terça-feira, 16 de maio de 2017

Crônicas de um pai: Moinho de vento de Holambra

Crônicas de um pai: Moinho de vento de Holambra

A primeira coisa da qual me lembro passadas tantas horas da minha primeira vez no moinho de vento de Holambra são as escadas. Escadas de madeira, estreitas, íngremes e intermináveis. Não me lembro quantos foram os andares. Dificuldade alargada por levar nos braços Maria Luíza que tudo desejava ver, ela girava e girava tal como o moinho que descobria, a mãe ria de minha falta de pernas e de ar e reclamava por ajuda, desejava ser carregada.

A visita ao moinho me fez pensar sobre a Idade Moderna, sobre a sociedade que os holandeses criaram para si, lutando para não serem engolidos pelo mar e ao mesmo tempo dedicados ao cultivo de flores. As flores e o mar.

'Não, o moinho, na verdade os holandeses o conheceram na Turquia, gostaram e levaram a ideia para a Holanda', nos contou o Sr. Joseph, timoneiro do moinho, nascido na Holanda e falando um português melhor que a maior parte dos brasileiros.

A engenhosidade do trabalho com a madeira impressionava. Tudo era gigante e mostrava algo sobre o espírito da sociedade que o criou. Maria Luíza, muda, prestava atenção a tudo que o nosso timoneiro explicava. Vany descobria a pedra que moía o trigo.

Nos despedimos e buscamos a escada, havia muito a descer e eu teria tempo para me despedir daquele personagem que um dia habitou as planícies da Anatólia, tempos depois, viajou para os Países Baixos, e, agora, repousa no Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário