sábado, 6 de outubro de 2018

Crônicas de um pai: areia e aveia

Crônicas de um pai: areia e aveia

Já houve tempo em que Maria caminhava pelas nossas mãos até o gramado do parque. Ela gostava de sentir os pés descalços roçando a grama úmida do sereno da manhã. Sentava-se no chão e procurava 'fozinhas' (florzinhas). Criava pratos imaginárias e fartava-se de tanto comer e dar de comer aos pais. Agora, tudo mudou. Na última vez em que chegou ao parque havia em seus gestos uma terna resistência. Quando se percebeu descalça começou a caminhar para sair do parque e buscar o tanque de areia. Não houve conversa, queria 'binca nareia'. Não havia choro de manha, apenas a expressão de uma vontade, a necessidade de correr na areia e criar as suas construções (criar e desmanchar). Eu e Vany mudamos os planos, deixamos a grama e fomos para a areia. Fomos felizes, nossa menina-quase mocinha de forma espontânea nos contava do que precisava.

ps. francamente, por que não percebemos antes? afinal, quando dirigíamos até o parque nossa Lulu de sua janela favorita reconheceu a paisagem dos caminhos que levam ao parque e gritou 'binca nareia'.

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