quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: adormecer em meu peito

Crônicas de um pai: adormecer em meu peito

O pai bobo tonto despede-se da mãe que vai trabalhar, ele ainda tem 45 minutos sozinho com a filha antes do berçário abrir. Minutos que ele deseja prolongar ao mesmo  tempo em que teme perder a hora de sair para a sua jornada. Maria Luíza pressente o movimento e a ausência. Agita-se para depois, cansada, dormir em meu peito. Eu não me mexo, procuro me transformar em colo de mãe e pai. Fico a pensar nela crescida, nela mocinha e sinto saudades de quem somos agora. Em breve, não vai buscar o meu colo, muito breve não conseguirá mais sequer sentar em meu colo. Eu a vejo moça caminhando e fazendo das suas. Hoje, refestelada em meus braços, amanhã, mocinha a inventar o mundo.

De repente, ela se mexe; levanta levemente a cabeça, mas mantém os olhos fechados. Sente com a ponta do nariz e dos lábios o que se passa ao seu redor. Torna a recostar a cabeça, volta ao seu mundo bebê.

Fico ali, oferto-lhe uma prece e beijo a sua cabecinha de poucos cabelos.

Meu amor, está na hora de irmos para a escola!

(Beijo!)

Nenhum comentário:

Postar um comentário