sábado, 20 de agosto de 2016

Santos Dumont (8): O mito de Ícaro

Santos Dumont (8): O mito de Ícaro

As mitologias gregas ganharam revigorada presença nas sociedades da Europa Ocidental, ressurgidas com o Neoclássico e a onda de estudos arqueológicos, literários e filosóficos em voga. A mitologia grega servia para ler e inspirar, de certa forma, tal como nos tempos homéricos, heróis e deuses habitavam o imaginário de sociedades como a francesa. Agora, os enredos helênicos moviam-se por entre homens e mulheres de sociedades tecnológicas dos séculos XIX e XX.
Ícaro, filho de Dédalo, era alguém a ser lembrado pelos que enfrentavam a navegação aérea. Dédalo, homem de engenho, construíra para o Rei da Ilha de Creta uma prisão. A prisão deveria abrigar uma aberração, um monstro. A prisão deveria abrigar o Minotauro, homem e touro em um mesmo corpo. A prisão e a aberração que ela deveria abrigar foram, no entanto, derrotadas pelo herói grego Teseu. Dédalo, a propósito, foi responsabilizado pelo Rei de Creta pela destruição do monstro e da perda da prisão. Foi condenado a viver exilado ao lado de seu filho em um ilha. Dédalo levava os seus dias a buscar uma maneira de escapar. Concebeu e construiu um par de asas. Decidiu-se pela construção de uma estrutura de madeira recoberta de penas presas por cera. Estava aberto o caminho e meio para a fuga. Pai e filho alçam voo, ganham altura e logo deixam a ilha do exílio. Dédalo recomendara ao filho que não voasse próximo ao Sol, do contrário as asas poderiam derreter. Ícaro não lhe deu ouvidos, voou em direção ao Sol e viu as suas asas serem desmanchadas pelo calor. Abatido pelo Sol, Ícaro caiu no mar.

(continua)

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