terça-feira, 23 de agosto de 2016

Crônicas de um pai: lembrar-se de João Cabral de Melo Neto

Crônicas de um pai: lembrar-se de João Cabral de Melo Neto

Poeta lembrado, escritor que palmilhou Recife e Sevilha, eu o trago aqui para falar de um rosário. O Auto de Natal Morte e Vida Severina revela um personagem triste, triste em virtude das tragédias familiares que vive, personagem que se põe a caminho em uma jornada peregrinatória que o levará do Sertão ao Litoral do Nordeste do Brasil. Desfia o seu rosário a procurar alento e a salvação, não a encontra, as dores o perseguem e são renovadas ao encontrar injustiça e sofrimento pelas cidades do rosário que desfia. O nosso personagem decide que o fim único é a morte, ela o salvará, desta forma, planeja suicidar-se ao chegar ao Litoral. Todavia, o Auto Natal deve cumprir-se e, na derradeira hora, o nosso personagem assiste a um nascimento. Nascimento que lhe restaura forças, sopro que aquece o seu coração. Fez-se vivo uma vez mais, restituído, restaurado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário