sexta-feira, 14 de junho de 2019

Ramón Otero Pedrayo, o olhar

Ramón Otero Pedrayo, o olhar

As viagens de carruagens deram lugar aos caminhos de ferro. Em um par de anos os viajantes
cruzavam territórios. Olhares atentos e o desejo de descobrir as gentes e os lugares. Escritores
como Goethe e Herculano, o Alexandre, combinavam em suas viagens Arte, História e Arqueologia.
Otero Pedrayo, em larga medida, pertenceu ao mundo dos autores de 'Viagem à Itália' e 'Lendas e
Narrativas'. De tanta correr o seu chão galego ganhou mesmo das companhias de ônibus o direito
de viajar quantas vezes desejasse. Se Goethe rememorava lugares que conheceu em seus livros e Herculano inventariava vestígios e edifícios perdidos, Otero Pedrayo encantava os seus caminhos. O Mapa de Fontán foi apercebido como representação do mirabilis galego (assim mesmo, o verbo aperceber que não é o mesmo que perceber e o mirabilis dos medievos). Compreensível quando nos damos que a sua sociedade foi palmilhada e sacralizada pela literatura do Códice Calistino.

(continua)

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