Crônicas de um pai: tão pequena, tão foliã
Eu me esforcei, tímido que sou, fiz o quanto pude para ajudá-la a se divertir. Mãe e filha, aliás, dançaram e eu procurei acompanhá-las. Voltamos instantes atrás e havia confete por toda a roupa de nossa filha. Mostrou a todos o seu cenho de curiosidade, os seus olhos que percorriam tudo - escaneando cada centímetro do lugar - e a sua silenciosa simpatia.
Brincou e brincou.
Feliz Carnaval, Maria Luíza!
terça-feira, 28 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: logo mais, o primeiro baile de carnaval
Crônicas de um pai: logo mais, o primeiro baile de carnaval
Logo mais, nossa pequena Maria usará a sua fantasia de fada para ir ao seu primeiro baile, a sua primeira matinê de clube. Na sexta última, ela se fez de fada para a festa de sua escola. Recebemos fotos que nos deram uma medida das estrepolias. Logo mais, seremos os seus acompanhantes à matinê do clube. Os olhos atentos da menina que no dia de ontem descobria uma galinha na casa de Dona Elisabeth e do Sr. Humberto estarão voltados para um salão cheio de cores e de crianças. Ficamos a nos perguntar a respeito de suas reações.
Outro dia, vestia-se para deixar a maternidade e encontrar, pela primeira vez, as ruas de sua cidade, logo mais, primeiro baile de carnaval.
(Partiu, matinê!)
Logo mais, nossa pequena Maria usará a sua fantasia de fada para ir ao seu primeiro baile, a sua primeira matinê de clube. Na sexta última, ela se fez de fada para a festa de sua escola. Recebemos fotos que nos deram uma medida das estrepolias. Logo mais, seremos os seus acompanhantes à matinê do clube. Os olhos atentos da menina que no dia de ontem descobria uma galinha na casa de Dona Elisabeth e do Sr. Humberto estarão voltados para um salão cheio de cores e de crianças. Ficamos a nos perguntar a respeito de suas reações.
Outro dia, vestia-se para deixar a maternidade e encontrar, pela primeira vez, as ruas de sua cidade, logo mais, primeiro baile de carnaval.
(Partiu, matinê!)
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: (primeiro texto de minha pequena Maria)
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/
yuyy~8 b m,pjjjj0k--------kiui
ps. solicito que os chatos não julguem, melhor fariam se estudassem a linguagem dos bebês, aprenderiam algo sobre o significado do amor
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Crônicas de um pai: dia de visitar amigos
Crônicas de um pai: dia de visitar amigos
Sr. Humberto, Dona Elisabete e Gian, queridos amigos, nos receberam hoje. Carregaram e embalaram nossa pequena. Agradecemos pelo carinho, pela oportunidade de apresentar para a nossa filha o que é uma galinha, agradecemos pelo pão caseiro, agradecemos pela descoberta das três pontinhas brancas na gengiva de Maria Luíza a indicar que os dentes estão a caminho. Agradecemos pela risada sincera e camarada. Agradecemos.
Abraço querido!
Maria Luíza quer mais colo!!
Sr. Humberto, Dona Elisabete e Gian, queridos amigos, nos receberam hoje. Carregaram e embalaram nossa pequena. Agradecemos pelo carinho, pela oportunidade de apresentar para a nossa filha o que é uma galinha, agradecemos pelo pão caseiro, agradecemos pela descoberta das três pontinhas brancas na gengiva de Maria Luíza a indicar que os dentes estão a caminho. Agradecemos pela risada sincera e camarada. Agradecemos.
Abraço querido!
Maria Luíza quer mais colo!!
Crônicas de um pai: café colonial na segunda de carnaval
Crônicas de um pai: café colonial na segunda de carnaval
O dia começa cedo, o café colonial não tarda a ser servido, sua realeza pede atenção. Desperta, recebe com um sorriso irresistível aos que se aproximam de seu leito. Impossível não reverenciar o milagre que se faz carne e alegria frente ao seu dia.
A mesa é disposta, a pizza de ontem ganha segundos de aquecimento, o pão australiano com requeijão, a generosa caneca de café com leite e frutas.
Sua Realeza é a última a se sentar e a primeira a ser servida, quer saber o que é banana, quer saber qual a textura da tal banana.
O café colonial prolonga-se de forma deliciosa e amorosa; interrompido aqui e ali para se pegar algo para nossa anfitriã e para auxiliá-la em sua curiosidade escancarada sobre tudo que há na cozinha.
Segunda de carnaval, segunda de café colonial: o sol nasceu!
O dia começa cedo, o café colonial não tarda a ser servido, sua realeza pede atenção. Desperta, recebe com um sorriso irresistível aos que se aproximam de seu leito. Impossível não reverenciar o milagre que se faz carne e alegria frente ao seu dia.
A mesa é disposta, a pizza de ontem ganha segundos de aquecimento, o pão australiano com requeijão, a generosa caneca de café com leite e frutas.
Sua Realeza é a última a se sentar e a primeira a ser servida, quer saber o que é banana, quer saber qual a textura da tal banana.
O café colonial prolonga-se de forma deliciosa e amorosa; interrompido aqui e ali para se pegar algo para nossa anfitriã e para auxiliá-la em sua curiosidade escancarada sobre tudo que há na cozinha.
Segunda de carnaval, segunda de café colonial: o sol nasceu!
Crônicas de um pai: brincar com os dedos
Crônicas de um pai: brincar com os dedos
Meus dedos, outrora, antes de me ajudarem a pegar, sei agora, foram motivos de brincadeira. Observo minha filha fazer de suas mãos e dedos enredos de brincadeiras e de jogos. Fica ela longos instantes aprendendo a brincar, inventando o seu mundo.
ps. Sr. Huizinga de Homo Ludens...onde está o livro? qual a caixa da biblioteca perdida?
Meus dedos, outrora, antes de me ajudarem a pegar, sei agora, foram motivos de brincadeira. Observo minha filha fazer de suas mãos e dedos enredos de brincadeiras e de jogos. Fica ela longos instantes aprendendo a brincar, inventando o seu mundo.
ps. Sr. Huizinga de Homo Ludens...onde está o livro? qual a caixa da biblioteca perdida?
domingo, 26 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: o sabor da melancia em fevereiro
Crônicas de um pai: o sabor da melancia em fevereiro
Durante a gestação Dona Vany teve os seus pratos e confeitos favoritos, entre todos, a melancia foi o destaque. Ela deve ter consumido, sem exagero, uns três caminhões. Hoje, dia do aniversário de quatro meses de nossa filha, reencontramos a melancia em visita que fizemos ao supermercado. Nossa pequena Maria sentiu, agora, o cheiro e o sabor da fruta.
Durante a gestação Dona Vany teve os seus pratos e confeitos favoritos, entre todos, a melancia foi o destaque. Ela deve ter consumido, sem exagero, uns três caminhões. Hoje, dia do aniversário de quatro meses de nossa filha, reencontramos a melancia em visita que fizemos ao supermercado. Nossa pequena Maria sentiu, agora, o cheiro e o sabor da fruta.
