domingo, 30 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: expressões de um rosto

Crônicas de um pai: expressões de um rosto

Maria Luíza é um bebê, hoje, completa 4 dias. Vivo a contemplar as suas expressões e busco, à minha maneira, entendê-la. Aos poucos o sorriso começa a se desenhar, pai e mãe, têm a certeza de que nas últimas horas Maria Luíza passou a expressar contentamento por meio de sorrisos. Ao mesmo tempo, quando ela franze o cenho, a boca de choro ronda as nossas vidas.

Crônicas de um pai: o nascimento da mãe

Crônicas de um pai: o nascimento da mãe

Há mulheres que parem e, outras, que nascem; a primeira é o tipo mais comum, todos a conhecem e elas andam por aí fazendo estragos, a segunda, são as especiais, são aquelas que se desdobram em cuidados e respeitos, atenções e amores. (De nada adianta ter uma dessas virtudes e desconhecer a outra).
Vany nasceu. As facilidades que, hoje, vivemos ao cuidar de nossa pequena tem a ver com o longo aprendizado durante a gestação. Planejado e detalhado criamos o espaço para receber nossa filha. Tudo foi possível porque intimamente ela aceitou - e amou aceitar - o dom da maternidade.
(sou ou não sou afortunadamente abençoado?!)


Crônicas de um pai: cólicas

Crônicas de um pai: cólicas

De acordo com o dicionário paterno, cólica é uma melancia que, pesquisadores desconhecem como, passa a viver no lugar em que cabe apenas uma noz, o resultado são dores lancinantes que deixam qualquer um de péssimo humor e que levam a crises de choro espetaculares. Sim, isso mesmo, conheci - conhecemos - aos primeiros sofrimentos de Maria Luíza. Pai e mãe entreolham-se temerosos e incertos do que acontece: fome, presentes, dor no braço..?
Intuição, atenção carinhosa e a certeza de que um caminho em meio às trevas da cólica são a melhor receita, fato, também, que uma bolsa de água levemente aquecida ajuda.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: Vany, a heroína

Crônicas de um pai: Vany, a heroína

Foram dias longos, difíceis, permanecemos juntos, aliados ternos e decididos. Hoje, olhamos para o nosso tesouro, nossa menina, absurdamente calma, serena. Ela sofreu fratura de clavícula durante o parto, todavia, não é dada ao choro. Ela berra mesmo para dizer que sente frio, fome ou que está suja, no mais, dorme, dorme longos períodos, serena e cheia de poses. Vany cresceu nos últimos dias, enfrentou e sofreu com as dores do corpo e da alma, agora, dorme o sono de quem deu tudo de si e pode chorar de felicidade.
Obrigado, Dona Vany!

Crônicas de um pai: o elefante Antônio

Crônicas de um pai: o elefante Antônio

Inventar e encantar o mundo ajuda a vivê-lo. Lá estava eu, depois de três noites mal dormidas, a conversar e a convencer minha filha a mamar. Safei-me da dificuldade dizendo à pequena que ela viajaria em um elefante de pelúcia que lhe dei de presente. Sonado e crente de que era preciso e necessário encantar o mundo para que começasse a mamar, busquei na memória o quarto de Maria Luíza e encantei um elefante para que este lhe oferecesse o dorso para uma viagem ao redor do quarto. É claro que ela nada entendia, minhas palavras não faziam sentido, todavia, deu certo, ela me deu ouvidos e começou a mamar. Grato pela ajuda, Sr. Antônio, o elefante cinza.

Crônicas de um pai: pensar um pensamento

Crônicas de um pai: pensar um pensamento

As últimas horas andei a descobrir quem é Maria Luíza, os seus jeitos e gestos, o seu humor e o seu choro. Entre os jeitos e gestos há um que nomeei de pensar um pensamento. Acostumei-me, desde criança, a dormir com a mão próxima ao rosto, as memórias das células estão ali, Maria Luíza também se delicia e se reconforta com essa maneira de levar a mão para perto do rosto; ela movimenta o pulso como se desejasse colocar o cérebro para funcionar e começa pensar o seu pensamento de menina de dois dias de idade.

Crônicas de um pai: dia 26 de outubro, ela chegou

Crônicas de um pai: dia 26 de outubro, ela chegou

As últimas semanas foram repletas de expectativas. O número de vezes que visitamos clínicas, consultórios, farmácias e hospitais bateu marcas e marcas. Agora, eu e Vany retornamos para a nossa casa, estamos exauridos, mas felizes, Maria Luíza está conosco.
Beijo!

sábado, 22 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: abençoado

Crônicas de um pai: abençoado

Agradeço pela bênção, agradeço por viver para ver Vany, senhora de vida, ao meu lado, agradeço pela responsabilidade, agradeço pela chance de acariciar uma barriga cheia de graça. A vida é uma bênção!

Crônicas de um pai: amanhã, para sempre

Crônicas de um pai: amanhã, para sempre

Cada canto de meu mundo, cada pedaço, cada movimento segue o andamento - o metrônomo - de quem sabe que dentro de umas poucas horas, o dom da vida, da bênção da paternidade fará parte de mim. Nunca mais e para sempre. Todos os homens que eu já fui, todos os sonhos - os quebrados e os ainda vivos - cruzam na minha frente, estou a fazer contínuo balanço. Deus do céu! Quantas memórias que julgava perdidas caem como chuva sobre a minha cabeça! O tempo de espera, o tempo de Sísifo, o tempo da esperança, o tempo do amor sem fim, ganha novo diapasão.
Amanhã, para sempre.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: exames e exames

Crônicas de um pai: exames e exames

Estamos bem, os novos exames indicam que mãe e filha passam bem, por que não se lembram e aproveitam o tempo dispensado no hospital para submeter o pai a uma bateria de exames? Afinal se a mãe precisa de sua saúde em ordem, o que se pode dizer a respeito do pai? Esgotamento pode ser mensurado, fadiga mental pode ser medida em um cardiotoco? Ninguém se lembra da saúde do pai...
Seja bem-vinda minha filha!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: a espera do amor

Crônicas de um pai: a espera do amor

Não conhecemos a hora do nascimento, sabemos que está próxima, contamos as horas e esperamos. Alterno momentos de serenidade verdadeira com sóbria ansiedade. Lembro-me de mim, de minha jornada, das janelas que abri, dos corredores escuros e percebo que tudo, absolutamente tudo, me conduziu até o degrau do qual falo. A espera do amor não surgiu de súbito, ela foi escolhida e cultivada ao longo de uma vida inteira.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: nunca mais e para sempre

Crônicas de um pai: nunca mais e para sempre

Tão próximo ao nascimento dou-me conta de um mundo que deixo para trás e outro que recebo. Nunca mais certas situações, nunca mais o passeio solitário acompanhado de sorvete, por outro, a partir de agora, o para sempre pai é a minha nova senha. Alegro-me, verdadeiramente. Nunca mais, para sempre minha família.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: compartilhar propósito

Crônicas de um pai: compartilhar propósito

Pai e mãe transformam-se, precisam se reinventar de forma contínua. Quem se era precisa dar lugar a outro, projetos pessoais dão lugar e espaço a projetos familiares...o carro pequeno dá lugar a outro com porta-malas. A família cristaliza a eleição e escolha de um caminho, não há lugar para móveis e malas antigas, maneiras e jeitos conhecidos. Reinventar-se para que o jardim - família possa crescer e florescer. Caminhos conhecidos são deixados de lado, a família pede que se mude. A dor de ontem deve transformar-se em sorriso, ainda que leve, mas um sorriso.

Crônicas de um pai: dores nas costas

Crônicas de um pai: dores nas costas

Ontem voltamos à Maternidade para exames, por ora, não há dilatação e Maria Luíza segue fazendo acrobacias. Vany sofreu muito com dores fortes nas costas e ficou no soro por algum tempo. A avó de Maria Luíza, mãe de Vany, nos acompanhou. Dia de trabalho longo em casa, lavar roupas e cômodos e, depois, finalizaram o dia na Maternidade. Haja coração!
Hoje, Vany e Maria Luíza passam bem, algumas cabeçadas, mas nada comparado ao que sofremos no dia de ontem. Amanhã retornaremos à Maternidade para nova avaliação.

domingo, 16 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: on the road

Crônicas de um pai: on the road

Despertar para o novo dia, a certeza íntima de que há um caminho, a esperança de que saberemos o que fazer, a fé tocada pela lembrança de quem lhe ensinou a rezar, a ciência de planetas e estrelas a dançar lá longe enquanto instante a instante uma nova vida nasce.

