sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Notas de leitura: George Bernard Shaw

Notas de leitura: George Bernard Shaw

Os amigos que me acompanham no blog lembram-se que, ainda ontem, saí em busca do gosto da melancia. Ao voltar, ouvia a notícia de Musical que estreia (ou já estreou): My fair lady.
Não importa falar da emissora de rádio ou o nome do jornalista que falava do Musical, basta saber que enquanto guardava o carro na garagem ouvia a notícia e disse a mim mesmo que o blog serviria para dizer o que eu desejava.
Estou certo que o jornalista há de melhorar, há de realizar em breve belos trabalhos, a voz indicava um profissional jovem, ainda em formação, rogo que cresça e faça melhor.
Procurou, de forma breve e atrapalhada, falar da história, ele mal a conhecia, claramente não entendeu o enredo, faltava muito. Eis um bom retrato de nossa sociedade, falta-nos repertório para acompanhar o que se passa.
O dramaturgo irlandês George Bernard Shaw é autor de Pigmaleão. A peça fala de um professor de linguística que, de forma arrogante, acredita ser capaz de perceber as diferenças fonéticas entre os bairros de Londres; professor que, zeloso e satisfeito de sua arte, decidiu tomar uma jovem humilde, de fala popular, que, aos seus olhos não sabe falar. Aposta que a sua sabedoria e ciência serão capazes de fazer da jovem uma outra pessoa, alguém reconhecida pela sociedade aristocrática da época como uma dama, uma genuína dama, de certa e comprovada ascendência aristocrática. Ele lhe deu aulas e viu o seu coração ser cativado pela jovem aluna.
Eis a peça, aliás, o mito grego. O nome da peça, nos faz voltar para junto do rei grego que estava certo de que poderia criar a mulher perfeita. Rei e escultor, lavrou em mármore a mulher dos seus sonhos. Perdeu-se em sua prepotência ao se dar conta de que a mulher perfeita era uma pedra.
O mito grego e a peça do Sr. Shaw são a base literária do que veio depois: o musical e o filme.
Rex Harrison e Julie Andrews eram, nos anos 50, o professor e a aluna de Musical de estrondoso sucesso, mais tarde, quase uma década depois, o Musical  virou filme, agora, Rex Harrison dividia a sua arte com a talentosa Audrey Hepburn.
Não espero que um jovem jornalista fale de tudo isso, não, mas, anseio por pessoas que ao falar tenham feito a lição de casa. Ele sequer é capaz de dizer se gosta ou não, pela simples razão de que ignora o mito e a peça. Para o azar do jornalista, eu o ouvia quando voltava para casa. Contente por trazer e satisfazer o desejo de Vany pelo sabor da melancia e, também, certo de que entre as paisagens encantadoras que desejo mostrar à minha filha está o filme dos anos 60.

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