sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Crônicas de um pai: Papai, papai

Crônicas de um pai: Papai, papai

Os sinais estão sobre a cômoda de madeira antiga da sala. Lâmpadas coloridas, árvore de faz de conta e um Papai Noel. O presépio tudo assiste e reforça o dia da festa e o desejo de recomeço. Maria Luíza não cabe em si de tanto contentamento. O mundo veste-se e aguarda. Há tempo para assistir animação e para jogar bola, comer manga e pedir mais, correr descalça pela casa a buscar sorrisos largados pelos cômodos. 'Papai, Papai venha aqui, dá mão, calce os sapatos!

Dia desses quando voltávamos para casa esforcei-me o mais que pude para acompanhar as suas frases. Eram longas e tratavam de tudo que havia ao seu redor e de suas descobertas. Muitas vezes eu perdia o sentido da frase, permaneci o tempo todo fiel ouvinte, dei-lhe meus ouvidos e minhas mãos. Ganhei nomes, dei-me conta que para além do sentido da frase em todas eu era nomeado, chamou-me e cantou-me. Encantado, falei-lhe do meu amor.

'obrigada, papai!'

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