sábado, 15 de dezembro de 2018

Crônicas de um pai: joelhos

Crônicas de um pai: joelhos

Dias atrás operei o meu joelho, além do desconforto da cirurgia e das dificuldades de recuperação havia os cuidados com a pequena Luíza. Nas primeiras horas não a deixei ver o meu sangue, escondi bandagens manchadas dos seus olhos. Claro que um pai sangra, mas quando mesmo revelamos que nosso sangue assemelha-se ao carro dos bombeiros?

Ela ofereceu-me os seus cuidados de mocinha de dois anos, correu atrás de mim para entregar a bengala que larguei noutro cômodo, pediu 'cuidado, papai' pouco antes de me convidar para jogar bola em nosso quintal, ajudou-me a colocar gelo sobre a cirurgia e, ao mesmo tempo, convidou-me para pular na cama.

É verdade, não sabia o que lhe dizer a respeito da cirurgia, falei-lhe que estava machucado e que ficaria bom, no mais não poderia tomá-la em meus braços e erguê-la até os céus, não subiríamos escadas grudados, era necessário aguardar, dar tempo ao joelho.

Vany desespera-se e ameaça nos colocar de castigo, eu e Lulu nos mantemos firmes. A recuperação segue bem, estou cercado de cuidados e zelos. Maria Luíza ganhou lições a respeito da saúde de seus pais. Encarou tudo com curiosidade de quem quer saber mais sobre os pontos e as cicatrizes novas do meu corpo. Ajuda-me com seu dengo de mocinha de dois anos.

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