quinta-feira, 28 de junho de 2018

Crônicas de um pai: testar o berço

Crônicas de um pai: testar o berço

Meses antes de nascer nossa filha, eu e Vany compramos um berço. Nós o levamos para casa cheios de cuidados, nos dias seguintes ensaiamos a montagem. Separamos peças, colocamos o manual de montagem no centro do futuro quarto de Maria Luíza. As paredes estavam pintadas, demorou mais do que desejávamos. Eu chegava tarde em casa e havia pouco tempo para tantos afazeres. A parede do berço tinha cor diferente das demais, ela era rosa-bebê. Pintura concluída era a hora de montar o berço em seu espaço. Nos esmeramos na preparação e na montagem. Ferramentas, medições e, no final, ele ficou perfeito. Nos dias seguintes vivíamos a namorar o novo quarto e sonhar a chegada de nossa filha.
Hoje, 20 meses depois do nascimento de Lulu, o berço segue bem e firme. Confesso que muitas vezes ao longo do último ano e meio verifiquei cada parafuso e peça. Temia em silêncio que houvesse algo fora do lugar. Nada podia comprometer a segurança de sua moradora. Felizmente nos saímos bem. As últimas semanas foram a prova de fogo. Com mais de 11 quilos, todos os dias, nossa filha adquiriu o gosto de passar longo período brincando. Ela pede para 'deita' e, no entanto, tudo o que quer é uma sessão de diversão. Ao chegar ao berço pede um terço pequenino - presente de sua madrinha de batismo, a tia Dãni - que levará em seu tempo de diversão em sua mão direita. Está pronta para jogar peteca, ouvir música, solicitar cheia de charme cafuné e, o mais desafiador, pular. A ginasta e a bailarina que moram em seu peito fazem das suas e ela salta. O colchão e o berço estremecem, balançam ruidosos, mas estão firmes. Os corações dos pais seguem o balanço e gritam: 'cuidado, filha!'

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Crônicas de um pai: o cachorro

Crônicas de um pai: o cachorro

Não sei como começou, no início cachorro era au-au. (Não sei como surgem as onomatopeias em nossas vidas). Pois bem, não há mais au-au, agora há apenas 'caforro'. Maria aprendeu a separar o nome gato do miau do gato. Ela fala de tudo, enrola-se de maneira adorável e tem uma paciência encorajadora. Paciência pois muitas vezes não a entendo e peço que me ajude tornando a falar. Maria Luíza respira fundo e repete, uma, duas, dúzias de vezes se preciso for.  Não há alteração do tom de voz, afinal em seu mundo falar é uma diversão e lhe permite fazer conexões e, assim, ter mais do mundo e das pessoas que estão nele. Ainda bem que aos 20 meses ela já tem em sua biblioteca um dicionário para matar a sua sede.

Crônicas de um pai: revistaria do Mustafa e da Marise

Crônicas de um pai: revistaria do Mustafa e da Marise

Ontem ao cair da tarde, depois da padaria, Maria Luíza passeou na revistaria do bairro. Contei-lhe que meu primeiro 'emprego', se posso chamá-lo assim, foi em uma banca de jornais. Era pequeno e não sabia ler, meu trabalho era entregar os jornais que os leitores pediam. Folhas e diários estavam todos enfileirados e eu os retirava da ordem para entregá-los. Apesar de não saber ler, sabia distinguir os desenhos das letras. Meu pagamento? Sim, recebia muito bem pelo meu trabalho. Podia folhear e devorar quantos gibis houvesse nas prateleiras. Deveria tratá-los com cuidado e, depois, levá-los de volta ao lugar certo. (De quando em quando podia levar um gibi para casa).

Maria Luíza encantou-se com as prateleiras da revistaria do Mustafa e da Marise e reconheceu alguns dos personagens que a acompanham. Encontramos a Môinca, assim mesmo, há ditongo em sua linguagem. Deu olá a Dona Galinha, que agora, é galinha mesmo, cocó é coisa do passado. Divertiu-se e ganhou afagos. A revistaria de hoje é maior do que a banca de jornais nas quais reinei. Lulu tem pela frente um mundo inteiro e estarei ao seu lado para matar a sede de coisas legais. 'Olhaaaa!!!'

Crônicas de um pai: gol de quem?

Crônicas de um pai: gol de quem?

Vivi dias de jogador de futebol quando garoto, gosto do jogo, detesto o exagero que toma conta de torcedores fanáticos; abomino a falta de senso que nos assola, explica muito sobre a nossa precariedade como sociedade. Desabafo feito, os dias de jogos em casa são bem engraçados. Gostaria de estar sentado confortavelmente em meu sofá e analisar - sim, sou do tipo que fica mudo durante um jogo, buscando entender como jogam - a partida. Em tempos de reinações luluzianas não é possível assistir nada. Eu e Vany estamos sempre a fazer coisas e a cuidar da casa. A TV ligada em um cômodo e nós lidando com roupas e comidas, brincadeiras e fraldas, remédios e vassouras. Eu interessado na partida só sei dizer 'gol de quem?' e Vany responde sorrindo 'nem sei quem está jogando', Maria Luíza assiste a tudo e ri de nossa falta de jeito, por ora, já fala 'basil' e quer me consolar por não assistir nada. (Quem a deixaria para assistir jogo de futebol?)

Crônicas de um pai: as estrelas de minha roupa

Crônicas de um pai: as estrelas de minha roupa

Quando compramos uma peça de roupa para uma criança, nos preocupamos com as suas cores e as estampas que levam. Foi assim desde antes dela nascer, selecionávamos as que acreditávamos serem as melhores e as mais adequadas para a criação e a formação de uma menina. Nada de desenhos grosseiros e levianos, nada de cores berrantes ou exageradas, era preciso ser lúdico na medida que desejávamos. Pensamos nisso e, agora, nos damos conta de que nossa filha sabe o que usa.

Entre as peças que lhe demos, havia blusa de frio branca com o desenho de uma gata com fita na cabeça. Aos olhos de nossa filha é a blusa que tem um gato de fita, ela vê e apreende cada desenho, cada cor. Ontem ao buscá-la no berçário ela estava feliz com o macacão que usava, mostrava-o de forma insistente e me dizia 'bia, bia'. Esforcei-me o mais que pude para entendê-la, até que percebi que ela queria me dizer 'brilha'. As estrelinhas do macacão trouxeram a canção 'brilha, brilha estrelinha'. Quando ela percebeu que eu a entendia ficou ainda mais feliz. As estrelas de suas roupas nunca fizeram tanto sentido aos meus olhos: brilhe minha estrelinha!

ps. lembro-me do verso 'que a luz de sua face me ilumine'; milagre que é, Maria sabe do que falo e se põe a cantar 'bia bia' com mais charme.

terça-feira, 26 de junho de 2018

Crônicas de um pai: A Cacá

Crônicas de um pai: A Cacá

De súbito, ela para o que está fazendo e decide-se por nova brincadeira, é hora de chamar pela Cacá. Caminha de cômodo em cômodo a procurar pela sua amiga, quando a encontra sorri a sua boca rosada cheia dentes e de satisfação sincera. Cacá é uma ovelha, cujo corpo e cabeça devem somar pouco mais de 30 centímetros. Braços e pernas são estreitos e leves. Cacá é a fiel escudeira de nossa menina, andam juntas e passeiam. Maria Luíza vive a trocar as fraldas imaginárias de sua amiga, limpa-lhe o corpo com lenço umedecido, beija-lhe o nariz e a testa; esfrega-lhe o corpo com hidratantes e afins. (Cacá ganha mais afagos em uma tarde do que eu e Vany juntos em uma semana inteira). Aprendemos sobre nossa filha e as suas respostas aos estímulos que recebe. Ela está feliz, é uma boa anfitriã e terna amiga de sua ovelha. A pelagem branca de Cacá a leva à lavandeira a todo instante.
Grato Cacá! Não sei ver o que minha filha viu, mas estou certo que o seu coração há de saber cuidar de nossa Luíza.

segunda-feira, 25 de junho de 2018

Crônicas de um pai: qual o nome de sua mãe?

Crônicas de um pai: qual o nome de sua mãe?

'Mamãe, oras!
Mamãe ou mããnhê.
é sim, eu sei.
Mamãe...
não?!
como você se chama, mamãe?
você tem outro nome mesmo?
por que não me contou?
você mesma falava que era mamãe...'

Crônicas de um pai: bochechas rosadas

Crônicas de um pai: bochechas rosadas

Quero lhe contar sobre os pássaros que cantam sob a sua janela. Houve tempo em que vinham aos montes, acostumei-me a lhes dar de comer e eles, de igual maneira, sentiam afeição aos grãos e frutas oferecidos. Antes de ir ao quintal eu ouvia os pios e gorjeios impacientes. Aproveitavam para colocar as suas histórias em dia, atualizavam notícias e tudo mais que pássaros fazem antes da refeição matinal. Muitas vezes, ao longo do dia, pássaros retornavam ansiosos pela segunda e terceira refeições. Houve ocasião em que aves afoitas e famintas entraram dentro de casa em busca de alimento. A sua avó vivia a falar que a casa estava a receber visitantes. 'Venha, minha pequena! Vamos chamar a sua mãe, precisamos dar de comer aos sabiás que nos visitam'. 'O que comem?'; 'eles adoram mamão!'

sexta-feira, 22 de junho de 2018

Crônicas de um pai: Copa do Mundo

Crônicas de um pai: Copa do Mundo

Interessa-lhe a caixa de lápis de cor, muito mais interessante, ela lhe diz algo. Lápis na mão aproxima-se da tela da TV e se põe a desenhar. Quando deixa tudo para brincar de outros jogos fica apenas o esquema tático na tela. Olhando com atenção é disposição revolucionária que há de recriar a maneira como jogamos futebol. Lembro-me de Coutinho, não do Philipe, daquele que foi treinador nos 70 é falava de 'ponto futuro' e 'polivalência'. Maria Luíza vive a Copa ao seu jeito. Voltando ao jogo, quem venceu afinal de contas?
Lembro-me da minha experiência durante a Copa do México (70), de minha vontade de jogar bola e de como, estranhamente, as ruas ficavam vazias. 'Que coisa mais chata', dizia eu para a minha bola de capotão.

Crônicas de um pai: 'passêa'

Crônicas de um pai: 'passêa'

Agora é assim, o código, a senha para entrar no mundo que está além da casa, o mundo da rua, o mundo de cães e gatos, o mundo da ´paia' (padaria) que lhe oferece sorrisos e pães de queijo, o mundo das motos e dos 'minhões' (caminhões), o mundo de sua escola e dos jogos no 'paqui' (parque). ' Passêa' é o passaporte para o mundo de suas descobertas e reinações. Quer andar, quer, também, andar em seu carrinho de bebê - serão saudades dos tempos de pequena ? - e acenar para os que passam. Dizer oi aos que caminham pela rua. Dia desses fomos a consultório médico e na sala de espera Maria Luíza encontrou dois casais que levavam os seus filhos. Eram crianças pequenas, crianças de colo e nossa filha não titubeou: 'olha o nenê!'. São assim os dias em nossa casa e por onde caminhamos com ela. Descobre a diferença entre jogar e cair e diverte-se ao usar um ou outro verbo enquanto joga peteca em seu quarto de menina-mocinha. Um dia não é igual ao outro. Dias atrás levava tempos no jardim da frente da casa, usava o seu pequeno regador para molhar vasos e vasos, para molhar o chão aos seus pés e, depois, sapatear feliz. Agora ampliou um pouco mais o seu leque de diversões. Ela está bem, já nos chama e aponta para o molho de chaves da casa. Sabe que sem eles não podemos sair, desta vez quer levar o 'pafu', o guarda-chuva para a sua caminhada, o sol está alto e as cores do 'pafu' ficam bem sob a luz.

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Crônicas de um pai: notícia de jornal

Crônicas de um pai: notícia de jornal

Ela tinha 5 anos ao falecer. Pai e mãe estão presos em cidade do interior de São Paulo acusados da morte da filha. Durante depoimento o pai contou que batia em sua filha para corrigi-la, disse que dava tapas para educá-la, a boca da menina chegava a sangrar em virtude das agressões. A menina agora está deitada, não tornará a se levantar para fazer das suas, não oferecerá os seus olhos lindos aos que passam. (Não sei esquecer a foto que vi da pequena). Maria Luíza não a conhecerá, não a chamará para brincar. Pai e mãe da criança morta afirmam inocência, justificam-se pelo seu bárbaro gesto e pedem justiça. Triste mundo. Triste jornal do dia.

terça-feira, 19 de junho de 2018

Crônicas de um pai: o móbile (ou o carrossel do meu berço)

Crônicas de um pai: o móbile (ou o carrossel do meu berço)

Ela era pequena, pequena de berço, quando compramos um móbile. Era daqueles que ficam no alto do berço e damos corda. Eu e Vany fomos ingênuos, acreditamos que a presença da música e dos bichos coloridos em carrossel auxiliariam nossa filha a relaxar. Nós acreditamos que ela dormiria serena. Quanta ingenuidade! Nos damos conta que, agora, o berço aos olhos de nossa filha é 'paqui', isto é, parque, aquele mesmo no qual brincamos e corremos. Ela pede o berço e o móbile; quer o berço para ficar a pular e o móbile para lhe servir de música de fundo. Levanta e aponta para a sua cômoda e para os seus brinquedos, nos diz o que deseja e com o que deseja se divertir em seu 'paqui' pessoal. Chama os pais, ela os quer ao seu redor, quer trazer Tatá, o urso, que é quase da sua altura, quer a ajuda de Pingo, o elefante, tão grande quando o seu travesseiro. Quer tudo, quer o vião - avião - que está junto à luminária do teto do seu quarto. Ela brinca e brinca. O móbile incansável, gira sem fim e a música de ninar embala os jogos de nossa pequena. A corda do brinquedo já vai acabar e Lulu pressente a mudança, abri a boca de sono, os olhos pesam mais. O móbile cansa de ser carrossel e emudece. Nossa filha deita-se em seu berço desalinhado. Fica em silêncio e, de repente, levanta e proclama: 'cabou'. De pé aproxima-se do móbile e estica a sua mão para lhe dar corda. Fico a olhar para a minha pequena, ela alcança o móbile que está no alto e aciona o mecanismo. A trilha do 'paqui' recomeça e  a felicidade que ela extrai de seus jogos ilumina o quarto. Noutro dia, era bebê deitado no berço que lançava para o alto os seus pés para tocar o móbile, hoje, é a menina que usa as mãos para acionar o engenho do carrossel de seu berço.

quarta-feira, 13 de junho de 2018

Crônicas de um pai: papi, papai, papul

Crônicas de um pai: papi, papai, papul

Muitas vezes, ela nomeia o mundo simplificando, assim, por favor, vira 'pufa'. Noutras, o nome fica mais difícil, suco é 'chuco' e o que dizer de pai que é 'papi papai papul'. É muito longo, muita mão de obra, mas eu adoro ouvir. 

Crônicas de um pai: estrela

Crônicas de um pai: estrela

Entre as canções de sucesso das últimas 48 horas está a 'brilha brilha estrelinha'. Não apenas a busca, mas Maria fica eufórica com a estrela que lhe sorri e brilha enquanto ganha os céus. Ela fica comovida ao seu jeito e busca em nós cumplicidade para as suas alegrias. Quando me dou conta estou ao seu lado de igual forma encantado com a história. Ser pai exige que a todo instante eu reveja a minha vida e, ao mesmo tempo, esqueça tudo para brincar.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Crônicas de um pai: os bolsos

Crônicas de um pai: os bolsos

Dona Valdina ensinou-lhe que as suas calças tinham bolsos, depois disso, qualquer roupa que lhe oferecemos Maria deseja saber se há bolsas para colocar as chaves da casa e os seus brinquedos. Até então, eu e Vany jamais nos demos conta dos bolsos das roupas de nossa filha. A brincadeira iniciada pela Valdina, mãe da amiga Sônia, rendeu e rendeu. Agora ao se vestir já começa a buscar pelos seus bolsos, quando não os encontra, insiste e insiste, nossa pequena Maria não desiste facilmente.

