terça-feira, 19 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: o que pensa a meu respeito?

Crônicas de um pai: o que pensa a meu respeito?

Vivo a me perguntar o que Maria pensa a meu respeito. A respeito da mãe, fácil saber. Ambas estão ligadas pela gestação. O cordão é sinal visível da afinidade e da pertença. Elas se entendem. E o pai? O que a filha de quase 11 meses vê em seu pai? Ontem, ao chegar em casa, Maria mamava. Deu-se conta de minha chegada, nossa Maria aprendeu a ouvir os sons de sua casa. Sabe quando alguém abre a porta de entrada, reconhece os ruídos. Parou de mamar e esticou a cabeça na direção do hall de entrada, queria me ver, sabia que era eu, fez das suas para que a sua mãe a levasse até a entrada. Ao me ver mostrou-me o seu sorriso cheio de dentes, apertou os olhos castanhos e me saudou. Ganhei palmas. Eu era alguém naquele instante. Esticou os braços para que eu a pegasse, assim fiz, no entanto, logo Maria voltou-se para sua mãe e me disse com todas as letras que desejava voltar para o colo de sua mãe. Lá vai Maria, acaba de me saudar e, em seguida, se despede, ou melhor, ela quer todos juntos ao seu redor, isso a satisfaz. No entanto, o colo que quer abraçar é o de sua mãe. Afinal de contas, o que Maria Luíza pensa a meu respeito?

Nenhum comentário:

Postar um comentário