segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Crônicas de um pai: sala de espera

Crônicas de um pai: sala de espera

Salas de espera pedem aprendizado, pedem que sejamos capazes de encontrar e dar rumo a barco que ameaça ser engolido por uma tempestade. A parede de água vai nos engolir. Estava eu assim, dias atrás, exaurido pela febre e tendo em minhas mãos os exames que apresentaria dentro de instantes à médica. Procurará na rede todas as informações disponíveis em páginas idôneas sobre os indicativos de reagente e não reagente informados pelos exames. Lembrei-me de história das Mil e uma noites na qual um homem tem uns poucos dias para acomodar a sua família antes que um gênio venha cumprir a sentença de morte. Lá estava eu brigando com vagalhões imaginários que me afogavam e me lembrando das promessas feitas a Vany e que iria quebrar. Fui salvo pela médica que me chamava ao consultório. Sentei-me crente de que era grave. 'Você tem contato com crianças pequenas? Perguntou-me enquanto fazia marca nas folhas dos exames. Sim, respondi-lhe, tenho uma filha de 13 meses. 'É isso, ela lhe passou'. De repente os vagalhões voltaram e agora ameaçavam a minha Maria. 'Na criança há apenas leve resfriado, já o adulto vai à lona com a mesma combinação de vírus'. Maria resiste mais do que os seus pais, está preparada. Logo mais os pais terão  cadernetas de vacina, medida necessária para enfrentar os novos tempos. No domingo refiz os exames, agora é aguardar, esperar que as infeções tenham cedido e os órgãos recuperado o tamanho normal. Maria passa bem, pronta para tudo.

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