quarta-feira, 4 de julho de 2018

Crônicas de um pai: a casa dorme

Crônicas de um pai: a casa dorme

Eram quase 4 da manhã quando ela me chamou, estava sentada em seu berço. Levava em seu colo a fiel amiga Cacá, a ovelha. O cobertor verde estava distante, temi que estivesse com o corpo frio. Ao se dar conta que eu atendia ao seu pedido sorriu para mim, ainda tonto de sono retribui-lhe abrindo os braços. Abraçou-me e deitou a sua cabeça em meu ombro esquerdo. Recolhi o cobertor e a cobri junto ao meu peito. Fomos para a cozinha preparar a primeira mamadeira do dia.

Permaneceu silenciosa e amorosa junto ao meu peito, levantou uma única vez para saber em que pé estava a nossa operação tetê da madrugada. Mamadeira pronta voltamos para o quarto, deitei-a no berço, ajeitei a Cacá e a cobri. Ela tinha os olhos fechados quando lhe ofereci a mamadeira, ao se dar conta do que lhe era servido mamou sem rodeios e ruidosa. Terminada a refeição, virou-se no berço a buscar pela grade, agarrada a Cacá dorme o sono da madrugada.

Permaneço alguns instantes ao seu lado, sinto vontade de afagar a sua vasta cabeleira, mas temo que acorde. Quero beijar-lhe as bochechas rosadas, mas temo que fique incomodada. Desisto de tantos senões e beijo-lhe o rosto. Lulu sorri, talvez não esteja dormindo ainda, não sei, digo-lhe apenas 'boa noite, minha vida!'. Ao voltar para cama quero tudo contar a Vany, no entanto, ela está fatigada. Desisto de pensar nos senões e a beijo, ela sorri tal como a filha.

(A casa dorme)

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