domingo, 9 de junho de 2019

Lições de História: a chamada educação 4.0

Lições de História: a chamada educação 4.0

não é bonita a expressão, mas não está em questão.

a referida educação, a rigor, considera as revoluções tecnológicas e informacionais. noutro momento tratarei disso, por ora, basta registrar que as tais transformações são parte do que chega, ou seja, são parte das linguagens e as maneiras de ser dos próximos anos. precisamos aprender a empregá-las.

quero aqui fazer um reparo que, após acompanhar o que se diz a respeito da educação baseada nas revoluções do tempo leio e ouço de forma regular. a educação pode, ao empregar os recursos à disposição, acompanhar melhor a maneira de aprender e oferecer meios apropriados a cada aluno/aluna.

nossos gestores, todavia, carecem de formação de conjunto e, via de regra, postulam a educação que respeita a individualidade, mas não a compreendem. antes de tudo, a falta de formação ampla os leva a entender as ciências como um conjunto homogêneo. desta forma, julgam que o que serve para uma ciência servirá para a outra.

daí resulta uma confusão e estresse desnecessários. confusão porque baralham os saberes como se não houvesse distinção epistemológica entre conceito e experimento, análise e narrativa, pesquisa e conclusão. as ciências em suas idiossincrasias transformam-se em um amálgama indigesto. se não as entendem, resolvem a sua ignorância sugerindo os mesmos receituários mal compreendidos.

no final, tão importante quanto respeitar a maneira de aprender é urgente dar-se conta de que as ciências devem ser vistas nas suas particularidades. lembro aqui da primeira enciclopédia, do esforço francês (iluminista) de organizar o conhecimento. definia-se, ou antes, redefinia-se o que eram os nossos campos de conhecimento. é fato que ao longo dos anos nossas definições foram revistas e reelaboradas. todavia, urge perceber que de nada adianta as disposições, aliás boas e necessárias disposições para as novas tecnologias se não entendermos o que é que estamos ensinando.

tão importante quanto saber como ensinar é saber o que ensinar. boa ação seria pedir que os gestores soubessem e aprendessem (de cor, de coração) o que cada ciência faz.

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