quarta-feira, 5 de abril de 2017

Crônicas de um pai: nada como antes

Crônicas de um pai: nada como antes

Maria não se senta mais como antes, a firmeza e a coordenação lhe dão agilidade e capacidade de interagir. Maria não se alimenta mais como antes, o tamanho da mamadeira e da vasilha de mingau são outros, cresceram.
Maria não nos olha mais como antes, ganhamos afagos e puxões de cabelo.
Maria não fala mais como antes, agora, descobriu fonemas e pode levar minutos em seus exercícios vocais.
Maria não veste como antes, mais da metade de seu enxoval foi aposentado ou doado.
Maria não ri mais como antes, oferece gargalhadas.
Maria não exibe as suas mãos como antes, já as descobriu, treinou o quanto precisava e agora as usa para trazer o mundo para perto de si.
Maria não brinca mais como antes, conta as suas próprias histórias de encantamento entre as plantas do quintal

ps. sim, é bom vê-la crescer, mas que me seja permitido dizer que sinto saudades dos dias em que ela pequenina ficava aninhada em meu peito e dormia; hoje, crescida, não adormece mais em meu colo.

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