade pudesse ser exercitada.  Para tanto, direcionei a aula da exposição para o diálogo sobre os sonhos. A partir dos relatos de cada sonho buscamos reproduzi-los em gênero surrealista para futura exposição. Monstros, voos, animais bizarros, situações esdrúxulas se fizeram em papeis e em imaginação.
A partir disto defendo que ensinar e aprender história não se resume a decodificar palavras, interpretar textos e contextualizá-los, mas também e, sobretudo, usar da imaginação para fomentar criações e transformações possíveis. Assim como disse André Breton, os sonhos são tão importantes quanto a realidade da vigília, não devemos ignorá-los.

(Por Kauê Vinícius)

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: a Primavera dos nossos dias

Crônicas de um pai: a Primavera dos nossos dias

A nova estação do ano altera a cor dos nossos dias. As plantas de nossa casa exibem os seus sinais de renovação, os pássaros se multiplicam e alteram nossa paisagem de sons. A casa e a rua, a cidade inteira ensaiam a Primavera. A deste ano será diferente, junto com ela, viveremos o milagre do nascimento. As histórias individuais, ou a história de um casal sem filhos, dará lugar a uma família. A família nasce com a criança, por isso mesmo, somos levados a um longo aprendizado. Aprendemos sobre a paternidade, digamos o óbvio, sendo um pai. Cada gesto, pequeno e grande, nos molda e capacita para nosso novo papel. Aqui a memória do amor e do afeto dos pais que tivemos retorna e aviva os dias que seguem. A Primavera dos nossos dias está a começar.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: acalmar o bebê

Crônicas de um pai: acalmar o bebê

Os gestos do bebê ganham intensidade e extensão, ficamos a nos perguntar o que acontece. Maria Luíza criou um pai e uma mãe, ainda hoje, quando retornávamos do mercado, Vany deu forma a pensamento que não nos deixa: 'dentro de dias seremos três, tudo mudará'.
Após o jantar, Maria Luíza estava por demais agitada. Fiz-lhe cafuné e ela se acalmou, deve estar com sono, aliás, como dorme a nossa menina!

Crônicas de um pai: tintas, cores, paredes e um quarto novo

Crônicas de um pai: tintas, cores, paredes e um quarto novo

É divertido e trabalhoso pintar um quarto, escolher cores e equipar-se para a obra. Hoje, domino técnicas que dias atrás desconhecia. Teria feito melhor, no entanto, o tempo urge...
Estamos na 36a. semana e a qualquer instante Maria Luíza pode chegar, não podemos refazer pinturas. Nos últimos dias demorei-me demais em duas paredes. Aprendi a usar massa corrida repetindo e repetindo. Ainda assim não estou satisfeito com o resultado, mas o que fazer?
Vany gostou do resultado da combinação de cores que escolhemos, aos poucos o quarto ganha forma. Espero, de forma sincera e honesta, que seja um lugar que encha os olhos de minha filha. Primeira paisagem, primeiro aconchego, primeiro abraço. Sinal de acolhimento e desejo que o primeiro lar lhe ajude, algum dia, a bater as asas com força e com naturalidade.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: lembrar-se do futuro

Crônicas de um pai: lembrar-se do futuro

O nascimento de uma menininha colocará o que há de minha família sob novo diapasão, movimentará as gigantescas pás de nosso moinho. As águas correrão, uma vez mais, para o ventre da terra. O que foi e o porvir serão baralhados. Nos meus olhos encontrarei o dia de ontem e o de amanhã. O nascimento transcende o tempo. A bênção de uma vida faz nascer um pai e uma mãe. Somos filhos do afeto, escolhidos para acalentar. Sempre fomos, seremos agora.

Paralimpíada: A medalha vem agora!

(A colaboradora Raquel Daffre, árbitra das Paralimpíada Rio 2016, publica nova postagem. O mundo não pode mais ser tal como o conhecemos)

Paralimpíada: A medalha vem agora!

Durante as Paralimpíada do Rio, foram distribuídas muitas medalhas. Atletas movidos pelo calor e pela energia das arquibancadas quebraram recordes, se superaram e conquistaram as tão sonhadas medalhas. Um sonho para estes atletas! Mas antes de atletas, eles são pessoas. Pessoas com deficiência que vivem na mesma sociedade das pessoas sem deficiência.  Por isso, digo que a maior premiação, a medalha mais reluzente, brilhante e valiosa ainda está por vir! Esta medalha será entregue para todos nós, que aprendemos a respeitar a todos, não importando qual deficiência a pessoa tenha. Será entregue para o engenheiro que substituir uma escada por uma rampa, para o dono de padaria que fizer a bancada de pedido dos pães mais baixa, para o empresário dono de frota de ônibus que colocar nas ruas  transporte acessível, para o professor que incluir os alunos em sua aula e para tantas outras pessoas que, a partir do encerramento da Paralimpíada, irão mudar as suas atitudes para que tenhamos uma verdadeira sociedade inclusiva!

Então vamos lá! Mude as suas atitudes, suba no pódio e receba sua medalha!

