segunda-feira, 2 de julho de 2018

Crônicas de um pai: o tremor (de pai para filha)

Crônicas de um pai: o tremor (de pai para filha)

Começa com um tremor e uma alegria silenciosa, quando você se dá conta está rindo por dentro de contentamento e as suas sinapses estão brilhando ao seu redor. Certa vez, quando ouvia a abertura Coriolano dei-me conta que havia general romano homônimo. O encarte do disco confirmou a direção escolhida. Para minha felicidade eu já tinha na biblioteca as obras de Plutarco - presente de Benedito de Moura - e me mantive na busca. Ao final de instantes, a abertura Coriolano havia mudado de sentido, ou melhor, deixou de ser conjunto de claves e de notas para ser a biografia trágica de um romano em peça musicada. Plutarco acreditava na história como magister vitae e redigir biografias de gregos e de romanos aos pares era a sua maneira de oferecer aos seus leitores ensinamentos a respeito da vida pública. Coriolano era, aliás, apresentado ao lado do grego Alcebíades.

Não, não quero lhe falar da história como magister, mas sim, lhe contar sobre alguns dos caminhos do aprender. Não, não quero lhe contar nada do pensamento germânico do XIX e as suas paixões pela filosofia e literatura clássicas, muito menos falar de compositores que nada ouviam e, ao mesmo tempo, derrubavam notas aos borbotões de suas partituras. Quero lhe falar de aventuras! Você encontrará as que deseja viver, quero apenas lhe falar do tremor do aprendizado.

ps. só de imaginar que já faz das suas, que já descobre ao seu jeito eu estremeço de alegria

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