terça-feira, 18 de abril de 2017

Crônicas de um pai: Eu amo

Crônicas de um pai: Eu amo

As almas doentes e os corpos chagados dos meus pais a cada dia despediam-se, falavam-me da dor de deixar-se ir, de ficar sozinho e de sonhar a esperança de algo mais.

Ao olhar para você, minha pequena Maria, revivo tudo, no entanto, você ainda escreverá a sua história, há um céu inteiro para você colorir com os seus dedos de meu bem.

Aprende-se a amar, amando. A cada dia ao seu lado ouço a sua voz bebê e me lembro de mim, daquele menino que se perdeu e que você encontra.

Escrevo-lhe porque temo que os dias roubem o meu juízo e eu adoeça e não saiba mais nada de mim e fique como aquele homem que etiquetava o mundo ao seu redor para se lembrar dos nomes das coisas.

Grato, pequena Maria!

Beijo, minha filha!

(Já lhe agradeci, Vany?

Beijo!)

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