(Por Raquel Daffre)

domingo, 18 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: a ficha caiu

Crônicas de um pai: a ficha caiu

A cada dia, a cada peça de roupa lavada, a cada movimento do bebê ainda na barriga da mamãe, abro os meus olhos. Percebo, ou melhor, apercebo - assim mesmo, um daqueles verbos que ficaram para trás, caiu em desuso - o lugar do qual eu falo. Apercebo o fluxo de tempo, abri portas das quais apenas sabia da existência, hoje, falo a partir de uma casa que ousei tocar, falo a partir de casa cujos encantos me foram oferecidos.
Viver em tal casa, pela primeira vez, me faz lembrar de minhas primeiras letras. A paternidade me leva de volta às histórias do Antigo Testamento e das Mil e uma noites. Lembro-me de ouvir e de ler as minhas primeiras histórias - e revelações - aí. De alguma forma, o olhar do menino ressurge, lembranças de pessoas que partiram, reminiscências. O fluxo ligeiro pede muito de mim, pede que me lembre que não sou mais o menino, mas o homem, pede que reconheça que agora estou por minha conta, pede que olhe de forma cúmplice, solidária e amorosa para a minha esposa. A vida corre, o rio procura o mar. A ficha caiu.

sábado, 17 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: O peregrino do amor de Washington Irving

Crônicas de um pai: O peregrino do amor de Washington Irving

As notas escritas recentemente sobre o escritor Washington Irving explicam-se pela lembrança, nos últimos dias, do livro 'Narrativas do Alhambra'. Esta será uma das obras que colocarei na estante de minha filha.   Quero lhe apresentar a literatura de Washington Irving.
Se por um lado desejo lhe falar sobre o escritor, por outro, um dos contos, de forma particular, vem à memória com insistência: Ahmed, o peregrino do amor.
Escrito a partir de oitivas de contadores de histórias espanhóis, o peregrino do amor ressurge em minha memória como história que deve me dizer algo sobre a educação de filhos. Criamos filhos para o mundo, nos lhes oferecemos o andamento e a música nas quais cremos e que nos trouxe até aqui e, a partir disso, eles hão de saber o que criar.
O conto de Irving reitera isso, Ahmed, jovem príncipe, é isolado do mundo. Os pais de Ahmed construíram para o filho um palácio dentro do palácio no qual viviam. Isolado do mundo, isolado do contato com outras pessoas, Ahmed leva os dias apenas com os pais e um sábio que lhe ensinava as ciências. Os pais desejavam proteger o filho, temiam que conhecesse pessoas que lhe fizessem mal, temiam pelo seu sofrimento. Versado e erudito, o jovem Ahmed, sabe tudo e, ao mesmo tempo, nada a respeito do mundo.
Certa vez, Ahmed observou que o sábio que o acompanhava era capaz de conversar com as aves. Inquieto e curioso, o jovem tanto insistiu com o sábio que este aceitou lhe ensinar o segredo da linguagem dos pássaros. A partir de agora, os dias são vividos pelo jovem entre os pais, o sábio e os amigos pássaros. Aos últimos não interessa os cuidados do isolamento de Ahmed e educam-no em uma arte, que, até então, não lhe fora ensinada pelo sábio: o amor.
Descobriu o amor a partir das revelações dos pássaros e, outrossim, a história de uma jovem, que, tal como ele estava isolada do mundo. A história da jovem lhe bastou para elegê-la como a sua amada. O palácio no qual vivia transformou-se em prisão, urgia fugir e viver o amor. A sua fuga contou com a ajuda e a cumplicidade de seus amigos pássaros.
Peripécias, aventuras, angústias foram vividas em uma peregrinação longa e exaustiva, o amor exigia empenho e devoção. Todavia, como uma boa história romântica, temos um final feliz, os jovens que viveram isolados encontram-se e elegem-se o amor um do outro.
(educamos filhos para o mundo)

(II) Notas de Leitura: Washington Irving e as Narrativas do Alhambra

(II) Notas de Leitura: Washington Irving e as Narrativas do Alhambra

Apesar de nação ibérica, o Brasil desconhece até mesmo as obras de Washington Irving que tomam como tema a Península Ibérica, para conhecê-las há que se viajar. Portugal e Espanha, em suas bibliotecas e livrarias oferecem ao leitor interessado as peças que nos faltam, apenas assim podemos conhecer e apreciar a sua obra ibérica.
Encantador reconhecer o sabor do Oitocentos que combinava narrativas de natureza historiográfica e de ficção, fantástica e gótica, historicista e romântica.
Narrativas do Alhambra é a única, salvo engano, obra publicada entre nós. Foi publicada pela Editora Brasiliense (São Paulo) em 1959, teve, infelizmente, uma única edição. O trabalho de Irving buscou reunir histórias lendárias ouvidas dos moradores da cidade de Granada. Histórias de cristãos e de muçulmanos, de princesas e de príncipes, de batalhas e de bodas.

(continua)

Crônicas de um pai: revelações do Pateta

Crônicas de um pai: revelações do Pateta

A paternidade não deixa ninguém ao meu redor indiferente ao que vivo, todos têm algo a me dizer, algo a compartilhar. Duas situações: na semana que passou, Fabrício, amigo do trabalho, compartilhou experiências que me fizeram sorrir e agradecer. Mostrou-me algo que os dias ligeiros dão pouca chance.
No mesmo dia, mais tarde, caminhava pela rua carregando uma banheira de bebê, uma cadeirinha e uma sacola, estava, fácil entender, em uma daquelas situações que me lembravam do grande Pateta (Goofy Goof) de Walt Disney, o desastre andava próximo. Divertido e assustador imaginar que poderia tropeçar e arremessar minha banheira contra carros e provocar uma confusão de grandes proporções.
Alguém sobrecarregado, ou melhor, pateticamente carregado, chama, com certeza a atenção, mas a atenção aqui, acredito, tinha aos meus olhos apelo de cumplicidade. Juro que mais de uma pessoa cumprimentou-me, pessoas desconhecidas todas elas, ao perceberem que ali caminhava um pai carregado ofereceram a sua simpatia. Havia um íntimo e silencioso 'eu sei o que é isso'. Ninguém fica indiferente ao nascimento, ou quem sabe, talvez eu esteja errado e uma das consequências da paternidade seja o feroz desenvolvimento da lado pateta e, no final, ninguém me cumprimentou, mas estavam rindo da minha condição de carregador sem braços suficientes.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: Nossa Senhora das Dores

Crônicas de um pai: Nossa Senhora das Dores

Dia de consulta, dia de reunir exames e de aguardar. Agendas médicas, por vezes, são imprevisíveis. Médicos obstetras, por exemplo, podem a qualquer instante suspender os atendimentos para correr em auxílio de uma gestante, os nascimentos, como não poderia ser diferente, têm a preferência.
Foi assim, ficamos ali a esperar que o nosso nome fosse chamado.
Fiquei a fazer a conta das semanas e dos dias, depois, cruzei os dados obtidos com as tarefas e paredes por terminar em nossa casa. Tratas-se de equação cujas variáveis não tem resultado favorável.
Quando parei de contar, coloquei minha mão sobre nossa filha e comecei a rezar. Hoje é dia de Nossa Senhora das Dores, minha mãe completaria 93 anos.
Beijo!

Notas de leitura: Washington Irving (1783-1859)

(I) Notas de leitura: Washington Irving (1783-1859)

A extensa obra do escritor norte-americano é pouca conhecida no Brasil. Autor de biografias, romances históricos e contos, entre outros, Irving mostrou-se competente e cuidadoso pesquisador de arquivos, bem ao gosto dos escritores do século XIX que descobriam fascinados obras de natureza historiográfica, descoberta que lhes permitia combinar história e ficção. O bom leitor foi, outrossim, ótimo ouvinte. O século XIX, de igual maneira, mostrou o valor dos contadores de história, mostrou o valor dos guardiões da memória para a riqueza de uma sociedade. Obras como as Narrativas do Alhambra são bom exemplo das qualidades de nosso autor como pesquisador de arquivos e de frequentador de oitivas.
A extensa bibliografia, infelizmente, é de difícil acesso ao leitor brasileiro e pouco podemos apreciar a riqueza de seu trabalho e a sua criatividade.

(continua)

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: lambuzado de tinta

Crônicas de um pai: lambuzado de tinta

(o título foi dado pela esposa, é exagerado, mas aceitei)
Hoje foi dia de lixar e pintar o teto. Confesso que é a minha estreia como artista de parede. O resultado, digamos, é razoável para um amador. Preparar paredes e tintas exige habilidades que estou a desenvolver. Cobrir moveis e chão, de igual maneira, requer desenvoltura com jornais e fitas adesivas. Definitivamente, sou amador, reitero, apesar disso, não estou me saindo mal, acontece que faço e refaço o serviço. Ao buscar resultado apresentável há paredes que estão exigindo mais do que outras.
O título dado pela esposa é exagerado, acontece que eu me sujei um pouco, apenas um pouco, quase nada, mexendo com massa e tinta.
Quase nada mesmo.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: o perfume de roupas lavadas

Crônicas de um pai: o perfume de roupas lavadas

A casa tem novo perfume, perfume, que, nas próximas semanas será a senha para falar de nossa nova moradora, aliás, instantes atrás, Vany - a de olhos molhados - disse com todas as letras que, em breve, nossa casa terá nova moradora.
Anoitece e as roupas lavadas são dobradas e arrumadas. Há uma engenhosa combinação de peças para que os jogos de roupas estejam montados e guardados.
Eu e a mãe somos marinheiros de primeira viagem, estamos a aprender como fazer.

Crônicas de um pai: a proximidade do nascimento

Crônicas de um pai: a proximidade do nascimento

Ao chegar em casa tratei de trabalhar no quarto de minha filha. Passar massa e lixar, o quarto ficou de pernas para o ar. Não sou um profissional, por isso, esmerei-me o quanto pude para deixar o quarto bonito, também, espero que a qualidade do serviço dure e seja agradável aos olhos. Fiquei a pensar que na memória de bebê ficará guardada lembrança emocional do quarto. (Eu mesmo tenho lá as minhas, ou acho que as tenho, reminiscências de quando era pequeno). Assim, o quarto deve ser bem cuidado.
Entre um trabalho e outro recolhi as roupas de Maria Luíza que estavam no varal, Vany sentia dores e fiquei preocupado. A proximidade do nascimento nos leva a ficar atentos a todos os sinais. Recolhia as roupas de nossa pequena e rezava, rogava ajuda e discernimento para saber qual o melhor caminho, pedia forças e inteligência para saber ajudá-la.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Notas de leitura: O amor nos tempos de 'Qualquer Poesia' de Carlos Drummond de Andrade

Notas de leitura: O amor nos tempos de 'Qualquer poesia' de Carlos Drummond de Andrade

As publicações de escritores como Carlos Drummond de Andrade eram esperadas com enorme expectativa, eram aguardadas como se espera fornada de pães na padaria de nossa predileção. Os escritores eram lidos e comentados, participavam de forma ativa de seu tempo. Andavam em citações e serviam para encantar o mundo, rapazes e moças trocavam livros e poemas, empregavam versos em suas linguagens. Moças copiavam e desenhavam sobre o poema manuscrito em folhas coloridas, criavam os seus próprios papéis de carta. O poeta e o papel de carta, andam em baixa.
Por isso, em meio à descrença, falo do Drummond, do primeiro, daquele que no longínquo ano de 1930 publicou Alguma Poesia (livro dedicado ao amigo Mário de Andrade). De forma particular, trago os primeiros versos do poema 'Balada do amor através do tempo':

"Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos"

Será assim, ao longo de cinco estrofes, o nosso casal encontra-se em lados opostos,  a rigor, nosso casal vive história de conflitos; adversários eternos, que, em cada época encontram-se e se perdem. Drama sem fim, que, na estrofe última dá fim ao desencontro:

"Hoje sou moço moderno,
remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável,
boxa, dança, pula, rema.
Se pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
Eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos"



Crônicas de um pai: ler os movimentos

Crônicas de um pai: ler os movimentos

A posição e os movimentos de Maria Luíza são cada vez mais perceptíveis. A cada dia sabemos mais a respeito deles. A mãe, senhora de maior propriedade e de entendimento, ensina ao pai as artes nas quais ela é educada diariamente. Pai e mãe, como me disse a querida Ana Rosa, não estão no controle, há uma ação anterior, maior, da qual intuímos mais do que conhecemos. Ele sim está no controle e nos conduz. O regalo e o dom do nascimento são flores que ganhamos. Admiramos e desvelamos mundos de pétalas abertas, todavia, não desvendamos nada. Tudo está mais além. Melhor sorrir que franzir o cenho.

domingo, 11 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: a chegada do bebê

Crônicas de um pai: a chegada do bebê

Nos últimos dias em virtude da proximidade do nascimento, ouvimos pedidos e apostas acerca do momento do nascimento: setembro ou outubro, lua cheia ou minguante, entre outros apelos. Criei para atender a demanda e para fugir das apostas um desafio: anotem as suas convicções e depositem valor que ajude a custear fraldas e leite da pequena Maria Luíza. Sim, tudo não passa de uma brincadeira, mas que dá vontade, dá.
Abraços a todos que não cessam de contradizer contas de médicos e de exames.

Crônicas de um pai: domingo no parque

Crônicas de um pai: domingo no parque

Nos encontramos com a mãe e o irmão de Vany e passamos algumas horas no Horto Florestal. Caminhar ao ar livre, sentir o sol quente e boas conversas foram o cardápio do dia. Vany ficou feliz ao ter a chance de passar algumas horas com a mãe e o irmão, desejava tirar fotos para, mais tarde, oferecê-las à filha.
(Estou certo que muitas das fotos serão censuradas pela mãe...rsrsrs)
 Estamos serenos tudo segue bem.

A Beleza da Física: sinais vindos do espaço

(A colaboradora Vânia Scott  fala sobre a Beleza da Física)

O homem procura, já faz um tempo, comunicação com seres extraterrestres. Recentemente, um dos centros construído especificamente para esse fim, recebeu um sinal vindo de uma estrela distante.
 Na verdade, sinais vindos de longe são recebidos constantemente. Entretanto, os que nos chamam a atenção, são aqueles que não seguem o padrão costumeiro. 
Se existir uma Inteligência fora da Terra, que consiga enviar um sinal, semelhante ao que esperamos, ela ainda não se manifestou. O que recebemos foi, provavelmente, emitido por um fenômeno natural. Talvez até desconhecido, ou não previsto pelas teorias atuais.O fato é que nós, até agora, ainda não recebemos uma mensagem enviada por nenhum vizinho extraterrestre.

(Por Vânia Scott)

A África em cores: Edward Said Tingatinga

(O colaborador Kauê Vinicius traz importante nome da arte contemporânea)

A África em cores: Edward Said Tingatinga

Nesta última semana, buscando trazer outras referencias culturais da mãe África para meus alunos, apresentei o pintor Edward Said Tingatinga e o estilo de pintura que leva seu nome. Tingatinga que nasceu no ano de 1932, na aldeia do Mindu, em Tunduru, ao sul da Tanzânia, teve uma vida humilde trabalhando em várias atividades ao longo de sua breve vida, sempre se envolvendo com manifestações artísticas, como dança, música e artes visuais, falecendo em 1972.
Suas obras trazem como principais elementos animais típicos das estepes e savanas. Trata-se de uma pintura de técnica simples onde as cores se fazem exuberantes, vertiginosas e muito brilhantes. Categorizando suas obras em um determinado gênero pictural da história da arte, pode-se defini-lo próximo da arte naïf, arte esta definida pela sua simplicidade e liberdade artística, não se enquadrando nas escolas pictóricas institucionalizadas. Tingatinga, sem recursos para comprar materiais próprios de pintura artística, pintava com esmaltes de bicicletas em chapas de fibra de madeira, o que acabou caracterizando um estilo onde a simplicidade e personalidade se materializa em formas e tons.

Hoje o gênero Tingatinga de pintura se faz presente não só na Tanzânia, mas em outras regiões africanas, evoluindo em novos elementos representativos como povos, vilas e paisagens. Seu estilo de arte marca uma geração da representação visual pós-colonial tanzaniana, uma vez que conquistaram a independência política dos britânicos em 1961, unificando seu território em 1964.

(por Kauê Vinicius)

sábado, 10 de setembro de 2016

Paralimpíada ou Paraolimpíada: dúvida

Paralimpíada ou Paraolimpíada: dúvida ortográfica

Socorremo-nos em duas obras para entender o problema: os dicionários de Antônio Houaiss e o Ortográfico da Academia Brasileira de Letras. Houaiss registra que temos uma má formação no caso do primeiro nome - paralimpíada - ao atendermos pedido do Comitê Olímpico Internacional. Acompanhamos de perto o nome inglês paralimpic. Desta forma, a  palavra paralímpico está dicionarizada, no entanto, não segue a formação de nomes corrente na Língua Portuguesa.
O Dicionário ortográfico da Academia Brasileira de Letras é como o nome indica, não um dicionário de significados (acepções) e etimológico como o Houaiss, mas inventário dos registros corretos e aceitáveis. No caso que aqui nos interessa, não há entrada para paralimpíada, apenas para paraolimpíada.
Em resumo: paralimpíada está lá no dicionário, todavia, não é, de acordo com as regras de formação da língua portuguesa, a maneira correta de grafá-la.

Crônicas de um pai: o sorriso dentro do sorriso

Crônicas de um pai: o sorriso dentro de um sorriso

Ao olhar para Vany vejo a mulher que ela é e a pequenina dentro do seu ventre, há agora duas mulheres, mãe e filha. O olhar e a respiração são de uma mulher que se multiplica, ungida e agraciada pela vida. Ao abraçá-la sinto a estrada que nos aguarda.
O dia amanhece em uma prece de gratidão!

Crônicas de um pai: a Primavera

Crônicas de um pai: a Primavera

As plantas dão os sinais da chegada, os brotos crescem e anunciam que logo mais vão explodir em folhas e flores. Minha mãe as plantou, ela se foi na esperança da ressurreição em maio do ano passado, ela completaria, no próximo dia 15, 93 anos.
Feliz Primavera para todos,
a vida é um dom!