Crônicas de um pai: o avião de Maria Luíza

Crônicas de um pai: o avião de Maria Luíza

Dia de trabalho, dia de retoques, dia de colocar a luminária que compramos para o quarto de Maria Luíza. Ela reproduz a abóboda celeste e leva um avião vermelho suspenso. Deu um bocado de trabalho para instalar, no final, ficou ótimo. Ela ganhou o seu par de asas e, de quebra, uma prateleira para os seus primeiros livros. Livros ilustrados e, também, aqueles que eu e Vany leremos para ela. Passamos boa parte do dia de hoje às voltas com tais operações. A sala também recebeu a nossa atenção, está quase pronta. Muito trabalho, muito empenho para tornar o pequeno e pessoal mundo mais aprazível.
(Maria Luíza ganhou as suas asas)

sábado, 15 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: jamais os mesmos

Crônicas de um pai: jamais os mesmos

Se, por um lado, a paternidade abre uma série de portas da memória, se, de forma regular, reencontro todos os tempos de minha vida, ao mesmo tempo - o outrora agora de que falava o poeta - vejo-me em situação única, nada existiu, tudo é pela primeira vez. E é assim que, eu e Vany estamos a dançar. O dia já vai amanhecer.

Crônicas de um pai: vendo estrelas

Crônicas de um pai: vendo estrelas

O ultrassom realizado hoje diz que nossa menina chegou aos 3 quilos e 500 gramas. Maria Luíza mudou de posição, felizmente, segue em situação adequada para um parto natural. Vany e nossa filha estão bem, os exames indicam que seguimos com saúde. Graças a Deus!
As dores são maiores e causam, cada vez mais, desconforto maior. Estamos sempre a cronometrar a o ritmo das contrações, tudo segue bem. Estamos aprendendo a ouvir e a esperar. Conversamos com nossa filha o tempo todo, nossas primeiras estrelas, as de dor e as do céu de sábado.

Crônicas de um pai: as contrações

Crônicas de um pai: as contrações

Elas ficam mais e mais frequentes, indicam, assim, que estamos às vésperas da chegada. As expressões de dor e de susto de Vany me fazem sentir vontade de abraçá-la. Vontade de aliviar a sua dor, é preciso aguardar. Ouvir o tempo e não se perder na ansiedade. Terminamos, instantes atrás, os trabalhos do dia. O quarto é aconchegante e a sala ficou bonita. Não sou pintor, mas fiz o melhor possível. Eu e Vany ficamos em silêncio durante instante para aproveitarmos da melhor maneira o quarto de Maria Luíza. O cansaço é grande, mas a disposição para fazer o que é preciso é infinita.
(amanhã, ou melhor, hoje, voltaremos à maternidade para novos exames)

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: pássaros voam

Crônicas de um pai: pássaros voam

Os dias de trabalho se sucedem, alegria sem tamanho quando encontramos rapazes e moças que nos ajudam a caminhar. Presto sincera homenagem a uma turma de pássaros que, hoje, vai longe.
Fui ajudado e encorajado, estou aqui! São parte do que vivo em 'crônicas de um pai'.
Abraços!

Crônicas de um pai: tá quente, tá frio

Crônicas de um pai: tá quente, tá frio

Se o tempo não ajuda, se as diferenças entre a temperatura máxima e mínima são grandes ao longo de um mesmo dia, aguarde para conhecer a escala de temperaturas de uma mamãe grávida, não há nada parecido. É divertido e aflitivo, o tá quente e o tá frio são prolongados, mas atenção, não ria, porque a ira de uma mamãe grávida desconfortável com a temperatura pode abalar as estruturas da casa...
Brincadeira, Vany é tranquila....
beijo!
(oops, há uma tigela voadora vindo na minha direção, depois escrevo...)

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: Nossa Senhora Aparecida

Crônicas de um pai: Nossa Senhora Aparecida

Peço, de forma humilde, as suas bênçãos para a minha casa, para a minha família. Mãe nossa, olhai por nós.

Crônicas de um pai: mesmo que eu esteja longe levarei o seu sorriso e serei feliz

Crônicas de um pai: mesmo que eu esteja longe levarei o seu sorriso e serei feliz

Os exames de hoje não foram demorados, aguardar pela enfermeira para instalar equipamentos e, depois, de retirá-los é que leva tempo. Trocando em miúdos, 20 minutos de monitoração da mãe e do bebê, e mais 20 minutos para esperar a chegada da enfermeira para a nossa liberação. Eu, Vany e Maria Luíza aproveitamos para conversar. A expressão de felicidade - e moderada ansiedade - da mamãe são ternas. Fiquei a agradecer o privilegio de nossa filha ao ter mãe tão dedicada e devotada à filha. Fiquei a imaginar o dia quando Maria Luíza, intimamente, dirá para si mesma, que, mesmo que esteja longe levará o sorriso da mãe e será feliz.

Crônicas de um pai: à maternidade para exames

Crônicas de um pai: à maternidade para exames

A partir de agora iremos dia sim, dia não à maternidade para a realização de exames. O parto natural pede que, de forma regular, batimento cardíaco do bebê e o ritmo das contrações sejam acompanhados. A variação de um ou outro indicará a chegada do parto ou a necessidade de uma cesariana.  Nosso exame foi realizado um sala de pré-parto. Havia ali daquelas macas que mais parecem engenhocas futuristas - fios e telas coloridas - de todo tipo. Estamos próximos, a espera nos fortalece em nosso papel, somos treinados e preparados: pai e mãe.


Crônicas de um pai: os meus cabelos brancos

Crônicas de um pai: os meus cabelos brancos

Tenho medo do peso de minha idade, meus cabelos brancos tiram o meu fôlego e as minhas forças. A diferença de idade pode levar esposa e filha a sofrerem com as minhas limitações e dificuldades. Não sou mais um jovem, sei bem o tipo de aventuras que terão pela frente. Tenho medo de não conseguir ampará-las, tenho medo de não conseguir sentar no tapete para brincar com minha filha. Meus ossos doem, meu joelho operado não é mais o mesmo. É fato que um sorriso de minha família tem força e poder para dissipar receios, todavia, o relógio silencioso dos dias é inexorável, ele corre ligeiro e os cabelos brancos são multiplicados.

Crônicas de um pai: a beleza de uma mulher grávida

Crônicas de um pai: a beleza de uma mulher grávida

A gravidez transforma a alma e o corpo. O sorriso de uma gestante não se compara a nada, o sorriso de uma gestante parece dizer que ela conhece o sentido íntimo e último da vida. Fez-se mãe para gerar, para trazer à luz, dar a vida. A beleza que transborda recria os movimentos do seu corpo, tornam-se mais e mais meigos e alegres, elas choram por tudo e mais alguma coisa, afinal, agora, elas são mães.

Crônicas de um pai: conversar com a filha

Crônicas de um pai: conversar com a filha

Gosto de conversar com Maria Luíza, gosto de acreditar que ela me ouve. Fico a me perguntar sobre o que ela apreende do mundo ao seu redor. A mãe, o pai, os objetos, as plantas. Fico a imaginar a expressão de quem deseja descobrir o mundo, descobrir a casa, descobrir os moradores, descobrir. A barriguinha de Vany está linda.
Beijo, minha filha!

Crônicas de um pai: ai, meu coração!

Crônicas de um pai: ai, meu coração!

Hoje, quase dei à luz...sim, quase. Ao sair do trabalho, costumo ligar para casa e avisar que estou a caminho. Ligo para saber se estão bem e para, assim, começar a saborear o caminho de volta. Liguei e Vany não atendeu, esperei alguns minutos e voltei a ligar, nada. Fiz a viagem de volta apreensivo, ao chegar em casa, Vany não estava. Peguei o carro e comecei a fazer caminhos entre nossa casa, o mercado e o  banco; minutos depois decidi ir à maternidade, ela dista apenas dois quarteirões de casa. Quando verificava se ela havia dado entrada, meu telefone tocou, era Vany, estava bem, fora ao banco e deixara o telefone no modo silencioso.
Alívio. A gentil atendente que verificava se Vany havia dado entrado na maternidade me ajudou a rir e a relaxar. Alívio, sair da maternidade e ir ao banco encontrar Vany. Hoje, quase dei à luz. A sensação vivida era ambígua, parte de mim estava serena e confiante, tudo caminharia bem, a outra parte, indagava, sim, ela está bem, mas onde elas estão?
Final feliz! Estamos em casa (e a pintura da sala foi concluída).
Amém!

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: as dores da mãe, como ajudá-la?

Crônicas de um pai: as dores da mãe, como ajudá-la?

Falta de posição para dormir, dores nas costas, fisgadas e um bebê que, agora, não dispõe mais do mesmo espaço de semanas atrás para se movimentar. Vejo a expressão de dor e de desconforto de Vany e procuro, dentro de minhas forças, ampará-la. Estamos cientes de que faltam poucos dias.Os olhos da mãe ficam cheios de água quando ela se dá conta de que o relógio está próximo. Agora, ela conseguiu adormecer, dobrada pelo cansaço. Estou aqui ao seu lado.

domingo, 9 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: Maria Luíza conheceu a esquadrilha da fumaça

Crônicas de um pai: Maria Luíza conheceu a esquadrilha da fumaça

Domingo aéreo. Os moradores de Santana conhecem a festa da Semana da Asa. O Campo de Marte é aberto para uma festa de aviões, hoje, de maneira especial, Maria Luíza viveu a sua primeira Semana da Asa. Ao chegarmos ao Campo, a esquadrilha da fumaça levantava voo para a sua apresentação. Registro aqui a minha homenagem ao grupo, eu os acompanho há anos. Quando pequeno desejei ser piloto, fácil entender, tenho um tio materno - tio Fauze - que foi comandante de 747. Cresci com os olhos cheios de asas, de pássaros aos aviões. Meu tio foi para mim mais do que um herói, ele me apresentou um caminho, não me fiz piloto, não tirei brevê, mas levo comigo aquele par de asas que ele me deu.
Minha filha conheceu hoje a esquadrilha da fumaça e aprendeu, assim espero, a sonhar com asas!!

Crônicas de um pai: a conjugação do verbo degustar

Crônicas de um pai: a conjugação do verbo degustar

Degustar é um lindo verbo, carrega o sentido de apreciar com atenção, o sentido, o sabor, o aroma. Vale para diversas situações, aqui, eu o uso para falar da conjugação do verbo por uma senhora grávida, no caso, Dona Vany. Quando ela diz que irá degustar algo, o sentido, a acepção do termo equivale: comerei tudo, nada sobrará, alimento-me por duas! Tudo isso, é claro, acompanhado de um lindo sorriso cúmplice de menina que fez uma travessura. A gravidez não lhe trouxe nenhuma vontade estranha, felizmente, não padecemos com isso, todavia, melancias passaram a ser a sua fruta predileta. Vany comeu tanta melancia, mas tanta, que, estou certo que quando ensinarmos Maria Luíza a falar, a primeira palavra que ela balbuciará será: melancia..!
ps: prato predileto da Vany, ultimamente, é o maior e o mais fundo que tivermos..