Crônicas de um pai: a mamadeira que encanta
Crônicas de um pai: a mamadeira que encanta
Aos 120 dias a mamadeira entra em seu campo visual e pronto: o choro se transforma em sorriso, o desespero em ansiedade...
Ela reconhece, ela sabe qual o significado, o seu livro de anotações não para de crescer.
Em breve, argumentará com a mãe sobre qual roupa vai usar, Vany já está desesperada com o futuro.
Aos 120 dias a mamadeira entra em seu campo visual e pronto: o choro se transforma em sorriso, o desespero em ansiedade...
Ela reconhece, ela sabe qual o significado, o seu livro de anotações não para de crescer.
Em breve, argumentará com a mãe sobre qual roupa vai usar, Vany já está desesperada com o futuro.
Crônicas de um pai: as texturas do meu mundo
Crônicas de um pai: as texturas do meu mundo
"Meu querido diário, o meu inventário de texturas do mundo segue uma verdadeira loucura, não sei como o Papai do Céu encontrou tempo e folhas para projeto tão grande. Ontem fomos ao mercado e trouxemos um novo espécime para a minha degustação de texturas. É dos mais engraçados e intrigantes, meu pai me disse que se chama abóbora japonesa. 'Parece mais, parece mais...com quem ela se parece papai? Ela é da mesma família de batráquios de Rondônia que chegaram de Marte no último verão.' Uau!! Quanta coisa para descobrir, meu diário: batráquios, Rondônia e Marte'.
"Meu querido diário, o meu inventário de texturas do mundo segue uma verdadeira loucura, não sei como o Papai do Céu encontrou tempo e folhas para projeto tão grande. Ontem fomos ao mercado e trouxemos um novo espécime para a minha degustação de texturas. É dos mais engraçados e intrigantes, meu pai me disse que se chama abóbora japonesa. 'Parece mais, parece mais...com quem ela se parece papai? Ela é da mesma família de batráquios de Rondônia que chegaram de Marte no último verão.' Uau!! Quanta coisa para descobrir, meu diário: batráquios, Rondônia e Marte'.
Crônicas de um pai: aninhada
Crônicas de um pai: aninhada
Aninhada em seu bebê conforto, você cumpre o ritual de inalação da manhã. Olhos fixos você me diz que está com sono e começa a piscar sinalizando à senhora do sono que você a aguarda. Eu fico ali, apaixonado e encantado.
Vany, somos uma família!
Obrigado,
Beijo!
Aninhada em seu bebê conforto, você cumpre o ritual de inalação da manhã. Olhos fixos você me diz que está com sono e começa a piscar sinalizando à senhora do sono que você a aguarda. Eu fico ali, apaixonado e encantado.
Vany, somos uma família!
Obrigado,
Beijo!
Crônicas de um pai: hora de mamar, 120 dias
Crônicas de um pai: hora de mamar, 120 dias
Hoje, aos 120 dias, as suas horas de mamar são mais do regulares. A exceção são os dias festivos: mama-se ao acordar, depois de trocar as fraldas, durante o café da manhã no colo da mãe e para dormir. A mãe leva sempre a sua alegria. Esgotada não conseguiu jantar e caiu de sono antes mesmo de assistir ao desfile da primeira escola de samba. Juntos celebramos e testemunhamos como família o milagre da vida. Milagre e milagre.
(Cansados e abençoados)
Hoje, aos 120 dias, as suas horas de mamar são mais do regulares. A exceção são os dias festivos: mama-se ao acordar, depois de trocar as fraldas, durante o café da manhã no colo da mãe e para dormir. A mãe leva sempre a sua alegria. Esgotada não conseguiu jantar e caiu de sono antes mesmo de assistir ao desfile da primeira escola de samba. Juntos celebramos e testemunhamos como família o milagre da vida. Milagre e milagre.
(Cansados e abençoados)
sábado, 25 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: você me faz melhor
Crônicas de um pai: você me faz melhor
A cada dia aprendo, aprendo a rir pelas suas mãos, descubro que posso, dou-me conta de que esqueci de mim, percebo que você merece mais, não porque você pede mais, mas sim, porque você oferece tudo o que tem.
Hoje à noite ficamos a conversar e a gargalhar, ando sem prática, você tão pequena, às vésperas dos 120 dias, mostrou-me que sabe rir e fazer rir melhor do que eu. Aprenderei para acompanhá-la.
Beijo, meu tesouro!
A cada dia aprendo, aprendo a rir pelas suas mãos, descubro que posso, dou-me conta de que esqueci de mim, percebo que você merece mais, não porque você pede mais, mas sim, porque você oferece tudo o que tem.
Hoje à noite ficamos a conversar e a gargalhar, ando sem prática, você tão pequena, às vésperas dos 120 dias, mostrou-me que sabe rir e fazer rir melhor do que eu. Aprenderei para acompanhá-la.
Beijo, meu tesouro!
Crônicas de um pai: dedos vermelhos de tinta revelados
Crônicas de um pai: dedos vermelhos de tinta revelados
Por fim, descobrimos como nossa pequena sujou os dedos de vermelho. A partir das mãos molhadas de tinta, as berçaristas fizeram uma pequena máscara para o carnaval, a impressão da mãozinha vermelha sobre a folha deu origem a duas asas. A mãe ao reconhecer as mãozinhas de sua pequena naquela máscara começou a chorar. Ela cresce e encanta.
Por fim, descobrimos como nossa pequena sujou os dedos de vermelho. A partir das mãos molhadas de tinta, as berçaristas fizeram uma pequena máscara para o carnaval, a impressão da mãozinha vermelha sobre a folha deu origem a duas asas. A mãe ao reconhecer as mãozinhas de sua pequena naquela máscara começou a chorar. Ela cresce e encanta.
Crônicas de um pai: ao volante do carro
Crônicas de um pai: ao volante do carro
Impaciente, minha Maria estava impaciente, a mãe estava a se aprontar para sairmos e minha Maria com os seus resmungos de impaciência dizia que demorávamos. Resolvi tentar algo novo, decidi levá-la comigo para a garagem de casa. Ela nunca havia sentando antes no banco da frente, sempre fora a senhorinha que via a rua passar a partir do banco do passageiro; agora, sentada em colo, tinha ao alcance das mãos aquele painel cheio de botões e um volante. Em meio a tantas informações novas acompanhou a movimentação com atenção, ajudou-me a manobrar o carro e sempre em silêncio sorriu quando a mãe surgiu. A mãe não queria acreditar no que fizemos, não queria acreditar que a filha já estava a andar no colo do pai e, ao mesmo tempo, retribuía o sorriso de satisfação da filha que, agora, tinha muito a lhe contar sobre carros e garagens.
Impaciente, minha Maria estava impaciente, a mãe estava a se aprontar para sairmos e minha Maria com os seus resmungos de impaciência dizia que demorávamos. Resolvi tentar algo novo, decidi levá-la comigo para a garagem de casa. Ela nunca havia sentando antes no banco da frente, sempre fora a senhorinha que via a rua passar a partir do banco do passageiro; agora, sentada em colo, tinha ao alcance das mãos aquele painel cheio de botões e um volante. Em meio a tantas informações novas acompanhou a movimentação com atenção, ajudou-me a manobrar o carro e sempre em silêncio sorriu quando a mãe surgiu. A mãe não queria acreditar no que fizemos, não queria acreditar que a filha já estava a andar no colo do pai e, ao mesmo tempo, retribuía o sorriso de satisfação da filha que, agora, tinha muito a lhe contar sobre carros e garagens.
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: dedos vermelhos de tinta
Crônicas de um pai: dedos vermelhos de tinta
Minha Maria voltou para casa com os pequenos dedos das duas mãos sujos de tinta vermelha (uma vez mais o seu vermelho). Brincou a valer e trouxe para casa lembranças do seu dia. Infelizmente, o berçário não nos mandou a sua obra. A sua pintura bebê cheia de dedos lambuzados, meditada nos seus resmungos e expansiva como a alegria deseja ser.
Beijo, minha artista!
Minha Maria voltou para casa com os pequenos dedos das duas mãos sujos de tinta vermelha (uma vez mais o seu vermelho). Brincou a valer e trouxe para casa lembranças do seu dia. Infelizmente, o berçário não nos mandou a sua obra. A sua pintura bebê cheia de dedos lambuzados, meditada nos seus resmungos e expansiva como a alegria deseja ser.
Beijo, minha artista!
Crônicas de um pai: oi, mãe!
Crônicas de um pai: oi, mãe!
Estou certo que anda orgulhosa de sua neta. Desejou tanto ter uma menina e acabou por ganhar uma neta. Curei-me das saudades suas, eu a levo comigo de uma maneira amorosa que lhe dá ares e forma de companhia constante. A sua esperança e fé me dão certezas que espero saber contar e ofertar para a sua neta.
Beijo, mãe!
Estou certo que anda orgulhosa de sua neta. Desejou tanto ter uma menina e acabou por ganhar uma neta. Curei-me das saudades suas, eu a levo comigo de uma maneira amorosa que lhe dá ares e forma de companhia constante. A sua esperança e fé me dão certezas que espero saber contar e ofertar para a sua neta.
Beijo, mãe!
Crônicas de um pai: a engatinhar
Crônicas de um pai: a engatinhar
A mãe deitou a filha de bruços e apoiou com a palma da mão estendida os pequeninos pés. A mãe queria saber se ela teria forças para empurrar a sua mão e iniciar o o conhecido deslocamento de minhoca.
A mãe começou a chorar quando se deu conta de que a filha tinha firmeza e força para começar a engatinhar. Confessou-me que não tornaria a fazer isso, não queira que a filha se fosse pela casa, ela a queria perto, ela a queria o seu recém-nascido.
Agora, Maria Luíza dorme e sonha as suas reinações de amanhã.
A mãe deitou a filha de bruços e apoiou com a palma da mão estendida os pequeninos pés. A mãe queria saber se ela teria forças para empurrar a sua mão e iniciar o o conhecido deslocamento de minhoca.
A mãe começou a chorar quando se deu conta de que a filha tinha firmeza e força para começar a engatinhar. Confessou-me que não tornaria a fazer isso, não queira que a filha se fosse pela casa, ela a queria perto, ela a queria o seu recém-nascido.
Agora, Maria Luíza dorme e sonha as suas reinações de amanhã.
Crônicas de um pai: fantasiada
Crônicas de um pai: fantasiada
Fico a imaginar o dia de amanhã, levarei minha filha ao Berçário. Há diferença notável em relação aos dias anteriores, desta vez, para festejar o Carnaval a escolinha prepara uma festa para as crianças. Adoraria saber o que farão, adoraria me fazer de parede só para espiar o que vão aprontar. Maria Luíza já tem fantasia - mal posso acreditar !!! - o meu pingo de gente irá de fada. Outro dia usava fralda RN e, agora, brincará o Carnaval de bebês de sua escola.
(envelheço e floreço)
Fico a imaginar o dia de amanhã, levarei minha filha ao Berçário. Há diferença notável em relação aos dias anteriores, desta vez, para festejar o Carnaval a escolinha prepara uma festa para as crianças. Adoraria saber o que farão, adoraria me fazer de parede só para espiar o que vão aprontar. Maria Luíza já tem fantasia - mal posso acreditar !!! - o meu pingo de gente irá de fada. Outro dia usava fralda RN e, agora, brincará o Carnaval de bebês de sua escola.
(envelheço e floreço)
Crônicas de um pai: eu volto!
Crônicas de um pai: eu volto!
Quando ler este bilhete que deixo junto ao seu travesseiro de menina saberá que já estive ao seu lado pela manhã. Saberá que admirei a sua beleza bebê e lhe disse algo do meu amor, da alegria que é tê-la todos os dias em nossa casa. Bem-vinda, senhorinha da graça! Sei, tempos não nos vemos, não nos falamos, os seus horários de sono estão a mudar, sinto não ter voltado, ontem, a tempo; tentei, enfrentei chuvas e catadupas de águas em ruas e avenidas, no entanto, cheguei tarde. Esteja certa do que sinto e do lugar que ocupa em meu meu coração.
Eu volto!
(Beijo, Vany!
Obrigado!)
Quando ler este bilhete que deixo junto ao seu travesseiro de menina saberá que já estive ao seu lado pela manhã. Saberá que admirei a sua beleza bebê e lhe disse algo do meu amor, da alegria que é tê-la todos os dias em nossa casa. Bem-vinda, senhorinha da graça! Sei, tempos não nos vemos, não nos falamos, os seus horários de sono estão a mudar, sinto não ter voltado, ontem, a tempo; tentei, enfrentei chuvas e catadupas de águas em ruas e avenidas, no entanto, cheguei tarde. Esteja certa do que sinto e do lugar que ocupa em meu meu coração.
Eu volto!
(Beijo, Vany!
Obrigado!)
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: você não é a minha mãe, eu vou chorar
Crônicas de um pai: você não é a minha mãe, eu vou chorar
Nada pesa mais na alma do pai bobo tonto do que as crises de chiclete. A filha passa a ver nos braços do pai apenas uma forma de ir em busca de sua mãe. "Vamos, papai, preciso encontrar a minha mamãe". O pai bobo tonto fica desnorteado, todavia, ele acredita, acredita que logo você lhe oferecerá o seu sorriso e suspiro de bem-estar. Assim, enquanto espero testemunho o seu milagre.
Ps. Trata-se de uma epidemia propagada por um complô internacional. Marcelo, meu vizinho, sofre o mesmo boicote. O filho recém-nascido só quer saber da mãe.
Nada pesa mais na alma do pai bobo tonto do que as crises de chiclete. A filha passa a ver nos braços do pai apenas uma forma de ir em busca de sua mãe. "Vamos, papai, preciso encontrar a minha mamãe". O pai bobo tonto fica desnorteado, todavia, ele acredita, acredita que logo você lhe oferecerá o seu sorriso e suspiro de bem-estar. Assim, enquanto espero testemunho o seu milagre.
Ps. Trata-se de uma epidemia propagada por um complô internacional. Marcelo, meu vizinho, sofre o mesmo boicote. O filho recém-nascido só quer saber da mãe.
terça-feira, 21 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: a missão
Crônicas de um pai: a missão
Francamente, aos olhos de muitos dos que conheço devo ser aquele chato que leva fotos de uma menina que vivo a mostrar. Creio que o que faço é trazer algo de uma memória carcomida pelo tempo. Há muitos pais que de tão velhos não valorizam mais o milagre e o dom da vida, estão ávidos de outras coisas e perdem o fluir dos dias. Todavia, há outros tantos que, de forma generosa, apeiam de suas montarias quotidianas e sorriem como se eu lhes desde a chance de voltar a um dia feliz de suas vidas.
O encantamento se é encantamento deve ser publicado em letras garrafais.
O mundo anda chato e egoísta demais.
Francamente, aos olhos de muitos dos que conheço devo ser aquele chato que leva fotos de uma menina que vivo a mostrar. Creio que o que faço é trazer algo de uma memória carcomida pelo tempo. Há muitos pais que de tão velhos não valorizam mais o milagre e o dom da vida, estão ávidos de outras coisas e perdem o fluir dos dias. Todavia, há outros tantos que, de forma generosa, apeiam de suas montarias quotidianas e sorriem como se eu lhes desde a chance de voltar a um dia feliz de suas vidas.
O encantamento se é encantamento deve ser publicado em letras garrafais.
O mundo anda chato e egoísta demais.
Crônicas de um pai: pela primeira vez você tocou o meu rosto
Crônicas de um pai: pela primeira vez você tocou o meu rosto
Hoje, pela primeira vez, você tocou o meu rosto. Eu trocava a sua fralda e conversávamos sobre roseiras e mamadeiras. Ao aproximar o meu rosto do seu você levou seus pequeninos braços em minha direção e afagou a minha face. Nós dois sorriamos das nossas descobertas.
Beijo, Maria Luíza!
Hoje, pela primeira vez, você tocou o meu rosto. Eu trocava a sua fralda e conversávamos sobre roseiras e mamadeiras. Ao aproximar o meu rosto do seu você levou seus pequeninos braços em minha direção e afagou a minha face. Nós dois sorriamos das nossas descobertas.
Beijo, Maria Luíza!
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: noite mal dormida
Crônicas de um pai: noite mal dormida
O que fazer? Como fazer? Febre e congestionamento das vias respiratórias. Desconforto. Noite mal dormida, mamava com dificuldade, afagos e carinhos. Pais quebrados, filha ofertando um sorriso a despeito do seu mal-estar.
O que fazer? Como fazer? Febre e congestionamento das vias respiratórias. Desconforto. Noite mal dormida, mamava com dificuldade, afagos e carinhos. Pais quebrados, filha ofertando um sorriso a despeito do seu mal-estar.
domingo, 19 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: uma rama de flores brancas
Crônicas de um pai: uma rama de flores brancas
A roseira branca de nossa casa está em festa, uma única rama deu mais de 20 rosas brancas. Não me lembro de tantas flores em estações anteriores. A casa se faz mais disposta e serena, alegre e festiva. De maneiras diversas nosso Solar celebra a sua nova moradora e tira de si o que tem de melhor.
Maria Luíza não resistiu, amou tanto as flores que resolveu levar uma à boca, lá se vai mãe, assustada, recolhendo agora pétalas que saem da boca da filha.
A roseira branca de nossa casa está em festa, uma única rama deu mais de 20 rosas brancas. Não me lembro de tantas flores em estações anteriores. A casa se faz mais disposta e serena, alegre e festiva. De maneiras diversas nosso Solar celebra a sua nova moradora e tira de si o que tem de melhor.
Maria Luíza não resistiu, amou tanto as flores que resolveu levar uma à boca, lá se vai mãe, assustada, recolhendo agora pétalas que saem da boca da filha.
Crônicas de um pai: o batom perdido
Crônicas de um pai: o batom perdido
A mãe buscava acalentar a filha enquanto se vestia para sairmos: "esqueci de passar batom, mas não há problema deixei um no porta-luvas do carro, quando chegarmos eu o passarei". Lá vamos nós e ao chegarmos o que faz a mãe? Ela se esquece, ela se esquece tantas vezes de si mesma. Instantes atrás, a mãe temia que a filha estivesse com febre. Confesso que quando tinha o termômetro em mãos, hesitei, não sabia se tirava a temperatura da filha ou da mãe. Os olhos de Vany indicam a sua alegria e o seu cansaço.
(Não há como fazer diferente!)
Beijos!
A mãe buscava acalentar a filha enquanto se vestia para sairmos: "esqueci de passar batom, mas não há problema deixei um no porta-luvas do carro, quando chegarmos eu o passarei". Lá vamos nós e ao chegarmos o que faz a mãe? Ela se esquece, ela se esquece tantas vezes de si mesma. Instantes atrás, a mãe temia que a filha estivesse com febre. Confesso que quando tinha o termômetro em mãos, hesitei, não sabia se tirava a temperatura da filha ou da mãe. Os olhos de Vany indicam a sua alegria e o seu cansaço.
(Não há como fazer diferente!)
Beijos!
Crônicas de um pai: pilhas de roupas dos pais e da filha
Crônicas de um pai: pilhas de roupas dos pais e da filha
Não entendo, as pilhas de roupas de Maria Luíza são algumas vezes maior do que as dos pais. A lavadora tem trabalhado de forma incansável e contínua.
"Marido, vamos nos revezar para passar as roupas de nossa filha". Agora?! Estou a resumir a Crítica da Razão Pura de Kant....já volto!!
Beijo!!
Não entendo, as pilhas de roupas de Maria Luíza são algumas vezes maior do que as dos pais. A lavadora tem trabalhado de forma incansável e contínua.
"Marido, vamos nos revezar para passar as roupas de nossa filha". Agora?! Estou a resumir a Crítica da Razão Pura de Kant....já volto!!
Beijo!!
sábado, 18 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: carro de bombeiros
Crônicas de um pai: carro de bombeiros
Não sei como começou, havia um caminhão vermelho de brinquedo, Maria Luíza ficou encantada. Os dedos pequenos esticavam-se para buscá-lo. Hoje, caminhávamos pela rua e ela se viu frente a um caminhão de bombeiros. Aconteceu o que esperava, ficou ao lado do seu caminhão e se deixou fotografar para que se lembre do dia em que o caminhãozinho vermelho ficou maior que a jabuticabeira de sua escola.
Ela se fartava e nos mostrou que o azul do céu era mais azul graças ao vermelho.
Não sei como começou, havia um caminhão vermelho de brinquedo, Maria Luíza ficou encantada. Os dedos pequenos esticavam-se para buscá-lo. Hoje, caminhávamos pela rua e ela se viu frente a um caminhão de bombeiros. Aconteceu o que esperava, ficou ao lado do seu caminhão e se deixou fotografar para que se lembre do dia em que o caminhãozinho vermelho ficou maior que a jabuticabeira de sua escola.
Ela se fartava e nos mostrou que o azul do céu era mais azul graças ao vermelho.
Crônicas de um pai: o coral da Matriz de Santana de Parnaíba
Crônicas de um pai: o coral da Matriz de Santana de Parnaíba
Degraus gastos pelo tempo, marcados pelo palmilhar de pessoas em oração. Imagens antigas que, à maneira dos dias de colônia, vestiam os santos e santas. A partir de hoje, o coral da Matriz tem novo integrante. Maria Luíza, a feliz, mostrou sua boa disposição e testou a acústica com o seu sorriso. Ali, com a filha em meus braços, frente à Nossa Senhora do Carmo agradeci.
Degraus gastos pelo tempo, marcados pelo palmilhar de pessoas em oração. Imagens antigas que, à maneira dos dias de colônia, vestiam os santos e santas. A partir de hoje, o coral da Matriz tem novo integrante. Maria Luíza, a feliz, mostrou sua boa disposição e testou a acústica com o seu sorriso. Ali, com a filha em meus braços, frente à Nossa Senhora do Carmo agradeci.
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: dia de pediatra, ouvir a mãe
Crônicas de um pai: dia de pediatra, ouvir da mãe
Como foi? O que ela disse? O que você disse? Como vocês estão? Onde estão os gráficos com as marcas de peso e altura: 61 centímetros e meio? Por que não arredondam ? E o peso? Nossa pediatra anotou que ela já era capaz de gritar na ficha....!!?? Eu perdi isso? Como ela se comportou no elevador? Voltou a fazer amizades nas viagens entre os andares? Como assim?
(Não, não fiz a enxurrada de perguntas que registei, fui lacônico, queria apenas abraçá-las)
(Beijo!)
Como foi? O que ela disse? O que você disse? Como vocês estão? Onde estão os gráficos com as marcas de peso e altura: 61 centímetros e meio? Por que não arredondam ? E o peso? Nossa pediatra anotou que ela já era capaz de gritar na ficha....!!?? Eu perdi isso? Como ela se comportou no elevador? Voltou a fazer amizades nas viagens entre os andares? Como assim?
(Não, não fiz a enxurrada de perguntas que registei, fui lacônico, queria apenas abraçá-las)
(Beijo!)
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: adormecer em meu peito
Crônicas de um pai: adormecer em meu peito
O pai bobo tonto despede-se da mãe que vai trabalhar, ele ainda tem 45 minutos sozinho com a filha antes do berçário abrir. Minutos que ele deseja prolongar ao mesmo tempo em que teme perder a hora de sair para a sua jornada. Maria Luíza pressente o movimento e a ausência. Agita-se para depois, cansada, dormir em meu peito. Eu não me mexo, procuro me transformar em colo de mãe e pai. Fico a pensar nela crescida, nela mocinha e sinto saudades de quem somos agora. Em breve, não vai buscar o meu colo, muito breve não conseguirá mais sequer sentar em meu colo. Eu a vejo moça caminhando e fazendo das suas. Hoje, refestelada em meus braços, amanhã, mocinha a inventar o mundo.
De repente, ela se mexe; levanta levemente a cabeça, mas mantém os olhos fechados. Sente com a ponta do nariz e dos lábios o que se passa ao seu redor. Torna a recostar a cabeça, volta ao seu mundo bebê.
Fico ali, oferto-lhe uma prece e beijo a sua cabecinha de poucos cabelos.
Meu amor, está na hora de irmos para a escola!
(Beijo!)
O pai bobo tonto despede-se da mãe que vai trabalhar, ele ainda tem 45 minutos sozinho com a filha antes do berçário abrir. Minutos que ele deseja prolongar ao mesmo tempo em que teme perder a hora de sair para a sua jornada. Maria Luíza pressente o movimento e a ausência. Agita-se para depois, cansada, dormir em meu peito. Eu não me mexo, procuro me transformar em colo de mãe e pai. Fico a pensar nela crescida, nela mocinha e sinto saudades de quem somos agora. Em breve, não vai buscar o meu colo, muito breve não conseguirá mais sequer sentar em meu colo. Eu a vejo moça caminhando e fazendo das suas. Hoje, refestelada em meus braços, amanhã, mocinha a inventar o mundo.
De repente, ela se mexe; levanta levemente a cabeça, mas mantém os olhos fechados. Sente com a ponta do nariz e dos lábios o que se passa ao seu redor. Torna a recostar a cabeça, volta ao seu mundo bebê.
Fico ali, oferto-lhe uma prece e beijo a sua cabecinha de poucos cabelos.
Meu amor, está na hora de irmos para a escola!
(Beijo!)
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: meu apetite, meu mingau
Crônicas de um pai: meu apetite, meu mingau
Inteligente, capaz de reconhecer e de fazer relações.
O fervedor apurava o amido de milho, Maria Luíza estava impaciente, a colher, a sua colher foi ao mingau e, antes mesmo, de aproximar-se de sua boca, ela expôs a sua pequena língua para sorver. Não, não é uma operação simples, ela cresce de forma rápida.
Inteligente, capaz de reconhecer e de fazer relações.
O fervedor apurava o amido de milho, Maria Luíza estava impaciente, a colher, a sua colher foi ao mingau e, antes mesmo, de aproximar-se de sua boca, ela expôs a sua pequena língua para sorver. Não, não é uma operação simples, ela cresce de forma rápida.
Crônicas de um pai: morder a borda do prato
Crônicas de um pai: morder a borda do prato
Não é de hoje que fazemos as nossas refeições com nossa filha no colo. Hoje, como sempre, Maria Luíza aprontou das suas. Vany comia um sanduíche e driblava as mãos de nossa filha que desejava brincar com a comida. Cansada de não alcançar o conteúdo do prato, Maria Luíza resolveu a questão: começou a morder a borda do prato. Vany chamou-me para ver e mal pude acreditar na cena.
Não é de hoje que fazemos as nossas refeições com nossa filha no colo. Hoje, como sempre, Maria Luíza aprontou das suas. Vany comia um sanduíche e driblava as mãos de nossa filha que desejava brincar com a comida. Cansada de não alcançar o conteúdo do prato, Maria Luíza resolveu a questão: começou a morder a borda do prato. Vany chamou-me para ver e mal pude acreditar na cena.
domingo, 12 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: nada como antes
Crônicas de um pai: nada como antes
As surpresas são diárias. O jeito de ser e de falar de ontem, não mais está aqui. O riso, após 115 voltas ao redor da mesa, transforma-se em risada. Ela própria se assombra e se encanta com o que começa a fazer. Assusta-se e se encanta ao mesmo tempo. Dias atrás, a mãe jantava tendo a filha em seu colo. Distraiu-se e lá foi a mãozinha para o prato de espaguete. Assustada começou a chorar. A mãe lavou as mãos de sua pequena e explicou-lhe o que era molho de tomate. Relaxada retornou para o colo de sua mãe e, na primeiro momento de distração, tronou a levar ao prato de espaguete. Desta vez, no entanto, não houve choro e resmungo. Maria Luíza já sabia o que era molho de tomate e não havia nada a temer. Mão lambuzada de vermelho e um sorriso satisfeito de quem quer agora entender para que serve o tal de espaguete que o pai vive a preparar.
As surpresas são diárias. O jeito de ser e de falar de ontem, não mais está aqui. O riso, após 115 voltas ao redor da mesa, transforma-se em risada. Ela própria se assombra e se encanta com o que começa a fazer. Assusta-se e se encanta ao mesmo tempo. Dias atrás, a mãe jantava tendo a filha em seu colo. Distraiu-se e lá foi a mãozinha para o prato de espaguete. Assustada começou a chorar. A mãe lavou as mãos de sua pequena e explicou-lhe o que era molho de tomate. Relaxada retornou para o colo de sua mãe e, na primeiro momento de distração, tronou a levar ao prato de espaguete. Desta vez, no entanto, não houve choro e resmungo. Maria Luíza já sabia o que era molho de tomate e não havia nada a temer. Mão lambuzada de vermelho e um sorriso satisfeito de quem quer agora entender para que serve o tal de espaguete que o pai vive a preparar.
Crônicas de um pai: minha mãe e meu anjo-da-guarda
Crônicas de um pai: minha mãe e meu anjo-da-guarda
"Querido diário
Dia de passeio ao ar livre com os meus pais por uma alameda de árvores que devem ser, disse o meu pai, centenárias.
De repente, não mais do que de repente, tudo ficou ligeiro, minha mãe perdeu o equilíbrio e foi ao chão. Braços da minha mãe e braços do meu pai para cá e para lá, minha mãe girando em um esforço digno de pilates para que eu não tocasse o chão. Confesso que fiquei assustada, mas eles estavam todos lá para me ajudar.
Ficamos bem e agora rimos e agradecemos pela ajuda."
"Querido diário
Dia de passeio ao ar livre com os meus pais por uma alameda de árvores que devem ser, disse o meu pai, centenárias.
De repente, não mais do que de repente, tudo ficou ligeiro, minha mãe perdeu o equilíbrio e foi ao chão. Braços da minha mãe e braços do meu pai para cá e para lá, minha mãe girando em um esforço digno de pilates para que eu não tocasse o chão. Confesso que fiquei assustada, mas eles estavam todos lá para me ajudar.
Ficamos bem e agora rimos e agradecemos pela ajuda."
Crônicas de um pai: meu primeiro decreto
Crônicas de um pai: meu primeiro decreto
"Eu, rainha Maria Luíza, a encantadora, aos 100 dias , decreto, determino e choro que neste Solar dos Abdalla que me serve de residência régia que doravante aos domingos - dia em que meus pais estão em casa - acordaremos para brincar, mamar e o que mais me aprouver antes das 6 horas da manhã; às 6, impreterivelmente, todos, dissemos todos os meus súditos, deverão estar prontos e dispostos para uma jornada familiar.
Revogam-se todas as disposições contrárias ao presente decreto.
Assino, babo e resmungo na certeza de que meus dois súditos - papai e mamãe - observarão minha firme e inabalável decisão de me sentir amada e acalentada no único dia em que eu os tenho apenas para mim, digo, nossa real figura."
"Eu, rainha Maria Luíza, a encantadora, aos 100 dias , decreto, determino e choro que neste Solar dos Abdalla que me serve de residência régia que doravante aos domingos - dia em que meus pais estão em casa - acordaremos para brincar, mamar e o que mais me aprouver antes das 6 horas da manhã; às 6, impreterivelmente, todos, dissemos todos os meus súditos, deverão estar prontos e dispostos para uma jornada familiar.
Revogam-se todas as disposições contrárias ao presente decreto.
Assino, babo e resmungo na certeza de que meus dois súditos - papai e mamãe - observarão minha firme e inabalável decisão de me sentir amada e acalentada no único dia em que eu os tenho apenas para mim, digo, nossa real figura."
Crônicas de um pai: 99 e a primeira risada
Crônicas de um pai: 99 e a primeira risada
Ao chegarmos ao nonagésimo nono dia estávamos os três a conversar em nosso sofá. Falávamos do dia e das visitas à avó Nilza (grande amiga da avó Nenê) e ao Sr. Ciccillo Matarazzo. Conversa familiar e íntima igual a tantas outras, a não ser por uma risada. Inesperada é reveladora. Caímos e nos entreolhamos - pai e mãe - a procurar no outro apoio para o que acontecia. Maria Luíza deu a sua primeira risada, assustou-se com o nosso espanto. Nada mais como antes, ela cresce. Ela realiza o dom da vida; eu, pasmo, fico ali, crente na vida e mal acreditando naquilo que me foi reservado.
Ao chegarmos ao nonagésimo nono dia estávamos os três a conversar em nosso sofá. Falávamos do dia e das visitas à avó Nilza (grande amiga da avó Nenê) e ao Sr. Ciccillo Matarazzo. Conversa familiar e íntima igual a tantas outras, a não ser por uma risada. Inesperada é reveladora. Caímos e nos entreolhamos - pai e mãe - a procurar no outro apoio para o que acontecia. Maria Luíza deu a sua primeira risada, assustou-se com o nosso espanto. Nada mais como antes, ela cresce. Ela realiza o dom da vida; eu, pasmo, fico ali, crente na vida e mal acreditando naquilo que me foi reservado.
Crônicas de um pai: outro dia
Crônicas de um pai: outro dia
Maria Luíza, aos 95 dias, apresenta firmeza e equilíbrio para ficar de pé. No início era apenas brincadeira, uma das posições que pai e mãe tentam colocar o bebê para que ele se sinta confortável, agora, nossa pequena percebe as vantagens e recursos que estão à sua disposição: posso descobrir o mundo a partir de uma posição melhor. ('Por que não me contaram antes?')
Outro dia era um bebê de colo, agora ela agarra as mãos de quem vem buscá-la em seu berço.
Maria Luíza, aos 95 dias, apresenta firmeza e equilíbrio para ficar de pé. No início era apenas brincadeira, uma das posições que pai e mãe tentam colocar o bebê para que ele se sinta confortável, agora, nossa pequena percebe as vantagens e recursos que estão à sua disposição: posso descobrir o mundo a partir de uma posição melhor. ('Por que não me contaram antes?')
Outro dia era um bebê de colo, agora ela agarra as mãos de quem vem buscá-la em seu berço.
Crônicas de um pai: você não é a minha mãe!
Crônicas de um pai: você não é a minha mãe!
Seguem os dias e o grude com a mãe só cresce. O que mais ouço é 'você não é a minha mãe' e 'quero a minha mãe'. O pai pouco serve e ganha mais choros do que sorrisos.
Beijo, filha!
(Volta logo!)
Seguem os dias e o grude com a mãe só cresce. O que mais ouço é 'você não é a minha mãe' e 'quero a minha mãe'. O pai pouco serve e ganha mais choros do que sorrisos.
Beijo, filha!
(Volta logo!)
sábado, 11 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: amo você, vamos dormir um pouco mais!
Crônicas de um pai: amo você, vamos dormir um pouco mais!
'Meu querido diário
Não entendo a vontade que meus pais têm de dormir além das 5 da manhã. O dia não demora a chegar trazendo o sol e os dois lembram mais duas tartarugas de casco virado tamanha a dificuldade que enfrentam para acordar.
Levantem-se, tenho escolinha. Quero brincar! Quero ir ao pátio para sentir o perfume da jabuticabeira!
Tenho me esforçado para colocá-los no horário, mas não é fácil. Não há problema, tenho todo o tempo do mundo para isso.
Beijo, meus pais!
(Partiu, recreio!)
'Meu querido diário
Não entendo a vontade que meus pais têm de dormir além das 5 da manhã. O dia não demora a chegar trazendo o sol e os dois lembram mais duas tartarugas de casco virado tamanha a dificuldade que enfrentam para acordar.
Levantem-se, tenho escolinha. Quero brincar! Quero ir ao pátio para sentir o perfume da jabuticabeira!
Tenho me esforçado para colocá-los no horário, mas não é fácil. Não há problema, tenho todo o tempo do mundo para isso.
Beijo, meus pais!
(Partiu, recreio!)
Crônicas de um pai: pode ser você
Crônicas de um pai: pode ser você.
Entre os tipos de pai há o bobo tonto. O bobo tonto fica assustado com as fases do bebê. Apresenta dificuldade para assimilar que há períodos nos quais o bebê deseja a mãe e não o pai. O grude com a mãe e choro com o pai abala as fracas capacidades mentais e emocionais do pai tonto bobo. Ele chega, no silêncio de sua mente tonta boba a crer que o bebê depois da mãe há de preferir o colo de todas as berçaristas da escolinha e se não houver ninguém mais disponível por perto o bebê permitirá que o pai a acalente.
(No sorriso de seu bebê ele ouvirá 'pode ser você, por enquanto!')
Entre os tipos de pai há o bobo tonto. O bobo tonto fica assustado com as fases do bebê. Apresenta dificuldade para assimilar que há períodos nos quais o bebê deseja a mãe e não o pai. O grude com a mãe e choro com o pai abala as fracas capacidades mentais e emocionais do pai tonto bobo. Ele chega, no silêncio de sua mente tonta boba a crer que o bebê depois da mãe há de preferir o colo de todas as berçaristas da escolinha e se não houver ninguém mais disponível por perto o bebê permitirá que o pai a acalente.
(No sorriso de seu bebê ele ouvirá 'pode ser você, por enquanto!')
Crônicas de um pai: aprender a ver as horas
Crônicas de um pai: aprender a ver as horas
Maria Luíza voltou a acordar durante a madrugada para mamar, em geral, entre 1 e 3 da manhã. Talvez tenha a ver com medicamentos que usou nos últimos dias, espero, sinceramente, que ela volte a ter sono contínuo. Comentei com Vany que precisamos colocar relógio no berço dela, aprender a ver as horas ajudará muito. Acabei por me lembrar de minhas próprias lições ainda criança e do dia em que minha prima Sandra M* teve paciência de me colocar em frente a um relógio para brincar de ver as horas.
Obrigado!
Beijo!
Maria Luíza voltou a acordar durante a madrugada para mamar, em geral, entre 1 e 3 da manhã. Talvez tenha a ver com medicamentos que usou nos últimos dias, espero, sinceramente, que ela volte a ter sono contínuo. Comentei com Vany que precisamos colocar relógio no berço dela, aprender a ver as horas ajudará muito. Acabei por me lembrar de minhas próprias lições ainda criança e do dia em que minha prima Sandra M* teve paciência de me colocar em frente a um relógio para brincar de ver as horas.
Obrigado!
Beijo!
Crônicas de um pai: cri-cri, cri-cri
Crônicas de um pai: cri-cri, cri-cri
Pais sambam, sobem ao trapézio e trocam fraldas, tomam café com uma das mãos e com a outra carregam a máquina de lavar, espirram e tomam banho com ouvidos apurados para saber se Maria Luíza acordou. Pais se multiplicam e reinventam roteiros. Fazem de tudo para trazer o senhor do sono para visitar a filha inclusive cri-cri ao cair da noite. Algo assim, eu a acalentei em meus braços e, de forma suave, imitei o grilo que mora em nosso quintal. Os olhos de quem quer saber da pequena Maria ficaram iluminados para logo em seguida mergulharem no silêncio do sono.
Pais são assim, felizes e tolos.
Pais sambam, sobem ao trapézio e trocam fraldas, tomam café com uma das mãos e com a outra carregam a máquina de lavar, espirram e tomam banho com ouvidos apurados para saber se Maria Luíza acordou. Pais se multiplicam e reinventam roteiros. Fazem de tudo para trazer o senhor do sono para visitar a filha inclusive cri-cri ao cair da noite. Algo assim, eu a acalentei em meus braços e, de forma suave, imitei o grilo que mora em nosso quintal. Os olhos de quem quer saber da pequena Maria ficaram iluminados para logo em seguida mergulharem no silêncio do sono.
Pais são assim, felizes e tolos.
Crônicas de um pai: 9 + 3 = 1 ano
Crônicas de um pai: 9 + 3 = 1 ano
No dia 26 de janeiro, Maria Luíza aniversariou. Chegou aos seus 3 meses de idade. Disposta, resmungona e linda. Em apenas três meses revolveu toneladas de terras que causaram o açoreamento dos rios de minha vida. Reconstruiu paredes e cômodos do solar em que nasci e sem dar sinal algum de cansaço ou de indisposição me convida para um passeio no parque sob ipês em flor.
Obrigado, Vany!
No dia 26 de janeiro, Maria Luíza aniversariou. Chegou aos seus 3 meses de idade. Disposta, resmungona e linda. Em apenas três meses revolveu toneladas de terras que causaram o açoreamento dos rios de minha vida. Reconstruiu paredes e cômodos do solar em que nasci e sem dar sinal algum de cansaço ou de indisposição me convida para um passeio no parque sob ipês em flor.
Obrigado, Vany!
Crônicas de um pai: de como a mãe conseguiu trocar de roupa
Crônicas de um pai: de como a mãe conseguiu trocar de roupa
Se acordada não há quem possa com ela, não há quem não seja forçado a se equilibrar em um trapézio usando mãos e pés para mil é uma tarefas.
A mãe descobriu maneira de se vestir, para tanto urge ser rápido.
Segure o bebê com apenas um dos braços, com o outro arrume o berço para deitar o bebê e, ainda, dê corda no móbile. Conseguiu? Ótimo! Seja ligeira, coloque o bebê no berço com apenas um braço, com o outro tire o pijama. Seja ágil, a corda do brinquedo está no fim. Coloque o que for possível da roupa - sempre falta alguma peça - mas não se preocupe, o mundo sabe que você é mãe e não ficará preocupado se a blusa estiver no avesso.
Rápido! Dê mais corda no brinquedo, do contrário correrá o risco de uma vez mais não conseguir calçar os sapatos.
Se acordada não há quem possa com ela, não há quem não seja forçado a se equilibrar em um trapézio usando mãos e pés para mil é uma tarefas.
A mãe descobriu maneira de se vestir, para tanto urge ser rápido.
Segure o bebê com apenas um dos braços, com o outro arrume o berço para deitar o bebê e, ainda, dê corda no móbile. Conseguiu? Ótimo! Seja ligeira, coloque o bebê no berço com apenas um braço, com o outro tire o pijama. Seja ágil, a corda do brinquedo está no fim. Coloque o que for possível da roupa - sempre falta alguma peça - mas não se preocupe, o mundo sabe que você é mãe e não ficará preocupado se a blusa estiver no avesso.
Rápido! Dê mais corda no brinquedo, do contrário correrá o risco de uma vez mais não conseguir calçar os sapatos.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
Crônicas de um pai: RN tamanho G
Crônicas de um pai: RN tamanho G
Vany, a mãe, insiste: é um recém-nascido. Eu retruco: ela usa G. Entre RN e G ficamos admirados de nossa pequena grande menina.
Vany, a mãe, insiste: é um recém-nascido. Eu retruco: ela usa G. Entre RN e G ficamos admirados de nossa pequena grande menina.
Crônicas de um pai: o ronco de um fusca 1300
Crônicas de um pai: o ronco de um fusca 1300
Cumpri de forma parcial a minha promessa de nas férias de janeiro levá-la para um passeio de fusquinha. O máximo que consegui foi fazer o motor do pequeno besouro bege alabastro funcionar. Fiquei aliviado com o giro do motor e ao perceber que a marcha lenta funcionava. Marcelo, nosso mecânico, nos ajudou.
Levei Maria Luíza pelo braço cheio de orgulho para que ela pudesse, pela primeira vez, ouvir o ronco de um boxer 1300. Coisas de pai, minha Maria nada entendeu do que eu dizia, apenas escancarou a sua pequena boca banguela.
Cumpri de forma parcial a minha promessa de nas férias de janeiro levá-la para um passeio de fusquinha. O máximo que consegui foi fazer o motor do pequeno besouro bege alabastro funcionar. Fiquei aliviado com o giro do motor e ao perceber que a marcha lenta funcionava. Marcelo, nosso mecânico, nos ajudou.
Levei Maria Luíza pelo braço cheio de orgulho para que ela pudesse, pela primeira vez, ouvir o ronco de um boxer 1300. Coisas de pai, minha Maria nada entendeu do que eu dizia, apenas escancarou a sua pequena boca banguela.
Crônicas de um pai: Aprender a sorrir com as três Marias
Crônicas de um pai: Aprender a sorrir com as três Marias
O sorriso de minha filha recria o mundo, redistribui papéis e pede que transforme a minha dor em gesto de carinho. Confesso que vez por outra fico em frente ao espelho a me perguntar se posso encantar com os meus lábios. Mãe e filha pedem e merecem sorrisos, anseiam e sonham com sinais de afeto e de serena cumplicidade. Vany abriu janelas fechadas há muito e trouxe o sol de volta.
Mazelas e aflições dos últimos anos dissolvidas, agora, pela minha família me leva a trazer do tempo o sorriso de minha mãe. Ela teve em seus dias sorriso generoso e misericordioso. Aos poucos, o outono veio roubar algo daquele movimento farto de lábios de quem agradece a vida, todavia, bastava um gesto e ela se lembrava de si mesma. Sorria farto e iluminava o dia. E é assim, ao lado das três que eu me recupero e agradeço: viver a vida pede empenho e franqueza.
O sorriso de minha filha recria o mundo, redistribui papéis e pede que transforme a minha dor em gesto de carinho. Confesso que vez por outra fico em frente ao espelho a me perguntar se posso encantar com os meus lábios. Mãe e filha pedem e merecem sorrisos, anseiam e sonham com sinais de afeto e de serena cumplicidade. Vany abriu janelas fechadas há muito e trouxe o sol de volta.
Mazelas e aflições dos últimos anos dissolvidas, agora, pela minha família me leva a trazer do tempo o sorriso de minha mãe. Ela teve em seus dias sorriso generoso e misericordioso. Aos poucos, o outono veio roubar algo daquele movimento farto de lábios de quem agradece a vida, todavia, bastava um gesto e ela se lembrava de si mesma. Sorria farto e iluminava o dia. E é assim, ao lado das três que eu me recupero e agradeço: viver a vida pede empenho e franqueza.
Crônicas de um pai: o sorriso da filha e o choro da mãe
Crônicas de um pai: o sorriso da filha e o choro da mãe
De repente as manchas se multiplicaram, diferentes e crescentes. Nada parecido como uma simples dermatite, nossa pediatra buscou literatura de vizinhas de consultório. Ficamos ali, com o coração na mão e a rogar por uma solução.
Os últimos dias foram de atenção redobrada, nossa pequena foi medicada e acompanhada. Aprendemos que quando a luz da casa dorme mais do que o esperado em virtude dos medicamentos nos sentimos menores, nos sentimos abatidos.
Vany chorou e chorou ao se dar conta de que o sorriso de Maria faltava, de que a resmungona da casa preferia dormir a tagarelar. As horas foram longas, a espera do efeito das fórmulas médicas demoravam a chegar. Acreditávamos na melhora, mas éramos desafiados pelo tempo que não avançava.
Fizemos as pazes e, agora, em meio à chuva, os resmungos e os sorrisos voltaram, as manchas aos poucos vão esmaecendo.
Beijo, filha!
De repente as manchas se multiplicaram, diferentes e crescentes. Nada parecido como uma simples dermatite, nossa pediatra buscou literatura de vizinhas de consultório. Ficamos ali, com o coração na mão e a rogar por uma solução.
Os últimos dias foram de atenção redobrada, nossa pequena foi medicada e acompanhada. Aprendemos que quando a luz da casa dorme mais do que o esperado em virtude dos medicamentos nos sentimos menores, nos sentimos abatidos.
Vany chorou e chorou ao se dar conta de que o sorriso de Maria faltava, de que a resmungona da casa preferia dormir a tagarelar. As horas foram longas, a espera do efeito das fórmulas médicas demoravam a chegar. Acreditávamos na melhora, mas éramos desafiados pelo tempo que não avançava.
Fizemos as pazes e, agora, em meio à chuva, os resmungos e os sorrisos voltaram, as manchas aos poucos vão esmaecendo.
Beijo, filha!
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