sexta-feira, 15 de março de 2019

Crônicas de um pai: a princesa botânica e a princesa agrônoma

Crônicas de um pai: a princesa botânica e a princesa agrônoma

não sei ao certo o lugar das princesas na vida de alguém que não tem três anos, sei apenas que as tais esparramam-se pelas páginas e paredes coloridas. sei que minha filha anda a ouvir histórias de princesas e pôneis e eu a ajudo. ainda ontem, antes de dormir sentou-se sobre o travesseiro e pediu para ouvir outra da princesa. contei-lhe da que gostava de botânica, vivia a cheirar e acariciar plantas e flores. de tão curiosa começou a estudá-las. o amor pelas flores apenas aumentava. ofereceu o seu carinho e a sua ciência para ajudá-las a florir mais e melhor. lembrei-lhe que à tarde quando fomos ao mercado ela própria cumpriu o ritual de parar longos instantes no corredor de flores, assim, misturei ainda mais em sua cabeça que apreende e apercebe que vestidos rodados caem bem em cientistas.
contei-lhe ainda da outra princesa que certo dia fez da jardineira horta de alfaces e, diariamente, ao passar pela diminuta horta retirava algo do seu trabalho de agrônoma e comia estalando os dentes: 'qui delícia!'.
botânica ou agrônoma tanto faz, vestido rodado ou calças de igual maneira garantem a sua diversão e a lactuta sativa apetece o paladar com o aroma de rosaceae que luíza guarda entre os dedos de pintar o mundo.

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