segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Crônicas de um pai: a adolescência e o colo

Crônicas de um pai: a adolescência e o colo

a adolescência dos dois anos, relatam os navegantes mais velhos, reserva mares revoltos. o choro corta o céu justo quando tudo era azul e não havia nuvens. por que, minha pequena lulu? conte-me o que a aflige.
de repente os pássaros voltam a cantar e a cara de choro abre-se aos sinais do dia claro. assim são os dias de uma jovem adolescente. de fato, ela parece apenas mais sensível ao bater das borboletas.
'não é fácil crescer, não é fácil ouvir todos os dias os pais dizerem que as roupas estão apertadas. não é fácil descobrir e aprender tanto a todo instante. não é fácil ouvir e responder a tantas perguntas do mundo novo'.
em meio a tudo isso, hoje, antes de sairmos, eu preparava o café quando ouvi o gemido de lulu. maneira usual de dizer: 'eu acordei, mas onde estão todos? por que me deixaram sozinha?' interrompi tudo e fui ao seu encontro. surpreendi-me ao encontrá-la engatinhando na sala escura. ela deixou a cama e começou a engatinhar e a esparramar a sua adolescência de menina.
não são revoltos os mares, são serenos, pedem apenas um pouco mais de colo. as tempestades são reais.

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