terça-feira, 4 de setembro de 2018

Crônicas de um pai: o triciclo do tio Farid

Crônicas de um pai: o triciclo do tio Farid

Sentada em seu triciclo ela segue determinada na trilha que abro entre a sala de visitas e a cozinha, igualmente permanece atenta ao que está ao seu redor. Dirige olhando em todas as direções. Buzina, brinca de buzinar, pela casa; lá pelas tantas olha para a pequena caçamba para saber se a sua amiga de todas as horas - a ovelha Cacá - está em segurança e apreciando a viagem de reconhecimento dos cômodos. Desce e sobe de seu triciclo diversas vezes, ela redefiniu as distâncias entre os espaços de nossa casa.

Lembro-me, enquanto ela viaja pela casa do meu primeiro triciclo. Posso ver a combinação de madeira, metal e borrachas. A cor esmaecida pelo tempo e pelo uso. Lá estou eu andando de um cômodo ao outro evitando pedalar e usando a ponta dos dedos pés como apoio para me deslocar. Gastava as pontas de meus calçados. Tudo mudou graças ao Tio Farid.

Certo dia chamou-me para mostrar três triciclos reformados; fazia isso pelas crianças de seu bairro. Eu deveria deixar o meu velho triciclo e poderia escolher um novo. Foi assim que comecei, de fato, a pedalar, havia espaço para as pernas e o movimento agora era possível. Quando me vi montado avancei pela rua para brincar. Tentei, dias atrás, levar Maria a uma praça para pedalar, desejava vê-la feliz, mas não era hora. Maria divertiu-se mais correndo atrás das pombas que por ali pousavam e disputavam o espaço com o seu triciclo.

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