quinta-feira, 20 de junho de 2019

Santos Dumont (4): as lições do Balão Brasil

Santos Dumont (4): as lições do Balão Brasil

A fabricação do Balão Brasil diz muito sobre as maneiras do jovem Dumont estudar
e trabalhar. Sabemos pelo próprio Santos Dumont que ao chegar buscou em livrarias
tudo que havia sobre engenharia de motores e de aeronáutica. Contratou professores
que pudessem ser de alguma ajuda para em sua formação.
Ele tinha certeza que a vida na sua fazenda do pai cafeicultor não era suficiente.
Se cedo sabia como funcionavam máquinas de ferro que levavam o café de uma área a
outra, se a sua família estava entre as primeiras proprietárias de carro a combustão
no Brasil. Tudo isso, sabia muito bem, o capacitava, mas era preciso saber mais.
Santos Dumont queria aprender e o seu método era a aplicação aliada à disposição
livre de amarras, sabia que no campo da engenharia de motores e da aeronáutica, rever e reavaliar
de forma constante os projetos era indispensável.
Santos Dumnont nadou contra a corrente do estabelecido naqueles dias e colheu os frutos
de suas visões e projetos. A sua maneira de trabalhar revelou-se acertada e proveitosa.
O Brasil, país natal, não sabia ler, aliás, ainda não gosta de ler. O livro 'Os meus
balões', escritos em francês, em 1904, revela muito do homem e do inventor, do sonhador
e do empreendedor. Por que escreveu em francês? Estavam ali os seus ajudantes e os seus
professores, as oficinas e os mecânicos, os campos de pouso e as escolas aeronáuticas.
O Brasil pouco ou nada lhe oferecia. Certa vez, já piloto e inventor consagrado,
em conversas com autoridades aéreas do país indicou-lhes questões a serem tratadas para cuidar do futuro
da aviação no país. Santos Dumont reconhecido mundialmente não era voz ativa nas rodas
brasileiras. A primeira edição francesa de 1904 foi seguida de outra, ainda no mesmo ano,
em língua inglesa. Não à toa, França, Inglaterra e Estados Unidos, voltaram a sua atenção
para o lugar da aviação no século XX e o reinventaram. Eles entenderam a revolução que estava em curso, o Brasil traduziu  o livro que revolucionou a maneira de pensar a conquista do ar em 1938.

Nenhum comentário:

Postar um comentário