quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Crônicas de um pai: falar aos quatro ventos

Crônicas de um pai: falar aos quatro ventos

Maria Luíza adora conversar, tem as suas frases e combinações fonéticas favoritas. Eu e Vany estamos convencidos de que ela tem bom entendimento do que falamos ou lhe pedimos. Por exemplo, se solicitamos ajuda para calçar as meias ou vestir o casaco, Maria oferece o seu pé e estica o braço. Ela nos acompanha e nos compreende. Dia desses, ela soltou as travas e começou a brincar com a linguagem. Falava, falava e gesticulava como se a língua e as mãos fossem pares. Se normalmente as suas frases estão cheias de nomes conhecidos, há ali um desejo de falar, a brincadeira de dias atrás era intrigante e divertida. Quando me dei conta, comecei também a brincar. Maria ao perceber o que eu fazia parou e começou a me olhar sorrindo a sua boca cheia de dentes. Ficamos ali a conversar sobre tudo, a gesticular sobre paisagens e tudo mais. Estávamos juntos em um mundo particular.



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