terça-feira, 17 de abril de 2018

Crônicas de um pai: não, não, não

Crônicas de um pai: não, não, não

Agora é assim, se Maria está saciada e não quer mais o que lhe oferecemos, ela tem o que dizer: 'não, não, não!'. Tudo acompanhado com o movimento negativo da cabeça. Outro dia virava o rosto, agora diz, agora comunica-se de forma clara. Permaneço longos instantes afagando a sua cabeça e procuro entender como ela aprende e apreende o mundo. Fico a me perguntar do que precisa para dar os seus saltos. Ela não é mais um bebê, Vany insiste que estou errado e a chama de RN. Maria é uma menina, ágil e dengosa, sempre a pedir atenção e cafuné. O dedo digital a buscar pelas canções que ouve. Sim, ela toma meu celular e pede os canais de músicas. Aprendeu a escolher, sabe em qual posição da tela sensível ao toque estão os comandos. Fico a observá-la, procuro entender que repertório vai se formando, apresento-lhe minhas sugestões e intercepto o lixo da rede. Cantamos juntos, apesar de Maria insistir, sobretudo, nos refrões. Ela é uma menina que ainda mama e come carne, finge que está dormindo e sorri quando lhe fazem cócegas. Maria é uma menina, a minha menina. Faço-lhe mamadeira e troco as suas fraldas, ciente de que, em breve, caminhará para longe em suas reinações. Assim é. Damos-lhe o melhor de nós para que logre ser o que começou a sonhar ainda na barriga de sua mãe.
Tenho uma filha, sou pai!
Maria é minha menina!
Grato, dona Vany!
beijos

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