Crônicas de um pai: a rota da seda e da berinjela
A culinária árabe adora a berinjela, ela integra diferentes
pratos e maneiras de preparo. Cresci graças às berinjelas recheadas de minha mãe e ao perfume do preparo de baba ganoush em nossa casa. Adoro berinjelas, ontem, descobrimos que nossa
Luíza também. O final da tarde de domingo em nossa casa é dado ao preparo de
tortas doces ou salgadas. É a nossa maneira de começar a semana com algo para
se levar de lanche. A torta de ontem era de berinjela. Maria Luíza havia
jantado, mas acompanhava com atenção a movimentação na cozinha. Depois de
jantar insistiu em provar da panela na qual preparamos o recheio da torta.
Colher de pau em punho ela limpou os últimos sinais da berinjela. Sentada,
panela entre as pernas, nossa Luíza abria bocão para dizer sim ao legume de
origem indiana que as sociedades árabes levaram para as suas cozinhas no distante século
VIII. Ainda estamos a comer!
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