quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Crônicas de um pai: o desconforto e a curiosidade

Crônicas de um pai: o desconforto e a curiosidade

Quando Maria Luíza nasceu houve fratura da clavícula direita, a evolução, felizmente, foi boa, hoje, retornamos à Clínica para uma radiografia. Apenas uma pessoa poderia entrar na sala de exames e eu fui escolhido, de forma democrática, com um categórico 'você entra'.
Ao olhar para a mesa de exames temi pelo pior, acreditei que ela choraria. Como colocá-la sobre mesa dura e fria, o ar-condicionado gelava picolé e ainda por cima retirar a parte de cima da roupa para a realização da radiografia. Era uma combinação que anunciava gritos e tempestades.
Eu me enganei. O ambiente era novo aos olhos dela e apesar do desconforto ela queria olhar para todos os lados buscando entender em que lugar estava e quem era o homem que oferecia e ajudava o pai a vestir um casaco de chumbo.
A mãe, do outro lado da porta, amassava os dedos e aguardava o berreiro. Ao se dar conta de que tudo havia terminado entrou na sala aliviada e ficou a ouvir as histórias que a filha tinha para lhe contar sobre as suas descobertas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário