terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: tão pequena, tão foliã

Crônicas de um pai: tão pequena, tão foliã

Eu me esforcei, tímido que sou, fiz o quanto pude para ajudá-la a se divertir. Mãe e filha, aliás, dançaram e eu procurei acompanhá-las. Voltamos instantes atrás e havia confete por toda a roupa de nossa filha. Mostrou a todos o seu cenho de curiosidade, os seus olhos que percorriam tudo - escaneando cada centímetro do lugar - e a sua silenciosa simpatia.
Brincou e brincou.
Feliz Carnaval, Maria Luíza!

Crônicas de um pai: logo mais, o primeiro baile de carnaval

Crônicas de um pai: logo mais, o primeiro baile de carnaval

Logo mais, nossa pequena Maria usará a sua fantasia de fada para ir ao seu primeiro baile, a sua primeira matinê de clube. Na sexta última, ela se fez de fada para a festa de sua escola. Recebemos fotos que nos deram uma medida das estrepolias. Logo mais, seremos os seus acompanhantes à matinê do clube. Os olhos atentos da menina que no dia de ontem descobria uma galinha na casa de Dona Elisabeth e do Sr. Humberto estarão voltados para um salão cheio de cores e de crianças. Ficamos a nos perguntar a respeito de suas reações.
Outro dia, vestia-se para deixar a maternidade e encontrar, pela primeira vez, as ruas de sua cidade, logo mais, primeiro baile de carnaval.

(Partiu, matinê!)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: (primeiro texto de minha pequena Maria)

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ps. solicito que os chatos não julguem, melhor fariam se estudassem a linguagem dos bebês, aprenderiam algo sobre o significado do amor

Crônicas de um pai: dia de visitar amigos

Crônicas de um pai: dia de visitar amigos

Sr. Humberto, Dona Elisabete e Gian, queridos amigos, nos receberam hoje. Carregaram e embalaram nossa pequena. Agradecemos pelo carinho, pela oportunidade de apresentar para a nossa filha o que é uma galinha, agradecemos pelo pão caseiro, agradecemos pela descoberta das três pontinhas brancas na gengiva de Maria Luíza a indicar que os dentes estão a caminho. Agradecemos pela risada sincera e camarada. Agradecemos.
Abraço querido!
Maria Luíza quer mais colo!!

Crônicas de um pai: café colonial na segunda de carnaval

Crônicas de um pai: café colonial na segunda de carnaval

O dia começa cedo, o café colonial não tarda a ser servido, sua realeza pede atenção. Desperta, recebe com um sorriso irresistível aos que se aproximam de seu leito. Impossível não reverenciar o milagre que se faz carne e alegria frente ao seu dia.
A mesa é disposta, a pizza de ontem ganha segundos de aquecimento, o pão australiano com requeijão, a generosa caneca de café com leite e frutas.
Sua Realeza é a última a se sentar e a primeira a ser servida, quer saber o que é banana, quer saber qual a textura da tal banana.
O café colonial prolonga-se de forma deliciosa e amorosa; interrompido aqui e ali para se pegar algo para nossa anfitriã e para auxiliá-la em sua curiosidade escancarada sobre tudo que há na cozinha.
Segunda de carnaval, segunda de café colonial: o sol nasceu!

Crônicas de um pai: brincar com os dedos

Crônicas de um pai: brincar com os dedos

Meus dedos, outrora, antes de me ajudarem a pegar, sei agora, foram motivos de brincadeira. Observo minha filha fazer de suas mãos e dedos enredos de brincadeiras e de jogos. Fica ela longos instantes aprendendo a brincar, inventando o seu mundo.

ps. Sr. Huizinga de Homo Ludens...onde está o livro? qual a caixa da biblioteca perdida?

domingo, 26 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: o sabor da melancia em fevereiro

Crônicas de um pai: o sabor da melancia em fevereiro

Durante a gestação Dona Vany teve os seus pratos e confeitos favoritos, entre todos, a melancia foi o destaque. Ela deve ter consumido, sem exagero, uns três caminhões. Hoje, dia do aniversário de quatro meses de nossa filha, reencontramos a melancia em visita que fizemos ao supermercado. Nossa pequena Maria sentiu, agora, o cheiro e o sabor da fruta.

Crônicas de um pai: a mamadeira que encanta

Crônicas de um pai: a mamadeira que encanta

Aos 120 dias a mamadeira entra em seu campo visual e pronto: o choro se transforma em sorriso, o desespero em ansiedade...
Ela reconhece, ela sabe qual o significado, o seu livro de anotações não para de crescer.
Em breve, argumentará com a mãe sobre qual roupa vai usar, Vany já está desesperada com o futuro.

Crônicas de um pai: as texturas do meu mundo

Crônicas de um pai: as texturas do meu mundo

"Meu querido diário, o meu inventário de texturas do mundo segue uma verdadeira loucura, não sei como o Papai do Céu encontrou tempo e folhas para projeto tão grande. Ontem fomos ao mercado e trouxemos um novo espécime para a minha degustação de texturas. É dos mais engraçados e intrigantes, meu pai me disse que se chama abóbora japonesa. 'Parece mais, parece mais...com quem ela se parece papai? Ela é da mesma família de batráquios de Rondônia que chegaram de Marte no último verão.' Uau!! Quanta coisa para descobrir, meu diário: batráquios, Rondônia e Marte'.

Crônicas de um pai: aninhada

Crônicas de um pai: aninhada

Aninhada em seu bebê conforto, você cumpre o ritual de inalação da manhã. Olhos fixos você me diz que está com sono e começa a piscar sinalizando à senhora do sono que você a aguarda. Eu fico ali, apaixonado e encantado.
Vany, somos uma família!
Obrigado,

Beijo!

Crônicas de um pai: hora de mamar, 120 dias

 Crônicas de um pai: hora de mamar, 120 dias

Hoje, aos 120 dias, as suas horas de mamar são mais do regulares. A exceção são os dias festivos: mama-se ao acordar, depois de trocar as fraldas, durante o café da manhã no colo da mãe e para dormir. A mãe leva sempre a sua alegria. Esgotada não conseguiu jantar e caiu de sono antes mesmo de assistir ao desfile da primeira escola de samba. Juntos celebramos e testemunhamos como família o milagre da vida. Milagre e milagre.

(Cansados e abençoados)

sábado, 25 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: você me faz melhor

Crônicas de um pai: você me faz melhor

A cada dia aprendo, aprendo a rir pelas suas mãos, descubro que posso, dou-me conta de que esqueci de mim, percebo que você merece mais, não porque você pede mais, mas sim, porque você oferece tudo o que tem.
Hoje à noite ficamos a conversar e a gargalhar, ando sem prática, você tão pequena, às vésperas dos 120 dias, mostrou-me que sabe rir e fazer rir melhor do que eu. Aprenderei para acompanhá-la.
Beijo, meu tesouro!


Crônicas de um pai: dedos vermelhos de tinta revelados

Crônicas de um pai: dedos vermelhos de tinta revelados

Por fim, descobrimos como nossa pequena sujou os dedos de vermelho. A partir das mãos molhadas de tinta, as berçaristas fizeram uma pequena máscara para o carnaval, a impressão da mãozinha vermelha sobre a folha deu origem a duas asas. A mãe ao reconhecer as mãozinhas de sua pequena naquela máscara começou a chorar. Ela cresce e encanta.

Crônicas de um pai: ao volante do carro

Crônicas de um pai: ao volante do carro

Impaciente, minha Maria estava impaciente, a mãe estava a se aprontar para sairmos e minha Maria com os seus resmungos de impaciência dizia que demorávamos. Resolvi tentar algo novo, decidi levá-la comigo para a garagem de casa. Ela nunca havia sentando antes no banco da frente, sempre fora a senhorinha que via a rua passar a partir do banco do passageiro; agora, sentada em colo, tinha ao alcance das mãos aquele painel cheio de botões e um volante. Em meio a tantas informações novas acompanhou a movimentação com atenção, ajudou-me a manobrar o carro e sempre em silêncio sorriu quando a mãe surgiu. A mãe não queria acreditar no que fizemos, não queria acreditar que a filha já estava a andar no colo do pai e, ao mesmo tempo, retribuía o sorriso de satisfação da filha que, agora, tinha muito a lhe contar sobre carros e garagens.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: dedos vermelhos de tinta

Crônicas de um pai: dedos vermelhos de tinta

Minha Maria voltou para casa com os pequenos dedos das duas mãos sujos de tinta vermelha (uma vez mais o seu vermelho). Brincou a valer e trouxe para casa lembranças do seu dia. Infelizmente, o berçário não nos mandou a sua obra. A sua pintura bebê cheia de dedos lambuzados, meditada nos seus resmungos e expansiva como a alegria deseja ser.

Beijo, minha artista!

Crônicas de um pai: oi, mãe!

Crônicas de um pai: oi, mãe!

Estou certo que anda orgulhosa de sua neta. Desejou tanto ter uma menina e acabou por ganhar uma neta. Curei-me das saudades suas, eu a levo comigo de uma maneira amorosa que lhe dá ares e forma de companhia constante. A sua esperança e fé me dão certezas que espero saber contar e ofertar para a sua neta.

Beijo, mãe!

Crônicas de um pai: a engatinhar

Crônicas de um pai: a engatinhar

A mãe deitou a filha de bruços e apoiou com a palma da mão estendida os pequeninos pés. A mãe queria saber se ela teria forças  para empurrar a sua mão e iniciar o o conhecido deslocamento de minhoca.

A mãe começou a chorar quando se deu conta de que a filha tinha firmeza e força para começar a engatinhar. Confessou-me que não tornaria a fazer isso, não queira que a filha se fosse pela casa, ela a queria perto, ela a queria o seu recém-nascido.

Agora, Maria Luíza dorme e sonha as suas reinações de amanhã.

Crônicas de um pai: fantasiada

Crônicas de um pai: fantasiada

Fico a imaginar o dia de amanhã, levarei minha filha ao Berçário. Há diferença notável em relação aos dias anteriores, desta vez, para festejar o Carnaval a escolinha prepara uma festa para as crianças. Adoraria saber o que farão, adoraria me fazer de parede só para espiar o que vão aprontar. Maria Luíza já tem fantasia - mal posso acreditar !!! - o meu pingo de gente irá de fada. Outro dia usava fralda RN e, agora, brincará o Carnaval de bebês de sua escola.

(envelheço e floreço)

Crônicas de um pai: eu volto!

Crônicas de um pai: eu volto!

Quando ler este bilhete que deixo junto ao seu travesseiro de menina saberá que já estive ao seu lado pela manhã. Saberá que admirei a sua beleza bebê e lhe disse algo do meu amor, da alegria que é tê-la todos os dias em nossa casa. Bem-vinda, senhorinha da graça! Sei, tempos não nos vemos, não nos falamos, os seus horários de sono estão a mudar, sinto não ter voltado, ontem, a tempo; tentei, enfrentei chuvas e catadupas de águas em ruas e avenidas, no entanto, cheguei tarde. Esteja certa do que sinto e do lugar que ocupa em meu meu coração.

Eu volto!

(Beijo, Vany!

Obrigado!)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: você não é a minha mãe, eu vou chorar

Crônicas de um pai: você não é a minha mãe, eu vou chorar

Nada pesa mais na alma do pai bobo tonto do que as crises de chiclete. A filha passa a ver nos braços do pai apenas uma forma de ir em busca de sua mãe. "Vamos, papai, preciso encontrar a minha mamãe". O pai bobo tonto fica desnorteado, todavia, ele acredita, acredita que logo você lhe oferecerá o seu sorriso e suspiro de bem-estar. Assim, enquanto espero testemunho o seu milagre.

Ps. Trata-se de uma epidemia propagada por um complô internacional. Marcelo, meu vizinho, sofre o mesmo boicote. O filho recém-nascido só quer saber da mãe.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: a missão

Crônicas de um pai: a missão

Francamente, aos olhos de muitos dos que conheço devo ser aquele chato que leva fotos de uma menina que vivo a mostrar. Creio que o que faço é trazer algo de uma memória carcomida pelo tempo. Há muitos pais que de tão velhos não valorizam mais o milagre e o dom da vida, estão ávidos de outras coisas e perdem o fluir dos dias. Todavia, há outros tantos que, de forma generosa, apeiam de suas montarias quotidianas e sorriem como se eu lhes desde a chance de voltar a um dia feliz de suas vidas.

O encantamento se é encantamento deve ser publicado em letras garrafais.

O mundo anda chato e egoísta demais.

Crônicas de um pai: pela primeira vez você tocou o meu rosto

Crônicas de um pai: pela primeira vez você tocou o meu rosto

Hoje, pela primeira vez, você tocou o meu rosto. Eu trocava a sua fralda e conversávamos sobre roseiras e mamadeiras. Ao aproximar o meu rosto do seu você levou seus pequeninos braços em minha direção e afagou a minha face. Nós dois sorriamos das nossas descobertas.

Beijo, Maria Luíza!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: noite mal dormida

Crônicas de um pai: noite mal dormida

O que fazer? Como fazer? Febre e congestionamento das vias respiratórias. Desconforto.  Noite mal dormida, mamava com dificuldade, afagos e carinhos. Pais quebrados, filha ofertando um sorriso a despeito do seu mal-estar.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: uma rama de flores brancas

Crônicas de um pai: uma rama de flores brancas

A roseira branca de nossa casa está em festa, uma única rama deu mais de 20 rosas brancas. Não me lembro de tantas flores em estações anteriores. A casa se faz mais disposta e serena, alegre e festiva. De maneiras diversas nosso Solar celebra a sua nova moradora e tira de si o que tem de melhor.

Maria Luíza não resistiu, amou tanto as flores que resolveu levar uma à boca, lá se vai mãe, assustada, recolhendo agora pétalas que saem da boca da filha.

Crônicas de um pai: o batom perdido

Crônicas de um pai: o batom perdido

A mãe buscava acalentar a filha enquanto se vestia para sairmos: "esqueci de passar batom, mas não há problema deixei um no porta-luvas do carro, quando chegarmos eu o passarei". Lá vamos nós e ao chegarmos o que faz a mãe? Ela se esquece, ela se esquece tantas vezes de si mesma. Instantes atrás, a mãe temia que a filha estivesse com febre. Confesso que quando tinha o termômetro em mãos, hesitei, não sabia se tirava a temperatura da filha ou da mãe. Os olhos de Vany indicam a sua alegria  e o seu cansaço.

(Não há como fazer diferente!)

Beijos!

Crônicas de um pai: pilhas de roupas dos pais e da filha

Crônicas de um pai: pilhas de roupas dos pais e da filha

Não entendo, as pilhas de roupas de Maria Luíza são algumas vezes maior do que as dos pais. A lavadora tem trabalhado de forma incansável e contínua.

"Marido, vamos nos revezar para passar as roupas de nossa filha". Agora?! Estou a resumir a Crítica da Razão Pura de Kant....já volto!!

Beijo!!

sábado, 18 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: carro de bombeiros

Crônicas de um pai: carro de bombeiros

Não sei como começou, havia um caminhão vermelho de brinquedo, Maria Luíza ficou encantada. Os dedos pequenos esticavam-se para buscá-lo. Hoje, caminhávamos pela rua e ela se viu frente a um caminhão de bombeiros. Aconteceu o que esperava, ficou ao lado do seu caminhão e se deixou fotografar para que se lembre do dia em que o caminhãozinho vermelho ficou maior que a jabuticabeira de sua escola.

Ela se fartava e nos mostrou que o azul do céu era mais azul graças ao vermelho.

Crônicas de um pai: o coral da Matriz de Santana de Parnaíba

Crônicas de um pai: o coral da Matriz de Santana de Parnaíba

Degraus gastos pelo tempo, marcados pelo palmilhar de  pessoas em oração. Imagens antigas que, à maneira dos dias de colônia, vestiam os santos e santas. A partir de hoje, o coral da Matriz tem novo integrante. Maria Luíza, a feliz, mostrou sua boa disposição e testou a acústica com o seu sorriso. Ali, com a filha em meus braços, frente à Nossa Senhora do Carmo agradeci.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: dia de pediatra, ouvir a mãe

Crônicas de um pai: dia de pediatra, ouvir da mãe

Como foi? O que ela disse? O que você disse? Como vocês estão? Onde estão os gráficos com as marcas de peso e altura: 61 centímetros e meio? Por que não arredondam ? E o peso? Nossa pediatra anotou que ela já era capaz de gritar na ficha....!!?? Eu perdi isso? Como ela se comportou no elevador? Voltou a fazer amizades nas viagens entre os andares? Como assim?

(Não, não fiz a enxurrada de perguntas que registei, fui lacônico, queria apenas abraçá-las)

(Beijo!)

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: adormecer em meu peito

Crônicas de um pai: adormecer em meu peito

O pai bobo tonto despede-se da mãe que vai trabalhar, ele ainda tem 45 minutos sozinho com a filha antes do berçário abrir. Minutos que ele deseja prolongar ao mesmo  tempo em que teme perder a hora de sair para a sua jornada. Maria Luíza pressente o movimento e a ausência. Agita-se para depois, cansada, dormir em meu peito. Eu não me mexo, procuro me transformar em colo de mãe e pai. Fico a pensar nela crescida, nela mocinha e sinto saudades de quem somos agora. Em breve, não vai buscar o meu colo, muito breve não conseguirá mais sequer sentar em meu colo. Eu a vejo moça caminhando e fazendo das suas. Hoje, refestelada em meus braços, amanhã, mocinha a inventar o mundo.

De repente, ela se mexe; levanta levemente a cabeça, mas mantém os olhos fechados. Sente com a ponta do nariz e dos lábios o que se passa ao seu redor. Torna a recostar a cabeça, volta ao seu mundo bebê.

Fico ali, oferto-lhe uma prece e beijo a sua cabecinha de poucos cabelos.

Meu amor, está na hora de irmos para a escola!

(Beijo!)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: meu apetite, meu mingau

Crônicas de um pai: meu apetite, meu mingau

Inteligente, capaz de reconhecer e de fazer relações.
O fervedor apurava o amido de milho, Maria Luíza estava impaciente, a colher, a sua colher foi ao mingau e, antes mesmo, de aproximar-se de sua boca, ela expôs a sua pequena língua para sorver. Não, não é uma operação simples, ela cresce de forma rápida.

Crônicas de um pai: morder a borda do prato

Crônicas de um pai: morder a borda do prato

Não é de hoje que fazemos as nossas refeições com nossa filha no colo. Hoje, como sempre, Maria Luíza aprontou das suas. Vany comia um sanduíche e driblava as mãos de nossa filha que desejava brincar com a comida. Cansada de não alcançar o conteúdo do prato, Maria Luíza resolveu a questão: começou a morder a borda do prato. Vany chamou-me para ver e mal pude acreditar na cena.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: nada como antes

Crônicas de um pai: nada como antes

As surpresas são diárias. O jeito de ser e de falar de ontem, não mais está aqui. O riso, após 115 voltas ao redor da mesa, transforma-se em risada. Ela própria se assombra e se encanta com o que começa a fazer. Assusta-se e se encanta ao mesmo tempo. Dias atrás, a mãe jantava tendo a filha em seu colo. Distraiu-se e lá foi a mãozinha para o prato de espaguete. Assustada começou a chorar. A mãe lavou as mãos de sua pequena e explicou-lhe o que era molho de tomate. Relaxada retornou para o colo de sua mãe e, na primeiro momento de distração, tronou a levar ao prato de espaguete. Desta vez, no entanto, não houve choro e resmungo. Maria Luíza já sabia o que era molho de tomate e não havia nada a temer. Mão lambuzada de vermelho e um sorriso satisfeito de quem quer agora entender para que serve o tal de espaguete que o pai vive a preparar.

Crônicas de um pai: minha mãe e meu anjo-da-guarda

Crônicas de um pai: minha mãe e meu anjo-da-guarda

"Querido diário

Dia de passeio ao ar livre com os meus pais por uma alameda de árvores que devem ser, disse o meu pai, centenárias.

De repente, não mais do que de repente, tudo ficou ligeiro, minha mãe perdeu o equilíbrio e foi ao chão. Braços da minha mãe e braços do meu pai para cá e para lá, minha mãe girando em um esforço digno de pilates para que eu não tocasse o chão. Confesso que fiquei assustada, mas eles estavam todos lá para me ajudar.

Ficamos bem e agora rimos e agradecemos pela ajuda."

Crônicas de um pai: meu primeiro decreto

Crônicas de um pai: meu primeiro decreto

"Eu, rainha Maria Luíza, a encantadora, aos 100 dias , decreto, determino e choro que neste Solar dos Abdalla que me serve de residência régia que doravante aos domingos - dia em que meus pais estão em casa - acordaremos para brincar, mamar e o que mais me aprouver antes  das 6 horas da manhã; às 6, impreterivelmente, todos, dissemos todos os meus súditos, deverão estar prontos e dispostos para uma jornada familiar.

Revogam-se todas as disposições contrárias ao presente decreto.

Assino, babo e resmungo na certeza de que meus dois súditos - papai e mamãe - observarão minha firme e inabalável decisão de me sentir amada e acalentada no único dia em que eu os tenho apenas  para mim, digo, nossa real figura."

Crônicas de um pai: 99 e a primeira risada

Crônicas de um pai: 99 e a primeira risada

Ao chegarmos ao nonagésimo nono dia estávamos os três a conversar em nosso sofá. Falávamos do dia e das visitas à avó Nilza (grande amiga da avó Nenê) e ao Sr. Ciccillo Matarazzo. Conversa familiar e íntima igual a tantas outras, a não ser por uma risada. Inesperada é reveladora. Caímos e nos entreolhamos - pai e mãe - a procurar no outro apoio para o que acontecia. Maria Luíza deu a sua primeira risada, assustou-se com o nosso espanto. Nada mais como antes, ela cresce. Ela realiza o dom da vida; eu, pasmo, fico ali, crente na vida e mal acreditando naquilo que me foi reservado.

Crônicas de um pai: outro dia

Crônicas de um pai: outro dia

Maria Luíza, aos 95 dias, apresenta firmeza e equilíbrio para ficar de pé. No início era apenas brincadeira, uma das posições que pai e mãe tentam colocar o bebê para que ele se sinta confortável, agora, nossa pequena percebe as vantagens e recursos que estão à sua disposição: posso descobrir o mundo a partir de uma posição melhor. ('Por que não me contaram antes?')

Outro dia era um bebê de colo, agora ela agarra as mãos de quem vem buscá-la em seu berço.

Crônicas de um pai: você não é a minha mãe!

Crônicas de um pai: você não é a minha mãe!

Seguem os dias e o grude com a mãe só cresce. O que mais ouço é 'você não é a minha mãe' e 'quero a minha mãe'. O pai pouco serve e ganha mais choros do que sorrisos.

Beijo, filha!

(Volta logo!)

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: amo você, vamos dormir um pouco mais!

Crônicas de um pai: amo você, vamos dormir um pouco mais!

'Meu querido diário

Não entendo a vontade que meus pais têm de dormir além das 5 da manhã. O dia não demora a chegar trazendo o sol e os dois lembram mais duas tartarugas de casco virado tamanha a dificuldade que enfrentam para acordar.

Levantem-se, tenho escolinha. Quero brincar! Quero ir ao pátio para sentir o perfume da jabuticabeira!

Tenho me esforçado para colocá-los no horário, mas não é fácil. Não há problema, tenho todo o tempo do mundo para isso.

Beijo, meus pais!

(Partiu, recreio!)


Crônicas de um pai: pode ser você

Crônicas de um pai: pode ser você.

Entre os tipos de pai há o bobo tonto. O bobo tonto fica assustado com as fases do bebê. Apresenta dificuldade para assimilar que há períodos nos quais o bebê deseja a mãe e não o pai. O grude com a mãe e choro com o pai abala as fracas capacidades mentais e emocionais do pai tonto bobo. Ele chega, no silêncio de sua mente tonta boba a crer que o bebê depois da mãe há de preferir o colo de todas as berçaristas da escolinha e se não houver ninguém mais disponível por perto o bebê permitirá que o pai a acalente.

(No sorriso de seu bebê ele ouvirá 'pode ser você, por enquanto!')



Crônicas de um pai: aprender a ver as horas

Crônicas de um pai: aprender a ver as horas

Maria Luíza voltou a acordar durante a madrugada para mamar, em geral, entre 1 e 3 da manhã. Talvez tenha a ver com medicamentos que usou nos últimos dias, espero, sinceramente, que ela volte a ter sono contínuo. Comentei com Vany que precisamos colocar relógio no berço dela, aprender a ver as horas ajudará muito. Acabei por me lembrar de minhas próprias lições ainda criança e do dia em que minha prima Sandra M* teve paciência de me colocar em frente a um relógio para brincar de ver as horas.

Obrigado!

Beijo!

Crônicas de um pai: cri-cri, cri-cri

Crônicas de um pai: cri-cri, cri-cri

Pais sambam, sobem ao trapézio e trocam fraldas, tomam café com uma das mãos e com a outra carregam a máquina de lavar, espirram e tomam banho com ouvidos apurados para saber se Maria Luíza acordou. Pais se multiplicam e reinventam roteiros. Fazem de tudo para trazer o senhor do sono para visitar a filha inclusive cri-cri ao cair da noite. Algo assim, eu a acalentei em meus braços e, de forma suave, imitei o grilo que mora em nosso quintal. Os olhos de quem quer saber da pequena Maria ficaram iluminados para logo em seguida mergulharem no silêncio do sono.

Pais são assim, felizes e tolos.

Crônicas de um pai: 9 + 3 = 1 ano

Crônicas de um pai: 9 + 3 = 1 ano

No dia 26 de janeiro, Maria Luíza aniversariou. Chegou aos seus 3 meses de idade. Disposta, resmungona e linda. Em apenas três meses revolveu toneladas de terras que causaram o açoreamento dos rios de minha vida. Reconstruiu paredes e cômodos do solar em que nasci e sem dar sinal algum de cansaço ou de indisposição me convida para um passeio no parque sob ipês em flor.

Obrigado, Vany!

Crônicas de um pai: de como a mãe conseguiu trocar de roupa

Crônicas de um pai: de como a mãe conseguiu trocar de roupa

Se acordada não há quem possa com ela, não há quem não seja forçado a se equilibrar em um trapézio usando mãos e pés para mil é uma tarefas.

