quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Crônicas de um pai: o idiota e a rede

Crônicas de um pai: o idiota e a rede

De um tempo para cá comecei a considerar a rede a partir de outra perspectiva: a do pai preocupado com a enxurrada de porcarias que cairá na cabeça  de minha filha. Como nos defendemos da vulgaridade e da deseducação que são oferecidas e compartilhadas na rede? Como preparar um filho para usufruir dos bons recursos e meios colocados à disposição por computadores? O risco está ao nosso redor e veste fantasias cativantes. Sim, viver guarda riscos e desafios, todavia o território representado pela rede verbaliza e transforma em imagens um volume de material degradado que assombra. Disparar palavrões transformou-se em indicador do sucesso, erotizar o mundo, banalizar o crime fazem parte do receituário perverso e indigesto oferecido aos borbotões.

Aprender a nadar pedirá que minha filha respeite a água e saiba o limite de cada fase de sua vida. Aprender a navegar na rede exigirá que minha filha lembre-se de lições que ainda não aprendeu. Num e noutro caso, chegará o tempo em que sozinha ela tomará as suas decisões, por ora, me cabe educá-la como pai e expressar de forma franca o meu horror ao lixo. Liberdade de expressão, tantas vezes invocada, não pode servir para que a grosseria seja tratada como cultura. O idiota precisa de uma sala de aula para que a câmera de vídeo seja algo mais do que uma pá de lixo reveladora da sua mediocridade.

Um comentário:

  1. Condordo plenamente .......pura verdade infelizmente estamos num mundo onde tudo se acha normal.......

    ResponderExcluir