quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: tagarela

Crônicas de um pai: tagarela

Muitas vezes imaginei conversas de nossa filha com outras crianças do berçário. Maria Luíza em casa fala aos quatro ventos em sua linguagem bebê-quase-menina. Ontem, ao buscá-la, perguntei se em sala a nossa pequena era falante: 'sim, fala bastante, mas os demais não são de conversar'.
À noite, ainda com essa história na cabeça, conversei com Vany e nos lembramos do primeiro Natal de Maria Luíza. Ela era menina de dois meses de vida, pequenina pequenina. Estava deitado e ela ficou sentada sobre a minha barriga e deitou falação. Foi a primeira vez que nos contou a sua história e o que estava prestes a fazer com as nossas vidas.


terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: entre o bebê e a menina

Crônicas de um pai: entre o bebê e a menina

O bebê já é passado, as cólicas não nos atormentam mais, agora, já grande, mas não menina ainda, Maria Luíza deseja se alimentar sem ajuda. A colher leva o alimento do prato à sua boca. Ela não é mais um bebê e já anuncia a menina que será. Fico a observar, lembro-me de quem ela era e os caminhos novos que trilha.

Crônicas de um pai: mãos

Crônicas de um pai: mãos

Ao falar ela mostra com as mãos o que deseja dizer, os pulsos trabalham em ritmo acelerado para dar conta da velocidade de suas narrativas. A menina que meses atrás gostava de acompanhar os movimentos das mãos com olhos curiosos e encantados, hoje, já sabe o que lhe permitem fazer e dizer. O punho dobra e dobra reforçando e afinando o enredo de suas frases.

Gratidão!

segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: uma música em meus ouvidos

Crônicas de um pai: uma música em meus ouvidos

Ao acordar eu ouvia um réquiem. Tocante e lacrimoso como toda despedida. Era isso, de alguma maneira, minha mente retornava ao tema da despedida. A vida em família me oferece dias de flores, a lembrança e a presença do réquiem trazia quem nos deixou. Agora, todos juntos uma vez mais, de uma forma ou de outra, podemos seguir em frente.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: 15 meses (15 + 9 = 24 meses)

Crônicas de um pai: 15 meses (15 + 9 = 24 meses)

Maria Luíza ainda acorda no meio da noite e se põe a chorar, avisa a todos de sua fome ou será o desejo de ter todos por perto? Mal deixa o berço e a tormenta transforma-se em mar sereno, acarinhada oferece abraços e busca por uma posição para voltar a dormir. Quantas vezes não nos deixou com uma mamadeira pronta nas mãos enquanto ressonava em nosso peito?
Hoje jantou sozinha, recusou a ajuda de sua mãe e usou a colher com as suas próprias mãos. É fato que pequenas porções erraram a boca, mas nada que comprometa a refeição apenas mais peças para lavar. Ela ganha autonomia ao mesmo tempo em que atira-se ao chão pedindo afago e atenção.
Adora cremes e talcos, afinal ela vê e aprende. Cada vez que usamos cremes, pomadas, loções, protetores, talcos e afins a educamos, agora Maria Luíza pede que a sua mão seja acariciada e lambuzada. Esfrega os dedos e passa, ou melhor, tenta; por ora, ela passa em sua nuca. Rimos aos 15 meses de suas descobertas e certezas.





quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: papai, papai

Crônicas de um pai: papai, papai

Maria anda pela casa a me chamar, quer cirandar comigo, quer saudar as plantas de sua casa e brincar com folhas e sementes que colorem o piso do jardim, quer reunir os seus bichos de pelúcia para niná-los junto ao seu peito bebê, quer maçã cozida - receita da família - para se fartar, quer a minha cumplicidade e ajuda para brincar com água, quer o meu colo para saber o que a mãe está a fazer em seu quarto.
Corro e a acompanho, em breve, ela crescerá e não me dará mais tantos regalos.

Crônicas de um pai: pedir colo

Crônicas de um pai: pedir colo

No início era o colo, bebê recém-nascido era ninado em nossos braços, nosso milagre. À medida dos dias Luíza deixou o colo para aventurar-se no chão, engatinhar era a senha para ir e vir. Logo aprendeu a caminhar e deixou para trás as limitações, ganhou velocidade e agilidade. Hoje, esperta e encantadora descobriu que pedir colo torna tudo ainda mais rápido e coloca ao alcance de suas mãos o mundo.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: berçário meu tesourinho

Crônicas de um pai: berçário meu tesourinho

As férias de Vany terminaram e Maria Luíza retornou ao berçário. Deveria, portanto, levar nossa filha diariamente ao berçário, mas não resisto e ficamos juntos. É fato que tudo quanto tenho que fazer entra em novo ritmo em companhia dela. A simples ação de carregar uma máquina de lavar roupa ou a ida ao mercado levam mais tempo. Ao caminhar pela casa dando conta do que preciso organizar ouço aqueles passos que me acompanham. Viro-me e lá está ela, olhos vivos e um sorriso que me faz querer mais. O cansaço é grande, todavia o berçário meu tesourinho segue com as suas atividades diárias. Feliz!

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: livro de imagens

Crônicas de um pai: livro de imagens


O livro ilustra a lua e o sol, a vaca e a galinha, o carro e a casa, entre outros. Meses atrás começamos nossas brincadeiras com Maria Luíza. As páginas são, de fato, cartões grossos encadernados. Ela vira as páginas e lhe dizemos o que é. Muitas das páginas nos permitem brincar com os sons, assim, cachorro, carro e galinha ganham vida em nossas línguas desafinadas. O livro sempre foi deixado junto aos seus brinquedos, foi e é usado diariamente. Nas últimas semanas Luíza dava por si mesma nome ao gato e au-au. Hoje à tarde tudo mudou, sem avisar, de uma hora para outra, o vocabulário cresceu. Não mais um ou outro cartão de imagens era nomeado, mas quase todos. Nossos corações não esperavam por algo assim, ela vai bem, ri e se diverte com nossas caras e lágrimas.

ps. ainda bem que ela não falou submarino e libélula, são difíceis demais e, além disso, como demonstrar o que são e onde vivem

Crônicas de um pai: Nossa Senhora da Roupa no Varal

Crônicas de um pai: Nossa Senhora da Roupa no Varal


O uso da máquina de lavar e do varal mudou, de uns tempos para cá Maria Luíza lidera as estatísticas de peças para lavar e passar. Lidera, aliás, de forma absoluta e sem adversários. Vale notar que ao longo desses quase 15 meses as peças que maior atenção exigiam mudou diversas vezes. Quando começou a engatinhar as meias e as calças ficavam assustadoramente....diferentes. Houve ocasião em que acreditei que não conseguiríamos recuperá-las. Elas pareciam próprias de uma trabalhadora de mina de carvão. O tempo de engatinhar ficou para trás, afinal andar trouxe possibilidades de aventuraras que a linha do chão não lhe dava. As calças e as meias tornaram-se aceitáveis, não mais típicas de mineradoras, mas sim de uma mocinha que caminha pelas próprias pernas. No entanto, as blusas, agora, indicavam que nossa menina diversificava  a sua alimentação, Maria comia de tudo. Manchas de frutas e de refeições coloriam o seu visual. Que Nossa Senhora da Roupa no Varal nos proteja da chuva que ameaça o céu, os varais estão cheios, mais hora e meia...e conseguiremos.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: João e Maria

Crônicas de um pai: João e Maria


Minhas crônicas são migalhas que deixo não para voltar ao ponto de partida, são a minha maneira de gravar na pedra minhas histórias pequenas. Revelam o teor de minha oração de agradecimento pelo dom da vida. Tudo quanto aprendo todos os dias com minha filha são largadas pelo caminho que palmilho. De fato, são saudades do que acontecerá. 

Crônicas de um pai: falar papai e mamãe

Crônicas de um pai: falar papai e mamãe

Nossa pequena fala, muitas vezes responde às nossas perguntas. São palavras simples, construções básicas, mas estão ali para o nosso espanto e alegria. As palavras papai e mamãe pedem atenção especial, não porque nos dão um nome, mas pelo fato de serem empregadas de maneira elástica. A mãe vira pai, o pai vira mãe. A maçã cozida é papai, a geladeira é mamãe e assim vai. O emprego variado nos diverte e permite que, de acordo com a situação, digamos que ela procura por um ou por outro.  Nomear o mundo, agarrá-lo com palavras e letras, levá-lo à boca e sentir o seu sabor, ela cresce.

terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: aprender a andar

Crônicas de um pai: aprender a andar

(O tempo apaga nossas memórias e acabamos por enveredar por caminhos tortos)

Dia desses levávamos nossa filha ao parque. Desde que descobriu o escorregador a pequena Luíza está mais feliz. Eu, de maneira particular, estava ansioso. Confesso que sinto imensa alegria ao ver o sorriso em seu rosto ao escorregar. Todavia, nossa filha tinha outros planos. Ela sabia onde estava, sabia o que lhe aguardava, mas não tinha pressa. Antes do escorregador havia um gato, depois do gato havia uma flor, depois da flor, havia algo que ainda não sabia o que era. Luíza sabia que o escorregador a esperava, mas não tinha pressa, colhia o que havia pela frente.

(Dei-me conta de que andava rápido como quem não sabe ver o que há ao seu redor, ando esquecido demais)

Crônicas de um pai: brincar na grama

Crônicas de um pai: brincar na grama

Ela caminha com desenvoltura, farta-se na terra. Mexe e escava a terra sob os seus pés, coleciona folhas e flores. Passar a tarde em um gramado está entre as suas brincadeiras favoritas. Curioso observar que é silenciosa, pouco conversa. Já em casa, quando a grama dá lugar aos vasos de plantas, ela se torna a nossa menina falante. A terra de casa, ainda que em menor volume lhe dá assunto. Não cremos que esteja a reclamar da pouca quantidade de grama e de terra. Está ali a dar receitas de felicidade.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: bichos de pelúcia

Crônicas de um pai: bichos de pelúcia

Semanas atrás ela parecia entrar na fase bonecas, isto é, Maria Luíza parecia decidida a brincar de bonecas. Ganhou uma e levou dois dias às voltas com o brinquedo novo. Cabelo desarrumado e roupas desalinhadas foi o que restou da jovem boneca, logo preterida por bichos de pelúcia.  Ursos e ovelhas, elefantes e araras parecem ocupar a vida de nossa pequena. Cada qual tem o seu lugar e o seu papel. Arara e elefante ficam em seu quarto e lhe servem de companhia quando resolve fazer do seu berço um diminuto parque de diversões. Urso e ovelha, por outro lado, a acompanham. Precisa deles para dormir e, hoje, pela primeira vez, a ovelha foi comprar frutas conosco. A ovelha branca é, de longe, o favorito. O carinho recebido dos pais, agora, é repetido com os bichos de pelúcia. Maria repete ações e mostra o que aprendeu sobre nós.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: ela entende tudo

Crônicas de um pai: ela entende tudo

Definitivamente ela sabe o que se passa ao seu redor. Horas atrás ao chegar em casa depois de sua jornada no berçário, Maria Luíza abraçou nossa amiga Dona Elisabeth que nos visitava antes mesmo de cumprimentar a sua mãe. Dona Vany ficou amuada durante 2 ou 3 segundos. Antes de Dona Elisabeth se despedir, comentei que Maria não abraçara a sua mãe ao chegar em casa, Maria brincava e largou tudo. Deixou para trás o brinquedo da vez e buscou pelo colo da mãe. Abraçou-a, deu beijos molhados e tudo mais, Dona Vany até o início da noite ainda recordava de tudo com lágrimas nos olhos.

Crônicas de um pai: tarde de pães caseiros

Crônicas de um pai: tarde de pães caseiros

A casa foi preparada para receber visita de Dona Elisabeth. Amiga querida de nossa família vinha para uma tarde de pães caseiros. Dona Vany e Dona Elisabeth foram à cozinha, divertiram-se com histórias contadas entre farinhas e formas. A casa estava feliz.
Maria Luíza não tomou parte das primeiras horas da festa de pães, estava em sua escola; chegou quando a massa estava no forno e a cozinha em ordem. Riu e brincou com tudo, abraçou Dona Elisabeth como grandes amigas que há tempos não se viam.
A tarde de pães deu cor, nossos agradecimentos sinceros ao bem que Dona Elisabeth trouxe a todos. Maria Luíza que tudo entende sabe disso.

Crônicas de um pai: colher, comida e boca

Crônicas de um pai: colher, comida e boca

Tanto treinou a nossa filha que ontem a operação foi bem sucedida. Ela conseguiu fazer uso de uma colher para se alimentar, três colheradas bem feitas e concluídas. Os pais são acalentados por tais gestos e situações. Riem e choram ao perceber o crescimento e desenvolvimento de seus filhos. Lembram-se de si mesmos e de suas histórias, conversam com os que lhes dão ouvidos e oram por quem partiu. Tornar conhecida a sua jornada junto aos que creem nas revelações da vida contidas em atos simples é maneira de agradecer.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: Uma girafa na garrafa térmica

Crônicas de um pai: Uma girafa na garrafa térmica

Não tem fim, Maria adora retirar o conteúdo de bolsas, caixas e gavetas. Fica entusiasmada ao retirar peças e objetos. Confere peça por peça, brinca e guarda à sua maneira. Movimento repetido com expressão pensativa e séria na maior parte das vezes. O mundo e os seus segredos a convidam para as descobertas. Muitas vezes Maria tenta guardar uma girafa em uma garrafa de térmica, esperta, logo se dá que conta que é melhor deixar a girafa em cima da máquina de lavar.
Os dias seguem entre bolsas e gavetas com os seus objetos improváveis, aliás, alguém sabe onde está o giz de cera amarelo? Ele sumiu e não nos deu notícias desde a semana passada. Geladeira? Não, ela não tem acesso...ou será que...

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: coração de pai

Crônicas de um pai: coração de pai

Chovia a cântaros, os passeios foram adiados e a casa transformou-se em um pequeno parque. Maria Luíza iniciou as reinações do domingo. Deixei mãe e filha em meio aos brinquedos e remei ao mercado mais próximo em busca de frutas. Estava já na fila do caixa quando motorista de carrinho de mercado bateu em minha perna, olhei para trás e vi alguém que parecia se sentir envergonhado e incomodado. O motorista deseducado e atrapalhado nada disse, não se desculpou pelo esbarrão. Fiquei a fitá-lo, cogitei de lhe dizer algo, calei-me. Fiquei a pensar em Maria Luíza e a sua disposição para o sorriso, para o afeto. O mundo anda pesado, sem graça, povoado de homens que vão ao mercado em dia de chuva vestindo camisas de clubes de futebol. Gritam o nome de um clube, mas se esquecem de se desculpar de forma humilde e sincera pelos seus desacertos. Deixei o deseducado para lá, desejei-lhe filhos e um coração de pai.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: Dia de Reis

Crônicas de um pai: Dia de Reis

À tarde, ao descer para levar o lixo, fui acompanhado por mãe e filha. Nossa Maria precisava falar com os cães de nossa rua. (Ela ama cães e gatos). Ela os ouve e começa a falar 'au-au'. Quer saber deles, o que estão a fazer e para quem estão latindo em nossa rua. Desci e lá vinham mãe e filha para ver o cão de nossa vizinha que aguardava paciente pela visita de Maria Luíza. A Shar Pei de cara enrugada balançava o rabo e silenciosa fitava nossa família. À distância eu as admirava e, de repente, me vi a rezar.
Gratidão a Maria e aos Reis que nos visitaram com presentes no coração.

Crônicas de um pai: Minha Pinacoteca

Crônicas de um pai: Minha Pinacoteca

'Meu querido diário,
Hoje conheci a Pinacoteca. Caminhei por corredores e por salas que não tinham fim, não havia mesas e giz de cera para pintar, havia apenas telas de um senhor de nome Di Cavalcanti. Mamãe reclamou das mulheres nuas em demasia. Papai encantou-se com as telas de carnaval dos anos 20 e 30. Gostei mesmo de uma instalação, nome diferente para um grande disco de madeira giratório sobre o qual caminhei e dancei. Gostei, meus pais prometeram que voltaremos lá. As férias têm sido ótimas!'

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: aprender a brincar

Crônicas de um pai: aprender a brincar

Ela me toma pelas mãos e me leva para a sua caminhada. Regar as plantas e dar bom dia aos pássaros que visitam o nosso quintal, ouvir os cães da rua e escolher o brinquedo da hora. Presto atenção aos seus movimentos, cuido para que o ritmo seja o dela. Ela cresce e dá o andamento do seu aprendizado; aproveito-me de sua serenidade e lhe mostro quem sou. Aprender a brincar pede seriedade, nada de vozes estranhas, apenas a disposição de carregar com cuidado um tesouro.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: ela nos deu ouvidos