Crônicas de um pai: livros

Crônicas de um pai: livros

Ao longo de minha vida comprei livros para os meus filhos, criei a minha biblioteca e, outrossim, os primeiros volumes das futuras bibliotecas que os meus filhos teriam.
Explico-me melhor, ao longo de minhas leituras descobri livros e autores que escolhi como companheiros de jornada, entre eles, está o Sr. Naguib Mahfouz. Eu o conheci nos anos 80 e, desde então, procurei acompanhar a sua extensa obra. Infelizmente, a pobreza do mercado brasileiro, trouxe poucas obras do escritor egípcio, a cada viagem ao exterior, procurei, na medida do possível, reunir alguns dos seus trabalhos.
Desta forma, quando descobri o seu 'Noites das mil e uma noites' (publicado no Brasil pela Companhia das Letras, em 1997, e traduzido por Neuza Neif  Nabhan e Georges Fayez Khoury) encontrei meu estimado escritor às voltas com o Clássico 'Mil e uma noites'.
Mais do que isso, Mahfouz nos permitia entrever a sua leitura das histórias encadeadas e dos personagens tão conhecidos. Foi além, mostrou-se, ele mesmo, um contador das histórias e o seu continuador.
Encantado com as Noites de Mahfouz providenciei para que meus filhos o conheçam.
Obrigado, Sr. Mahfouz!

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: Poços de Caldas, depois, agora, Copacabana

Crônicas de um pai: Poços de Caldas, depois, agora, Copacabana

Semanas atrás fomos a uma feira de bebês e de gestantes. (Sim, tenho frequentado tais lugares a procura de roupas e de preços, justo eu que sempre fui avesso a tais aventuras)
Na ocasião, preenchi cupom de comparecimento, diziam que concorreríamos a um final de semana assim assim; pois bem, ganhei, ganhamos viagem a Poços de Caldas.
Planejamos nossa viagem, mas, por ora, ela segue adiada, não sabemos se será possível realizá-la agora ou apenas em 2017.
Nos últimos dias Vany se pôs a reclamar, disse que ao invés de levá-la para Poços, eu a levei a Copacabana. Sim, isso mesmo, disse que foi propaganda enganosa, ao invés de praias e sol, havia na Copacabana que conheceu comigo um posto médico de bairro e no lugar do coco gelado servido junto à praia uma vacina.
Rimos juntos, afinal, deixamos para depois Poços de Caldas e vivemos mesmo ida a Posto de Saúde à rua Copacabana no bairro de Santa Terezinha.
(Desventuras de um casal feliz)

Crônicas de um pai: namorar o berço

Crônicas de um pai: namorar o berço

Sim, isso mesmo, namorar. Estou certo que não sou o único, quando em casa, retorno ao quarto de nossa filha. Não estão prontas as paredes, todavia, o berço está lá, silencioso e branco. Hoje à tarde, eu e Vany ficamos ali, a namorar um berço e a imaginar que logo mais haverá um ocupante.
Esperamos e amamos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: temos um berço em nossa casa

Crônicas de um pai: temos um berço em nossa casa

A partir de hoje, dia 8 de setembro, nossa casa tem um berço. Nos o compramos meses atrás, ontem o tiramos das caixas e, hoje, ao retornarmos da Clínica, nos ocupamos da montagem de nosso berço. Trata-se do que se chama de berço americano, ele servirá para os primeiros anos, o berço será transformado em um pequena cama, assim, ela o usará durante bom tempo.Faltam pequenos ajustes, mas está pronto.

Coloquei sobre o colchão  um fusca e uma kombi....eu a ensinarei a brincar de carrinhos, sei que deveria ser uma boneca, mas ainda não temos uma. Maria Luíza já tem, portanto, lugar para dormiir.

Crônicas de um pai: exame para saber de Maria Luíza

Crônicas de um pai: exame para saber de Maria Luíza

Sala de espera de exame não é ambiente simples. Há que se administrar o cansaço de uma semana longa e a expectativa de exame que contará um pouco mais de nossa filha. Aguentamos, primeiro anteciparam o nosso exame, depois, o retardaram. Por fim, vimos o rosto dela, inteiro e nosso.

Ela está bem, pesa pouco mais de 2 quilos e 700 gramas. Tudo transcorreu como esperado.
Ao retornamos Vany perguntou-me como é possível querer tão bem o nosso bebê desde que ele ainda era pequenino, em formação, mais um sopro do que uma menininha.


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

A Beleza da Física: desvendando o micro-ondas

(A colaboradora Vânia Scott escreve sobre o funcionamento do micro-ondas)

A Beleza da Física

Presente em muitas casas, o micro-ondas é praticamente tão usado, ou mais, que o fogão. A facilidade com que aquecemos, descongelamos ou cozinhamos os alimentos faz dele um facilitador.
Há pessoas que têm medo do uso contínuo do aparelho, pois alguns meios divulgam que este, pode ser um possível causador de algumas doenças, como câncer.
O aparelho funciona através de ondas que possuem a frequência das moléculas de água. Traduzindo: essas tais de micro-ondas, fazem com que as moléculas de água do alimento, se movam mais rapidamente, aquecendo-o. O prato, que contém os alimentos, não esquenta. A comida, quando estiver aquecida, esquenta o prato, pelo contato.
Sabemos que nosso corpo possui uma quantidade muito grande de água. Se nosso corpo estivesse dentro de um micro-ondas, ele seria cozido. Entretanto, o aparelho possui blindagem (algo que não permite a saída dessas ondas).
Assim, mamães, podem continuar aquecendo o leitinho e comida de seus bebês, tranquilamente. Podemos usar sem receio. 

(por Vânia Scott)

Crônicas de um pai: os livros de Maria Luíza

Crônicas de um pai: os livros de Maria Luíza

Nas últimas horas a desmontagem de uma estante levou deslocou dezenas de livros. Tive a chance de reencontrar velhos amigos, sou devotado amigo das letras. Revivi meus anos de leitor e, agora, defini alguns dos livros que ficarão no quarto de nossa filha. Alguns são os chamados livros infantis que, confesso, sempre fizeram parte de minhas estantes. A maneira de trabalhar imagem e história é daqueles encantos que cultuei de forma sincera. Haverá no quarto de Maria Luíza, provavelmente sobre a cômoda, uma série de livros enfileirados. Desejo tornar o livro algo familiar e interessante. Alguns ela folheará desde cedo colorindo os olhos com as imagens, outros serão lidos pelos pais. O berço ainda não terminou de ser montado, mas os primeiros livros já estão escolhidos.
Acredito na leitura, ainda que eu viva e tenha uma filha em uma sociedade tão negligente, sociedade na qual alguém sempre lhe diz 'é preciso descomplicar, as pessoas não gostam de ler'. Educamos iletrados, no final das contas, e dizemos que estamos a facilitar a leitura.


Momentos da mãe: Mudanças

Momentos da mãe: Mudanças

Os dias passam ligeiros, a chegada da nossa pequena se aproxima e um filme passa pela cabeça da mãe. Até anteontem era estudiosa de História da África, ontem, especialista em enxoval para nosso cantinho e decoração para almoço de casamento, hoje, aprendo tudo sobre chupetas, mamadeiras e a diferença entre cobertor de berço e cobertor de passeio...
Muitas novidades para tão inexperiente pessoa, mas ao mesmo tempo uma satisfação enorme em poder realizar tudo isso sabendo que não estou sozinha, fui presenteada com um esposo super companheiro, paciente, amigo, um grande pai e claro, uma família que mesmo não podendo estar presente o tempo todo, a preocupação, cuidado e afeto é garantido!! 

Logo mais nosso pedacinho de puro amor estará conosco!

Obrigada meu Deus por esse presente! Obrigada meus amores por me abraçar quando mais preciso.

(por Vany Abdalla)


terça-feira, 6 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: desmontar a estante

Crônicas de um pai: desmontar a estante

A estante não ocupa mais a parede na qual viveu os últimos anos, os livros e os interesses, por ora, estão esparramados no chão. Aguardam nova parede e prateleira para que vivam. Fazer isso acaba por colocar em movimento a sua história, escancara memórias, revive situações. Os últimos anos de minha vida pulam ruidosos e saudosos. Todos os homens que eu fui, tudo quanto li e escrevi, tudo ali, empilhado. Era necessário fazer isso, não há espaço para um berço.

Crônicas de um pai: mais regalos e carinhos

Crônicas de um pai: mais regalos e carinhos

Pai aprende e renova o próprio vocabulário continuamente, por exemplo, naninha. Isso mesmo naninha, trata-se de um pano bonito cuja função é levar pendurada a chupeta e reconfortar o bebê na hora de dormir, para isso, ele também carrega a cabeça de um bicho. Tudo muito bonito e equilibrado, macio e confortável. A pequena Maria Luíza ganhou a sua naninha rosa com pequena cabeça de urso da Ana Rosa. Sempre tão atenta, honestamente interessada, Ana estampa no rosto o seu carinho. Vany e Maria Luíza adoraram a naninha rosa e os sapatinhos vermelhos.
Muito, muito, obrigado!


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: oferecer o próprio peito para o repouso da esposa

Crônicas de um pai: oferecer o próprio peito para o repouso da esposa

A gravidez altera tudo, a mãe tem grande dificuldade para encontrar posição para descansar  e dormir. Os travesseiros da casa somem e reaparecem todos ao redor da esposa que diz desconhecer o que aconteceu.
Ofereço meu peito para ajudá-la a encontrar uma posição para amenizar o desconforto e a falta de posição.
(O bebê se mexe e pede que a mãe mude de posição uma vez mais)

(III) Notas de um restaurador de carros: as cores

(Por Caram Dabuz Abdalla)

(III) Notas de um restaurador de carros: as cores

O proprietário que deseja restaurar o seu carro, tem pela frente como primeiro desafio: qual a cor do meu carro? A primeira operação, caso não se tenha documentos do veículo como, por exemplo, a nota fiscal, que, muitas vezes registra o nome dado pelo fabricante, começamos pelo registro do veículo junto ao órgão de trânsito. Em virtude de espaço, a cor não é indicada de forma completa.
Vejamos dois exemplos verdadeiros, falemos de dois carros da General Motors que fazem parte de minha coleção: Blazer, ano 2000, indica no documento a cor prata, e, opala coupê, ano 1980, indica amarelo.
Hoje, em virtude do avanço do antigomobilismo, há tabelas organizadas pelos clubes de carros antigos. Assim, uma pesquisa rápida indicará que no ano 2000 para a Blazer foi usado o chamado 'prata escuna', questão facilmente resolvida, não é?! já para o opala ano 1980 temos um problema, o documento registra amarelo, todavia, para o ano indicado a General Motors não usou amarelo. Voltemos ao documento, em particular, ao Renavan. Este número é o registro do veículo, caso o amarelo do carro a ser restaurado não seja original, mas alteração, podemos levantar dados da história automóvel e descobrir se a cor original foi modificada. Se não havia amarelo no ano de 1980, uma pesquisa no ano de 1979 revelou que o fabricante usou o chamado amarelo candeias. Caso raro, mas o que temos aqui é um carro fabricado em 1980 que empregou cor do ano anterior.

