sexta-feira, 29 de setembro de 2017

Crônica de um pai: o sumiço do brócolis

Crônica de um pai: o sumiço do brócolis

À hora do jantar Maria Luíza estava comigo, sentada em meu colo. Ela já havia jantado, agora era a minha vez. Sentados à mesa, eu e Vany conversávamos sobre tudo e mais alguma coisa. Lá pelas tantas, espetei um brócolis do meu prato. Conversa vai, conversa vem deixei o garfo e o brócolis suspensos no ar. Até agora não sei o que aconteceu, o brócolis desapareceu misteriosamente. Maria nada respondeu a respeito do sumiço e vejo apenas a sua boquinha a trabalhar.

Crônicas de um pai: despedir-se

Crônicas de um pai: despedir-se

As feições de Maria são reveladoras. Combinadas ao seu silêncio ou à sua linguagem expressam o seu estado de espírito. Instantes atrás eu a deixei no berçário. A berçarista a recebeu generosa, Maria voltou seus olhos castanhos para mim com ar de quem não me perdoava por deixá-la. A menina que balançava os pés de contentamento quando eu a coloquei no carro na saída para o berçário, agora revelava o seu desconforto.

Eu lhe disse que era sexta é estaríamos juntos no final de semana, mas não houve conversa.

Tenho certeza que ela ficará bem, que brincará com todos e voltará a sorrir.

Tenho certeza que, logo mais, ao voltar para casa ela abrirá o seu sorriso de oito dentes e apertará seus olhos castanhos para me receber. Esticará os seus braços para buscar pelo meu beijo. Depois de festejar minha volta me dará as costas a buscar pela mãe como quem diz 'não me esqueci do que fez, mas seja bem-vindo'.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: sem fraldas

Crônicas de um pai: sem fraldas

Houve um tempo em que trocar fraldas era relaxante para Maria. Ela entendia o cuidado e agradecia oferecendo sorrisos.

Tempos depois ela sabia se sentar e não tinha paciência para trocar as fraldas. Acreditávamos que não poderia ser mais difícil, afinal seis pares de braços não bastavam para tanto bebê.

No tempo presente os céus fecharam e a tempestade está armada. A agilidade tantas vezes treinada ao longo do dia  é traduzida em uma ginástica de alto impacto que exige o fôlego de um maratonista, os pais resistem bravamente. Maria gira sobre si mesma, levanta-se e escapa ligeira não sem antes gritar como quem diz 'vocês não me pegam'.

Quando começa o desfralde ?

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Crônica de um pai: ciúmes, ciúmes de você

Crônica de um pai: ciúmes, ciúmes de você

No ano passado compramos uma boneca da Mônica para Maria Luíza, a ideia era povoar o quarto com um brinquedo, dar ar de quarto de menina. Era cedo demais para brinquedo assim, estava lá apenas para compor a paisagem do quarto de nossa filha. O tempo passou e Maria descobriu a boneca e começou a se divertir, entabulou conversas e tudo mais.
Nas últimas semanas, no entanto, pintou ciúme, pelo menos é o que eu e Vany acreditamos. Quando eu peguei a boneca da a Mônica e a coloquei em meu colo, Maria Luíza protestou e a tirou. Eu e Vany não acreditávamos na cena de ciúmes e abusamos da paciência curta de Maria Luíza. A mãe tornou a pegar a boneca e disse que daria de mamar, o tempo tornou a fechar, Maria protestou novamente e ocupou o lugar da boneca no colo da mãe.
Nossas intenções eram as melhores, assim achávamos, mas as relações estão estremecidas entre a nossa Maria e a Mônica.

Crônicas de um pai: virtudes

Crônicas de um pai: virtudes

Maria Luíza guarda em sua memória quem lhe quer bem, Dona Elisabeth ganhou o seu lugar. Generosa está sempre a oferecer o melhor de si e Maria não resiste às virtudes. Maria faz festa e se  Dona Elisabeth olhar ainda que seja por um instante para o outro lado, Maria insistirá para ter mais das virtudes, mais do amor.

Crônicas de um pai: 11 meses

Crônicas de um pai: 11 meses

Aos 11 meses sorrir e gritar são combinação constante. Vivemos a nos perguntar se Maria é nossa filha mesmo. Bênção que reorganiza a vida em nova direção a nossa pequena Maria Luíza está bem. Fala aos quatro ventos em sua linguagem. O que ela está a dizer? Acreditamos que aqui e ali há palavras: mamá para mamãe é a mais frequente. Os olhos são castanhos, cheios de disposição e de encantamento; marcados por sobrancelhas que lhe dão ar de quem quer celebrar. Andar sem descansar e brincar com tudo. Aos brinquedos de sua caixa, Maria junta outros. Sim à lata de leite vazia cuja sonoridade lhe permite ter o seu primeiro tamborzinho. Os pregadores da lavanderia - de plástico ou de madeira - de um tempo para cá andam livres pela casa. Alguns espécimes foram encontrados no berço de Maria.