Crônicas de um pai: galinha pê é para os fracos

Crônicas de um pai: galinha pê é para os fracos

Nossa família tem um garotinho de dois anos - Arthur -, que, como tantas outras crianças dessa faixa etária elegeram a galinha pê como um ícone. Surpreendi Vany, em mais de uma ocasião, tentando se livrar da canção título, os versos ficam em nossa cabeça e não saem, parecem refrão político. Em nossa casa, estamos a enfrentar a famigerada galinácea com o papai pê, ele exibe tantas pintas - no meu caso, de tinta - quanto aquela ave. Hoje foi dia de trabalho de pintura na sala, tenho um uniforme de pintor que, agora, tem manchas que lembram mais uma galinha d'angola. E, desta maneira, estamos a enfrentar o cacarejo daquela chata, se é para rir, ria de seu pai...

sábado, 8 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: jantar árabe

Crônicas de um pai: jantar árabe

Hora de caminhar e sair de casa durante algumas horas, às vésperas de comemorarmos aniversário de casamento jantaremos fora. Seremos três à mesa, ainda que Maria Luíza não nos mostre os seus olhos. Hora de pensar em tudo que está nos acontecendo e rir. Lembrar dos antepassados e acalentar o futuro. Hora de passear, hora de jantar.
Boa noite!

Crônicas de um pai: as pessoas queridas

Crônicas de um pai: as pessoas queridas

Sábado quente e agradável, vivido entre pessoas queridas. Pela manhã fomos ao lançamento do livro 'Maria poderia ter dito não?' de Valdeci Toledo. Padre Marcos Aurélio, Padre Pedro e Irmão Antônio estão, com segurança, entre pessoas queridas que, nos últimos anos me ajudaram de diversas maneiras. (Ainda ouço as palavras do Padre Marcos no velório de minha mãe)
Sábado quente e agradável, vivido entre pessoas queridas. Valdeci e Maria Beatriz são pais de uma menina linda de nome Maria Luiza. Conhecê-la, encontrá-la feliz a brincar, ouvi-la dizendo que nascerá uma nova Maria Luíza são momentos que enchem os nossos dias.
Se o dia, tantas vezes, revela e traz tragédias, tivemos o privilégio de viver momentos alentadores. Valdeci, em seu belo livro, nos fala de dores, mas nos lembra que se 'Maria compartilhou do sofrimento da humanidade, não permitiu que o mal entrasse em seu Imaculado Coração'.
Grato pelo sábado quente e agradável!

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: o chá de fraldas

Crônicas de um pai: o chá de fraldas

Eu estava saindo de um prédio para me dirigir a outro, de um trabalho ao outro, passos ligeiros para não me atrasar, passos ligeiros para não perder o ponto e o relógio. Antes de sair, fui surpreendido pelos amigos com os quais trabalho e a pressa perdeu de pronto o sentido. Ofereciam um inesperado chá de fraldas. Perdi as palavras, não sabia o que dizer. Havia uma pirâmide de pacotes de fraldas. Tamanhos vários, bexigas e bonecas, e um simpático cartão de votos de saúde para a nossa filha. Agradecer aos amigos, deixo o meu sincero muito obrigado!

(No último ano, muita coisa mudou. O eixo do meu mundo, os sabores e as cores)

ps. Nossa menina ganhou, também, um lindo vestido azul acompanhado de sapatilhas. Azuis, muitos azuis!

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: 37 semanas e 4 dias

Crônicas de um pai: 37 semanas e 4 dias

Hoje, no consultório de nossa médica, experimentei a sensação do coração na boca. Buscava intimamente situação semelhante e nada encontrava, as paredes se aproximavam e ao mesmo tempo elas se abriam para algo mais. É como se centenas de bolhas de sabão explodissem ao mesmo tempo, e eu ali tentando processar tudo o que acontecia. Ouvimos o coração de nossa filha, avaliamos se havia ou não dilatação. E eu a pensar que nos próximos dias eu a terei em meus braços, minha filha, minha pequena Maria Luíza. Ai, meu Deus! O relógio segue e nossa pequena não tarda! Serei pai, serei pai. Alguém para cuidar, para amar, para ver crescer. Serei pai dentro de um par de dias!
Obrigado, Vany!