Crônicas de um pai: ela nos deu ouvidos

Aos 435 dias nos damos conta de que ela nos deu ouvidos, Maria prestou atenção. Observou os nossos gestos, acompanhou os nossos comportamentos de casal e de pais. Desde a primeira semana, desde os primeiros dias conversávamos com ela como se menina já fosse. Os olhos grandes e generosos nos fitavam no início com o cenho franzido, logo percebemos que era o sinal da sua concentração.
Maria Luíza, nas últimas horas, encontrou na cozinha uma sacola térmica e quando nos demos conta ela a carregou para o seu quarto. Ela sabia que em seu quarto havia espelho grande em uma das portas do guarda-roupas, sabia qual,  abriu-o e ficou ali se exibindo com a bolsa que mal conseguia sustentar. O espelho foi muitas vezes apresentado a Maria Luíza para que ela se visse antes de sair, ela aprendeu o seu significado. Ela reconhece os objetos, sabe para que servem e toma iniciativa. Ela nos deu ouvidos, nossas conversas, sabemos agora, são do seu conhecimento. À mesa ela busca pela colher para por si mesma usá-la. Ainda precisa de tempo, a coordenação - prato, colher e boca - carece de treino e de aprimoramento. Ela nos mostra o que aprendeu todos os dias. Acima de tudo, nos alegra a sua disposição e iniciativa. Aos 435 dias, Maria Luíza está bem, feliz e encantadora.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: a bolsa

Crônicas de um pai: a bolsa

As bolsas da mãe estão pela casa, Maria Luíza gosta delas, gosta de abri-las e carregá-las com tudo o que encontra. Não é incomum encontrar um talher perdido na bolsa da mãe. Maria Luíza gosta de levá-las na mão, charmosa exibe bolsas que mal consegue segurar. (Como aprendeu a usá-las?)
Tia Laura, dias atrás, deu-lhe duas bolsas pequenas e coloridas: bolsas de menina bebê. Maria Luíza ao recebê-las esticou o bracinho para o regalo. Lá vai nossa pequena a brincar com a bolsa e seus penduricalhos de pedras coloridas. Vai feliz e fagueira, a nossa Maria!

terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: operação cafuné

Crônicas de um pai: operação cafuné

Não sabemos como e quando começou. Em algum momento, quando Luíza era um bebê afagávamos de maneira carinhosa o seu corpo. Pequenina e frágil a receber cuidados, talvez tudo tenha começado ainda nos tempos das cólicas. O tempo passou, ela cresceu, cresceu tanto que está a usar roupas de crianças maiores. Aprendeu e entendeu muito do mundo que a rodeia. Aprendeu a chamar e pedir a atenção de quem quer bem. Pois bem, ela pede o nosso carinho. No início, quando estava deitada, Luíza se colocava de bruços e solicitava a nossa atenção, pedia cafuné. O tempo passou e, agora, crescida, a caminhar pela casa agarrada aos seus ursos, elefantes e ovelhas, nossa filha deita no chão - da cozinha, da sala ou do quarto - e usa o boneco que leva para repousar a sua cabeça esperta. Encontrada a posição começa a pedir que lhe deem atenção, que lhe façam cafuné. Já percebemos que ela quer ambos, pai e mãe ao seu lado. Ao término da operação distribui risadas e sorrisos.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Crônicas de um pai: um anjo em nossa cama

Crônicas de um pai: um anjo em nossa cama

A virada de ano trouxe fogos e aplausos, expectativas e esperanças, desejos sinceros e votos de um tempo maior. Nosso anjo dormiu em nossa cama, temíamos que os céus sob fogos a acordassem. Nada, dormiu serena e preguiçosa. Ela estava cansada e feliz, perambulara pela casa de sua Tia Ruth no final da tarde a usar o colar de pedras azuis da tia e nada mais lhe faltava.
Dormiu e nada ouviu. Acordou quando o sol ia alto e iluminava o quarto. Ela sorria, acordamos com um anjo a sorrir em nossa cama dizendo feliz 2018!

Crônicas de um pai: o gato

Crônicas de um pai: o gato

Há dois livros com os quais Maria Luíza brinca regularmente. As páginas de ambos acusam o manuseio, um deles é um livro de banho que traz, além de tudo, as marcas de suas primeiras dentadas, o outro, reproduz imagens de animais e de objetos. Este último, ainda ontem nos reservou surpresas. O gato, sim, o senhor gato foi chamado pelo seu nome pela nossa filha: gato! gato!
Não é a primeira palavra, mas é uma nova palavra.