sábado, 19 de janeiro de 2019

Crônicas de um pai: o amarelo no quadro

Crônicas de um pai: o amarelo no quadro

parei em frente ao quadro e imaginei o artista com as suas cores. deixou de lado as formas conhecidas, esparramou com o pincel até que houvesse apenas a cor, ou antes, cores que se transformavam em outras, nuances que não seguiam as combinações da palheta. voltei-me para o artista e perguntei-lhe por que assim, o que desejava? absorto em sua demanda seguiu a sua composição. eu nada entendia e gostava, a subversão das combinações e o verde, o verde perdido em meio ao lilás e ao amarelo. fiquei ali, de pé. nada fazia sentido, parecia nada dizer ou dizia apenas que gostava assim.
maria luíza, ao pé de mim, chamou-me pela mão. esqueci-me do quadro do consultório da nutricionista e voltei-me ao ateliê de arcangelo ianelli. voltei ao dia em que descobri quadro de coleção particular no qual pintava a si mesmo em seu ateliê. ianelli trabalhava em tela grande, a luz que invadia o cômodo era intensa e ao seu lado, mocinha de talvez 8 anos, estava a sua filha. tranças longas, vestido amarelo. andava interessada no que o seu pai fazia com os seus brinquedos. ficou ali, deixou os seus próprios de lado e ficou ao lado do seu pintor.
venham, dona vany e lulu, já nos chamam, vamos ao consultório tratar com a nutricionista sobre ianelli e as cores.

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