(continua)

Crônicas de um pai: presentes de Maria Luíza

Crônicas de um pai: presentes de Maria Luíza

A chegada de nossa menina é contagiante, ela ganhou no dia de hoje presentes lindos de duas jovens alunas do colégio no qual trabalho. As alunas escreveram uma carta linda e comovente, falaram de como ando nas nuvens e tudo mais. Agradeço de coração, o gesto e carinho de minhas alunas. Vany chorou ao ler a carta de tão emocionada.
É encantador descobrir como o nascimento renova o mundo e extrai o que as pessoas têm de melhor, milagres têm nome.

Crônicas de um pai: arrumar a casa

Crônicas de um pai: arrumar a casa

Preparar a casa é tarefa constante e sem fim. De fato, jamais damos algo por concluído e, desta maneira, o que fazemos é renovar e renovar a arrumação. Cansativo, não?! O que é verdadeiramente relevante? O que nos mantém de pé?
Fácil perder o prumo e o sentido.

domingo, 4 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: maritacas e sabiás

Crônicas de um pai: maritacas e sabiás

A Primavera, em breve, povoará o bairro com as maritacas, atrapalharão e disputarão espaços e a nossa atenção com os sabiás. Estes últimos estão sempre presentes na região, e, de forma particular, em nosso quintal. Não vejo a hora de apresentá-los à menina Maria Luíza.
Apesar dos prédios construídos e da perda de árvores dos últimos anos, Santana ainda guarda uma paisagem para respirar e cuidar.
Esta é a paisagem na qual Maria Luíza e seus pais viverão.

Crônicas de um pai: ajudar a mãe

Crônicas de um pai: ajudar a mãe

Algumas situações ficaram difíceis para a mãe, agachar para calçar os sapatos, por exemplo, transformou-se em operação impossível. Aos poucos resolvemos tudo e prosseguimos em nossa jornada. A cada dia aprendemos algo, sobretudo com a chegada de Maria Luíza, descobrimos e inventamos novas maneiras. Estamos dispostos e nos desdobramos em cuidados, isso nos ajuda.
Rotinas não há.
(Hoje, aprendi a lixar paredes com uma furadeira adaptada)

Crônicas de um pai: as andorinhas chegaram

Crônicas de um pai: as andorinhas chegaram

Hoje, pela manhã, nos dedicamos a uma caminhada, daquelas que não tempo para começar e terminar. Árvores em flor, antecipando a primavera e com direito a uma revoada, tímida ainda, de andorinhas. Riscavam o céu sempre a mudar de direção e nós a segui-las com os olhos. A garoa fina e o céu cinza não nos amedrontavam, a semana longa foi coroada com instantes silenciosos e francos.
Nossa maneira de desacelerar e nos prepararmos para receber nossa pequena, ensinando-a a ver andorinhas em meio ao céu cinza de Santana e sorrir.

A Beleza da Física: buracos negros (parte 1)

(A colaboradora Vânia Scott nos fala da Ciência da Física de forma descomplicada)

A Beleza da Física: buracos negros

Buracos negros, ao contrário do que muitos possam pensar, são reais.


Basicamente são o estágio final da vida de uma estrela com muita massa. Sua gravidade é extremamente forte, tão forte, que nem a luz tem velocidade suficiente para sair de lá (quanto maior a gravidade, maior a velocidade necessária para escapar), tornando-o negro. Os corpos são atraídos para os buracos negros devido ao campo gravitacional.

Ao certo, não sabemos o que se passa nas proximidades de um buraco negro. Temos previsões teóricas. 

Os acontecimentos nessas condições extremas, como intenso campo gravitacional, não se parecem com os que conhecemos no nosso cotidiano.

Estes corpos tão curiosos ainda nos geram mais perguntas do que respondem, atiçando a curiosidade de cientistas e até cineastas de sci-fi (quem aí já assistiu Interstellar?). Ainda há muito, mas muito mesmo o que descobrirmos sobre eles.

(Por Vânia Scott)

A Beleza da Física: A gravidade zero

(A colaboradora Vânia Scott, nos fala da Ciência da Física de forma descomplicada)

A Beleza da Física: A gravidade zero



A grande maioria das pessoas acredita que o espaço tem gravidade zero. Utilizamos, inclusive, aparelhos onde simulamos esse fenômeno.

Entretanto, gravidade zero, mesmo, nunca chega a ocorrer.

Existem quatro forças no Universo (até o que sabemos). Gravitacional, Eletromagnética, Nuclear Fraca e Nuclear Forte. E por mais incrível que pareça, a Gravitacional é da qual menos temos conhecimento, mesmo sendo a que mais estamos acostumados no cotidiano, mesmo que nós não fiquemos pensando nisso. Imagina que bom seria, não precisar usar pratos, e deixar apenas a sua comida flutuando na sua frente? Ou que divertido, ou assustador, seria você, dar um pulinho, e nunca mais voltar ao chão?


Sabemos que massa atrai massa, e que, essa força diminui muito com o aumento da distância. Apesar de diminuir muito com o aumento da distância, ela jamais chegará a zero. (Mas como assim?) Em outras palavras, não importa se você está do lado da Terra ou a anos-luz de distância, do outro lado do universo. Você sempre estará sendo atraído por alguma força gravitacional. E é por isso que o termo ‘gravidade zero’, na verdade, não significa realmente que não há gravidade.

