quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Crônicas de um pai: a cabeceira da cama

Crônicas de um pai: a cabeceira da cama

Ainda ontem ela ensaiava ficar de pé. Gostava de usar travesseiros para alcançar a cabeceira da cama e espiar o que havia além. Tudo durava uns poucos segundos até que perdesse o equilíbrio e caísse sobre os travesseiros. Operação repetida e repetida, ela não se cansava. Hoje, caminha firme e ligeira, não é propriamente uma corrida mas o seu passo acelerado parece mais o de uma atleta de velocidade, eu não tenho fôlego e pernas para acompanhá-la, sempre perco.

Quando começou? Quem lhe ensinou? Há segredos demais em existir, tantos que muitas vezes fico calado, fico a olhar para a pequena como quem deseja passar desapercebido e fico a me perguntar tal como ela o que há depois da cabeceira da cama.

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