A mãe descobriu maneira de se vestir, para tanto urge ser rápido.

Segure o bebê com apenas um dos braços, com o outro arrume o berço para deitar o bebê e, ainda, dê corda no móbile. Conseguiu? Ótimo! Seja ligeira, coloque o bebê no berço com apenas um braço, com o outro tire o pijama. Seja ágil, a corda do brinquedo está no fim. Coloque o que for possível da roupa - sempre falta alguma peça - mas não se preocupe, o mundo sabe que você é mãe e não ficará preocupado se a blusa estiver no avesso.

Rápido! Dê mais corda no brinquedo, do contrário correrá o risco de uma vez mais não conseguir calçar os sapatos.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Crônicas de um pai: RN tamanho G

Crônicas de um pai: RN tamanho G

Vany, a mãe, insiste: é um recém-nascido. Eu retruco: ela usa G. Entre RN e G ficamos admirados de nossa pequena grande menina.

Crônicas de um pai: o ronco de um fusca 1300

Crônicas de um pai: o ronco de um fusca 1300

Cumpri de forma parcial a minha promessa de nas férias de janeiro levá-la para um passeio de fusquinha. O máximo que consegui foi fazer o motor do pequeno besouro bege alabastro funcionar. Fiquei aliviado com o giro do motor e ao perceber que a marcha lenta funcionava. Marcelo, nosso mecânico, nos ajudou.

Levei Maria Luíza pelo braço cheio de orgulho para que ela pudesse, pela primeira vez, ouvir o ronco de um boxer 1300. Coisas de pai, minha Maria nada entendeu do que eu dizia, apenas escancarou a sua pequena boca banguela.

Crônicas de um pai: Aprender a sorrir com as três Marias

Crônicas de um pai: Aprender a sorrir com as três Marias

O sorriso de minha filha recria o mundo, redistribui papéis e pede que transforme a minha dor em gesto de carinho. Confesso que vez por outra fico em frente ao espelho a me perguntar se posso encantar com os meus lábios. Mãe e filha pedem e merecem sorrisos, anseiam e sonham com sinais de afeto e de serena cumplicidade. Vany abriu janelas fechadas há muito e trouxe o sol de volta.

Mazelas e aflições dos últimos anos dissolvidas, agora, pela minha família me leva a trazer do tempo o sorriso de minha mãe. Ela teve em seus dias sorriso generoso e misericordioso. Aos poucos, o outono veio roubar algo daquele movimento farto de lábios de quem agradece a vida, todavia, bastava um gesto e ela se lembrava de si mesma. Sorria farto e iluminava o dia. E é assim, ao lado das três que eu me recupero e agradeço: viver a vida pede empenho e franqueza.

Crônicas de um pai: o sorriso da filha e o choro da mãe

Crônicas de um pai: o sorriso da filha e o choro da mãe

De repente as manchas se multiplicaram, diferentes e crescentes. Nada parecido como uma simples dermatite, nossa pediatra buscou literatura  de vizinhas de consultório. Ficamos ali, com o coração na mão e a rogar por uma solução.

Os últimos dias foram de atenção redobrada, nossa pequena foi medicada e acompanhada. Aprendemos que quando a luz da casa dorme mais do que o esperado em virtude dos medicamentos nos sentimos menores, nos sentimos abatidos.

Vany chorou e chorou ao se dar conta de que o sorriso de Maria faltava, de que a resmungona da casa preferia dormir a tagarelar. As horas foram longas, a espera do efeito das fórmulas médicas demoravam a chegar. Acreditávamos na melhora, mas éramos desafiados pelo tempo que não avançava.

Fizemos as pazes e, agora, em meio à chuva, os resmungos e os sorrisos voltaram, as manchas aos poucos vão esmaecendo.

Beijo, filha!