segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Crônicas de um pai: quem cuida de quem

Crônicas de um pai: quem cuida de quem

Houve um tempo em que acreditei que os pais eram os cuidadores, os grandes e principais responsáveis pelo crescimento de uma criança. De fato, somos. Todavia, dei-me conta de é ela quem cuida de nós. Maria nos faz ver a vida sob perspectiva que, no final, abre os nossos olhos, nos faz repassar e reescrever as nossas vidas. Não, ela não nos redime de nossas tragédias pessoais, ela nos faz ver que a tragédia é passada e que o porvir chegará com o sol da manhã. Ela nos mostra as chaves para as portas das saudades e do amor maior. Ela nos faz lembrar, lembrar de quem somos, lembrar de nossos propósitos e de nossos encantamentos abandonados e carcomidos ao longo dos anos. Maria já não é mais uma bebê-quase menina, isso é passado, vive hoje o seu tempo de menina-quase mocinha. Maria cuida de nós, ainda que façamos o seu prato e troquemos as suas fraldas, ela redimensiona tudo sob diapasão afetivo. Não, não significa que ela comanda as ações de uma casa, ela apenas as perfuma. Tampouco quer dizer que ela faz o que quer, ela nos dá ouvidos e aceita os nossos convites e as nossas danças. Sexta última, por exemplo, aceitou viver a sua primeira Bienal do Livro de São Paulo. Divertiu-se correndo e pulando como toda menina-quase mocinha faz em sua idade. A vida é um milagre, aprende-se a meditar vendo uma menina-quase mocinha dando ouvidos e sorrindo para os pais enquanto zela pelas nossas vidas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário