terça-feira, 24 de julho de 2018

Crônicas de um pai: 'Por que não pode?'

Crônicas de um pai:  'Por que não pode?'

Dia desses, lendo sobre corridas de automóveis, soube que a esposa de um piloto envolvido em acidente de pista teria respondido a críticas feitas ao esposo. Ela esbravejou algo como 'se é para chorar vá fazer balé' em uma rede social. Não sei o que era pior se a confusão de pista ou o depois. O machismo do comentário me leva a conjecturar de que alguém o escreveu no lugar dela. Não posso crer, embora saiba que exista, mulheres adotando comentários machistas.

O acidente de pista aconteceu, esquivar-se de responsabilidade dá ideia de nossa pouca sinceridade. É mais fácil justificar a bobagem do que assumi-la. Tudo ficou pior quando alguém melou a situação com doses de preconceito. Lembro-me de amiga bailarina, lembro-me de seus esforços. Lembro-me dos dedos de seus pés, eternamente machucados. Tortos de tanto bailar, de tanto desafiar a gravidade.

O idiota que escreveu na rede fazendo-se passar por outra teria força para fazer balé?

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