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: esconder a dor

Crônicas de um pai: esconder a dor

A jornada de uma vida guarda dias chuvosos, dias nos quais gostaríamos de não sair de casa, dias que pesam e doem. Encontrar esperança e sentido em meio pesar é caminho que pede reclusão. No meu caso, isso tornou os meus olhos mais pesados. Acredito mesmo que o meu sorriso não basta para esconder ou dissipar a minha dor. Quero aprender a deixar as minhas dores pelo caminho, quero aprender, preciso aprender. Não posso permitir que minhas tragédias, de forma alguma, aflorem em um momento fugidio. Não posso permitir que uma tristeza perdida e fora do lugar volte aos meus olhos. Não, não quero esconder algo de minha filha, quero aprender a ofertar flores e não dores.
Beijo!

Crônicas de um pai: a mãe e os ensaios de contração

Crônicas de um pai: a mãe e os ensaios de contração

Fico estático cada vez que noto a expressão de dor e de desconforto de Vany. São segundos longos nos quais fico a buscar nos gestos e sinais da mãe o que acontece. São os tais dos ensaios de contração ou é chegada a hora de irmos para a maternidade. A duração e a apreensão parece, durante os segundos  que dura, colocar um ponto de interrogação em nossas vidas. Expectativa e ansiedade, a roda da vida vai girar e nada será como antes, seremos três. É preciso ouvir o tempo, acompanhar o lento e ininterrupto impulso da vida. Somos feitos para o sorriso.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: a ginástica noturna do bebê

Crônicas de um pai: a ginástica noturna do bebê

Hora de dormir, hora de repousar. Maria Luíza, no entanto, está em meio à sua ginástica noturna. A cada dia, os movimentos são mais e mais perceptivos. A mãe, atenta, fica a se perguntar o que se passa, será que chegou a hora?
Ela faz yôga e pilates ao mesmo tempo, tudo isso, bem na hora de dormir. Não, não, minha filha, é hora de fechar os olhos, fazer a prece de boa noite e dormir. Não, não, Maria Luíza não é hora de descobrir que você tem duas mãos e que pode abrir os abraços para agarrar o pescoço da mamãe para mamar. Vamos dormir, minha filha. Não, não Maria Luíza não é hora de andar de bicicleta.
Vamos dormir, que a Cuca vem pegar!

Crônicas de um pai: entre Maria e Marta

Crônicas de um pai: entre Maria e Marta

É bem como eu me sinto, muitas vezes. Ora, sou Marta, aquela que se desdobra em mil afazeres, procurando carregar 58 malas e sustentando 35 bolas no ar, depois, sou Maria, aquela que deixa a irmã Marta perdida em suas atividades para dar ouvidos ao Mestre.
Quero dizer que, muitas vezes, ao retornar para casa fico entre Marta e Maria. O tempo é curto e há muito a fazer, ora quero ficar junto a Vany, ora quero aprontar a casa. O que quero mesmo é conversar e afagar a barriguinha, Maria Luíza quer brincar e eu, também.

Crônicas de um pai: família gripada (casal atchim)

Crônicas de um pai: família gripada (casal atchim)

Apesar de todos os cuidados, estamos gripados. Vany foi medicada, fez inalação e agora está ao meu lado. Eu estou tentando me recompor, para tanto, comecei a pintar a sala. Gostaria que a casa ficasse bonita, com cara de  nova para receber a nossa moradora.
O corpo dói, fico a pensar no nascimento. O quarto está pronto e o berço montado, hoje, ao chegar fiquei durante algum tempo povoando o quarto com a minha imaginação. Ela não tarda a chegar. Falta pouco. A expectativa é grande. Expectativa acompanhada de preocupação. A mãe e a filha estão bem, todavia, o nascimento em si é um tempo de delicadezas e pede cuidado maior. Mães e crianças podem se machucar na hora do nascimento, na hora do parto, fico a pedir para que tudo corra bem.
(saúde para quem espirrar! a noite promete ser longa...)

domingo, 2 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: a primeira eleição

Crônicas de um pai: a primeira eleição

Maria Luíza, ainda sem título eleitoral, ciente do que é cidadania, ainda que pela idade prefira que todos a tratem como o centro do mundo, votou pela primeira vez.
O voto é secreto, não importa, assim, em quem ela votou, basta saber que nossa filha mandar dizer que deseja um mundo no qual crianças não sejam abandonadas e que pais e as autoridades públicas façam o que é melhor, sempre, não apenas às vésperas de uma eleição; deseja, também, que as guerras cessem, que os homens de guerra ganhem pirulitos e voltem para as suas mães. Ela, sim, mandou dizer, agora, dorme, serena.

Crônicas de um pai: sentir medo

Crônicas de um pai: sentir medo

Entre os medos que me assustam, receio não estar por perto quando chegar a hora de irmos para a maternidade. Isso tem me apertado um bocado, tanto que na noite passada sonhei, ou melhor, tive um pesadelo.
Sonhei que fomos ao Santuário de Aparecida do Norte e, em meio à multidão, perdi a esposa, isso mesmo, perdi a Vany. Não a encontrava e não conseguia chamá-la ao telefone. A aflição crescia, não sabia onde estavam e como estavam. Passei a crer que ela se sentirá mal e a levaram ao Pronto-Socorro, mas onde? como saber? Sonho, pesadelo assustador.
Lembrei-me da última visita de minha mãe ao Santuário, ela tinha mais de 90 e enfrentava dificuldades grandes para caminhar. Ela desejava ver a imagem de Nossa Senhora de perto e, para tanto, era necessário subir uma rampa. De fato, uma cachoeira de pessoas subindo e descendo rampas para chegar perto do nicho no qual a imagem repousava. Infelizmente, pegamos a rampa do lado errado, ou seja, subíamos a rampa quando as pessoas a desciam, quando dei-me conta de que estávamos do lado errado, tentei dizer-lhe que era preciso dar a volta. Ela não me deu ouvidos, fácil entender a posição dela, para alguém com tantas dificuldades, dar a volta para pegar a rampa metros à frente era exercício interminável. Permanecemos ali e prosseguimos, éramos dois peixes contra um cardume.
Que Nossa Senhora nos abençoe tal como naquele dia ajudou a minha mãe a se aproximar, que hoje ela me faça não perder de vista a esposa no momento que ela mais precisar do meu braço.


sábado, 1 de outubro de 2016

Crônicas de um pai: o sabor de melancia está de volta

Crônicas de um pai: o sabor de melancia está de volta

Voltamos do mercado com uma melancia, a mãe está ao meu lado a cobrar que ela seja aberta e fatiada para degustação. Durante a gestação, Vany não teve as chamadas 'vontades' que, em geral, ouvimos. A exceção talvez seja a melancia. Fruta saborosa que aos olhos de Vany tornou-se uma fiel companheira de aventuras. Em parte, creio que tem a ver com as mudanças vividas pelo corpo durante a gestação. Ora, ela sente frio, ora calor, em questão de instantes. Para se ter uma ideia, hoje, ao sairmos de carro, aliás, para ir ao mercado, ela abriu e fechou a janela duas vezes e, por fim, ligou o ar, tudo isso em apenas dois quarteirões...(espero que ela não leia isso, ou terei problemas). A melancia, agora, está sobre a mesa aguardando. Fruta refrescante que, acredito, ajuda a mãe a atravessar os dias de calor e de frio. Estou certo que uma vez aberta a nossa querida melancia não chegará até segunda, Vany, como dizer, cuidará de forma carinhosa da melancia, o a sabor está de volta.

Crônicas de um pai: sábado, dia de cinema....ou, não

Crônicas de um pai: sábado, dia de cinema...ou, não

Depois de um semana de trabalho nada como dias de merecido descanso, acordar sem o despertador, fazer tudo de forma despreocupada, sem a pressão do tempo que escoa.
Sábado, dia nacional do cineminha, gorou. Preparar, lavar, pintar, montar são operações que não tem fim, sobretudo, quando estamos em meio a mudanças tão profundas.
Estamos bem, apesar de passarmos o sábado em casa, estamos maravilhosamente bem, felizes. Ainda há pouco, nos demos conta que somos capazes de rir, estamos dispostos, estamos prontos para recebê-la. Não há cinema ou visita a amigos, votamos o dia a recriar o nosso mundo/casa. Os pais nascem tal como uma criança, estamos aqui, prontos e tranquilos.
Bom sábado!!