sexta-feira, 31 de março de 2017

Crônicas de um pai: O Elefante Antônio e o livro de banho (ou Reinações de Maria Luíza)

Crônicas de um pai:  O Elefante Antônio e o livro de banho (ou Reinações de Maria Luíza)

"Bom dia, Maria Luíza! Você dormiu bem?

Ah! Elefante Antônio! Dormi sim, dormi muito. O que você está fazendo no meu quarto?

Estou lendo o seu livro de banho. As páginas são macias.

Você sabe ler Elefante Antônio? Eu ainda não aprendi. Meu papai e minha mamãe leem para mim.

Sei sim, Maria Luíza! Você vai gostar de aprender. Vi que há vários livros em seu quarto. Você achará motivos para se divertir com cada um deles.

Você também pode ler os livros que estão aqui. Quer ler para mim? Você tem voz que lembra a do meu pai.

Lerei sim e você pode viajar em minhas costas. Criaremos as reinações de Maria Luíza, não haverá um rinoceronte de nome Quindim, mas um Elefante Antônio.

Eeeeeba!! O que são reinações? Quem é Quindim?

(Venha, minha filha! Está na hora de irmos para o berçário!)

Tchau, Elefante Antônio, vou brincar na minha escolinha ao pé de uma jabuticabeira!

Tchau, Maria! Estarei aqui à sua espera.

(Vai viver as suas primeiras reinações!)"

quinta-feira, 30 de março de 2017

Crônicas de um pai: Maria Luíza e a caneca de porcelana

Crônicas de um pai: Maria Luíza e a caneca de porcelana

Tenho lá os meus hábitos, beber café como quem toma água, por exemplo. Ao retornar, no final da tarde, encontrei minha família a brincar no sofá. Não resisti, ficamos os três ali fazendo graças.
À certa altura levantei para tomar café, Maria Luíza ficou a me seguir com os olhos e se pôs a fazer bico de quem quer beber da caneca; sim, ela já faz isso.
Deixei o café de lado e coloquei água e a ofereci para Maria Luíza, que, para nossa surpresa, segurou a caneca pela alça. Não satisfeita buscou pela borda da caneca e ficou ali ora sorvendo a água, ora mordendo. Quando tentamos fazer isso com a canequinha dela, adequada e fabricada segundo técnicas e materiais que impedem o refluxo, ela não aceita, ela quer a caneca que viu os pais usando...
Não acreditávamos, cinco meses e 4 dias e a nossa pequena ali mostrando o que já sabe fazer.

moral da história: somos péssimas influências para a nossa filha, a ensinamos o sorver bebidas em peças de porcelana





Crônicas de um pai: As suas pequenas mãos procuram o meu rosto

Crônicas de um pai:  As suas pequenas mãos procuram o meu rosto

Há momentos singulares, momentos nos quais uma vida inteira pode caber.

Meu rosto marcado pelo cansaço aos seus olhos merece um sorriso, merece ser afagado. Meu nariz semita, aos seus olhos, merece um beijo molhado. Os seus olhos me trazem de volta, me reconfortam.

(Presente de Deus!)

Crônicas de um pai: coleguinhas de berçário

Crônicas de um pai: coleguinhas de berçário

Na saída do berçário, minha filha e o bebê A* ficaram a conversar. Bla para cá, bug para lá e não sei mais quais outros minnn. Eu não estava presente, a história me foi contada pela mãe. Se estivesse lá, exigiria esclarecimentos. Quem é o garoto?  Como assim? Por que riam tanto?!

Quero explicações quando chegar em casa, a batata de alguém está assando e vai sobrar até para a mãe.

quarta-feira, 29 de março de 2017

Crônicas de um pai: coreografia da manhã

Crônicas de um pai: coreografia da manhã

As manhãs são únicas, passear pelo quintal e dar ouvidos aos pássaros, sentir a luz do sol preguiçosa se esparramando, tudo permite perceber o milagre que nos cerca.

No entanto, o relógio trabalha. Urge coreografar a manhã, sem prévios ensaios definir marcas e ações que pai e mãe executam à maestria. Bolsa e seu conteúdo, atualização da agenda do bebê, troca de fraldas, mamadeiras, café da manhã dos pais - xiiii! o pão acabou - lanche para enfrentar a jornada, calça lavada, cartão de ônibus. Há posições, marcas e bolsos para tudo. O tempo urge.

Staccato triplo!!!

Quando pai e mãe terminam a sua coreografia estão exauridos e o dia mal começou; respiram fundo, despedem-se, trocam dedos e dizem até mais!
Levam o sorriso trocado com carinho. No mundo para o qual vão espalham caras e bocas, pássaros e sóis das primeiras horas do dia, isso lhes bastará para atravessar e retornar ao seu solar.

terça-feira, 28 de março de 2017

Crônicas de um pai: dentes e mais dentes

Crônicas de um pai: dentes e mais dentes

O nascimento dos dentes de um bebê é sinônimo de desconforto. Maria Luíza não sabe o que está acontecendo, não consegue assimilar a mudança e a dor. Noites mal dormidas, noites a buscar o colo e o peito da mãe. Dona Vany está esgotada e ao mesmo revela um sorriso de felicidade. O dia ficou mais longo e a noite mais curta, uma vez mais. A jornada diária recomeça e já sinto saudades dos resmungos e do choro manhoso de quem pede afago para aliviar a dor.

