segunda-feira, 17 de julho de 2017

Crônicas de um pai: a tia-avó de Maria

Crônicas de um pai: a tia-avó de Maria

Ela  cuidava das plantas da entrada de sua casa quando chegamos. Durante alguns instantes fiquei a observá-la, lembrava das aventuras das três Marias tantas vezes contada pela minha mãe. Três irmãs, três jovens solteiras que viviam as suas parcerias e cumplicidades, três filhas de imigrantes árabes que contam mais de um século em terras brasileiras. Missa no Mosteiro de São Bento, uma sessão de cinema após a outra, passeio para saber o que as vitrinas estão a expor de novidades. Era um outro tempo, a distante São Paulo dos anos 40 e 50 aos pés das três irmãs. As histórias de minha mãe tinham enredos simples, no entanto, ela era boa para dar ao seu ouvinte o andamento, o tom da situação. Oitivas que levo comigo e nas quais conheci os meus avós e casa de Piraju. (Hoje ao me lembrar da maneira de minha mãe contar histórias percebo que os vazios de suas narrativas estavam lá para fisgar e sustentar a atenção de seu ouvinte)
 Lá estava a minha tia, a última das três Marias. Eu me encontrava com a minha mãe uma vez mais. Despertei ao ouvir Vany me perguntado se estava bem. 'Sim, estou!' Meu primou surgiu junto à porta e chamou a atenção de minha tia para a nossa chegada. 'Deus do céu, tempos queria estar aqui!' Aos poucos a casa se encheu, logo minha prima e as filhas chegaram e a pequena Maria começou a fazer das suas, passeava de colo em colo e mostrava a todos o seu sorriso bebê de cinco dentes. Ninguém ficou sem se sentir acarinhado. Reunião de família, reunião de retratos de família - novos e antigos - todos ali.
Grato tia Lídia!
Grato Sandra e Fábio!
Grato Giovana e Bianca!
Grato Vany e Maria!
(Gonçalves e Abdalla, Saliba e Montemurro)

Nenhum comentário:

Postar um comentário