Crônicas de um pai: as panelas da casa

Crônicas de um pai: as panelas da casa

Caminhou ligeira pela cozinha e buscou pela panela guardada no armário. Levantou-a com dificuldade em virtude do peso e a trouxe para o chão da cozinha. Sentou-se junto à panela, retirou a tampa e depositou no fundo da panela a bolacha mordida e o caqui com os quais brincava. Ficou ali a pensar na sua receita do dia, buscou pela tampa que estava bem ao seu lado e colocou-a sobre a panela. Levantou-se e ao mesmo tempo tratou de trazer a panela para junto de si. Era pesada e visto que usava apenas um braço - o outro carregava a Cacá, a sua ovelha de estimação - desistiu do movimento e sentou-se. Destampou a panela a alimentou a Cacá com bolacha e caqui ali mesmo sentada no chão da cozinha. (ela sabe que é faz de conta, do contrário, como vou explicar que ela brincava de dar de comer, pois, no final, quem comia bolacha e caqui era a nossa mocinha).

Crônicas de um pai: panelas e mais panelas

Crônicas de um pai: panelas e mais panelas

Era tarde e nos preparávamos para dormir, reuniu as suas pequenas panelas de brincar e nos chamou. Ficamos os três ali, servindo e sendo servidos. Ela queria todos à sua mesa de faz de conta. De repente, Lulu parou e olhou para a sua diminuta panela e exclamou: 'cabou'. Eu e Vany nos apressamos na busca de outra panela imaginária para abastecer a de nossa filha. Lulu olhou para o interior de sua panela e sorriu, havia comida para todos e começou a distribuir colheradas a todos.
(Até acreditamos que estava com fome, mas como seria possível depois do tanto que jantou e da manga que devorou de sobremesa)

Crônicas de um pai: viva o brócolis!

Crônicas de um pai: viva o brócolis!

Cresci ouvindo dizer que o brócolis não era bem visto por crianças, sempre estranhei, afinal minha dieta sempre foi repleta de brócolis. Maria Luíza caminha pelo mesmo caminho. Ainda pequena, criança de colo, almoçávamos na linda Holambra. Levamos a comida de Maria Luíza com esmero e cuidado, aquecemos a sua papinha e a alimentamos. Em um momento de descuido nosso, Maria Luíza agarrou pedaço de brócolis que acompanhava o peixe pedido por nós em um restaurante. Vany ficou apreensiva e tentou tirar da boca de nossa filha, afinal não era pequeno o pedaço que ela pegará. Tarde demais, nunca mais vimos a pequena árvore. Desde então, quando há brócolis em nossa casa, Lulu não se contenta apenas com o que está em seu prato, esta sempre a provar do nosso.
Viva o brócolis!! 

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Crônicas de um pai: o tempo

Numa noite é o nosso bicho da seda pronto para dormir, na manhã do dia seguinte já vestida para o arraial afina a sua viola

Crônicas de um pai: paía e outros nomes

Crônicas de um pai: paía e outros nomes

paía é padaria,
ita ou tita é rita
jussaia é jussara
cabô é acabou
anja é laranja
banana é banana e, também, muitas outras frutas (palavra elástica)
vião é helicópero e avião
piupiu é passarinho
chá é chave
pufa é por favor
denti é dente
café é café e, também, em algumas situações coalhada e iogurte
ati é arte, isto é, brincar de desenhar e pintar
mamá é mamar
pepê é leite materno
tetê é mamadeira

ps. a lista é longa 

sábado, 9 de junho de 2018

Crônicas de um pai: Festa Junina

Crônicas de um pai: Festa Junina

Dia de festa, dia de celebrar nossas vidas, dia de assistir nossa pequena Maria dançar o 'cai cai balão', que tantas vezes ensaiou em nossa casa nos últimos dias. A minha celebração começou quando todos ainda dormiam, aproveitando o silêncio da casa conversei com os meus. Logo a casa ficará ruidosa e dengosa, ela irá se espreguiçar enquanto ganha maria chiquinha no cabelo. Dia de sorrir e pedir que São João nos regale com alegrias e esperanças.

Crônicas de um pai: falar com os olhos

Crônicas de um pai: falar com os olhos

Ela falava aos quatro ventos, ensaiava solfejando a sua linguagem de bebê e, agora, de mocinha. Nas últimas horas, no entanto, novo salto. Há frases e períodos nas quais ela me olha com a expressão 'você precisa me entender e me ajudar, qual é a palavra que preciso usar?'. Ela está ali entre o momento de expectativa e o de alegria pedindo que eu a entenda, ela está girando uma vez mais e crescendo.

quinta-feira, 7 de junho de 2018

Crônicas de um pai: Cecília Meireles e a sua avó (escolha o seu sonho)

Crônicas de um pai: Cecília Meireles e a sua avó (escolha o seu sonho)

Cancelada a minha consulta dentária resolvi visitar sebo no caminho de volta para casa. Eu lhe trouxe, minha filha, livro de crônicas de Cecília Meireles. Ela me lembra a sua avó, elas eram contemporâneas e quando leio em Cecília a descrição da luz sobre a louça azul de pronto eu vejo a sua avó, viajo em minhas memórias e caminho, uma vez mais, pela casa que ela criou feita de rendas e de louças azuis e douradas. Aprendo que a coletânea de crônicas que lhe trago era, ao tempo de Cecília, lida em programas de rádio segundo me conta a orelha do livro assinada por Carlos Drummond de Andrade. Sim, é livro das antigas, tal como os filmes que sempre estou a apresentar. Venha, vamos ler e ouvir a Cecília amiga de Dona de Nassima.

ps. beijo, mãe!

cometário extemporâneo: outrora o meu bairro era cheio de alfarrábios, eu os conhecia e visitava, agora, as lojas deram lugar a prédios e prédios. Nada a estranhar quando estamos a mudar o mundo em direção ao futuro e as louças azuis parecem coisa de arqueólogo.

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Crônicas de um pai: apuullll

Crônicas de um pai: apuullll

Ela estava no alto da escada, segurava as mãos de sua professora. Ao me ver gritou e me saudou. Sorriu a sua boca cheia de dentes e queria vir ao meu encontro não fosse o portão fechado.  Quando me lembro disso, sinto-me alguém para a mocinha que vive em nossa casa. Espero que demore a chegar o dia em que crescerá e não me saudará de forma tão efusiva e emocionante.

ps. apuulll no léxico luluziano é papai

terça-feira, 5 de junho de 2018

Crônicas de um pai: as frases (ou o objeto direto)

Crônicas de um pai: as frases (ou o objeto direto)

O crescimento do vocabulário levou ao surgimento das frases. Lulu equilibra-se nas palavras que aprende. Ela chama e nomeia o seu mundo. Combina verbos e nomes, ainda deixa de fora os sujeitos. Ela caminha para escrever o haikai do dia.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

Crônicas de um pai: nariz de palhaço

Crônicas de um pai: nariz de palhaço

Sábado último, Maria foi ao aniversário de dois anos do Miguel. Vizinhos que são, vez por outra acenam na rua um ao outro. Acenos tímidos e risonhos. O terma da festa era palhaços. Ambos, Maria Luíza e Miguel fartaram-se com bonecos e caras de palhaço.
Aos amigos Francesca e Marcelo o nosso muito obrigado pelo convite e os nossos parabéns!!

ps. é pique, é pique!!

Crônicas de um pai: a amiga Sônia

Crônicas de um pai: a amiga Sônia

Entre as virtudes das redes sociais está a capacidade de nos permitir reencontrar pessoas que fizeram parte de nossas vidas e que deixaram saudades. Assim aconteceu com amiga dos tempos da Ponte Pequena. Morávamos na mesma rua e nossas mães eram boas amigas. Assim crescemos e estudamos. Passados tantos anos nos reencontramos para um lanche em nossa casa. Depois de tanto tempo, depois dos desafios, depois de sobreviver às chuvas em nosso bairro nos damos conta do quanto somos - e éramos - felizes. Sejam bem-vindos! Venham conhecer a minha família!
Filha, está é a mãe da Sônia! Ela era grande amiga de sua avó!

Crônicas de um pai: a pepê (mudança de hábito)

Crônicas de um pai: a pepê (mudança de hábito)

Apenas agora, depois de 19 meses, a chupeta ganhou espaço na vida de nossa pequena. Não é um espaço grande, tão-somente uns poucos minutos por dia. Ao acordar pela manhã fui recebido com um abraço para retirá-la da cama. Passo seguinte ela pediu a Cacá e a chupeta. Trata-se de algo novo pedir a chupeta, eu e Vany acreditamos que a dentição é a responsável pela mudança de hábito. Antes de deixar o carro para entrar no berçário perguntei-lhe se que desejava levar a chupeta, respondeu-me que não. Fácil entender, afinal  quem vai usar chupeta se há tanta coisa para contar a respeito do final de semana.