Beijo, filha!
Beijo, Vany!

ps. já volto!

segunda-feira, 27 de março de 2017

Crônicas de um pai: a arte de trocar fraldas

Crônicas de um pai: a arte de trocar fraldas

Manuais de troca de fraldas? Aulas e vídeos? De nada servem. Eles não usam bebês - terremoto classe 5 - como modelos, pelo contrário, empregam bonecas na maior parte das vezes.

Exagero, sem dúvida, Maria não é um terremoto, ela é tranquila. Outrora, ela ficava ali esperando que a trocássemos, agora, a caixa de lenços, a pomada, o trocador, a parede, a roupa, tudo, absolutamente tudo pede e chama a sua atenção. O tronco que antes ficava ereto, agora gira para a esquerda e para a direita, Maria Luíza se contorce e sorri. Limpar e passar pomada é operação lúdica. Os pais usam a pomada e saem eles mesmos lambuzados. A fralda limpa sofre para ficar na posição, o dorso girou e as nádegas ficam expostas. Fazer e refazer; ela quer brincar com tudo. Pensando bem, classe 2 é adequada ao tempo presente.

Beijo, filha!
ps. a mãe, a doce, não concorda com uma única linha do que eu escrevi....mas que é verdade, é.....

domingo, 26 de março de 2017

Crônicas de um pai: cuidados com a família

Crônicas de um pai: cuidados com a família

Cuidei de minha mãe, eu a acompanhei em sua jornada e despedida. Muitas vezes não sabia como responder e atender às suas dores físicas e emocionais, a velhice exige muito daquele que adoece e se despede e daquele que está ao lado nos instantes finais.
Lembro-me de meu pai em sua última semana, da maneira como me chamava certo horário da madrugada e de como explicou-me, certa vez, que gostava de dizer meu nome porque 'era muito doce'.
Despedir-se, vestir-se de dor e de sofrimento, afinal, sabemos que nascemos para a morte, todavia, não somos educados para a morte, pelo menos, acreditava nisso, acreditava que não havia sido educado para a despedida.
Dei-me conta que à medida que a minha jornada prosseguiu, havia recebido a grande lição em minha casa. A dor de se despedir de minha mãe revelou o tesouro que ela havia me dado, colocou o seu afeto sob a luz do dia.
Cuido de minha família a partir das lições que aprendi.
Grato, grato e grato!!

Crônicas de um pai: Maria Luíza já sabe se sentar sozinha

Crônicas de um pai: Maria Luíza já sabe se sentar sozinha

Em meio a tantas transformações, Maria Luíza nos mostrou que é, também, capaz de se sentar sozinha. Nada lhe escapa. Em dia de tantas comemorações a certeza é a de que a vida é um presente sem tamanho. Aproveito que ela já sabe se sentar para ainda uma vez agradecer, agradecer e agradecer.
Beijo, família!

Crônicas de um pai: o nascimento do primeiro dente

Crônicas de um pai: o nascimento do primeiro dente

De maneira precoce, hoje, dia do aniversário de cinco meses é também o dia do nascimento do seu primeiro dente. Nas últimas semanas, os sinais da dentição que já estavam presentes, agora, são visíveis. Cedo, antes do café, Maria Luíza buscou pelo dedo de sua mãe para mordê-lo, desta vez, no entanto, a mãe começou a chorar quanto se deu conta de que o dente já despontava, já rompia a gengiva e começava a se mostrar. Ao morder o dedo de sua mãe, nossa filha não esperava promover, estou certo, tantas reações de emoção.
(pai e mãe estão atônitos!)
Ainda ontem, na fila do mercado, Maria Luíza estava de conversa com um dentista, que, encantado com a desenvoltura de nossa pequena nos ofereceu uma aula a respeito de dentição de bebês. Pois bem, nos damos conta de que nossa filha prestou atenção a nossa conversa e nos oferece um sorriso com o seu primeiro dente.

Crônicas de um pai: 5 meses (9 + 5 = 14 meses)

Crônicas de um pai: 5 meses (9 + 5 = 14 meses)

Dia de aniversário, dia de  se assustar com o ritmo das reações e da evolução de nossa filha. Cresce rápido, muito muito rápido. Entre as tantas brincadeiras do dia que nos encantaram está a de Maria descobrindo os movimentos de pé, ou melhor, ela já o descobriu o seu pequenino pé, mas agora ela sabe imitar quem está ao seu lado. Depois do almoço, sentamos os três no sofá, Maria Luíza entre os pais. Comecei a balançar e mexer com o meu pé de modo que ela percebesse, ela não apenas o acompanhou, procurou dentro de sua percepção e capacidade replicar os movimentos.
A vida é maior do que tudo!
Feliz aniversário!!

sábado, 25 de março de 2017

Crônicas de um pai: dia de vacinação

Crônicas de um pai: dia de vacinação

Desconforto, febre e inchaço, nossa pequena carrega o mau-estar provocada pelas vacinas tomadas ontem. À sua maneira, minha Maria mostra o seu dengo e chora manhosa para que a mãe - a esta altura esgotada - a carregue uma vez mais e volte a lhe dar de mamar. Passadas 24 horas, nossa Maria reage bem e deixa para trás as reações da maratona de vacinas.

Tudo que ela quer é o afago e o toque de sua mãe, melhor remédio não há.

Beijo, filha!
Beijo, Vany!

sexta-feira, 24 de março de 2017

Crônicas de um pai: o mingau nosso de cada dia

Crônicas de um pai: o mingau nosso de cada dia

Oferecer mingau à nossa pequena é operação complexa. A coordenação motora melhorou e, agora, pegar a colher de mingau ou a vasilha em que está é parte de sua diversão e alimentação. A consequência primeira é que o mingau esparrama, ganha novos ares além da pequena boca de minha Maria e decora a cozinha.

Sim, há certo exagero no que eu digo, há que se brincar, mas uma coisa é certa, ao chegar ao trabalho notei que parte superior do aro dos meus óculos estava branca de mingau.

Crônicas de um pai: mudando de lugar

Crônicas de um pai: mudando de lugar

Nas últimas horas lançar o corpo para frente para se sentar e se movimentar passou a ser corriqueiro; ainda ontem, minha filha ensaiava os movimentos que lançavam o seu tronco para frente, hoje, ela já os domina. A sensação que tenho é a de ter perdido - uma vez mais - o chão. As transformações são ligeiras, quando aprendo e me familiarizo com uma rotina de movimentos e situações sou surpreendido por um salto.

Maria segue distribuindo os seus sorrisos durante o dia, à noite adota uma atitude mais reservada e algo inquieta, nessas horas a mãe é o seu tudo, o pai, bem, é melhor chorar na cama que é lugar quente.

Beijo, filha!

quarta-feira, 22 de março de 2017

Crônicas de um pai: Oração do pai

Crônicas de um pai: Oração do pai

Eu me ajoelho e aproximo o meu peito de minha alma, recolhido agradeço pela minha vida, pela vida dos meus. Em silêncio canto alto e forte o que não tem nome.

Crônicas de um pai: Outonais

Crônicas de um pai: Outonais

Ainda em flores, a roseira branca e as lágrimas de Cristo animam a entrada de nossa casa. Não me recordo de floração tão longa e vistosa. Foram presentes de minha mãe para a casa, casa em que vive hoje a sua neta. As florações renovam e reafirmam um princípio, um sentimento de pertença não propriamente a um lugar físico, mas a um lugar de afeto e de aconchego. Sou negligente, esqueci-me de aparar a nossa roseira e fazer a poda, mesmo assim, ela oferta o que tem de melhor.

Sou grato!

terça-feira, 21 de março de 2017

Crônicas de um pai: o gênio da lâmpada de Aladim

Crônicas de um pai: o gênio da lâmpada de Aladim

Estimado Djin da lâmpada, quero lhe fazer um pedido; não, não é para mim, tampouco, para minha filha. Peço para a minha esposa, peço que a sua noite de sono tenha 48 horas, 48 horas ininterruptas. Que o seu prato de comida tenha porções generosas de tudo que ela aprecia e que depois de uma refeição ligeira de 3 horas de duração, ela tenha tempo para um cochilo rápido de meras 2 horas. Que os afazeres domésticos sejam executados por uma série de robôs de baterias inesgotáveis e que ajam de forma espontânea, sem que ela lhes diga o que deve ser feito. Que a sua cama seja quente com uma dúzia de cobertores extras.
Sobretudo, permita que minha esposa acompanhe a sua pequena, permita que ela tenha mais tempo, permita que o relógio lhe seja favorável e não um comedor de orelhas.

Agradeço-lhe pela ajuda, Sr. Djin,



Crônicas de um pai: sapatinhos de lã e o Outono

Crônicas de um pai: sapatinhos de lã e o Outono

Maria Luíza rabisca o seu repertório de gostos, é cedo, mas ela já começa a criar a sua personalidade bebê. Hoje, segundo dia de Outono, ela usaria meias de lã. Bebê trocado e mamadeira na mão para um lanche, ao me voltar para ela me dei conta que ela estava sem um das meias, comecei a rir, tolice minha, ao me voltar para minha filha ela já havia retirado o segundo pé. Insisti, tornei a colocar as meias e, uma vez mais, ela ficou sem as suas meias.
Ela lembra um mágico nessas horas, aquele que usa o cobertor para que a plateia não desvende os seus segredos. Maria Luíza qual um Houndini guarda segredos e truques para num instante ficar sem as meias. Não, não são as meias de lã que a incomodam, ela prefere usar nada, dedos livres e soltos.

beijo!!

segunda-feira, 20 de março de 2017

Crônicas de um pai: as noites ficaram mais longas

Crônicas de um pai: as noites ficaram mais longas

Minha Maria ainda insiste em acordar durante a noite para mamar, no entanto, as suas noites agora parecem mais longas, o frio altera o seu relógio. Pai e mãe de recém-nascido clamam para que as voltas do relógio demorem a passar, pai e mãe de recém-nascido levam cada qual três pares de braços que não repousam nem quando dormem. Pai e mãe recém-nascido vivem bem e sorriem à toa.

domingo, 19 de março de 2017

Crônicas de um pai: abdominais de uma jovem coruja

Crônicas de um pai: abdominais de uma jovem coruja

Os dias seguem ligeiros, as roupas retornam da máquina lavar menores e menores, não vencemos refazer a gaveta de roupas. Nossa Maria, nas últimas horas, aprendeu a erguer o tronco quando está deitada; assistir aquele toco de gente levantando o corpo para se levantar nos dá medida de seu crescimento. Outrora, quando ela estava em nosso colo, ela olhava o mundo com atenção, hoje, ela gira de um lado para o outro, ágil e ágil.
Ela está a crescer, os cinco primeiros meses batem à porta!

sábado, 18 de março de 2017

Crônicas de um pai: livro de banho

Crônicas de um pai: livro de banho

Nossa biblioteca conheceu de tudo faltava, até hoje, o chamado livro de banho. Não, não eram as obras que Plínio, o velho, grande mestre da Velha Roma, lia - ou liam para ele - enquanto tomava o seu banho. Livro de banho, hoje, nomeia um livro que bebês podem levar para as suas banheiras.
Agora nossa biblioteca dá novo passo em direção à modernidade e incorpora ao seu acervo o primeiro exemplar de um livro de banho. Maria Luíza já o aprovou, está, por ora, digamos, molhado, não das águas de sua banheira, mas sim, de sua ágil boca que já mordeu a borda da publicação.
Sim, nossa Maria pertence ao XXI, lê publicações digitais, mas não abandona as publicações tradicionais, a começar pelos de banho.
Beijos!

Crônicas de um pai: mamãe

Crônicas de um pai: mamãe

Mamãe. Ma mãe. Papai. Pa pai. Sorvete. Sor ve te. Grão-de-bico. Grão de bi co. Mamadeira. Ma ma dei ra. Mamãe. Ma mãe. Melancia. Maça. Ma ça. Papai. Pa pai. Morango. Mo ran go. Carro. Car ro. Cabelos. Ca be los. Fralda. Fral da. Chocolate. Cho co la te. Mamãe. Ma mãe.

(das nossas lições de fala, falta pouco, falta muito pouco, os morangos acabaram e o bolo de chocolate não sobreviverá muitos minutos...)

sexta-feira, 17 de março de 2017

Crônicas de um pai: o meu aniversário

Crônicas de um pai: o meu aniversário

Dia de São Patrício. Dia de acordar aos sons dos resmungos de minha pequenina Maria. Dia de receber o abraço carinhoso de minha esposa. Dia de abrir a geladeira e descobrir um bolo lindo. Dia de se olhar no espelho e se dar conta de seu sono atrasado. Dia de se lembrar de todos os que me são queridos. Dia de ouvir a sua pequena acompanhar a mãe em um Feliz Aniversário cúmplice. Dia de agradecer. Dia de agradecer uma vez mais. Dia de guardar um pedaço de bolo para sonhar mais tarde. Dia de completar 52 anos. Dia de se perguntar se tanta alegria cabe em meu peito. Dia de receber  o carinho de pessoas que verdadeiramente lhe querem bem. Dia de ser lembrado pelos colegas com reverência e respeito. Dia de receber para um lanche os queridos Sr. Humberto e Dona Elisabete. Dia de saborear o bolo com cobertura. Dia de parar em frente ao Sagrado Coração e buscar pelos olhos que desde a minha infância me acompanham. Dia de levar em seus braços a sua filha. Dia de São Patrício.

quinta-feira, 16 de março de 2017

Crônicas de um pai: conversas de madrugada

Crônicas de um pai: conversas de madrugada

Apesar da pouca idade, nossa Maria apresenta os sintomas do nascimento de seus primeiros dentes. A pediatra ficou surpresa ao diagnosticar a precocidade dos primeiros sinais.

Desconforto e inquietação têm alterado o sono de nossa pequena. Madrugada passada foi uma dessas oportunidades. Ela não conseguia descansar e nem achar posição. Eu e Dona Vany fizemos de tudo um pouco: medicamento, afagos e sinceras declarações de carinho. Levamos tempo, ela serenou e agora repousa. Pobre mãe, exibe em seu rosto devoção e cansaço; mãe feliz, ostenta em seu sorriso o orgulho e a satisfação da maternidade.

Beijo! Já vou sair!

quarta-feira, 15 de março de 2017

Crônicas de um pai: pai de menina

Crônicas de um pai: pai de menina

O pai de uma menina precisa repassar o livro do mundo para, a partir de um outro par de olhos, agora, femininos, alterar a sua palheta de cores. O pai de menina é necessariamente um observador, ele precisa aprender a linguagem e a perspectiva feminina. Aos olhos do pai uma chave de fenda pode corrigir um problema, aos olhos da menina, outra é a ferramenta.
O pai de menina fica a observar mãe e filha e busca aprender.
O pai de menina, vez por outra, deixa o coração da mãe apreensivo: 'onde já se viu jogar a menina para o alto...eu não estou vendo isso!!'

O pai de Maria Luíza nasceu no dia em que descobriu que estava grávido, já o pai de menina, precisa de tempo para aprender, o pai de menina, pelo menos este aqui, adora babar a sua cria e dizer muito obrigado!!

Crônicas de um pai: minha primeira oração do dia

Crônicas de um pai: minha primeira oração do dia

'Papai do céu, bom dia!

Papai do céu, acompanhe minha mãe que já saiu de casa para a jornada do dia.

Ajude-a a tomar as decisões melhores e justas para toda a minha família.

Grata, Papai do céu!

Acompanhe o meu pai que dentro de instantes também sairá para a sua jornada

Lembre-o do caminho, lembre-o do que é certo.

Grata, Papai do céu!

Venha comigo brincar no berçário, há uma jabuticabeira linda em nosso parquinho.

Todos ficarão felizes com a sua presença.

Grata, Papai do céu!

(Ajude-nos a fazer da nossa família uma boa planta para melhorar o jardim do mundo)'

Crônicas de um pai: cochichar com os olhos

Crônicas de um pai: cochichar com os olhos

Hora de levá-la ao berçário é um momento delicado, há um tremor. Dona Vany é a primeira a deixar a casa para a jornada do dia, cabe a mim levar Maria à escolinha. Quando eu a deixo no colo da berçarista e minha pequena volta aquele par de olhos para mim como quem indaga, como quem pede mais de minha companhia sinto-me um vilão.
Dia a dia criamos as nossas linguagens e os nossos sinais, nos comunicamos sem palavras.
(dias atrás, dou minha palavra, ela respondeu a uma pergunta de forma afirmativa: perguntei-lhe se trocaríamos as fraldas e ela começou a balançar a cabecinha a dizer sim)
beijo!

terça-feira, 14 de março de 2017

Crônicas de um pai: falar sobre o racismo

Crônicas de um pai: falar sobre o racismo


Pense nas pessoas como se elas fossem móveis, como se fossem armários cheios de gavetas; grandes e vistosos.

'Estou pensando....posso pintar o armário?'

Sim, pinte-o como preferir.

'O que há nas gavetas do armário?'

Há de tudo um pouco, há roupas novas e velhas, casacos que não existem, livros perdidos e rasgados, pensamentos felizes e caras de ódio, barras de chocolate e uvas, frases esquecidas de antepassados e frases que foram apenas cogitadas e que jamais foram pronunciadas. Há de tudo naquelas gavetas, elas não têm medida.

'Quanto tempo leva para saber de tudo que há nas gavetas?'

Uma vida inteira.

'Uaauu, uma vida inteira ali dentro! O racismo está ali?'

O racismo nasce ali quando a pessoa não sabe aprender com as suas gavetas, quando ela perde o prumo e faz de si mesma uma medida, quando a sua natureza entrega-se ao desamor e elege Barrabás o herói do seu dia. Ela empunhará uma arma e uma palavra e dirá que vai fazer justiça.

'Triste saber que ao invés de brincar ela preferiu brigar'

Ela tropeçará nas palavras, irá do fraterno à intolerância em um instante. Lamento contar-lhe isso, lamento muito.

Crônicas de um pai: tenho interesse

Crônicas de um pai: tenho interesse

Minha filha parece dizer 'venha cá, pegue-me no colo para que eu possa ver tudo de perto, para que eu possa entender o mundo. Preciso compreender, meu livro está cheio de páginas em branco, desejo preenchê-lo. Ontem, acrescentei a textura dos vasos feitos de  fibra de coco e das folhas de orquídeas. Aos poucos estou a compor minha gramática de objetos, texturas e finalidades.' Aos 135 dias, minha filha, a encantadora, revela a sua disposição.

(Meus joelhos doem como se estivesse em uma peregrinação sem data para terminar, só posso dizer que continuarei)

Beijo!

domingo, 12 de março de 2017

Crônicas de um pai: a minha avó materna

Crônicas de um pai: a minha avó materna

Não conheci minha avó materna, aliás, minha mãe, muitas vezes, contou-me triste triste que não conseguiu me apresentar à sua mãe. Infelizmente, minha mãe seguiu marcada e machucada com tal situação. Por razões diferentes, Maria Luíza não conhecerá a avó, não posso lhe apresentar minha mãe, todavia, ela a conhecerá em mim. Saberá de sua beleza e de sua singular coragem de palmilhar quarteirões e quarteirões a pé para cuidar de sua família. Estou certo que lá 'no assento etéreo onde subiste, memória desta se consente' e saberá agora sorrir, saberá agora ao lado de sua mãe, dizer: 'ali estão, minha mãe, meu filho e minha neta, aproxime-se, venha conhecê-los pelos meus olhos'.

Beijo, mãe! Beijo, vó Fadua!

Crônicas de um pai: meus cabelos brancos

Crônicas de um pai: meus cabelos brancos

Logo mais será meu aniversário, meu quinquagésimo segundo, levo em meus braços uma menina, sou pai de uma garotinha chamada Maria. Fecho os olhos e me lembro da estrada que corri até chegar aqui. As marcas em meu rosto dizem quem sou e de onde eu venho, meus cabelos brancos contam sobre meus dias e, agora, dizem também algo mais.
Minha Maria acordou cedo - sempre acorda - e a colocamos em nossa cama na esperança de que dormisse um pouco mais. Não, ela não dormiu, mas visto que tem agora boa coordenação de mãos afagou meus cabelos brancos e criou um penteado para o domingo.

beijo!

sábado, 11 de março de 2017

Crônicas de um pai: A princesa do Líbano em terras de Santana

Crônicas de um pai: a princesa do Líbano em terras de Santana

Santana vive dias de festa, fitas coloridas e balões enfeitam as suas ruas e praças. Elefantes coloridos ricamente adornados são vistos em procissões sem fim que conduzem os ilustres visitantes. Montarias ajaezadas levam a nobre família aos jardins de Santana.
Maria, a princesa das Duas Luas, está entre nós.

Crônicas de um pai: escandir 'o céu de santo amaro'

Crônicas de um pai: escandir o 'céu de santo amaro'

"Meu querido diário: hoje, à hora do almoço, meu pai pediu a minha ajuda para oferecer uma canção para a minha mãe.
Disse-me que seria bom para o meu repertório - procurar repertório no dicionário, logo mais - ouvir uma canção na voz de Caetano Veloso e Flávio Venturini. O título, cochichou ao meu ouvido, era 'O céu de Santo Amaro'.
A canção dizia algo assim:
'Meu amor, vou lhe dizer, quero você com a alegria de um pássaro em busca de outro verão.
Na noite do sertão meu coração quer bater por ti, eu me coloco em tuas mãos para sentir todo o carinho que sonhei.
Nós somos rainha e rei!'
entendi pouco dos versos, dei-me conta apenas que minha mãe gostou de ganhar a canção de presente.

beijo, mãe!

ps. paiê, o que é mesmo escanção?!


sexta-feira, 10 de março de 2017

Crônicas de um pai: o firmamento

Crônicas de um pai: o firmamento

'Meu querido diário: firmamento foi a palavra que aprendi hoje. Logo cedo, quando meu pai tentava me fazer dormir, e eu, bravamente, lutava contra o sono papai se pôs a falar sobre um monte de coisas. Indagou se eu procurava o firmamento, contou-me que ninguém mais se interessava por ele e, por isso, a palavra andava de mudanças para o bosque das palavrinhas esquecidas, perdidas e fora de moda. Falou-me que tempos atrás havia mesmo divindades que estavam ligadas ao tal de firmamento.

Perguntei ao meu pai qual o mais bonito firmamento que ele conheceu, falou-me de um que existe na Chapada dos Guimarães. Prometeu-me que vou conhecê-lo, em breve.

Não quero que a palavra firmamento deixe de existir, preciso contar tudo aos meus colegas do berçário. Faremos algo, algo de grande para que o Sr e a Sra Firmamento não nos deixem.

Beijo, pai!

Hoje é sexxxxxxta!!!

quarta-feira, 8 de março de 2017

Crônicas de um pai: mais uma foto, para lembrar e homenagear

Crônicas de um pai: mais uma foto, para lembrar e homenagear

O aplicativo do berçário avisa da chegada de uma foto. Abro com um sorriso largo e indisfarçável. As berçaristas criaram painel com fotos de mães e avós junto aos seus pequenos e pequenas.

Encontro as minhas meninas, elas levam um coroa na cabeça.

O dia é delas, das minhas duas meninas, a bênção restaura !

Crônicas de um pai: a amiga Gabriela, a 'taraguela'

Crônicas de um pai: a amiga Gabriela, a 'taraguela'

Ontem, minha pequena foi ao médico com a mãe. Maria Luíza por questões dermatológicas, Dona Vany, em virtude de um resfriado que a deixou quebrada e com uma voz irreconhecível.

Perdi o melhor da festa, perdi a oportunidade de ver minha filha fazendo amigos e, ainda no consultório, buscar as teclas do computador da médica que digitava o diagnóstico; já sei, deve ser algo como 'menina grande para a idade que resolveu tomar conta do meu computador e agora não me deixa trabalhar'.

Felizmente, mãe e filha estão bem, ficarão melhor depois dos exames e medicamentos.

Perdi, perdi o melhor da festa, inclusive a menina Gabriela de 3 anos que deu um espetáculo de simpatia. Falava pelos quatro ventos e mais alguma coisa, daí o apelido que ganhou, mas que ela não sabia repetir e que acabou por se transformar naquele divertido 'taraguela'.

Meus sinceros cumprimentos aos pais da pequena Gabriela que ganhou risos de todos quanto estavam ao seu redor.

Ao chegar à entrada da clínica, mãe e filha tinha muito a me contar.  E eu era todo ouvidos e abraços para minhas mulheres.

Beijo!

Obrigado!!

'meu querido diário: até o momento tudo está bem aqui em casa, mamãe nada contou ao meu pai das minhas estrepolias com o estetoscópio da Dona Médica, ufa!!'

Crônicas de um pai: as voltas do relógio

Crônicas de um pai: as voltas do relógio

Quando vir este bilhete junto ao seu carrinho de aventuras saberá algo de minha expectativa de voltar para casa e tê-la em meus braços. Erguê-la alto e ganhar aquele sorriso farto e molhado.

Perdoe a minha ausência, releve a minha demora, estou aqui.

Beijo, meu tesourinho!

Crônicas de um pai: a bolsa nova de Vany

Crônicas de um pai: a bolsa nova de Vany

Dona Vany está em festa, sorrisos e lágrimas, Dona Vany ganhou uma bolsa. Chegou ao berçário e para a sua surpresa ganhou da filha uma bolsa. Havia um cartão que falava do Dia Internacional das Mulheres. Ambas, mãe e filha, agora se abraçam, fazem juras de parceria na luta por uma casa e um mundo melhores.

Feliz Dia Internacional da Mulher, Dona Vany Abdalla.

Grato, por tudo!!

Crônicas de um pai: dia internacional da mulher

Crônicas de um pai: dia internacional da mulher

Minha pequena Maria, hoje, comemora-se o dia internacional da mulher. Comemorar é o mesmo que lembrar. Ao longo de sua vida, muitas vezes, encontrará pessoas que a diminuirão e a desvalorizarão em virtude de sua natureza. O mundo, já lhe disse, engendra perversidades e preconceitos aos montes. Você saberá, no entanto, criar em seu mundo pessoal uma rede de amigos que lhe permitirá tornar o planeta um pouco menos grosseiro e estúpido. Eu e sua mãe estaremos ao seu lado, seremos os seus incentivadores na formação dos seus roseirais e de sua biblioteca. Estaremos sempre, mesmo quando disser que pilotará uma nave espacial até as fronteiras do sistema solar e passará algum tempo sem dar notícias. Estaremos.

Beijo, minha pequena grande Maria!

Feliz dia internacional do respeito e da valorização da mulher de maneira justa e verdadeira.

Crônicas de um pai: curiosa, muito curiosa

Crônicas de um pai: curiosa, muito curiosa

Pais sempre se perguntam sobre o que passa pela cabeça de seus bebês. O que pensam, do que se lembram, o que desejam dizer com a sua linguagem de anjo são indagações que vivemos a fazer.

Acreditamos que às vésperas dos seus 130 dias, Maria Luíza vive grandes mudanças. Ela nunca foi de chorar, agora, no entanto, parece mais carente, isto mesmo, carente, quer a todos por perto. Quer brincar, quer ficar sentada em nosso colo enquanto brinca com o seu pé, quer ficar longos instantes a observar as folhas de uma árvore, deseja saber quem é o sabiá que vem passear em seu quintal. Quer tudo isso porque descobriu que existem e quer compreender e crê que devemos estar ao seu lado para tantas descobertas. A cabeça de nossa pequena ferve ao ritmo de tantas conexões e, acredito, que o grude com a mãe se explica pelas dificuldades que ela deve enfrentar para mudar, para crescer. 'Mãe, o que está acontecendo comigo?!' O pai acode e leva ao colo certo de que todo seu corpo e vontade hão de ajudá-la.

Nada é certo, nada do que penso a respeito pesa mais do que uma maçã, sei apenas que estou aqui a buscar da melhor maneira compreender com os meus olhos e a ponta dos meus dedos tudo que vive o nosso Solar em março de 2017.

segunda-feira, 6 de março de 2017

Crônicas de um pai: o furacão e a revoada de borboletas

Crônicas de um pai: o furacão e a revoada de borboletas

Os últimos dias ficaram ardidos, Maria Luíza chora mais alto e, em virtude da melhor articulação de seus dedos, ela é capaz - e gosta disso - de agarrar os objetos ao passar pelos cômodos. Ganhou apelidos em razão de suas novas habilidades. À hora do jantar invocou as forças da natureza, desta vez, respondi com o vídeo de Gal Costa cantando 'As Borboletas'. Os ventos fortes pararam de súbito e minha pequena ficou a ouvir Gal cantar as cores de mil borboletas.


Crônicas de um pai: novos escritos de Maria Luíza, a blogueira

Crônicas de um pai: novos escritos de Maria Luíza, a blogueira

[nj89oç090=-[=lçl----]]]];/]]
=
jg222v cg






66t56hyk b8mn9lçtrgveer222444444444444444444444444444444444444444444444444444



ps. precisei da ajuda da mãe para 'desfazer' os efeitos da maneira aleatória como o teclado foi manuseado e descobri para que servem várias teclas 'f' na linha superior...f11, f12...






























Crônicas de um pai: bom dia, quintal!

Crônicas de um pai: bom dia, quintal!

Antes de se deixar embalar pelo sono do início da manhã minha pequena Maria precisa dar um volta pelo quintal, rever os objetos que não sabe ainda para que servem e passar longos  instantes observando as folhas molhadas das plantas . 'Bom dia, Senhor e Senhora Sapatinhos holandeses, Flores de Maio, Lágrimas de Cristo e outras tantas das quais meu pai não se lembra do nome'.

Cada um desses vasos foi plantado pela sua avó, antes do dia começar ela cuidava de suas plantas, conversava com cada uma delas e se perguntava do que precisavam.

Você não resiste ao sono e se larga em meus braços.

Adormece lindamente e me deixa perdido em memórias.

Quando acordar vou lhe contar o nome das samambaias rendadas do corredor de entrada.

Beijo!

(O sol volta a nascer e a dor do amor é curada com amor)

domingo, 5 de março de 2017

Crônicas de um pai: Minhas mãos

Crônicas de um pai: Minhas mãos  (A mão do Davi do Signore Buonarroti)

Ela está encantada com as próprias mãos. Pela manhã, enquanto caminhávamos, durante minutos, longos minutos ficou a brincar com os dedos. Ela os movimentava, bailava no ar, torcia e contorcia o pequeno punho de bebê. Levava-os à boca para depois voltar ao enredo de suas histórias. Brinca e cria em seu mundo bebê sentido e lugar para tudo aquilo.
(enquanto escrevo, Vany chamou a minha atenção para o fato de Maria Luíza estar tomando a sua mamadeira, ou melhor, Maria Luíza está segurando com as duas mãos a sua mamadeira).
Minha pequena artista,



Crônicas de um pai: balões e balões

Crônicas de um pai: balões e balões

Compramos balões para a nossa pequena, achei que seria uma novidade para ela, mas Dona Vany me avisou que as aulas de 'educação física' no berçário incluem balões. Como assim? Ninguém me avisou...usam balões em uma aula de 'educação física'?...entendo a agilidade da menina que ainda ontem chutava o móbile do berço.
Adorou brincar com o seu balão vermelho, adorou esticar braços e pernas. Fácil imaginar a mãe em uma aula de pilates com bola, fácil imaginar que muito em breve a mãe terá companhia para as sessões e, assim, posso fugir para junto de uma árvore e acompanhar o movimento dos galhos. (Ginástica de alto impacto concentrada!!)

sábado, 4 de março de 2017

Crônicas de um pai: o diminutivo

Crônicas de um pai: o diminutivo

Tenho um histórico de briga com o diminutivo, não o acho agradável ou simpático, dito de forma direta, ele me aborrece. Ralhei tanto contra o tal que agora estou às voltas com diminutivos de todas as espécies e funções.
O mundo há de ser melhor sem está palavrinha!

Crônicas de um pai: pulmões de aço

Crônicas de um pai: pulmões de aço

Minha querida Maria, você está a mudar. Os seus resmungos e choros, hoje, são ouvidos da esquina de nossa rua. Não, você deixou o 'perfil' de recém-nascido para trás, cresce de forma rápida, já é uma mocinha. Leva cada vez mais tempo brincando consigo mesma, hoje, pela manhã, confesso, fiquei longos minutos junta à soleira da porta do seu quarto. Eu a vi brincar sozinha, descobri que você é capaz de chutar o seu móbile. A sua mãe não botou fé, não acreditou que você lança as duas pernas para o alto para tocar os brinquedos que sobrevoam o seu berço. Eu vi e custo a crer.
Grato pela bênção!

Crônicas de um pai: os ursos pescadores

Crônicas de um pai: os ursos pescadores

No início os ursos eram temas de algumas das peças do enxoval de Maria. Ursos simpáticos, de cara fraterna e lúdica. Estavam no berço, no babador, nos nichos da parede, estavam, de fato, por toda parte. À medida que minha Maria cresce tenho conhecido outro urso, aquele faminto que parece que vai nos devorar. Ainda hoje, à hora do jantar, Maria estava sentada no colo da mãe, à certa altura, a mãe que não via a expressão da filha, perguntou-me como ela estava, respondi-lhe de pronto que lembrava aquele urso do filme que parte para cima do prato, digo, do L. Minha filha erguia a sua pequena mão e batia na borda do prato de sua mãe na expectativa de que o peixe pulasse e caísse em sua boca. Meu urso está a crescer.
Beijo!

sexta-feira, 3 de março de 2017

Crônicas de um pai: sentir-se alguém

Crônicas de um pai: sentir-se alguém

A casa desperta de forma diferente, preguiça e sorriso são pares. Resmungos de quem busca o peito para mamar ao mesmo tempo em que deseja saber se tudo está no lugar em que deixou antes de dormir. Satisfeita encontra  jeito para acompanhar o café da manhã da mãe. Os primeiros minutos do dia  foram ensaiados pelos pais, Maria Luíza percebe, há uma coreografia, que, aqui ali e ali comporta variações. A mãe parte para a sua jornada diária, eu e minha pequena temos que buscar o sono dos minutos que antecedem a saída para a escola. Inquieta, fomos ao quintal, dar bom dia a todos. Ela vê o quintal molhado pela primeira vez e fica ali tentando entender. As plantas verdes verdes colorem o quintal e acenam para a minha pequena. O sono chega devagar e ela adormece linda.

Dormiu calma. Ao chegarmos ao berçário ainda dormia, apenas ao retirá-la do carro ela despertou.

Já no colo da berçarista que nos recebeu, cochichou com os olhos para mim que queria mais do quintal molhado.

(Eu que ando desconcertado com a fase grude mãe e filha, me senti alguém no mundo dela. Beijo!)

quinta-feira, 2 de março de 2017

Crônicas de um pai: ser recebido com um sorriso

Crônicas de um pai: ser recebido com um sorriso

Jornada difícil, rinite alérgica e garganta inflamada, as horas pesavam. O resultado é um homem sem voz que, todavia, ao voltar para casa é recebido por um sorriso franco e sem dentes. A vida recomeça e a dor pode esperar.

beijo, Vany!

Crônicas de um pai: ela aprendeu a fazer 'vruuummmmm'

Crônicas de um pai: ela aprendeu a fazer 'vruuummmmm'

Não é de hoje que minha filha acompanha comigo provas de automobilismo, filmes e documentários sobre carros de corrida. O resultado para susto de Dona Vany é que nossa filha aprendeu a fazer 'vrummmmmm', Maria Luíza escande a palavra com doçura e convicção, baba feliz e encantada com os resultados de seu feito.

beijo, filha!

Crônicas de um pai: à espera

Crônicas de um pai: à espera

Esperar e esperar. Recomeçar e não terminar. Refazer e ainda assim não concluir. Aguardar e aguardar. Doar-se e não bastar. Esfolar-se e não alcançar. Anoitece por fim.

Nascer e ouvir. Despertar e abraçar. Rememorar e não chorar. Gritar e rir. Dançar e alegrar-se.

quarta-feira, 1 de março de 2017

Crônicas de um pai: o meu aniversário

Crônicas de um pai: o meu aniversário

Dentro de dias comemorei o meu aniversário levando em meus braços uma filha. Levei muitas luas até chegar aqui, muitas vezes acreditei que era o da mansarda, todavia, a jornada nos leva a mundos e mundos. Dou-me conta de que fui trazido até aqui, dou-me conta de que não sei agradecer com a intensidade e a nobreza que a paternidade merece.

Crônicas de um pai: o sabor da banana

Crônicas de um pai: o sabor da banana

'Cansada que estava da textura da banana, fui além. Contei com a distração de minha mãe e avancei. No final, venci, minha mãe agora convencida de meu desejo amassou um pedaço da banana que comia. Adorei o fruto, pedi mais, mas desta vez, minha mãe não atendeu aos meus rogos. Depois disso, minha mãe ligou para meu pai para falar de minhas experiências gastronômicas. Meus pais ainda hesitam em atender aos meus pedidos insistentes, ainda não estou certa da maneira de convencê-los, sempre dizem que sou pequena, pequena demais'.
(fases da lua)

Crônicas de um pai: quarta-feira de cinzas

Crônicas de um pai: quarta-feira de cinzas

Do pó ao pó. Lembrar-se da poesia do viver e saber que o fluxo em que estamos vai além daquilo que meus olhos veem, que a transcendência nos envolve e nos define como criação. (Saber com o coração)

Grato pela vida! Grato por me reservar a tarefa de cuidar de vidas! Grato! Grato! Grato!