Do lado esquerdo de seu rosto há pequena pinta que desenha uma de suas aventuras na terra dos sonhos.

Agora ela dorme, os braços deixam o quente do cobertor e se lançam para o alto. Movimento familiar que reafirma o pássaro que mora em sua alma de bebê. Qual anjo que repousa pronto para qualquer chamado Maria respira fundo e se ajeita em seu travesseiro.

Aos 11 meses ela diz: Bom dia, mundo! A vida é um milagre!

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: Reinações de Maria Luíza no berçário (3a. parte)

Crônicas de um pai: Reinações de Maria Luíza no berçário (3a. parte)

As imagens são claras. Hoje, dia da Árvore, a turma do Berçário 2 deveria plantar uma árvore. Bebês ao redor de um saco de terra vegetal e cada um a levar na mão um copo pequeno. Hora de brincar com o copo, hora de brincar com a terra, hora de encher o copo com a terra, hora de deitar a semente e regar. Maria estava lá, em uma das fotos ela se debruça sobre o saco para buscar a terra. Ela nada estranhou, acostumada que está em nossa casa a revolver os vasos de plantas.
Soube de tudo pela boca da mãe e pelas imagens capturadas dos flagrantes. Eu as encontrei à porta do supermercado, Maria carregava em sua mão bebê um pão de queijo, a mãe, cheia de orgulho, levava o copinho com a plantação da filha.
Feliz dia da Árvore! Parabéns aos que a ajudaram a brincar!

ps. banho Maria Luíza...olhe a cor de suas unhas...!! não vou falar duas vezes....!!

Crônicas de um pai: a cabeceira do berço

Crônicas de um pai: a cabeceira do berço

Outrora quando Maria chorava em seu berço bebê eu a encontrava deitada e agasalhada. Agora quando Maria chora ela aguarda de pé sobre o colchão amparada na cabeceira para não cair. Tudo mudou. Dias atrás Vany sofreu para  desembaraçar o móbile que fica sobre o berço, de tanto agarrá-lo cordas e bonecos estavam embolados. Tudo mudou. Apesar disso, Maria Luíza se revela frágil e perseverante. Ela pede cuidados e zelos e ao mesmo tempo demonstra personalidade e disposição. A cada dia ela insiste mais e mais em comer sozinha. Maria sabe pegar e levar à boca. Eu acaricio o seu jeito bebê e me dou conta do seu crescimento. Tão bebê, tão menina.

Crônicas de um pai: manhã preguiçosa

Crônicas de um pai: manhã preguiçosa

As manhãs são lentas apesar do relógio correr ligeiro. A preguiça e o sono tardio dão o tom. Quem dera ficar mais um pouco, quem dera que os cantos dos sabiás estivessem a anunciar o início da tarde e não o amanhecer.

'Filha, bom dia! Hora de levantar!'. Movimentos lentos, ela flutua e se espreguiça junto ao meu peito. Eu a acompanho em sua dança. Colo o meu rosto no seu e lhe dou um beijo.

Crônicas de um pai: abrir o livro da paternidade

Crônicas de um pai: abrir o livro da paternidade

A paternidade é livro novo daquele que nos encanta a partir das letras da capa. Folheá-lo de maneira comedida e intensa, sorver o aroma de papel e tinta, o frescor do corpo leve e dos cabelos por nascer do seu bebê. Ouvir a sua linguagem repleta de vogais - livro e bebê- atentar para se a escrita vai da esquerda para a direita ou da direita para esquerda.

O que o bebê e o livro dizem? Do que precisam?

O bebê, no epílogo, se faz grande, adulto. Se faz escritor e escreve sobre si e sobre a sua história. Narra as aventuras do seu pai para entender e viver dignamente a paternidade.

Fim.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: festival de morangos

Crônicas de um pai: festival de morangos

Fruta da estação, os morangos andam em alta e é chegada a hora de fazerem parte do repertório de sabores e perfumes de Maria.

As provas de comidas novas começam regularmente com cara feia, tudo aquilo que ela saboreia é acompanhado da expressão 'mas o que é isso?' Em seguida, a feição de desconforto se desfaz para dar lugar a um 'quero mais'. (A exceção é o linguine que é disputado aos gritos e a única cara feia é aquela que diz 'eu quero as linguinhas, eu quero!').

Ela cresceu não porque tem mais de 70 centímetros ou quase 9 quilos, ela cresceu porque está cada vez mais e mais aumentando o seu repertório e fazendo escolhas. Ontem à tarde, Vany tomava iogurte quando Maria decidiu que molharia o pão que comia no pote de iogurte. (Quem lhe sugeriu tal combinação?) Não, iogurte não pode fazer parte de sua dieta, de acordo com a nossa pediatra, todavia, não há como se alimentar longe dela. A casa já é bem conhecida e Maria usa rodinhas, em instantes ela foi de um cômodo ao outro. Como se ausentar para se alimentar? No final, ela reconhece os potes coloridos dos iogurtes  e os aprecia, são saborosos e bons para brincar.

 Em breve, talvez agora mesmo, cogite de misturar os morangos no iogurte.

Coisas de Maria Luíza, a encantadora.

Crônicas de um pai: o que pensa a meu respeito?

Crônicas de um pai: o que pensa a meu respeito?

Vivo a me perguntar o que Maria pensa a meu respeito. A respeito da mãe, fácil saber. Ambas estão ligadas pela gestação. O cordão é sinal visível da afinidade e da pertença. Elas se entendem. E o pai? O que a filha de quase 11 meses vê em seu pai? Ontem, ao chegar em casa, Maria mamava. Deu-se conta de minha chegada, nossa Maria aprendeu a ouvir os sons de sua casa. Sabe quando alguém abre a porta de entrada, reconhece os ruídos. Parou de mamar e esticou a cabeça na direção do hall de entrada, queria me ver, sabia que era eu, fez das suas para que a sua mãe a levasse até a entrada. Ao me ver mostrou-me o seu sorriso cheio de dentes, apertou os olhos castanhos e me saudou. Ganhei palmas. Eu era alguém naquele instante. Esticou os braços para que eu a pegasse, assim fiz, no entanto, logo Maria voltou-se para sua mãe e me disse com todas as letras que desejava voltar para o colo de sua mãe. Lá vai Maria, acaba de me saudar e, em seguida, se despede, ou melhor, ela quer todos juntos ao seu redor, isso a satisfaz. No entanto, o colo que quer abraçar é o de sua mãe. Afinal de contas, o que Maria Luíza pensa a meu respeito?

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: reinações no berçário

Crônicas de um pai: reinações no berçário

Depois de ser surpreendida deixando a sala de brincar, Maria Luíza agora finge que está dormindo. O horário de dormir dos bebês da escolinha de Maria é burlado pela nossa filha. Maria pressente a aproximação da berçarista e cobre o seu rosto, fica em silêncio e dorme o seu soninho da tarde de olho aberto.

Crônicas de um pai: quero descer, quero subir

Crônicas de um pai: quero descer, quero subir

Se ela está no colo deseja ir ao chão, quer engatinhar e esquadrinhar o que há e para que serve. Se está no chão quer escalar móveis e pernas. Avisa aos que lhe interessam que está no chão agarrando pernas e sentando-se sobre os nossos pés, ao chamar nossa atenção proclama os seus desejos.

Lá vamos nós. Liga o seu radar, abre o seu livro de impressões e sensações e se coloca em movimento de gato. Lá vai Maria em sua jornada exploratória. Os novos mundos são aprendidos em silêncio. Quando Maria está em ambiente desconhecido precisará de uns poucos minutos para cartografar e avaliar as possibilidades de descobertas e de brincadeiras.

Frutas novas são caso curioso, come todas as frutas que lhe são oferecidas. A primeira mordida traz uma careta de quem não gostou para, em seguida, reclamar outro e outro pedaço.


sábado, 16 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: quase 9 kg

Crônicas de um pai: quase 9 kg

Na semana que passou foi Dia de Pediatra, assim mesmo, com letra maiúscula, com o passar do tempo isso se transforma em uma instituição, uma efeméride da família. Distante, acompanhava a saída e a chegada de mãe e filha ao Pediatra, a Dra. Camila. Foi assim que ouvi as primeiras notícias e o parecer de nossa médica. Ao chegar em casa e ganhar sorrisos e afagos ouvia atento os primeiros relatos da tarde no hospital. Quase 9 kg e 71 centímetros, eis a minha pequena Maria que goza de ótima saúde, os pais respiram aliviados.

Crônicas de um pai: Feliz Aniversário, mãe!

Crônicas de um pai: Feliz Aniversário, mãe!

Hoje, dia 15, minha mãe aniversaria. Logo cedo, Maria estava em meu colo quando conversamos com ela. Quando lembramos do seu dia e lhe oferecemos a nossa memória. Ela desejou e sonhou uma menina, não a teve, não viveu a graça, agora, dentro de sua devoção sem fim pode abraçar a neta que deposito em seu colo.
A aflição desmedida da despedida e a minha esperança sem fim de que a sua fé a reconfortou são tudo o que tenho.


Crônicas de um pai: linguine

Crônicas de um pai: linguine

Maria é sempre a primeira a jantar. Legumes, carne cozida e, de sobremesa, uma fruta. Enquanto ela é servida o nosso jantar é preparado. Na semana que passou, jantamos  linguine. Nossa Maria não raro mesmo tendo jantado gosta de beliscar os nossos pratos.

O linguine não estava pronto, não havia o molho e Maria encantou-se com a massa. Queria experimentar, queria saber o que era. Ela a saboreou, pedaço a pedaço. Enfrentou dificuldade ao levar a tira de linguine à boca, mas encontrou o seu jeito. Às vezes a tira ficava presa no interior de sua mão fechada e era necessário abrir a mão e se equilibrar para não perdê-lo. Sentada em meu colo, tratei de ajudá-la. Segurei a tira do macarrão para que ela não o perdesse, de tanto fazer das suas a tira se quebrou. Quando Maria Luíza se deu conta disso não gostou, percebeu que  ficou com a parte menor do fio; reclamou com um grito e, de pronto, largou a parte menor e buscou em minha mão a outra parte.

A história do linguine em nossa casa não será mais a mesma, depois que Maria mostrou a todos como se suga a tira de macarrão.

Beijo, filha!

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: Maria Dolores Consuelo das Dores

Crônicas de um pai: Maria Dolores Consuelo das Dores

Era uma vez uma atriz. De tão bonita os diretores resolveram que ela choraria no primeiro capítulo da novela. Aos prantos chorou ao ver a fralda, digo, ao ver o por do sol. Chorou mais ainda ao saber que o noivo Rodolfo Adolfo Zamora partira para comprar pão e tardava a chegar. Debulhou-se em lágrimas ao perceber que a mãe a deixara sozinha a brincar. ("Filha, preciso tomar banho!!). Chorou ao descobrir que a refeição não lhe seria servida no horário de sua conveniência.

Chorou e chorou. Os telespectadores foram à loucura. A audiência subia e os roteiristas criavam cenas e cenas de prantos. O estúdio ficou alagado e das Dores desistiu do papel e da fama. Hoje vive em nossa casa e de quando em quando adora matar saudades de sua carreira novelística.

"Buaaaaaaaaaa!!!"


Crônicas de um pai: reciclar as roupas

Crônicas de um pai: reciclar as roupas

(não há coincidências)

Ainda ontem recordava de vestido que Maria Luíza ganhou da querida Fátima. Marinho com bolas brancas. Tudo aconteceu a partir de comentário deixado pela Fátima em uma rede social. Cansada daqueles que apenas veem imagens, decidiu postar texto no qual pedia que registrassem uma lembrança compartilhada com ela. A minha foi o vestido que ganhei de presente.

Ao retornar para casa, Vany e Maria me aguardavam à entrada de nossa casa. Fui saudado de forma efusiva e calorosa. Maria gritava ao me ver, acredito-me alguém, sinto-me cheio de graça e importância nessas horas.

Maria usava o vestido marinho, no entanto, havia algo de diferente. O vestido não lhe servia mais e, além disso, ela usava calça que lhe deixava as canelas de fora. Vany, cheia de paciência, explicou-me: agora o vestido é uma bata e a calça que não lhe cabe é uma legging.

Maria ria da minha tontice em suas roupas novas e cochichou: "isso se chama de 'repaginar' o guarda-roupa, nada tem a ver com reciclagem, baba!!".

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: Maria Luíza quer andar

Crônicas de um pai: Maria Luíza quer andar

Os dias são mais longos, a noite do nosso bem demora a chegar. Nossa pequena Maria não deseja dormir cedo, não raro ela coloca os pais para dormir enquanto ela segue desperta e disposta. Eu e Vany sabemos que em breve Maria andará. Escalar os pais e os móveis já ficou para trás, cada vez mais ela procura se equilibrar, a coordenação de pernas e pés dá sinais de evolução. Nas últimas horas Vany presenciou Maria de pé em cima da cama por uns poucos segundos. A mãe estava emocionada, brincava com a filha quando ela conseguiu equilibrar-se sozinha. Maria sentiu o gosto de ficar de pé. Os treinos são, agora, diários e intermináveis. Avançam noite adentro e, muitas vezes, despertam a madrugada. Maria Luíza quer andar.

Crônicas de um pai: a Primavera chegou

Crônicas de um pai: a Primavera chegou

Os dias de sol e de cores vivas chegaram. Os sabiás da rua voltaram de longe, buscam o céu azul do bairro e as floradas da semana. Maria Luíza aprendeu a ver as novas cores e temperaturas que a Primavera usa em seus habituais parques de brincar. Aprendeu a se sentar na areia e a molhar os pés na água. Divertiu-se com a sua mãe e disse com todas as letras que desejava as suas mãos livres para tocar e sentir o mundo que a rodeia. Sorriu encantada e buscou em sua memória a Primavera do ano passado, a Primavera em que nasceu. Não a encontrou, esqueceu-se e decidiu-se que vai criar a sua primeira estação de pássaros e de flores.

ps. há quem diga que ela chegará na semana próxima, francamente, em nosso bairro ela já deu o ar da graça..

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: ser recebido aos gritos

Crônicas de um pai: ser recebido aos gritos

A memória dos dias, os rostos conhecidos, a invenção de rotinas, tudo ajuda nossa Maria a formar o seu repertório de pessoas e de situações. Ela reconhece, sabe o que vem depois e, desta forma, desenvolve a sua personalidade de bebê.
Hoje, ao retornar para casa, Maria Luíza me viu abrindo o portão do nosso sobrado. Ela estava no colo de sua mãe e começou a gritar. Ainda da rua eu ouvia os seus sinais de saudação amorosa, senti-me alguém para ela, senti-me alguém para a minha família.
O sorriso cheio de dentes, o jeito charmoso como recolhe o rosto e o enterra no peito de sua mãe me diziam que ela queria chamar a minha atenção.
Aqui estou Maria Luíza, venha me dar um abraço e um beijo molhado!

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: as cores da pulseira

Crônicas de um pai: as cores da pulseira

Bem que as cores das pulseiras aqui tratadas poderiam falar das criações e brincadeiras de uma menina. Cores e formatos de pulseiras e de gargantilhas, quem dera.

As cores das pulseiras, ao menos hoje, são as dos hospitais. Quando as cores que oferecem à sua filha mudam o peito dos pais fica apertado. A cor nos hospitais sinaliza a gravidade e a urgência. Ela separa e encaminha, cá estamos nós a decifrar o que dizem os sinais e os diagnósticos. Dois médicos, sala de medicamentos, sala de espera, elevador e essa vontade de ir embora com a certeza de que ficaremos bem.

Noutro dia as cores das pulseiras serão lúdicas, não haverá senões.

domingo, 3 de setembro de 2017

Crônicas de um pai: alegrar o mundo

Crônicas de um pai: alegrar o mundo

Não está apenas no fato de Maria ser um bebê, digo isso pois há da parte do mundo que nos rodeia uma recepção singular quando o assunto é uma criança pequena. O que fazem e como o fazem é assunto, desperta a atenção e rende histórias e risadas.
Maria desperta mais. Fico a me perguntar sobre a sua singela capacidade de retomar o tempo ao instaurar paradas e esparrar portas e atalhos.
Fomos ao mercado logo cedo e encontramos amigas de minha mãe. Encontrá-las e receber o seu carinho me deixou saudoso. Peço que Maria Luíza lhe traga alento e a ajude a soltar a risada cheia e feliz que conheci. Não fui capaz de lhe trazer o sorriso farto, rogo que a neta cumpra o seu papel e talento.

ps. minha mãe mora em lugar dentro de mim e é de lá que todos os dias ela sai para brincar com a sua neta.

Crônicas de um pai: aos gritos

Crônicas de um pai: aos gritos

Maria aprendeu a gritar, sabe modular e escandir o seu berro bebê de acordo com a situação e a sua necessidade de expressão. Eles dizem muito de sua alegria, de sua disposição e de sua expectativa. Encontrar a mãe e o pai, por exemplo, estão entre as ocasiões que ela extravasa o seu grito. É impagável retornar à sua casa e ser saudado aos berros por uma menina que está engatinhando. Se o dia lhe reservou contratempos, nada resiste a isso. Estou em casa, o caos ficou para trás.