(Por Vânia Scott)




Crônicas de um pai: as chupetas

Crônicas de um pai: as chupetas

É possível que o nascimento seja antecipado, por isso, a última semana ligeira. Avançamos na montagem e preparação, roupas e mala, por exemplo. Ontem, providenciamos as chupetas. Procurávamos por determinado tipo e durante a semana visitamos páginas na rede e lojas físicas em  busca da chupeta. A busca não foi fácil, antes de prosseguirmos no dia de ontem com a demanda da chupeta fomos a um supermercado, buscávamos abastecer a despensa.
Nos separamos durante alguns instantes ainda à entrada do supermercado, fui procurar um carrinho. Ao voltar para junto de Vany notei que ela tinha sorriso largo de satisfação, agora, sem procurar, ela havia encontrado as chupetas tão procuradas, estavam lá, no último lugar em que planejou.
Não, não é exagero, em tempos de tantos produtos prejudiciais, fabricados sem cuidados e sem escrúpulos,
andar um pouco mais por um produto moralmente adequado vale a pena.
(em tempo: o sorriso de Vany era tão feliz, que, depois, lhe disse que parecia que havia visto ofertas de chocolate belga, algo assim: oferta! leve - e não pague - todo o chocolate belga que conseguir carregar em sua bolsa...ela ria ria)

sábado, 3 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: conversar com o bebê

Crônicas de um pai: conversar com o bebê

O sabor dos dias dá feições à nossa filha, grande, esperta e disposta. Conversamos e perguntamos o que ela está a pensar, se está se divertindo, satisfeita com a refeição e tudo mais.
Se antes ficávamos horrorizados com os crimes cometidos contra crianças, hoje, quando somos pais, tudo aumenta. A notícia de um abandono, por exemplo, soa alto e desconcertante.
Volto-me para junto de Vany e nos abraçamos.

Crônicas de um pai: a Casa do Pai

Crônicas de um pai: a Casa do Pai

A Missa na Igreja de Santa Terezinha celebrada pelo Padre Camilo, hoje, teve a participação de Maria Luíza. Tanto a agradecer, tanto a perguntar sobre o que deseja de mim, tanto a rogar. À certa altura meus olhos se voltaram para as paredes pintadas e senti enorme vontade de ao sair dali com Vany e Maria Luíza visitar os meus pais. Oferecer alguns instantes para que todos celebrassem a vida e o nascimento. Meus pais partiram, sou órfão, todavia, a vontade estava lá, cheia e plena, ao som da homilia do Padre Camilo.

Crônicas de um pai: exame de sangue

Crônicas de um pai: exame de sangue

Hoje, pela manhã, fizemos exames. É preciso saber se ambas estão bem. A gestação, a criação deu a Vany forças novas, outrora, mal aguentava fazer exame de sangue, agora, corajosa ao saber que é mãe comporta-se com disposição. O laboratório estava lotado, não consegui acompanhá-la às pequenas cabines de coleta, recomendações de enfermeiros chatos me impediram. Vany, instantes depois retornava, havia resolvido tudo e voltava sorrindo. A gestação deu-lhe forças para enfrentar os maiores desafios, até mesmo a perversa agulha de enfermeiros maluquinhos.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Notas de leitura: Ramón Otero Pedrayo (1888-1976)

Notas de leitura: Ramón Otero Pedrayo (1888-1976) [I]

Há autores que nos acompanham. A leitura de uma obra, a fascinação e a experiência de uma jornada em companhia de um autor/inventor cria vínculo perene. Entre os meus conhecidos está o escritor Otero Pedrayo. Sentimos saudades de nossos amigos, saudades de suas obras, das linhas e da sintaxe, da maneira como pinta a página em  branco dos seus cadernos para compor.

(continua)

Crônicas de um pai: Dona Vany, a mãe

Crônicas de um pai: Dona Vany, a mãe

Quando me decidi pelo blog para falar dos dias que vivo, imaginei algo que me permitisse expressar e dar nome/palavra ao afeto e ao agradecimento. Chamei a série de 'Crônicas de um pai', melhor seria chamá-la de 'Crônicas de um marido'. Chamar-se de pai é impossível sem o compromisso sincero e generoso, encantador e completo de um casal. Dona Vany é a responsável, por isso, enquanto ela tomba de sono ao meu lado, sussurro: Amo!


Crônicas de um pai: as gavetas de Maria Luíza

Crônicas de um pai: as gavetas de Maria Luíza

Roupas lavadas e passadas, hora de guardá-las, dou-me conta de que as gavetas do pai diminuem, nossa pequena, ainda por chegar, ganhou territórios. Acima de tudo, ganhou nossos sorrisos largos e cheios de ternura, ganhou nossos abraços.
Percorrer lojas de roupas de bebê ensinou-me algo sobre roupas de crianças: as meninas tem corredores e prateleiras em quantidade sem fim, os meninos, ah! pobres meninos, ficaram com umas poucas araras. Perdemos, perdemos, de forma avassaladora!

Crônicas de um pai: malas prontas

Crônicas de um pai: malas prontas

Vany e Maria Luíza estão de malas prontas, preparadas para o dia do dia, sim, assim mesmo, dia do dia. Ao voltar do trabalho, roupas passadas e separadas, divididas por dia, pacotes completos e coloridos. (Vany correu os olhos pela crônica e me perguntou rindo se as mulheres de minha vida estão de malas prontas para fugir; não, malas prontas para chegar, assim mesmo, chegar no dia do dia)

Crônicas de um pai: falar sobre bolsas

Crônicas de um pai: falar sobre bolsas

O almoço foi repleto de novidades, entre amigos, conversamos sobre partos e bolsas, expectativas do oitavo mês e hospitais. Troca de experiências era o tom, da minha parte, melhor falar de meus anseios. Eu os ouvia com atenção e sincera felicidade. A paternidade, tão sonhada, soa como uma senha e nos permite partilhar de um segredo. Segredo que, verdadeiramente, nos escolhe. Dar vida, ou antes, ser abençoado com o dom da vida nos leva a andar por alamedas novas.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Crônicas de um pai: anoitece

Crônicas de um pai: anoitece

Mãe e filha seguem bem, graças a Deus! Somos cuidadosos, todavia à medida que os dias correm e a barriga cresce aumentam os meus receios. Já anoiteceu e fico a imaginar o caos que é a cidade de São Paulo e o seu degradante sistema de transporte público em horários como o noturno. Insisto, sem sucesso, para que Vany evite horários perigosos. Não deveríamos nos arriscar tanto.
(sim, exageros de um pai e marido amedrontado com uma cidade deseducada;
Os anjos da guarda precisam fazer hora extra!!)