quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Crônicas de um pai: será certo mesmo?

Crônicas de um pai: será certo mesmo?

dia desses eu me perguntei se a ajudava ou a atrapalhava. nossas conversas sempre foram francas. da cor da parede às primeiras impressões deixadas pelo morango em sua boca. do cavalo de brinquedo ao lugar do sol lá no céu. dou-me conta que dei-lhe regularmente o primeiro movimento. eu ouvia os motes e a acompanhava. falamos acerca de tudo e de todos. do tatu-bola que fugiu para dormir noutro canto cansado de tanto ser chamado por nós ou da 'linda rosa juvenil' nome que usa para chamar a roseira branca de nossa casa. da busca por caminhões e aviões. nada nos escapa.

creio que exagerei, julguei necessário introduzir noções de tempo em nossas conversas: hoje, mais tarde, depois...agora vejo que lulu não precisa disso. o seu tempo é o melhor, a sua hora não tem ponteiros. a sua descoberta vai de uma nuvem à outra sem se preocupar com parâmetros. o tempo estraga tudo, melhor deixá-la, melhor dizer que o relógio quebrou e a hora é agora. a felicidade mora aqui, não vive acolá. não, não como os hedonistas, que, de fato, são o que são, porque tem pressa e a ânsia de algo perder. tristes os hedonistas. desejo-lhe, lulu, que viva feliz (sem começo, sem fim, simples assim).

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