segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Crônicas de um pai: o tapete colorido de Maria Luíza

Crônicas de um pai: o tapete colorido de Maria Luíza

Outrora, Maria ficava entretida em seu tapete colorido. Os brinquedos que estavam ao alcance de suas pequenas mãos lhe bastavam e eram tudo. A área do tapete, agora, é redesenhada constantemente. À lista que tinha trenzinho e bola, bonecos e móbile foi reescrita. Há o mouse do computador, as sandálias da mãe, a tampa da panela - e a panela, também - o vaso de plantas, o copo de vidro, a xícara...a lista não tem fim, afinal, tudo, absolutamente tudo que está em seu campo de visão lhe interessa. Fascinante acompanhar cada descoberta, perceber a maneira atenta e cuidadosa como Maria Luíza observa cada um dos objetos. Ela deseja saber o que são, quer balançá-los acima de sua cabeça e, muitas vezes, aprender o som que fazem, tudo é lúdico.
As frutas, também, são lúdicas em seu universo. Todavia, há aqui uma lista de cuidados. Até dias atrás Maria poderia brincar com a maça e a laranja, a natureza da fruta, a cor e o formato eram novas caras que o mundo tinha. Agora, visto que aprendeu que são frutas, são comidas, o apetite de nossa princesinha não se furta a mordidas generosas. A laranja nas mãos de Maria está a pedir para ser mordida e, mesmo com casca, ela abocanha a fruta que lhe sorri. Os cuidados são redobrados, o tapete colorido, lembra aquele Tejo que de tão grande permitia que se descobrisse o mundo interior sem sair de casa.

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