quarta-feira, 26 de junho de 2019

Crônicas de um pai: assediada

Crônicas de um pai: assediada

roteiro tantas vezes repetido:
escritora fala sobre si mesma e o seu trabalho, utiliza as redes sociais para os seus registros.
expor-se a coloca como alvo de comentários de todo tipo, entre outros, os assédios.
lá pelas tantas, a escritora solta o verbo e responde, ou melhor, chuta o balde na cabeça do agressor,
com isso, expõe a agressão. entre nós expor a o gesto deseducado e moralmente recriminável é muitas vezes tratado como algo pior do
que a atitude do agressor.
não é está nota sobre uma escritora em particular, mas sobre todas as escritoras vítimas de
homens machistas e vulgares que usam a rede (distância e anonimato) para dizer e revelar o quanto são tolos
(para dizer o mínimo).
se a mulher expõe a agressão sofrida, triste escolha, ela será recriminada por chutar o balde.
o silêncio é o que se deseja da pessoa agredida, já que o agressor - físico e virtual - anda impune e
acaba de tomar o elevador do condomínio.
minha doce lulu, minha querida vany, o mundo está doente. estou aqui e vou fazer como nossa filha tantas vezes pede: 'liga para a doutora'. Enquanto conversava com a doutora camila, rabisquei meu silêncio aqui.

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